by Deise Brandão
“Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.”
Essa frase, eternizada na canção de Geraldo Vandré durante os anos de chumbo, ainda ecoa como um chamado para quem se recusa a ser espectador da própria vida.
Nem sempre temos o tempo ideal. Nem sempre as condições são justas. Mas há uma força que brota quando, mesmo em meio ao caos, escolhemos agir. Fazer. Levantar. Dizer. Criar. Denunciar. Ou, simplesmente, existir com coragem.
Em tempos de espera eterna por justiça, por reconhecimento, por paz, essa máxima é um lembrete: quem sabe, quem sente, quem vive a urgência da transformação, não pode depender de que o mundo “autorize”.
A hora é agora — porque adiar a própria voz é deixar que outros escrevam a tua história com mãos alheias.
Fazer a hora é sobre romper o silêncio. É sobre colocar o café na mesa mesmo quando o dia amanhece cinza. É gravar o primeiro episódio do podcast mesmo com a câmera improvisada.
É falar de uma menina desaparecida quando a cidade inteira quer fingir que não viu. É sobre usar o que se tem. O espaço que se tem. A coragem que ainda restou.
Porque quem sabe que o tempo é cruel com quem espera demais, se levanta.Nem sempre com tudo pronto. Mas sempre com algo verdadeiro para dizer.
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