quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

Cartão corporativo: Bolsonaro gastou R$ 27,6 milhões entre 2019 e 2022

Somente em uma padaria, o gasto chegou a R$ 362 mil; acesso à informação foi possível com quebra de sigilo de 100 anos


“Com a quebra dos sigilos de 100 anos, descobrimos que Bolsonaro gastou R$ 1,46 milhão em um único hotel com o cartão corporativo. Somente em uma padaria, o gasto chegou a R$ 362 mil. De simples esse ex-presidente não tem nada! Entre 2019 e 2022, Bolsonaro gastou R$ 27,6 milhões no cartão corporativo. Foram R$ 10,2 milhões com alimentação, cosméticos e outras bobagens. Em hotéis de luxo ele gastou R$ 13,7 milhões, quase 2 mi em um único hotel no Guarujá, onde tirava férias quando deveria trabalhar”.

A denúncia foi do deputado André Janones (Avante-MG), em sua página no Twitter.

De acordo com portal Brasil 247, “os gastos com o cartão corporativo da Presidência da República ao longo da gestão de Jair Bolsonaro (PL) chegaram a ao menos R$ 27,6 milhões e englobam itens como diárias em hotéis de luxo, cosméticos, sorvetes e padarias. As informações foram conseguidas pela Fiquem Sabendo, agência de dados públicos especializada na Lei de Acesso à Informação (LAI), e divulgadas pelo jornal O Estado de S. Paulo.”

Segundo a reportagem, ao todo, “constam no sistema 22 CPFs de servidores responsáveis pelas compras, mas apenas dois concentram a metade das notas fiscais. Dos 59 tipos de despesas feitas com o cartão, os gastos com hotelaria foram os que mais consumiram recursos. Pelo menos R$ 13,6 milhões foram desembolsados em hospedagem: muitas vezes em locais de luxo, contrariando o discurso adotado muitas vezes por Bolsonaro, que afirmava ser contrário a esbanjar dinheiro público quando é possível optar pela simplicidade”.

Apesar dos 10 maiores gastos do cartão corporativo estarem ligados a hospedagem, chama a atenção as despesas feitas junto ao restaurante Sabor de Casa, um “acanhado restaurante” de Boa Vista, em Roraima. O local, que fornece marmitas promocionais a R$ 20, recebeu R$ 109 mil no dia 26 de outubro de 2021, data em que Bolsonaro esteve na cidade para verificar a situação dos refugiados venezuelanos alojados no município. O estabelecimento já havia recebido pagamentos de R$ 28 mil e R$ 14 mil em setembro. O cartão corporativo também foi utilizado para realizar 1,2 compras em um mercado gourmet de Brasília. Ali, os gastos chegaram a R$ 678 mil. A reportagem destaca ainda duas compras feitas em uma loja da Havan no Distrito Federal, além da aquisição de artigos em lojas de caça e pesca. Os registros apontam, ainda, gastos de R$ 1 mil em 11 lojas de cosméticos.

Os cartões foram instituídos em 2001 mas só entraram em funcionamento no ano seguinte para uma maior transparência e rapidez em gastos emergenciais. O problema dos cartões corporativos é estrutural, pois o sistema que deveria ser usado para despesas pequenas e urgentes vem sendo usando para dispensar licitações e dar mimos aos governistas. Segundo a Wikipedia, “dos 150 cartões corporativos, o Portal Transparência, site oficial do Governo Federal, só divulgou os dados de 68 cartões.”

Com informações do Brasil 247, citando O Estado de S. Paulo; e da Wikipedia

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