by Deise
Tenho repetido à meus filhos que chegou a hora deles atirarem nos patos. A mim hoje, cabe apenas remar. Porém desisto de entender os valores,
critérios e ética desta geração. Geração saude foi a nossa.
Que nao eramos escravos do belo corpo, do manequim 38. e nem conheciamos o Dr. Stress.
Isso era quase palavrao.Apenas eramos felizes, e nossa maior preocupação era nao engravidar. O maior crime que poderiamos cometer era ser mae solteira.
eu fui.
Isso dentro da "familia", era considerado "crime hediondo".
Confesso, foi a melhor escolha que fiz.
Assumir o estigma da época me custou bem menos. Casar teria custado minha vida que foi e é emocionante.
Vejam a diferença de realidades.
Nao eramos preguiçosos, nosso grande final de semana era ir de carona pela free way, acampar em Tramanda. Nos contentavamos com tao pouco.
Ao contrario da atual geração, e isso inclui meus filhos,
nós eramos os malucos belezas. mas jamais abrimos mao de nossa sanidade.
Fazemos ate hoje questão de manter a " loucura controlada".
A atual acha bonito ser sem noção, viver do me "esqueci, nao sabia, nao pensei, nao achei", e no final a famosa, "me desculpa. NAO VAI ]mais acontecer".....novas.
A atual geração é individualista, esquece de onde vieram, nao lembram quem os carregou até aqui, cospem verdades paranoicas, tiradas de livros.
A iniciativa é minima para arriscar e falar por si.
Nao tem herois.
Nao tem quem imitar.
Percebo que estao perdidos desde a dolescencia e nao encontram o caminho.
Sao embarulhados, criam problemas imaginarios e se deixam devorar por eles.
Nao sabem o que fazer com a vida e nao os vejo feliz nunca.
Por mais que tenham, ha um vazio dentro da geração
. Nao é os meus, nao é os dos outros. ´
É todos.
Os que fizeram algo, sao profissionais mediocres, que sequer entendem sua importancia no mundo. Deisisti de entender a questao que fazem de aparecerem pelo ruim, pelo comum, pelo todos sempre igual.
Nao desejam a notoriedade
O diferente.
Poderia pensar que azar o deles.
Jamais saberao a delicia que é saber que deram seu melhor, e deitar diarimente com a sensaçao do dever cumprido.
Jamais conhecerao a verdadeira Paz.
Tristemente constanto que eu que nada sou, jamais tive, e com meu conhecimento, coragem e determinação dei o mundo a meus filhos.
Dei todas, quando digo todas, entendam todas as informações que possuo.
E acreditem, nao sao nem um pouco raras.
Sempre falei com meus filhos como adulto. Ensinei desde argumentos, fincar pedra e fazer um habeas corpus.
Ensinei que este é o unico documento que nao precisa de advogado.
Falei tudo que se pode falar.
Nao sei nem se deveria. conhecem a cidadania, o que significa. conhecem certo, errado. Responsabilidade. comprometimento.
Ensinei que no meu tempo, a casa, era a casa da familia. ensinei estas coisas por 24horas.
Me desculpe Deus, é pouco demais, para quem deu tanto.
Na verdade, o senhor sabe, que eu dei tudo que tinha.
E se nao foi o melhor, foi o absolutamente TUDO que eu tinha para dar.
Com o conhecimento que possuia.
E hoje nao sei o que dizer de meus filhos. Apenas nao reconheço as pessoas que foram criadas por mim. Nao por fatos chocantes. Alguns mate bem chocantes. Mas nao falo do que fazem.
Falo do que são.
Nao estou conseguindo aceitar, que depois de tudo que fiz, andar por todos os lugares que andei, ter dado tantas asas para eles voarem, eu ter que me contentar, que tudo poderia ser pior:
Considero pouquissimo.
E contesto a justiça divina. Coisa que nao costumo fazer.
Penso que se o senhor tem um proposito para mim, e ele com certeza é bom, nao devo questionar os meios.
Ha coisas que eu aceito. E mudo eu perante a situação.
Mas esta é um das quais nao depende de mim, e nao foi por negligencia ou falta de interesse.
Estou com muitas dificuldades, de entender e aceitar que meus filhos nao são especiais.
Nao sao diferentes, mesmo eu tendo criado uma receita totalmente diferente de uma familia "Doriana".
Eles sao iguais. Sao comuns. Nao me surpreendem. Nem preechem a minhas expectativas.
Que foi uma só por 30 anos: que fossem felizes, independente das escolhas que fizessem.
No entanto nao vejo alegria, nem felicidade.
Vejo apenas um dia apos o outro.
E eu aos 50 anos, continuo achando formas de usar muito giz de cera na minha vida.
Principalmente quando esta tudo preto e branco.
Como agora.
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