domingo, 21 de julho de 2013

Oposição defende referendo para reforma política

Presidentes dos três principais partidos de oposição - PSDB, DEM e PPS - afirmam que proposta de Dilma é "manobra diversionista"

Laryssa Borges, de Brasília
Aécio Neves, presidente nacional do PSDB, na missa de sétimo dia de Roberto Civita
O presidente do PSDB, Aécio Neves, que assinou a nota defendendo referendo (Eduardo Biermann)
Após o governo anunciar que pretende enviar na próxima semana ao Congresso uma proposta de plebiscito para a reforma política, os presidentes dos três principais partidos de oposição - PSDB, DEM e PPS - defenderam nesta quinta-feira que a população seja consultada sobre as alterações no sistema político por meio de um referendo - ou seja, depois da aprovação de projetos de lei e emendas constitucionais sobre o tema.
“Somos favoráveis à consulta popular, mas não sob a forma plebiscitária do sim ou não. Legislação complexa, como a da reforma política, exige maior discernimento, o que só um referendo pode propiciar”, afirma a nota assinada pelos senadores Aécio Neves (PSDB-MG) e José Agripino (DEM-RN) e pelo deputado Roberto Freire (PPS-SP). 
Eles classificaram o anúncio de se fazer um plebiscito como “mera manobra diversionista destinada a encobrir a capacidade do governo de responder às cobranças dos brasileiros” e uma forma de deslocar a discussão para o Congresso dos problemas do país.
Na avalição dos oposicionistas, a proposta inicial do Palácio do Planalto de emplacar a instalação de uma Assembleia Constituinte exclusiva para se discutir a reforma política foi uma “tentativa golpista”.
“Se tivesse, de fato, desejado tratar com seriedade essa importante matéria, a presidente já teria, nesses dois anos e meio, manifestado à nação sua proposta para o aperfeiçoamento do sistema partidário, eleitoral e político brasileiro”, afirmam as legendas de oposição.
Senado - A decisão de se realizar um plebiscito para discutir a reforma política dominou os debates no plenário do Senado nesta quinta-feira.
Para o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), por exemplo, os anúncios da presidente Dilma Rousseff para dar resposta às ruas, incluindo os debates sobre reforma política, são resultado do marketing. “Não podemos colocar o marqueteiro como o 40º ministro. Essa é uma das causas de o povo ir às ruas. A ficha caiu. E a ficha cai porque o marketing mostrava uma coisa e a realidade mostra outra”, disse o parlamentar. Na avaliação do senador, as recentes iniciativas da presidente refletem a antecipação do processo eleitoral de 2014. “Alguém tem que dizer que o maior adversário da presidente Dilma é a candidata Dilma. Ela tinha que assumir o papel de estadista”, disse.
“É difícil para nós fazermos uma reforma política e eleitoral porque é difícil votarmos contra nós mesmos”, completou o senador Pedro Simon (PMDB-RS).
“O plebiscito para essa questão [da reforma política] me parece não ser plausível, adequado ou, pelo menos, não é a melhor solução. Que plebiscito é esse que poderia alcançar a população brasileira de forma eficiente num curto espaço de tempo?”, questionou o senador Alvaro Dias (PSDB-PR). “Certamente a população teria dificuldade de resolver as questões com sim ou não”, completou. 
by Veja

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