GLAMOUROSA ÉPOCA DA RUA DA PRAIA
Galeria Chaves, Casa Coelho, Masson, Casa das Sedas, Sloper (meu primeiro emprego na loja de discos com a Cristina uma vendedora cult da época), Casa Lyra, os cinemas, varejo Bromberg, Confeitaria Princesa ( o melhor cachorro quente do mundo!) , pertinho do Instituto de Artes, a Casa Louro, bailes do Club do Comércio, glamourosos tempos que nunca mais voltarão.
NA DÉCADA DE 1970, A RUA DA PRAIA TINHA FLORES E ERA LIMPA
Porto Alegre, de 1976, na época do prefeito Guilherme Socias Vilella.
A publicação era para divulgação da gestão do prefeito e de empresas que patrocinaram.
O calçadão da rua dos Andradas (Rua da Praia) possuía grandes vasos com flores, e era relativamente bem organizada, limpa.
Outra foto do mesmo material mostra também o piso, sem remendos.
Os quiosques esféricos de bancas de revista e os ‘orelhões’ em acrílico, de certa forma modernos e ousados para a época, ficaram somente na lembrança…
Mais uma foto da mesma época, retirada da capa de um guia antigo da CRT.
Foto em preto e branco aparecendo bem os quiosques de jornais e revistas esféricos (retirada do livro Porto Alegre, a Cidade e Sua Formação, Clovis Silveira de Oliveira):
PORTO ALEGRE NOS ANOS 1970
5 POINT´S GASTRONÔMICOS QUE MARCARAM OS ANOS 1980
JOE’S
O comandante da Varig Omar Silveira da Cruz fazia a rota Rio-Nova York em um Boeing 707.
Na metrópole americana, espantava-se com a popularidade das lanchonetes que serviam hambúrguer e milk shake.
Botou na cabeça que ia montar uma igual em Porto Alegre.
Em sociedade com dois amigos, importou todo o maquinário dos Estados Unidos. Em 1960, na Rua Ramiro Barcelos, inaugurou o Joe’s.
Provocou uma revolução.
O Joe’s era a moda, o sucesso.
Todo mundo fazia uma boquinha antes de ir para as casas noturnas.
O fechamento do Joe’s ocorreu no dia 4 de junho de 2011.
Anunciado para as 20h, teve de ser puxado para as 15h, porque os fãs, saudosos por antecipação, consumiram tudo o que puderam até o começo da tarde. O último proprietário, Luís Filipe Veiga da Costa, 44 anos, ficou comovido:
— Muita gente foi tirar fotos, inclusive comigo. Diziam: “Tenho de tomar o último milk shake”.
RIB’S
Há gente que atravessa Porto Alegre de uma ponta à outra só por causa de um milk shake.
Só para saborear a bebida na lanchonete The Best Food do Boulevard Strip Center.
A razão é que lá, no fim da cidade, operaa máquina que, no passado, produziu o famoso milk shake do Rib’s.
O The Best Food é, por si só, um monumento à saudade que o Rib’s deixou.
Fundado por ex-funcionários que compraram o maquinário da antiga rede, serve nas três filiais as mesmas receitas dos anos 1980.
— Estou para garantir que, na loja da 24 de Outubro, 80% da clientela é de antigos frequentadores do Rib’s — afirma Osvaldo Ribeiro da Paixão, 55 anos, um dos proprietários.
O Rib’s nasceu em 1974 e virou uma instituição para a magrinhagem dos anos 1980 na Capital.
Durou até 2002. Um dos aficionados era o cineasta José Pedro Goulart, de 51 anos, autor do livro Confissões de um Comedor de X.
— O Rib’s praticamente inaugurou para o pessoal da minha geração a lanchonete que servia hambúrguer à maneira americana.
Na cabeça de um jovem de 18 anos, era um restaurante chique que servia hambúrguer. Era o X com status. Quando um espaço como esse fecha, é uma parte da história da cidade que se perde — afirma Goulart.
PAGODA
No fim de cada noite, depois de servir frango à xadrez e barbatana de tubarão aos seus clientes, o senhor Woodah Tong fechava o Restaurante Pagoda, na Protásio Alves, e seguia até o bairro Menino Deus.
Terminava o dia em uma churrascaria, saboreando um típico assado gaúcho.
— Só comida chinesa não dá — explicava.
Quem relata a história é o fotógrafo Flavio Del Mese, frequentador do restaurante.
A partir do final dos anos 1970, Flavio reunia-se uma vez por semana com um grupo de amigos no Pagoda.
Conta que Tong não os deixava escolher os pratos. Olhava para a cara dos fregueses e decidia por si mesmo qual o mais adequado. Flavio faz uma revelação que pode espantar os muito apaixonados pela comida do extinto Pagoda (fechou em 2011): a mulher do dono, que preparava os pratos, não era chinesa. Era japonesa.
SANDUÍCHE VOADOR
O Sanduíche Voador, como o nome sugere, nasceu para ser uma telentrega de sanduíches.
O serviço a domicílio não deslanchou.
O que a clientela queria era aproveitar o ambiente do local, na Praça Dr. Maurício Cardoso, no Moinhos de Vento.
Aos poucos, a proprietária, Doris Grossman, e sua filha, Ana, criaram no Sanduíche um restaurante inovador.
As particularidades eram muitas, incluindo a decoração despojada, com louças diferentes para cada mesa. Os garçons, em geral estudantes que trabalhavam poucas vezes por semana, adicionavam um ingrediente de informalidade ao serviço. A originalidade se estendia à comida, com pratos do dia que não se repetiam por anos a fio. Os sábados eram especiais: uma figura da sociedade era convidada a se assenhorar da cozinha e preparar os pratos.
O Sanduíche fechou em 2009.
FLORESTA NEGRA
O freguês do Restaurante Floresta Negra pediu um filé capa preta.
— O que o senhor vai beber? — perguntou o proprietário, Fredolino Schirmer.
— Uma Coca-Cola.
Fredolino fez de conta que não ouviu, esperou algum tempo e repetiu a pergunta:
— O que o senhor vai beber?
— Coca-Cola.
O dono perdeu a paciência.
— Com o meu filé capa preta ninguém toma Coca-Cola! — vociferou.
E expulsou o cliente do restaurante. Não foi um caso isolado.
O Floresta Negra era famoso pela rispidez do seu dono.
Mas era mais famoso ainda pelas delícias da cozinha alemã, preparadas pela mulher de Fredolino, Christa.
— Realmente, marcou época, nos anos 1970 e 80. Fredolino parecia rude, mas era o jeito alemão dele.
By Enio B.
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