terça-feira, 1 de março de 2022

Ucrânia


Por Inocêncio Uchôa (*)




    Nunca foi tão verdadeira a profética afirmação de Mao Tsé Tung, segundo a qual os EEUU são um tigre de papel. O presidente Putin executou mais um passo de quem já ganhou a guerra: reconheceu como independentes as províncias ucranianas de Lugansk (escreve-se Luhansk) e Donetz, no leste daquele país, onde vive um grande número de russos, seus filhos e descendentes.
    Elas sempre fizeram oposição ao governo do comediante fascista e atual presidente do país, e, com esse reconhecimento, receberão assessoria militar e apoio bélico para seu objetivo de tornarem-se repúblicas independentes.

I    sso adiciona mais dificuldades para o projeto imperialismo Yankee, que atraves do governo fantoche da Ukrania, pensava:
        a) dificultar a inevitável aproximação da Europa central e do leste com a Rússia, de quem compram o gás necessário à sobrevivência de sua população, em especial a Alemanha, que acaba de finalizar a construção de um super gasoduto ligando os dois países, mas também a Moldávia, a Romênia, a Polônia, a Transnistria e os países do Mar Báltico;
        b) implantar bases militares nucleares nas barbas de Moscou, lembrando que a Ucrânia tem uma experiência razoável com o assunto, pois era lá que se situava a usina nuclear de Chernobyl;
     c) tentar neutralizar a importantíssima base naval russa de Sebastopol na Crimeia, sob cujo comando estão dezenas de submarinos nucleares de última geração.

    Só tem alguns problemas:

        a) os EEUU não terão o apoio subserviente de boa parte dos países da Europa central, cujas populações não estão aceitando mandar seus filhos pra morrer numa guerra de interesse dos grandes capitais internacionais;
      b) o decadente imperialismo não tem onde conseguir força militar e financiamento para uma guerra dessas proporções; 
         c) a Rússia tem o apoio econômico e militar da China, a maior potência econômica e tecnológica da atualidade.
    A verdade é que a arrogância americana na imprensa mundial não passa de bravata para disfarçar o fracasso do neoliberalismo em implantar o projeto nazi-fascista ao sul da Rússia e na importante região do Mar Negro. Hasta siempre.

(*) Inocêncio Uchôa é juiz do Trabalho aposentado e advogado. Integrante da ABJD (Associação Brasileira de Juristas pela Democracia).

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