sexta-feira, 1 de junho de 2018

Petrobras eleva preço da gasolina nas refinarias após 5 quedas seguidas


Preço do litro subirá 0,74% a partir desta quinta-feira

(31), passando de R$ 1,9526 para R$ 1,9671.


Por Darlan Alvarenga, G1

Após 5 cortes seguidos, a Petrobras anunciou nesta quarta-feira (30) uma elevação no preço da gasolina nas refinarias. O preço do litro da gasolina subirá 0,74% a partir desta quinta-feira (31), passando de R$ 1,9526 para R$ 1,9671.
O último reajuste tinha sido anunciado na segunda-feira, quando houve redução de 2,84% no preço da gasolina. Em maio, já foram anunciadas 13 altas e 6 quedas no preço da gasolina.
Já o preço do diesel segue congelado em R$ 2,1016. Na quarta-feira da semana passada, a estatal reduziu em 10% o valor do combustível, comprometendo-se a manter o valor por 15 dias.
O repasse do corte para o valor pago pelos consumidores nas bombas depende dos donos dos postos. Os últimos cortes anunciados pela Petrobras não foram sentidos pelos consumidores, uma vez que o abastecimento no país ainda não foi normalizado e a distribuição continua sendo afetada pelos protestos dos caminhoneiros.
Evolução dos preços cobrados pela Petrobras nas refinarias (Foto: Reprodução/Petrobras)
A Petrobras adotou novo formato na política de ajuste de preços em 3 de julho do ano passado. Segundo a nova metodologia, os reajustes acontecem com maior frequência, inclusive diariamente, refletindo as variações do petróleo e derivados no mercado internacional, e também do dólar. Desde o início do formato, o preço da gasolina comercializado nas refinarias acumula alta de 49,71% e o do diesel, valorização de 55,09%, segundoo Valor Online.

Preços do diesel congelados nas refinarias

A Petrobras anunciou na semana passada que o preço do diesel comercializado em suas refinarias ficará inalterada por 15 dias, até 7 de junho. Após essa data, será aplicado o novo programa anunciado pelo governo, que prevê redução de R$ 0,46 no preço do litro por 60 dias e reajustes mensais após esse prazo.
Levantamento divulgado na semana passada pela Agência Nacional do Petróleo, do Gás Natural e dos Biocombustíveis (ANP) mostrou que o preço médio do diesel e da gasolina continuaram a subir nas bombas, mesmo com as redução de preços nas refinarias.
O avanço do preço do diesel nos postos foi de 5,3%, passando de R$ 3,595 por litro para R$ R$ 3,788 na semana encerrada no dia 25. Já em relação ao preço médio da gasolina houve aumento de 3,52%, com o valor passando de R$ 4,284 por litro para R$ 4,435 em média. Foi o maior aumento semanal dos preços da gasolina desde julho de 2017, quando o governo anunciou o aumento dos impostos sobre os combustíveis.

Política de preços da Petrobras sob pressão

O presidente Michel Temer afirmou nesta terça-feira (29), durante entrevista à emissora oficial TV Brasil, que pode reexaminar a política de preços da Petrobras. Na entrevista, Temer primeiro afirma não querer alterar a política da estatal. Em seguida, se refere à possibilidade de reexaminá-la.
O Palácio do Planalto divulgou nota nesta quarta-feira (30), entretanto, na qual afirmou que o governo vai “preservar” a política de preços da Petrobras.
A política de preços da Petrobras é um dos pontos criticados pela greve dos caminhoneiros e dos petroleiros. Desde julho do ano passado, a estatal promove os reajustes com base na variação do dólar e dos preços do petróleo no mercado internacional, e os preços para os consumidores dispararam bem acima da inflação.
As ações da Petrobras desabaram nos últimos dias e a companhia perdeu o posto de maior companhia da Bolsa em valor de mercado. A decisão de congelar o preço do diesel foi analisada pelos especialistas como um sinal de que a petroleira cedeu a pressões políticas e perdeu credibilidade.
Em oito pregões, desde o início da greve, a empresa chegou a perder R$ 126 bilhões. Nesta terça-feira, entretanto, as ações da petroleira fecharam em alta de 12%, recuperando parte das perdas dos últimos dias.
Por volta das 13h20, as ações preferenciais da Petrobras subiam 1,81%, enquanto o Ibovespa tinha alta de 0,8%.

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