quinta-feira, 7 de agosto de 2014

'Pai não tirou menino da cerca de tigre porque achava graça', diz jovem

Criança atacada pelo animal no zoo de Cascavel teve o braço amputado.

Pai disse em depoimento na polícia que estava cuidando do outro filho.

Do G1 PR, em Cascavel
A estudante Letícia Monteiro Mondin estava no zoológico de Cascavel, no oeste do Paraná, na quarta-feira (30), e viu o menino de 11 anos brincando com o tigre pouco antes de ele ser atacado.  Para Letícia, o pai foi omisso ao deixar a criança pular a cerca e ficar próximo do animal. "Ele pulou a cerca e ficou de frente com o tigre. O pai conversou com a gente e disse que a mãe do garoto não tinha acreditado que ele tinha passado a mão no leão, e nos mostrou a foto. Todo mundo que estava lá tentou alertar, mas o pai achava graça e não tirou o menino", diz a estudante. Após o ataque, a criança passou por uma cirurgia e precisou ter o braço direito amputado.
A mãe do garoto mora em São Paulo e chegou no fim da tarde desta quinta-feira (31) ao Hospital Universitário. Ela entrou por uma porta lateral e não falou com a imprensa.
"Eu falei para ele ter cuidado, que poderia levar uma mordida, mas ele me disse que já tinha passado a mão na suçuarana e continuou pulando de um lado para o outro achando que o tigre estava brincando com ele", disse a estudante.
Em entrevista realizada na manhã desta quinta-feira, o delegado Denis Merino, que investiga o caso, deu detalhes sobre o depoimento do pai, colhido na quarta. "O pai do menino disse que estava cuidando do outro filho dele, de três anos, que reside aqui em Cascavel, quando o maior, de 11 anos, se desvencilhou e estava nas proximidades. Tão logo ele percebeu que o animal atacou a criança, ele o socorreu", afirmou o delegado.
Ainda segundo Merino, a guarda patrimonial e testemunhas ainda serão ouvidas. "O código penal prevê que, quando o responsável legal é omisso, ele responde pelo resultado – no caso, o resultado foi uma lesão corporal grave. O pai e a guarda patrimonial – que deveria guardar o local para evitar o acesso de qualquer visitante naquela área – podem responder pelo crime de lesão corporal. A pena é de 2 a 5 anos", disse.
A estudante disse que viu guardas patrimomiais durante o tempo em que passou no zoológico "Eu vi, mas poucos. Acho que eles estavam na guarita, mas acredito que se eles tivessem visto, expulsariam a criança".
O diretor da Guarda Municipal de Cascavel, Lauri Dallagnol, disse que o guarda do patrimonial não viu o garoto na área restrita porque estava fazendo ronda em outro local do zoológico. “Ele estava fazendo ronda no recinto dos macacos. Ele cuida de três recintos, então ele vem, faz a ronda neste local e vai para outro, faz a ronda e volta. Ele só viu a situação depois do fato consumado”, explicou.
Segundo o veterinário do zoológico, as grades são seguras. “O recinto atende as todas as especificações técnicas do Ibama, tanto para animais, quanto para os visitantes. A grade de 1,50 m está na norma técnica. O que aconteceu foi uma fatalidade”.

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