Trump durante a campanha pela Casa Branca JOHN LOCHER AP
Donald Trump afirmou nesta segunda-feira que irá conter os planos nucleares da Coreia do Norte. Pelo Twitter, rede social que o presidente eleito normalmente utiliza para divulgar qualquer tipo de apoio, temor ou guinada estratégica na política dos Estados Unidos, Trump reagiu à mais recente provocação do regime de Kim Jong-un e reclamou da ausência de cooperação por parte da China contra Pyongyang. “A Coreia do Norte acaba de declarar que se encontra na fase final de desenvolvimento de uma arma nuclear capaz de atingir áreas dos Estados Unidos. Não vai conseguir!”. Afirmou.
A frase, tão ambígua como categórica – o que já virou marca registrada de Trump –, permite várias interpretações, mas constitui no mínimo uma declaração de intenções de conter Kim. Poucos minutos mais tarde, em uma outra mensagem, ele se dirigiu ao gigante asiático: “A China tem recebido quantias imensas de dinheiro e de riqueza dos EUA em um comércio totalmente desequilibrado apenas para um dos lados, mas não vai ajudar contra a Coreia do Norte. Que beleza!”, alfinetou.
As declarações do próximo presidente dos EUA ocorrem depois que o líder norte-coreano anunciou na passagem do ano que o país está em fase final de preparação de um teste com um míssil balístico de alcance intercontinental. Apesar da condenação por parte do Conselho de Segurança da ONU, Kim deu demonstrações explícitas de que irá manter a sua expansão no terreno nuclear. O objetivo final é chegar à construção de mísseis de longa distância que permitam atingir o território norte-americano.
O próprio Trump gerou preocupação pouco antes da virada do ano ao afirmar, mais uma vez ambiguamente e em mensagem no Twitter, que os Estados Unidos deveriam “reforçar e ampliar enormemente sua capacidade nuclear até que o mundo se entenda em relação às armas nucleares”. A declaração aponta para uma virada na rota de não proliferação por parte da maior potência mundial.
A China tem sido uma espécie de obsessão de Trump como político. O empresário nova-iorquino apontou a potência asiática, ao lado do México, como uma das forças responsáveis pelas dificuldades por que passam os trabalhadores norte-americanos: a concorrência entre os países com mão-de-obra barata teria acabado com muitos empregos do setor industrial, normalmente mais bem remunerados do que o de serviços, por causa de alguns tratados injustos para com os interesses da primeira potência mundial. No período de transição, essas críticas prosseguiram.
Trump deixou Pequim irritada não só por falado ao telefone com a presidenta de Taiwan, ilha cuja soberania não é reconhecida pela China, mas também por ter atacado o país, perguntando em tom irônico se a China por acaso pede autorização aos EUA para desvalorizar sua moeda, erguer arranha-céus ou se expandir militarmente em sua área de influência. “Creio que não!”, disse.
O líder norte-coreano, por sua vez, aproveitou seu discurso de Ano-Novo para atacar também as manobras conjuntas realizadas todos os anos pelas forças militares dos EUA e da Coreia do Sul. A partir do próximo dia 20, quem ele terá pela frente, no caso dos EUA, será Donald Trump.
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