quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Britânica trabalha como testadora de produtos eróticos


Cara Houiellebecq tem escritório com cerca de 2 mil brinquedos sexuais.
Profissional atua na área há 5 anos e ganha cerca de 15 mil libras por ano.

Do G1, em São Paulo

Cara trabalha como testadora de sex toys (Foto: Mike Jones/Caters News)

Em nome de seu trabalho, a testadora de produtos eróticos britânica Cara Houiellebecq tem cerca de 2 mil brinquedos sexuais em seu escritório e cerca de 15 orgasmos por semana. Por ano, ela ganha cerca de 15 mil libras (cerca de R$ 57.300), segundo o jornal "DailyMail". Cara tem 33 anos e é mãe de dois filhos.

O trabalho de Cara consiste em testar os brinquedos das empresas e depois postar resenhas em seu blog. Ela seu tornou uma blogueira erótica há cinco anos e passa sete horas por semana testando os produtos.

De quatro a cinco vezes por semana, novos brinquedos chegam para a blogueira. "Os brinquedos sempre foram uma parte da minha vida sexual privada. Comecei a escrever sobre a minha vida sexual e tive a ideia de começar a testar os brinquedos sexuais", disse ela ao jornal britânico "DailyMail".

"É um ótimo trabalho. Antes eu trabalhava em um banco, e nunca voltaria. Agora, nunca é chato", afirmou Cara.

Cara começou o blog com seus próprios comentários sobre os brinquedos e passou a ter muitos acessos. "Aos poucos, as resenhas começaram a ter mais acessos e uma empresa de brinquedos eróticos queria que eu trabalhasse para eles", disse. Agora, os fabricantes e vendedores perguntam se podem mandar seus produtos para ela.

"Meus amigos gostam de me perguntar sobre os brinquedos. Eu sou a pessoa que conhece os melhores e quais são os mais baratos".

terça-feira, 5 de agosto de 2014

PSOL, PSTU e PT comandam sindicatos ligados a black blocs

Levantamento mostra que 61 filiados a PSOL, PSTU e PT ocupam cargos de dirigentes do Sindipetro, do Sepe e do Sindsprev no Rio

Daniel Haidar, do Rio de Janeiro
Após ser presa no RS, Sininho embarcou para o Rio na tarde de sábado
A black bloc Sininho (TV RBS/Reprodução/VEJA)
Um levantamento realizado pelo site de VEJA nos registros partidários do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostra que 61 dirigentes filiados a PSOL, PSTU e PT comandam sindicatos responsáveis pelo financiamento de manifestações que tiveram participação de black blocs no Rio de Janeiro. A ajuda financeira dessas organizações sindicais foi relatada por testemunhas e investigados na Operação Firewall da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI).
Os sindicatos foram associados pela polícia a 23 black blocs, que respondem na Justiça por associação criminosa. São eles: o Sindicato dos Petroleiros do estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ), o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe-RJ) e o Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho e Previdência Social (Sindsprev-RJ). Todos negam ter patrocinado atos criminosos e afirmam que a polícia tenta criminalizar o movimento sindical. 

Dirigentes por partido

PSOL34
PT14
PSTU13
PCdoB7
PDT3
PRP1
PSC1
DEM1
Dos quarenta dirigentes do Sindsprev, pelo menos dezoito são filiados ao PSOL, o que inclui os três sindicalistas no comando da secretaria de finanças. E recursos do sindicato já foram utilizados em campanhas do partido, de acordo com gravações de conversas telefônicas flagradas da deputada estadual Janira Rocha (PSOL), ex-diretora do Sindsprev. Janira, aliás, nunca pareceu se preocupar com sua ligação com os vândalos mascarados. Há duas semanas, ela ajudou a advogada Eloisa Samy, uma das ativistas com mandado de prisão preventiva expedido por organizar atos violentos, a fugir de cerco policial no Consulado do Uruguai no Rio de Janeiro. Outros cinco dirigentes do Sindsprev são do PCdoB.
No Sindipetro, cinco diretores são filiados ao PT e outros cinco ao PSTU – entre eles Claiton Coffy, secretário do diretório regional do PSTU no Rio de Janeiro. Já o Sepe, que representa professores, possui dezesseis diretores filiados ao PSOL, outros nove ao PT, e sete ao PSTU. 
Desde a morte do cinegrafista Santiago Andrade, a polícia investiga se partidos contribuíram com dinheiro para estimular quebra-quebra em manifestações. A suspeita foi mencionada em depoimento de Caio Silva de Souza, preso por lançar o rojão que matou o cinegrafista. A hipótese voltou à tona com a Operação Firewall, porque os investigadores reuniram evidências de ajuda financeira fornecida por sindicatos a manifestantes violentos. 
O diretor de finanças do Sindipetro-RJ, Francisco Soriano de Souza Nunes (sem partido), diz que o sindicato, que tem cerca de 5.500 filiados e arrecadação superior a 11 milhões de reais em 2013, precisa contribuir para reivindicações populares legítimas por um "compromisso moral". "Se eu fizer campanha entre filiados e pedir mais recursos para apoiar o avanço social do Brasil, conseguirei. É um compromisso moral que nós temos", afirmou Nunes.
Mas Nunes não sabe explicar como evitar que a contribuição do sindicato acabe ajudando manifestantes interessados em promover a destruição do patrimônio público e privado. A Polícia Civil do Rio de Janeiro sustenta que 23 acusados na Operação Firewall participavam de maneira violenta de protestos e planejavam crimes na data da partida final da Copa do Mundo, em 13 de julho – alguns deles foram presos na véspera.
No inquérito da operação policial, a testemunha Rosângela de Brito Ferreira relatou à polícia que obteve dinheiro no Sindipetro "para compra de quentinhas, passagens e material para confecção de cartazes". Ela disse que os recursos eram entregues diretamente para Elisa Quadros, a Sininho, considerada pela polícia uma das líderes dos baderneiros. A polícia suspeita que Elisa e o ex-namorado Luiz Carlos Rendeiro Júnior, o Game Over, eram responsáveis pela contabilidade dos manifestantes. De acordo com Rosângela, durante invasão da Câmara Municipal do Rio de Janeiro no ano passado, foram compradas 300 quentinhas para o almoço e 300 para o jantar. Ela disse ainda que Jair Seixas Rodrigues, o "Baiano", era ligado ao Sindipetro e recrutava pessoas para manifestações em troca de pagamento. 
"Baiano" foi investigado pela polícia e, em depoimento, afirmou que pediu e recebeu quentinhas do Sindipetro-RJ para manifestantes. De acordo com as investigações, ele recebeu dinheiro do sindicato para arregimentar manifestantes e transportar black blocs no violento protesto contra o leilão do campo de Libra, maior reserva de petróleo da camada pré-sal do país. 
Já se sabe também que houve ajuda no fornecimento de refeições pelo Sepe, sindicato com mais de 30.000 filiados, para os manifestantes, de acordo com conversa telefônica de Sininho, gravada com autorização judicial. Em 9 de junho deste ano, ela menciona que fez contato com sindicatos como Sindipetro e Sepe para obter cem "quentinhas" para índios da "Aldeia Maracanã". Outro investigado marcava reuniões no Sindsprev. 
Christiane Gerardo Neves, uma das integrantes da diretoria de finanças do Sindsprev, defende o fornecimento de refeições para manifestações. Ela acusa a polícia de ser responsável por atos violentos em manifestações e chama de "peça tragicômica" o processo originado pela Operação Firewall. "Só vejo baderna com participação dos policiais. Esse processo é uma peça tragicômica de extremo mau gosto", afirmou. O sindicato tem mais de 24.000 filiados e arrecada cerca de 1 milhão de reais por mês, de acordo com Christiane.
by Veja

Presidente da RBS anuncia 130 demissões como expressão de coragem e desapego

Presidente do maior grupo midiático do sul do país anunciou demissões de 130 funcionários como expressão de inovação, coragem, energia e desapego.


Da Redação

RBS/Divulgação

Porto Alegre - O presidente executivo do grupo RBS,  Eduardo Sirotsky Melzer, anunciou nesta segunda-feira que demitirá 130 profissionais da empresa na próxima quarta-feira (6), especialmente na área de jornais. Segundo o portal Coletiva.Net, de Porto Alegre, o anúncio foi feito durante uma videoconferência de uma hora aos "colaboradores" da RBS, o maior grupo midiático do sul do país. Melzer negou que a empresa passe por dificuldades financeiras, apesar da queda de circulação de dois de seus principais jornais, Zero Hora e Diário Gaúcho. Ao anunciar a decisão, o executivo classificou-a como uma expressão de inovação, "coragem, energia e desapego para deixar de fazer coisas que não agregam e investir no que pode nos fazer crescer".
 
Em uma carta dirigida aos "colaboradores" da empresa, Melzer diz que as "empresas que têm a coragem de se posicionar mo mundo novo sairão fortalecidas". "Quero convidar todos vocês a romper paradigmas, quebrar barreiras", afirma ainda o executivo ao anunciar as demissões. E acrescenta: "Não estou de forma alguma insensível ao impacto que demissões geram na vida das pessoas e da própria empresa, porém acredito que tanto os profissionais quanto as empresas precisam repensar o modo como atuam". Melzer não detalhou de que forma os demitidos devem repensar o modo como atuam.

Segue a íntegra da carta enviada aos funcionários da RBS:

Caros colegas,

Escrevo para reforçar a mensagem que compartilhei com vocês nesta segunda-feira, em videoconferência, e para detalhar minha visão em relação ao futuro da nossa empresa, pois quero manter entre nós um ambiente de clareza e transparência.

As transformações radicais e a velocidade impressionante pelas quais a indústria da comunicação tem passado exigem energia e dedicação para entender o momento e também coragem para promover os ajustes que precisam ser feitos para continuarmos crescendo.

Mudar não é opcional. É vital para o nosso projeto empresarial. 

O cenário atual apresenta realidades paradoxais. Por um lado, os modelos tradicionais estão altamente desafiados. Por outro, o avanço tecnológico e a forma de consumir mídia nunca geraram tantas oportunidades e tanta abertura para a inovação como nos dias de hoje. Aquelas empresas que têm a coragem de se posicionar no mundo novo sairão fortalecidas.

Nesse sentido, acredito muito na relevância dos nossos produtos, no jornalismo de qualidade, na comunicação e no desejo cada vez maior por conteúdo de entretenimento diferenciado. As necessidades continuarão existindo. O que muda é a forma como serão atendidas. Se queremos continuar crescendo temos de nos reinventar imediatamente, investindo em atividades e negócios que geram resultados positivos e deixando de fazer o que não agrega para nossa empresa e para o mercado.

Quero convidar todos vocês a romper paradigmas, quebrar barreiras e colocar a RBS cada vez mais no grupo das empresas vencedoras, daquelas empresas que constroem oportunidades de mercado para se posicionar e conquistar a liderança.

Teremos uma semana intensa pela frente, pois na quarta-feira faremos cerca de 130 demissões, de um universo de 6 mil pessoas, com o objetivo de buscar produtividade e maior eficiência. São cortes que precisam acontecer, principalmente na operação dos jornais. Não estou de forma alguma insensível ao impacto que demissões geram na vida das pessoas e da própria empresa, porém acredito que tanto os profissionais quanto as empresas precisam repensar o modo como atuam.

O Grupo RBS emprega milhares de pessoas. Não promover mudanças seria uma irresponsabilidade com estes profissionais, um erro com todos vocês, além de um descaso com nossos clientes e com o nosso projeto de futuro, que já está em andamento.

É importante destacar que a RBS não passa por uma crise financeira. Ao contrário. Estamos investindo e redesenhando a nossa operação, buscando velocidade e desprendimento que são vitais para a preservação do nosso projeto empresarial.

Fizemos, nos últimos 12 meses, uma análise muito detalhada de todos os nossos negócios e atividades. Eu me envolvi pessoalmente nesse processo. A partir do que vimos, fizemos investimentos importantes que ajudam a deixar clara a nossa crença no negócio.

Dobramos as equipes dedicadas ao digital, tanto nas redações quanto no Tecnopuc, e triplicamos os investimentos nesta área. Até o fim do ano, só no Tecnopuc, em Porto Alegre, teremos quase 100 profissionais trabalhando exclusivamente na criação de soluções digitais para nossos produtos, em especial para os jornais.

Os 50 anos de Zero Hora marcaram o início de uma grande renovação do jornal, que agora começa a ser replicada em outros veículos. Inovamos na organização do conteúdo e criamos novos espaços para fortalecer o vínculo com o leitor. A partir de amanhã, Diário Catarinense, A Notícia e Jornal de Santa Catarina entram também nessa nova fase.

Na TV, teremos nesse ano as 18 emissoras com equipamentos totalmente renovados e tecnologia de última geração, cobrindo com sinal digital o Rio Grande do Sul e Santa Catarina antes do prazo determinado pelo governo federal.

Em rádio, nosso alcance cresceu com o lançamento da Gaúcha Serra, da Gaúcha Santa Maria e da Gaúcha Zona Sul. O rádio também tem feito um excelente trabalho na internet.

Na e.Bricks, nossa empresa digital criada há três anos em São Paulo, lançamos o Early Stage, um fundo para impulsionar ideias em tecnologia – um negócio contemporâneo que atrai empreendedores em busca de parceria para crescer. O fundo deve chegar ao final do ano com 16 empresas no portfólio.

Também na e.Bricks, ampliamos a operação da Wine, que já é a maior empresa de vinhos online do mundo, tanto que estamos agora preparando sua entrada no mercado internacional. E muitos de vocês que já são sócios da Wine agora poderão também ser da Have a Nice Beer, o maior clube online de cervejas da América Latina, que está vindo para o Grupo.

Gostaria ainda de citar dois exemplos de inovação e empreendedorismo que marcam a nossa gestão. O primeiro é o HypermindR, um centro de pesquisa no Rio de Janeiro, que vai desenvolver softwares para medir hábitos do consumidor. E o segundo diz respeito ao nosso modelo de gestão de pessoas, baseado na meritocracia. As ferramentas que desenvolvemos para dar mais transparência aos planos de carreira tornaram-se benchmark para muitas empresas e agora serão disponibilizadas ao mercado através da Appus, um negócio que nasceu aqui, dentro do RH.

Temos apoio dos acionistas nas nossas decisões e temos também pessoas qualificadas e comprometidas, recursos financeiros, solidez de caixa, coragem, energia e desapego para deixar de fazer coisas que não agregam e investir no que pode nos fazer crescer.

Na próxima sexta-feira, vou apresentar aos líderes da empresa a Carta Diretriz, um documento que reforça na RBS princípios como simplicidade, produtividade e eficiência, qualidade, inovação, crescimento sustentável e meritocracia. Tenho dito que somos uma empresa em beta. Isso significa que nosso processo de transformação será contínuo e permanente. 

Como presidente, tenho compromisso com os acionistas, com a história da nossa empresa, com o nosso público e os nossos clientes.

Estou motivado, principalmente, pela grande confiança que tenho no trabalho e no comprometimento de cada um de vocês.

Vamos em frente!

Duda

Créditos da foto: RBS/Divulgação

Saia da Matrix! A (De)formação jurídica como máquina de produção de cegueira normativa



Por Salah H. Khaled Jr. e Alexandre Morais da Rosa


Sessenta alunos aborrecidos escutam enquanto o professor – sentado em uma mesa que claramente o diferencia de seus pupilos – lê de forma magisterial um código comentado, dispositivo por dispositivo. O tédio impera, mas o foco pragmático no objetivo garante que não abandonem o curso. Afinal, serão formados em Direito, o que significa que poderão disputar inúmeros concursos.
Em outro lugar, o professor alegremente expõe todos os “macetes” necessários para que os alunos eventualmente obtenham sucesso e efetivamente consigam fazer parte da máquina burocrática judicial: L I M P E, P I L, (C)orno (N)unca (J)ulga (possui 15 letras) e assim por diante. Diz a lenda que até “ai se eu te pego” rola. Os alunos alegremente se divertem com o espetáculo circense protagonizado pelo professor e sinceramente acreditam que caminham a passos largos para um futuro de sucesso.
As cenas acima descritas são comuns nos mais distantes recônditos do país, nas milhares de salas de aula em que o processo de (de)formação jurídica acontece diariamente. A graduação em Direito acaba sendo constituída pelo estudo sistemático de dispositivos legais e dos macetes necessários para decorá-los. Tudo isso em palestras regularmente ministradas por anos a fio. Alguns professores são péssimos palestrantes e outros são verdadeirosentertainers travestidos de educadores. Mas a educação – ou um ensino educativo, como diria Morin – raramente acontece, senão como exceção diante da mesmidade das coisas e do sonambulismo dogmático que impera.
Muitos alunos não tem compromisso acadêmico: não só jamais foram estimulados para a pesquisa como muitas vezes querem saber apenas o que “cai na prova da OAB” ou em concursos. E o professor encontra-se num dilema. Se procura dotar os acadêmicos de meios mínimos para poderem pensar, não raro, é acusado de querer dar aula como se estivesse no mestrado/doutorado. Imagine só. Graduação é lugar de feijão com arroz: os alunos somente podem se alimentar de ração programática. Qualquer estratégia perturbadora dessa (mal)dita normalidade deve ser prontamente denunciada, inclusive pelos próprios colegas. Por outro lado, caso a aula seja uma decoreba da legislação, deixa de ser professor universitário para se tornar professor de cursinho preparatório: prospera o engenho de reprodução ideológica do programa legislativo, reconfigurado como culto ao legalismo.
O problema é complexo. Fomos do bacharelismo (busca da formação jurídica como índice de prestígio social) ao concursismo (ambição de tornar-se uma engrenagem da máquina estatal). A indústria do concurso se constituiu fora da academia, mas foi lentamente tomando conta dela (se é que instituições movidas pelo que já foi chamado de educação bancária merecem a designação de academia). Não são poucos os casos em que a formação se dá através de materiais simplificados, esquematizados, descomplicados, plastificados… atalhos que acenam com promessas de sucesso, mas que conduzem facilmente a becos sem saída e precipícios. Não são poucos os casos em que estamos diante de lixo editorial, que se prolifera de forma absolutamente incontrolada. Mas mesmo que sejam obras produzidas de forma criteriosa, a formação não pode se dar através de resumos. Definitivamente, o pior cego é aquele que não quer enxergar. Mas a coisa não para por aí. Muitas instituições trabalham com “livros didáticos” pré-definidos, que são entregues aos alunos como parte de seu “material escolar”. Deliberadamente sonegam aos seus professores a condição de intelectuais, transformando-os em meros “facilitadores”: meios de “transmissão” de um “conhecimento” para alunos tidos como objetos, receptáculos desses saberes pasteurizados e assépticos, distribuídos de forma indistinta nas mais díspares realidades regionais do nosso imenso país.
Desse modo, o professor se torna o sujeito que preenche os objetos – enquanto garrafas vazias – com os conteúdos que ele espera que sejam despejados de volta de forma relativamente correspondente, na hora da prova. Diante desse cenário, não é surpreendente que sejam comuns os códigos clandestinamente anotados e utilizados nas provas, conformando uma verdadeira trapaça velada, típica desse espúrio conluio que prospera nos mais diferentes níveis da educação brasileira: “o finge que ensina, finge que aprende”.
A imagem que esse processo de igualação do não igual suscita não pode ser outra que a célebre visão do vídeo Another Brick in the Wall, do Pink Floyd: o moedor de carne tritura a todos até formar uma massa de carne uniforme e indistinta. Tritura inclusive os próprios professores dos cursos de direito, que sem formação pedagógica e pressionados pelas instituições em que trabalham, raramente tem a chance de propor algo para além do já pensado. Os mais qualificados são inclusive rotineiramente dispensados para promover a desejada maximização dos lucros.
Trata-se de um processo industrial de imbecilização em larga escala: hoje existem no Brasil mais faculdades de Direito do que no restante do mundo inteiro. Não é brincadeira. É um dado estatístico irrefutável. A cada semestre são despejados no “mercado” milhares de novos bacharéis. Muitos deles profundamente debilitados, vítimas de um extensivo processo de violência simbólica que se estendeu por cinco anos. Um processo do qual muitos deles foram inclusive cúmplices, diga-se de passagem. Tiveram as suas expectativas legalistas preenchidas. Não há como não provocar: perdoai-os Senhor, eles não sabem o que fazem.
O resultado desse processo de (de)formação jurídica é claro: a produção irrestrita de cegueira normativa. Se tivéssemos que diagnosticar a patologia, diríamos que a cegueira normativa expressa uma condição particularmente deprimente de vida, nada dada a favorecer o enfrentamento dos problemas concretos do real.
Esse texto procura dialogar sobre as possibilidades de superação do ensino compartimentado, “oabetizado”, “concurseiro” desde uma perspectiva que possa significar um saber transversal e, também, fora da pedagogia padrão. Aliás, essa a pretensão tanto do “Guia Compacto do Processo Penal conforme a Teoria dos Jogos”, em segunda e ampliadíssima edição (2014, Lumen Juris), como de “A Busca da Verdade no Processo Penal: Para Além da Ambição Inquisitorial” (agora disponível em versão impressa: 2013, Atlas). Rompemos os limites dogmáticos e discutimos os problemas que dizem respeito ao processo penal a partir de categorias e conceitos que efetivamente atentam para os problemas com que ele se depara na vida real.
A discussão aqui proposta parte fundamentalmente de Edgar Morin e Paulo Freire, que nos permitem (re)pensar a formação jurídica de acordo com o grande desafio contemporâneo: o reconhecimento da diferença, ou seja, a compreensão de que uma educação pluralista deve ter como meta a autonomia, consistindo em uma via transgressora e subversiva da exclusão e da desigualdade, radicalmente voltada para uma consciência democrática que nos permita (re)pensar o mundo de modo mais ético e responsável. Para isso precisamos repensar currículos e, acima de tudo, repensar práticas pedagógicas conservadoras e arcaicas. Temos que abandonar o adestramento para a reprodução do mesmo e oxigenar democraticamente o direito e o ensino jurídico.
Evidentemente, essa não é uma tarefa que possa ser cumprida de modo leviano e, ainda, não é uma empreitada na qual se possa ter qualquer sucesso se a educação for compreendida como “mera transmissão de conteúdos”. Não é por acaso que Paulo Freire insiste que “[...] formar é muito mais do que puramentetreinar o educando no desempenho de destrezas”.[1] De forma semelhante, Edgar Morin se insurge contra a mera transmissão de saberes, defendendo uma “[...] cultura que permita compreender nossa condição e nos ajude a viver, e que favoreça, ao mesmo tempo, um modo de pensar aberto e livre”.[2] O autor emprega uma formulação de Montaigne para sustentar que mais vale umacabeça “bem-feita” do que bem cheia. Para ele “o significado de uma “cabeça bem cheia” é óbvio: é uma cabeça onde o saber é acumulado, empilhado, e não dispõe de um princípio de seleção e organização que lhe dê sentido. “Uma cabeça bem-feita” significa que, em vez de acumular o saber, é mais importante dispor ao mesmo tempo de: uma aptidão geral para colocar e tratar os problemas; princípios organizadores que permitam ligar os saberes e lhes dar sentido”.[3] Certamente o leitor mais atento já percebeu a que nos referimos. O ensino jurídico é por excelência um ensino cabeça bem cheia: justamente o modelo que precisamos urgentemente superar.
Trata-se de uma revolução pedagógica, o que exige rompimento imediato com um conjunto de tradições esclerosadas e paralisantes, que, rotineiramente, transformam os alunos em meros autômatos que reproduzem categorias descoladas da realidade e em pouco favorecem a sua inteligibilidade. Para Morin o que interessa fundamentalmente são os problemas da vida e o tratamento que deve ser dado a eles a partir de saberes que devem estar conectados uns com os outros, rompendo com o ideal moderno de separabilidade.
Nesse sentido, a dissidência proposta parte da necessidade de se romper com a sedução do especialista e do saber instituído e pensar nos grandes desafios com que se defronta a realidade jurídica atual, favorecendo o encontro com o outro em sua dimensão humana de diferente. E isso não é algo que se ensine ou se aprenda com a mera decoreba de dispositivos legais. É preciso compreender que a legislação conforma um ato de poder estatal e que o direito não se restringe a ela. É preciso desconstruir os conceitos e desvelar sua latente capacidade para promover violências. É preciso ter o outro, o diferente, como elemento de interdição de qualquer prática autoritária.
Nesse sentido, é importante dizer que uma educação voltada para o respeito à diferença não se esgota em um horizonte metodológico. Ela é, acima de tudo, ética e política, pois a educação, necessariamente, parte de um compromisso com um horizonte de expectativa, o qual é, por definição, político em sua essência. Paulo Freire demarca o território de uma ética que atenta para os direitos humanos, afirmando que: “a ética de que falo é a que se sabe afrontada na manifestação discriminatória de raça, de gênero, de classe. É por esta ética inseparável da prática educativa, não importa se trabalhamos com crianças, jovens ou adultos, que devemos lutar”.[4]
Uma prática pedagógica movida por uma ética assim configurada, será, necessariamente, uma prática da esperança. Não a esperança de uma utopia irrealizável, mas daquela que é configurada como uma chancepermanentemente aberta de construção de um mundo melhor, a qual recusa o conformismo e a aceitação da injustiça, típicos de uma ideologia da subserviência. Paulo Freire critica essa ideologia, por ele definida como um veículo de sujeição a uma realidade que, supostamente, não pode ser mudada. Trata-se de uma ideologia perversa, a qual afirma que, diante dessa realidade perene, só resta treinar tecnicamente o educando, para que ele sobreviva e se adapte a ela. Para o autor, é uma ideologia que nos amesquinha como gente.[5]
Não é necessário aderir ao projeto político a que Freire subscrevia para assimilar a potência de sua fala: treinar tecnicamente o educando! Eis aí justamente a serventia não dita do ensino como mera reprodução do mesmo, como simples serventia ao status quo que está aí. Esse é o não dito que transforma o oprimido de hoje no opressor de amanhã, perpetuando o ciclo de violência e matando a esperança de ruptura com o autoritarismo. Como pode alguém pensar que este mundo que está aí –  este mundo com tanta opressão, com tanta exclusão, com tanta exploração – não é um mundo fundamentalmente a transformar, algo para qual o direito definitivamente tem muito a contribuir?
Mas para que possamos efetivamente pensar uma formação jurídica propriamente dita e capacitada para a promoção do Estado Democrático de Direito, é preciso abandonar a ilusão da especialização. É preciso reconhecer que o direito conforma apenas uma leitura do mundo entre várias leituras possíveis. E por sinal, uma leitura bastante precária e parcial da realidade quando descolada de outros saberes. Precisamos nos emancipar do refúgio jurídico e da negação do mundo que ele possibilita. Ou seja,  abraçar a complexidade, rejeitando o conhecimento disciplinar e a autoridade que nos dá o domínio de um único campo de saber. Como observa Morin, “[...] os desenvolvimentos disciplinares das ciências não só trouxeram as vantagens da divisão de trabalho, mas também os inconvenientes da superespecialização, do confinamento e do despedaçamento do saber. Não só produziram o conhecimento e a elucidação, mas também a ignorância e a cegueira”.[6]  Produziram o que Morin chama de pensamento simples, capacitado para a mutilação e destruição, que é típico de programas que desconsideram a complexidade da realidade. A realidade exige mais do que um programa. Nenhum programa – especialmente um programa normativo – pode dar conta dela. A realidade exige uma estratégia. E uma estratégia exige o rompimento do pensamento de especialista.
Para que uma ética interdisciplinar prospere e possamos romper com o paradigma de reprodução da “cabeça bem cheia”, é preciso que deixemos de lado certas premissas, como, por exemplo, a noção de que a ciência ocupa o topo do edifício do saber, fazendo das demais leituras da realidade algo de pouca importância. Por outro lado, os próprios saberes científicos, tradicionalmente, são estruturados de forma monológica, impossibilitando o diálogo com outras disciplinas e favorecendo cada vez mais a especialização. Como referem Morin e Prigogine, “um conhecimento pertinente é aquele que é capaz de contextualizar, ou seja, de reunir, de globalizar”.[7]
É preciso renunciar ao apego às fronteiras disciplinares, buscando o diálogo com outros saberes e também com a literatura, a arte e a poesia, que conformam outras formas de expressão, suscetíveis a favorecer a autonomia de sujeitos pensantes que tenham uma “cabeça bem-feita”, como sustenta Morin. Sujeitos que reconheçam a complexidade das coisas e se sintam fascinados por elas. O mundo não está estruturado em torno de categorias jurídicas. Somos vítimas de uma perversa inversão de sentido, em que a coerência do sistema e das categorias jurídicas passou a valer mais do que a realidade com a qual elas precisam se comunicar, enquanto a realidade está para além dos nossos esquemas explicativos. Estamos diante de um mundo de incertezas e não de certezas: a segurança jurídica, a previsibilidade e a estabilidade soam como mitos. Ilya Prigogine – químico ganhador do prêmio Nobel – admite que a incerteza e o reconhecimento da complexidade são inquietantes. Ele considera que “ainda não estamos nada habituados, neste final do século XX, a esta visão muito diferente das coisas, que considera a complexidade do universo”[8] O autor reflete que “começamos a compreender que o universo é muito diferente daquela geometria intemporal que correspondia ao ideal da ciência clássica. O mundo que começamos a decifrar é mais parecido com um romance, com as Mil e uma Noites”.[9]
Mas para que não se perca a riqueza da noção introduzida por Prigogine, é essencial perceber que o processo em que se dá essa (re)descoberta de um mundo subitamente reencantado é um processo dialógico por definição, que precisa ser compreendido com urgência, uma vez que não há docência sem discência. Paulo Freire sintetiza de forma precisa essa relação, indicando o caminho a ser percorrido por docente e discentes para superação de um ensino “oabetizado” e “concurseiro” de “mera transmissão de saberes”: “Se, na experiência de minha formação, que deve ser permanente, começo por aceitar que o formador é o sujeito em relação a quem me considero o objeto por ele formado, me considero como um paciente que recebe os conhecimentos-conteúdos-acumulados pelo sujeito que sabe e o são a mim transferidos. Nesta forma de compreender e de viver o processo formador, eu, objeto agora, terei a possibilidade, amanhã, de me tornar o falso sujeito da “formação” do futuro objeto de meu ato formador. É preciso que, pelo contrário, desde os começos do processo, vá ficando cada vez mais claro que, embora diferentes entre si, quem forma se forma e re-forma ao formar e quem é formado forma-se e forma ao ser formado. É neste sentido que ensinar não é transferir conhecimentos, conteúdos, nem formar é ação pela qual um sujeito criador dá forma, estilo ou alma a um corpo indeciso e acomodado”.[10]
A reflexão de Paulo Freire pode ser relacionada ao pensamento complexo de Morin, que é composto por um conjunto de princípios fascinantes e de grande riqueza para a compreensão da realidade. No princípio dialógico, Morin sustenta que a ordem e a desordem podem ser compreendidas em termos dialógicos e não meramente antagônicos, ou seja, a princípio, “a ordem e a desordem são dois inimigos: um suprime o outro, mas ao mesmo tempo, em certos casos, eles colaboram e produzem organização e complexidade”.[11]
O autor parece indicar o caminho a ser seguido: temos que abandonar uma tradição monológica de transmissão do conhecimento que, por excelência, enxergava os alunos como meros recipientes do saber, como se eles fossem garrafas vazias que o professor devia preencher com a sua sabedoria. É preciso conceber a educação como um verdadeiro encontro com o outro, no qual o diálogo é o horizonte de que deve partir a nossa práxis, voltada sempre para problemas concretos da vida.
Um conhecimento estruturado dialogicamente (como resultado da interação docente/discente) e voltado para os problemas concretos da realidade é mais do que desejável. É urgentemente necessário. O mundo está repleto de cabeças bem cheias, que não compreendem a realidade e também não percebem que a missão de qualquer pessoa sensível à angústia do outro é transformá-la.
Precisamos abandonar a ilusão dos atalhos, trabalhar com obras qualificadas que tratem de forma aprofundada as questões da vida real – abandonando o monólogo jurídico – e escolher com mais cuidado as obras que tratam dos próprios conceitos jurídicos. Os alunos não são imbecis e, logo, não devem ser tratados como tais. A academia não é um cursinho for dummies. Não pode ser. Deve promover cabeças bem-feitas.
Enfim, precisamos repensar a formação jurídica urgentemente, para que ela deixe de ser um lugar de deformação, ou seja, de produção inesgotável de cegueira normativa. A realidade é resistência, ou mais precisamente, o conjunto de resistências, como dizia Heidegger.[12] Quanto mais cedo nos dermos conta disso, mais rapidamente iremos construir um conhecimento e uma prática capacitada para minimizar violências e injustiças. Afinal, não é pra isso que deveria servir o direito? Saia da Matrix e seja bem-vindo ao deserto do real![13]
Salah H. Khaled Jr. é Doutor e Mestre em Ciências Criminais (PUCRS) e Mestre em História (UFRGS). É Professor adjunto de Direito penal, Criminologia, Sistemas Processuais Penais e História das Ideias Jurídicas da Universidade Federal do Rio Grande – FURG. Professor Permanente do Mestrado em Direito e Justiça Social da Universidade Federal do Rio Grande – FURG.  Líder do Grupo de Pesquisa Hermenêutica e Ciências Criminais (FURG/CNPq). Autor de A Busca da Verdade no Processo Penal: Para Além da Ambição Inquisitorial, editora Atlas, 2013.
Alexandre Morais da Rosa é Doutor em Direito, Professor Universitário (UFSC e UNIVALI) e Juiz de Direito.


[1] FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.p.9.
[2] MORIN, Edgar. A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001. p.11.
[3] MORIN, Edgar. A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001.p.21.
[4] FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.p.10.
[5] FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.p.11.
[6] MORIN, Edgar. A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001.p.15.
[7] MORIN, Edgar; PRIGOGINE, Ilya (Org.). A sociedade em busca de valores: para fugir à alternativa entre o cepticismo e o dogmatismo. Lisboa: Instituto Piaget, 1996.p.253.
[8] PRIGOGINE, Ilya. O reencantamento do mundo. In: MORIN, Edgar e PRIGOGINE, Ilya (org). A sociedade em busca de valores: para fugir à alternativa entre o cepticismo e o dogmatismo. Lisboa: Instituto Piaget, 1996. p.233
[9] PRIGOGINE, Ilya. O reencantamento do mundo. In: MORIN, Edgar e PRIGOGINE, Ilya (org). A sociedade em busca de valores: para fugir à alternativa entre o cepticismo e o dogmatismo. Lisboa: Instituto Piaget, 1996. p.232.
[10] FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.p.12.
[11] MORIN, Edgar. Introdução ao pensamento complexo. Porto Alegre: Sulina, 2005. p.74.
[12] HEIDEGGER, Martin. Ser e Tempo Parte I. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 2005. p.276.
[13] ZIZEK, Slajov. Bem-vindo ao deserto do real! São Paulo: Boitempo, 2003.

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Pai bate o carro, foge e abandona filho preso às ferragens

Rio Grande do Sul

Menino está internado. Polícia busca o motorista, que não tinha habilitação

Hospital Universitário de Santa Maria, onde o garoto está internado
Hospital Universitário de Santa Maria, onde o garoto está internado (Arquivo/Ebserh/VEJA)
Um motorista sem habilitação bateu o carro neste domingo na ERS-149, em Faxinal do Sortuno, no Rio Grande do Sul, e fugiu do local deixando o filho, de 12 anos, preso às ferragens, informou a Polícia Civil.  O menino foi resgatado e levado para o Hospital Universitário Santa Maria, onde continua internado. O pai, até o momento, não foi localizado pela polícia.
Segundo o delegado Gabriel Zanella, o motorista pode ser responsabilizado por lesão corporal dolosa e fuga do local, mas os investigadores ainda precisam colher depoimentos das testemunhas. 
De acordo com a Polícia Rodoviária Estadual, pouco antes desse acidente o pai havia se envolvido em outra batida, que fez com que o carro caísse em um barranco. Após a retirada do veículo, o motorista seguiu viagem e invadiu a pista contrária,colididindo com um carro em que havia um casal. Foi neste momento que o pai fugiu deixando o filho para trás. Segundo a Polícia Rodoviária Estadual, a mulher que estava no outro carro se feriu e foi levada ao hospital.
by Veja

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