by Deise Brandão
Há coisas que só existem de verdade quando ninguém está olhando.
Um gesto simples, um passo tranquilo, minha Berê de cia e a filha que fez a foto e um tapete vermelho que nasceu não do luxo, mas da liberdade de passar — e ser.
Numa noite qualquer de 2022, eu caminhei pela cidade assim.
Sem palco, sem anúncio, sem texto celebrando elegância urbana.
Era só espontâneo. Era só real. Era só bom. Era só Eu sendo Eu.
Curioso como certas ideias só ganham “valor” quando são embaladas, plastificadas e vendidas como novidade por quem nunca teve sensibilidade de enxergar quando elas nasceram.
O mesmo tapete que ontem era detalhe, hoje rende likes, discursos e autoelogios.
Ontem ninguém viu. Ninguém sentiu. Ninguém viu a diferença.
Hoje virou conceito.
E qual é o problema de repetir uma ideia boa?”
Nenhum.
O problema não é repetir.
É fazer parecer que nasceu ali, quando não nasceu.
Autoria importa. Criatividade importa.
O que nasce verdadeiro permanece, mesmo quando imitado.
Deixo o palco para quem precisa dele.
Eu fico com a autoria — e com a data registrada.
Porque tapete vermelho, eu não piso.
Eu inauguro. 😉

Nenhum comentário:
Postar um comentário