sábado, 30 de junho de 2012

JUIZ GOIANO MARLON REIS, FICHA LIMPA E MAÇONARIA




Artigo do Grão Mestre Barbosa Nunes publicado no Jornal Diário da Manhã

Edição de 25 de fevereiro de 2012

Através do Grão Mestre do Grande Oriente do Brasil – Maranhão, José de Jesus Billio Mendes, que recebe via e-mail todos os nossos artigos publicados no Diário da Manhã, o que me honra pela sua qualificada leitura, tive, pela sua intermediação, o prazer de ter contato telefônico com Márlon Reis, na quinta feira, dia 23 de fevereiro.
Quem é este cidadão, que inclusive já foi relacionado no ano de 2009, entre os 100 brasileiros mais influentes, segundo a Revista Época?
É Juiz de Direito da Comarca de João Lisboa, cidade próxima a Imperatriz, no Maranhão, a 650 Km da capital, São Luiz. É goiano, pois nasceu em Pedro Afonso, no dia 10 de dezembro de 1969, quando ainda estado de Goiás, hoje Tocantins. Filho de Arlete Jacinto Reis e do advogado Dourival Alves dos Reis. Em 1983, aos 13 anos, mudou-se para o Maranhão, acompanhando o pai advogado. Ingressou na Universidade Federal do Maranhão, em São Luiz, em 1987. Interrompeu o curso de Direito, por necessidade de trabalho como feirante.
Engajou-se em movimentos estudantis, organizou seminários em defesa da Amazônia, participou de congressos da UNE e ingressou na magistratura em 1997, com 27 anos de idade. Inquieto com as estruturas injustas, sempre está ativo e atento ao momento em que vive, especialmente referente às questões ambientais e corrupção eleitoral.
Na cidade de Alto Parnaíba (Maranhão), separada de Santa Filomena (Piauí), pelo Rio Parnaíba, realizou-se em 2002 um congresso de jovens católicos. Na casa paroquial, nasceu o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, quando iniciaram a coleta de assinaturas em favor da moralidade.
Márlon Reis convidou as autoridades, inclusive o prefeito da cidade, e este ao ler o projeto, recusou assinatura e de pronto deixou o local, quando então um estudante disse ao juiz: “A ficha dele é suja doutor.”
Márlon Reis, pensando no ocorrido, recebeu a inspiração de que o projeto deveria se chamar Ficha Limpa e oficializado foi em 10 de dezembro de 2007, em reunião que coincidiu com seu aniversário.
Márlon Reis, juiz maranhense que luta pela lisura na política, é o idealizador da Campanha Ficha Limpa e um dos fundadores e coordenadores do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, que congrega as mais expressivas entidades da sociedade civil.
Em nossa conversa, disse-me que o Grande Oriente do Brasil colaborou de forma decisiva para essa vitória, referindo-se, especialmente, ao apoio recebido do Grão Mestre Geral, Marcos José da Silva e do Grão Mestre do Maranhão, José Bíllio Mendes. Este agendou e esteve presente por volta do final do ano de 2008, em Brasília, na sede da maçonaria, conduzindo Márlon Reis. A partir daí, a potência maçônica GOB levantou a bandeira e a iniciativa se multiplicou pelo Brasil inteiro, calculando-se que chegou a colher 500 mil assinaturas.
Imediatamente o Grão Mestre Geral incorporou-se à campanha e expediu convocação oficial aos Grandes Orientes Estaduais e às Lojas Maçônicas de todo país, transmitindo que a iniciativa de Márlon Reis vinha ao encontro das diretrizes e políticas de moralização e combate à corrupção eleitoral, devendo contar com integral interesse dos maçons brasileiros.

Marcha da Maçonaria Goiana Contra a Corrupção e Impunidade
Aqui em Goiás, já no dia 20 de agosto de 2007, em comemoração ao Dia do Maçom no Palácio Alfredo Nasser, em início de nossa primeira administração, declarávamos a mais de 500 pessoas: “A maçonaria está descontente com a corrupção avançada.” Na mesma comemoração, já em 2008, reafirmávamos: “Há necessidade de novos posicionamentos da Ordem, com mobilização contra a corrupção.” Na sequência, um ano após em 2009, lançávamos, por ocasião do Dia do Maçom, o movimento: “A favor da moralidade, contra a corrupção”, com apoio unânime dos Veneráveis Mestres das 130 Lojas de nossa potência no estado, ratificando o incisivo posicionamento, em 21 de agosto de 2010, propugnando por uma maçonaria presente e participante.
Integramos, em 2008, o movimento do Ministério Público Estadual, intitulado “O que você tem haver com a corrupção?” Tivemos êxito no convite e compareceu ao Templo Nobre, do Grande Oriente do Estado de Goiás, em 03 de novembro de 2010, o senador Demóstenes Torres, falando sobre o tema e respondendo todos os questionamentos. Estivemos sempre nos movimentos da Marcha da Corrupção, em 12 de outubro e, apoteoticamente, junto com o Grão Mestre da Sereníssima Grande Loja, Ruy Rocha de Macedo, a maçonaria goiana fez o maior movimento do Brasil, marchando com mais de 2 mil participantes pela Avenida Goiás, centro de Goiânia.
A coleta de assinaturas em Goiás foi altamente numérica, não só dos maçons, mas daqueles que eram procurados para o referido fim.
Todas as forças da nação, após o caminhar, ora trazendo dificuldades na aprovação da Lei Complementar 135/10 e após, na sua apreciação pelo Supremo Tribunal Federal, originária de iniciativa popular como grande demanda da sociedade e por mobilização de milhões de cidadãos, se tornou um marco fundamental para a democracia e a luta contra a corrupção e a impunidade no Brasil.
A vontade popular se refletirá nas eleições deste ano e nas próximas, continuando o apoio do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, permitindo ao cidadão eleitor a real valorização do seu voto.
A Lei da Ficha Limpa foi chancelada pelo STF, decidindo os ministros por 7 votos a favor e 4 contra, que ela está de acordo com a Constituição Federal e valerá nas eleições de 2012, barrando por 8 anos a candidatura de quem tiver o mandato cassado, renunciar para evitar a cassação ou for condenado por decisão de órgão colegiado (com mais de um juiz), mesmo se houver possibilidade de recursos.
Os ministros favoráveis à Lei se basearam no princípio da moralidade, afirmando que ela estabelecerá casos de inelegibilidade a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para o exercício do mandato, considerando a vida pregressa do candidato, garantindo a legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração pública.
Márlon Reis, com todas as medalhas, títulos e homenagens, é hoje um cidadão do mundo. Ainda com pouca idade, 42 anos, é um símbolo que honra e dignifica a magistratura brasileira. Nos próximos meses de julho e agosto, por convite especial da Universidade de Stanford, cidade de Palo Alto, Califórnia, onde se encontram as sedes mundiais do Google e Facebook, em reconhecimento à sua luta, participará nos Estados Unidos, de um estudo prolongado, com pesquisas, avaliações e troca de informações com representantes de 25 países que estão buscando aprimorar suas democracias.
Parabéns Goiás, Tocantins, Maranhão e Brasil. Márlon Reis nos representa e já anuncia, com todo nosso apoio, um projeto de reforma política para discutir com a sociedade brasileira. Reforma política que deve ser uma preocupação de todos, não algo deixado ao exclusivo critério dos mandatários, já que estes têm interesses pessoais em jogo.
Pelo telefone nos disse: “Sinto-me honrado por haver tomado parte nessa bela história. Exemplo de mobilização. Foi uma conquista que nos demonstra que não vale a pena ficar reclamando. Precisamos nos organizar coletivamente e lutar pela conquista dos nossos objetivos como sociedade.”

Barbosa Nunes, advogado, ex-radialista, delegado de polícia aposentado, professor e Grão Mestre da Maçonaria Grande Oriente do Estado de Goiás – barbosanunes@terra.com.br

by NOTÍCIAS DO GOEG

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