quinta-feira, 25 de julho de 2013

PED 2013: A Hora da Verdade

 22 DE JULHO DE 2013

Baner chapa e valter com numeroPor Paulo Amaro Ferreira
Se é verdade que, há alguns anos, vem tornando-se notória a necessidade de alteração da estratégia partidária adotada pelo PT no último período, é também correto afirmar que, após os acontecimentos de junho, as mudanças passaram do nível de necessidade, para o patamar de urgências inexoráveis.
As jornadas de junho evidenciaram não somente a crise do o atual sistema político brasileiro. Demonstraram também, de forma irrefutável, que o PT diminuiu consideravelmente sua inserção nos movimentos sociais. E ainda algo mais preocupante: que grande parte do partido cristalizou como estratégia o que era tática, acreditando que as mudanças radicais pelas quais o país deverá passar para ser realmente democrático, virão exclusivamente através dos meios institucionais, de forma gradual e sem conflitos.
As ruas sinalizaram uma forte rejeição à superestrutura político-jurídica do país, herdada de um processo incompleto de redemocratização do país, que foi interrompido pela agenda neoliberal dos anos noventa. Além disso, rejeitaram a forma tradicional de fazer política dos partidos brasileiros, incluindo o PT. Portanto, se as ruas deram um susto nas elites, também ascendeu o sinal de alerta para nós da esquerda, principalmente para nós do PT.
No início de 1999, quando Chávez assumiu o governo da Venezuela para seu primeiro mandato, ele pronunciou as seguintes palavras no juramento de posse: “juro perante Deus, juro perante a Pátria, juro perante meu povo e sobre esta moribunda Constituição, que impulsionarei as transformações democráticas necessárias para que a República nova tenha uma carta magna adequada aos novos tempos”. É preciso reconhecer, assim como Chávez e os venezuelanos reconheceram, que o sistema político que herdamos é putrefato e moribundo. Por que, ao fim e ao cabo, a raiz dos problemas que o país enfrenta hoje está estreitamente relacionada a isso.
Grande parte do PT, principalmente o que conhecemos por campo majoritário, que se rearticulou esse ano para a disputa do PED em novembro, segue sem querer entender o que as ruas estão sinalizando. Primeiro hesitaram em ir para as ruas, qualificando o movimento como uma conspiração da direita. Com o arrefecimento momentâneo das mobilizações, insistem em não reconhecer os próprios erros, e seguem com uma postura indiferente aos acontecimentos, defendendo a todo custo o status quo, misturando a defesa necessária do nosso governo, com a defesa de um modelo de sociedade insustentável.
É por isso que o ano de 2013 será um ano de definições importantes, não só no que diz respeito ao governo, como também em relação ao nosso partido. No que tange ao governo, a grande batalha a ser travada no momento é a da Reforma Política. Ao mesmo tempo em que trouxeram à tona o esgotamento desse sistema político, as mobilizações abriram a possibilidade, para o PT e para o governo, de colocar na ordem do dia a nossa pauta, sendo o aprofundamento da democracia o ponto chave para avançar nas demais reformas de base. Por isso, uma ampla reforma política é fundamental para estabelecer novas regras para a disputa política no país, não só eleitoral, mas principalmente, disputa de projeto histórico.
No que diz respeito ao partido, é preciso também uma grande mudança na lógica de funcionamento interno e na estratégia partidária que estabeleça relações de novo tipo com a realidade externa ao partido. A última análise de conjuntura aprovada em 20 de julho pelo Diretório Nacional aponta para essas necessidades. Entretanto, será no PED, em novembro, que veremos quem de fato permanecerá coerente com essa análise e com as necessidades prementes do nosso processo histórico.
A direção majoritária do PT tenta desesperadamente esconder e disfarçar as fissuras provocadas ao partido pelos acontecimentos recentes. Utilizam para isso a tática do esvaziamento do debate, e também a tática desesperada de alterar no diretório, resoluções estabelecidas no último congresso do PT, desqualificando ao máximo o processo de discussão prévio às eleições de novembro, transformando o PED em uma eleição com forte influência dos mecanismos de poder copiados do estado burguês.
Por isso, conclamamos a toda militância, que defende o projeto histórico do PT, a se unir a nossas teses para resgatar o projeto histórico do Partido dos Trabalhadores. É chegada novamente a hora da verdade! A esperança tem cor, e essa cor é, e sempre será, vermelha! Convocamos aos e as militantes a realizarem o debate, seja em nível nacional, estadual, municipal ou zonal, apoiando os candidatos que defendem a tese da Articulação de Esquerda, “A Esperança é Vermelha”!
Agora é Valter Pomar para Presidente do PT Nacional! É Ary Vanazzi para presidente do PT no RS.
Venceremos!
* Paulo Amaro Ferreira, Historiador e candidato a presidente do PT em Caxias do Sul

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