by Deise Bandão
Nunca fui boa em comemorar o Dia dos Namorados. Talvez por distração. Talvez por desencaixe. Ou quem sabe por não ter aprendido a esperar flores numa quarta-feira qualquer só porque o calendário mandou.
Já fui casada, ja namorei longo, ja vivi junto, já fiquei por ficar, já amei outras tantas, e ainda assim não guardo na memória um 12 de junho sequer que tenha ficado marcado como celebração. Nenhum jantar especial, nenhuma foto em moldura, nenhuma lembrança com laço vermelho. Mas isso não quer dizer ausência de amor — quer dizer outra forma de senti-lo.
Tem gente que ama no silêncio do café coado, no cuidado com o cobertor puxado de madrugada, no “me avisa quando chegar”. Tem amor que não precisa de reservas no restaurante, nem de surpresa com balões. Amor que mora na cumplicidade de uma conversa boba, no apoio que ninguém vê, na escolha de ficar mesmo quando tudo pede pra ir.
Hoje, 12 de junho, celebro todos os afetos que nunca foram postados, todos os companheirismos que não deram certo nem no inicio ou meio e que se encaminhou para o fim. Celebro os aprendizados, as pausas, os términos que me ensinaram sobre recomeços — inclusive comigo mesma.
Celebro, enfim, a maturidade de entender que o amor mais importante talvez não seja o que a gente encontra, mas o que a gente cultiva dentro, com o tempo e com verdade.
Se você tem alguém, que seja leve.
Se está só, que seja inteiro.
E se não tiver motivos pra comemorar hoje — tá tudo bem também.
Nem todo amor precisa virar data, notícia, selfie ou like. Mas todos precisam ser sentidos e vivenciados.
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