"To stalk" vem do inglês, que quer dizer perseguir.
Nesse sentido, o crime de stalking é perseguir alguém, reiteradamente
e por qualquer meio, ameaçando-lhe a integridade física ou psicológica,
restringindo-lhe a capacidade de locomoção ou, de qualquer forma, invadindo ou
perturbando sua esfera de liberdade ou privacidade.
Em abril deste ano, a prática de stalking (perseguição) foi tipificada na lei 14.914/21. A norma alterou o Código Penal e prevê pena de reclusão de seis meses a dois anos e multa para esse tipo de conduta.
Quais as características de um
stalker?
De acordo com a advogada Laís Lopes, o stalker/perseguidor é uma
pessoa discreta, comum, que convive com diversas pessoas. A advogada diz que o
stalker pode, até mesmo, acreditar que não esteja fazendo mal nenhum. "Por
isso é difícil de ser identificado", afirma. Mesmo assim, a
especialista orienta que a vítima não tente resolver o problema por conta
própria.
Quando procurar ajuda?
No relato de Re Meirelles, ela diz que no começo não deu muita
importância ao tema; só foi tomar ciência da gravidade quando a perseguição já
havia se acentuado.
A advogada Laís Lopes, então, alerta o seguinte: "quando a pessoa
for perseguida, a ponto de sentir medo, angústia, ter que trocar sua rotina...
é hora de buscar ajuda. Não deixe passar muito tempo, porque a tendência é
piorar".
Laís diz que a procura por um advogado especializado por ajudar no
processo. Caso não seja possível, é hora de buscar a polícia: "o
importante é que você denuncie e não negligencie".
A advogada também explica que a vítima não deve entrar no "jogo do stalker"; isto é, ela não deve ter medo de tomar alguma atitude. É muito comum que as vítimas, ao serem paralisadas pelo medo, comecem a ser manipuladas e ameaçadas pelo stalker. Caso entre no jogo de ameaças e manipulação, a advogada enfatiza que fica cada vez mais difícil tomar alguma atitude, porque a vítima "já está psicologicamente abalada".
O que a lei traz de novo?
Laís Lopes explica que a lei inova ao criminalizar a prática de perseguição
para proteger as vítimas. Agora, é possível conseguir uma medida protetiva
contra o stalker que a vítima sequer conhece. "Tem uma função didática
essa lei", afirmou.
"Embora seja uma pena pequena, que pode ser aumentada, essa lei possibilita uma maior proteção à vítima, que pode pedir medida protetiva mais facilmente, mesmo sem sequer conhecer o stalker".
Por: Redação do Migalhas
Atualizado em: 23/8/2021 16:11
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