Um dos maiores casos de corrupção no Brasil, que ganhou repercussão internacional na época da ditadura militar, o Escândalo da Mandioca, será conhecido agora pelo jovem público num documentário sobre o assassinato do procurador da República Pedro Jorge de Melo e Silva, ocorrido há 35 anos, em Olinda, quando ele investigava a fraude que desviou cerca de R$ 34 milhões em valores atuais do Banco do Brasil para plantios que nunca aconteceram. O curta-metragem “Pedro Jorge: uma vida pela justiça” está sendo produzido pela Procuradoria Regional da República da 5ª Região, no Recife, em parceria com a Universidade Católica de Pernambuco (Unicap).
“Essa história nunca morreu. Talvez seja o único caso em que agentes da ditadura militar foram identificados, processados e presos durante o processo”, lembra Marques, em tempos de destaque da Lava Jato, o maior processo de investigação de corrupção no País.
Se estivesse vivo, o procurador estaria completando agora 70 anos. Na época do assassinato, deixou duas filhas pequenas, uma de dois e outra de cinco anos. O crime ocorreu na saída de uma padaria em Jardim Atlântico.
“O pistoleiro Elias Nunes Nogueira disparou três tiros contra o procurador, a mando do ex-major José Ferreira dos Anjos, um dos beneficiados pelo esquema de corrupção que estava sendo investigado por Pedro Jorge. Ele já vinha sofrendo ameaças dos denunciados e pressões para abandonar o caso, mas decidiu seguir em frente com seu trabalho e acabou morto”, lembra o Ministério Público Federal.
Segundo o MPF, o documentário tem a participação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, dos ex- procuradores-gerais da República Geraldo Brindeiro e Aristides Junqueira, do arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, da viúva de Pedro Jorge, Maria das Graças Viegas, e de suas filhas, Roberta e Marisa, entre outras personalidades.
by jconline
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