O livro de Koontz e operação de evacuação na cidade de Wuhan, na China, por causa do coronavírus(foto: Reprodução e AFP)
As coincidências entre um livro lançado em 1981, pelo escritor norte-americano Dean Koontz, e a epidemia do coronavírus que já matou cerca de 3 mil pessoas, a grande maioria na China, deixou internautas intrigados nas últimas semanas.
Chamado The eyes of darknes (Os olhos da escuridão), o livro de Koontz, um romancista especializado em livros de suspense e terror, cita uma arma biológica que se chama "Wuhan-400", um micro-organismo desenvolvido como arma biológica em um laboratório perto da cidade de Wuhan, justamente a cidade que apresentou os primeiros casos da epidemia real que assola a China e já fez vítimas em outros países.
Outra coincidência, para deixar tudo ainda mais espantoso, é o nome do cientista que, no livro, parte para os Estados Unidos com o vírus: Li Chen. Pois Li Chen é também o nome de um cientista chinês verdadeiro que já publicou estudos sobre a classe de coronavírus.
Um de seus estudos, intitulado A novel human coronavirus OC43 genotype detected in mainland China, foi publicado em 2018 na revista especializada Emerging Microbes & Infections.
Um dos primeiros a perceber a coincidência foi o usuário @DarrenPlymouth do Twitter. Desde que ele postou a página com os trechos do livro, sua publicação mereceu quase 2 mil curtidas e vários comentários de surpresa e assombro.
It's a strange world we live in.#coronavirus #COVID19 #Wuhan
O Correio adquiriu uma edição virtual de The eyes of darkness e constatou que o trecho destacado pelo internauta realmente consta da obra. Veja abaixo a página com uma tradução livre em seguida:
Para entender isso", Dombey disse, "você tem que voltar 20 meses. Foi por volta dessa época que um cientista chinês chamado Li Chen partiu para os Estados Unidos, carregando um disco da mais importante e perigosa nova arma biológica da década feita pela China. Eles a chamam de "Wuhan-400" porque foi desenvolvida em seus laboratórios de RDNA nos arredores da cidade de Wuhan, e foi a 400ª cepa viável de um micro- organismo feito pelo homem em um centro de pesquisa".
Tem circulado na internet, junto com o trecho acima, outra passagem que cita o início de uma epidemia em 2020. Esse segundo trecho, porém, não faz parte do livro de Koontz. A reportagem não conseguiu identificar de onde foi retirado.
O livro pode ser considerado uma previsão?
A resposta depende do grau de exigência que se faz para considerar o livro uma previsão. Os únicos pontos em comum entre a obra de Koontz e a realidade são a citação à cidade de Wuhan e a existência de um pesquisador chamado Li Chen.
Porém, o novo coronavírus não é uma arma biológica. Não há nenhuma evidência de que a epidemia surgida em Wuhan tenha sido causada pelo homem.
Além disso, essas coincidências não estavam na primeira edição de 1981, como apontou o site Snopes. Na primeira versão do livro, lançada em plena Guerra-Fria entre Estados Unidos e União Soviética, o nome do vírus era Gorki-400, porque teria sido criado pelos russos.
Apenas em edições mais recentes, como a adquirida pelo Correio, o nome do vírus passou a ser Wuhan-400, aponta o serviço de checagem de fatos.
Um dos primeiros a perceber a coincidência foi o usuário @DarrenPlymouth do Twitter. Desde que ele postou a página com os trechos do livro, sua publicação mereceu quase 2 mil curtidas e vários comentários de surpresa e assombro.
It's a strange world we live in.#coronavirus #COVID19 #Wuhan
O Correio adquiriu uma edição virtual de The eyes of darkness e constatou que o trecho destacado pelo internauta realmente consta da obra. Veja abaixo a página com uma tradução livre em seguida:
Para entender isso", Dombey disse, "você tem que voltar 20 meses. Foi por volta dessa época que um cientista chinês chamado Li Chen partiu para os Estados Unidos, carregando um disco da mais importante e perigosa nova arma biológica da década feita pela China. Eles a chamam de "Wuhan-400" porque foi desenvolvida em seus laboratórios de RDNA nos arredores da cidade de Wuhan, e foi a 400ª cepa viável de um micro- organismo feito pelo homem em um centro de pesquisa".
Tem circulado na internet, junto com o trecho acima, outra passagem que cita o início de uma epidemia em 2020. Esse segundo trecho, porém, não faz parte do livro de Koontz. A reportagem não conseguiu identificar de onde foi retirado.
O livro pode ser considerado uma previsão?
A resposta depende do grau de exigência que se faz para considerar o livro uma previsão. Os únicos pontos em comum entre a obra de Koontz e a realidade são a citação à cidade de Wuhan e a existência de um pesquisador chamado Li Chen.
Porém, o novo coronavírus não é uma arma biológica. Não há nenhuma evidência de que a epidemia surgida em Wuhan tenha sido causada pelo homem.
Além disso, essas coincidências não estavam na primeira edição de 1981, como apontou o site Snopes. Na primeira versão do livro, lançada em plena Guerra-Fria entre Estados Unidos e União Soviética, o nome do vírus era Gorki-400, porque teria sido criado pelos russos.
Apenas em edições mais recentes, como a adquirida pelo Correio, o nome do vírus passou a ser Wuhan-400, aponta o serviço de checagem de fatos.
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