Imperdível a entrevista que a apresentadora e jornalista de origem cubana Marlen Gonzalez fez com o ator Benicio del Toro no programa Primer Plano, do canal “41 Noticias”, de Miami. Benicio encarna, como se sabe, Che Guevara no filme Che, de Steven Soderbergh. A fita canta as glórias do Porco Fedorento. Marlen soma os dons do pensamento aos evidentes dotes da ventura. O homem começa “toro” e termina novilho. “Ah, mas ele é só um ator”. Errado! Esse rapaz andou cantando as glórias de Guevara mundo afora, com aquela frivolidade bem típica de certo tipo “engajado”.
Marlen dá início à entrevista indagando por que escolher Miami para lançar o filme, justamente uma cidade onde vivem tantos cubanos, vítimas do regime. “É uma provocação?” Toro balbucia uma negativa, um tanto apatetado. Marlen pergunta se uma fita exibindo o lado bom de Hitler não ofenderia 15 milhões de judeus e a memória de 6 milhões de vítimas. Assustado, ele diz que não crê que Guevara tenha feito campo de concentração. Pois é. Falta de informação, Toro. Vá estudar! O Porco criou o primeiro campo de trabalhos forçados da América Latina. Ela não deixa a peteca cair: “Estamos falando de assassinatos. Não é igualmente assassino quem mata um, cem, cem mil…” Toro, tadinho, tenta ainda uma saída: comparou Che a um general num campo de guerra…
Marlen lembra as opiniões favoráveis que Toro deu sobre Che e indaga se ela sabia que, à frente da prisão de La Cabaña, o dito revolucionário mandou fuzilar mais de 400 prisioneiros. E o que diz o valente? “Sabia. Muitos dos que foram fuzilados eram terroristas…” Não, atalha Marlen: “Noventa por cento eram presos de consciência. [morreram] Simplesmente por discordar do sistema nascente, por pensar diferente”. E ele: “Ah, não sabia disso”… E assim vai.
No arremate, Marlen lembra uma frase de Che: “A ação mais positiva e forte, independentemente de qualquer ideologia, é um tiro bem dado, no momento certo, em quem merece”. E presenteia o pobre Toro — àquela altura, só um bezerro gritando ‘mamãe’ — com o livro Guevara: Misionero de la Violencia, do historiador cubano e ex-preso político Pedro Corzo.
Sei lá por quê, o Blogger não está aceitando o link do YouTube. Para ver o vídeo, clique aqui. Imperdível.
Nenhum comentário:
Postar um comentário