quinta-feira, 27 de novembro de 2025
O grande emburrecimento moderno — e por que o problema não é o celular, é a mente preguiçosa
terça-feira, 25 de novembro de 2025
Decisão da Superior Tribunal de Justiça reafirma foro do domicílio da criança em ações de guarda
by Deise Brandão
A 2ª Seção do STJ, em decisão unânime sob relatoria da Nancy Andrighi, firmou importante entendimento: em ações de guarda e medidas correlatas que envolvem crianças ou adolescentes, deve prevalecer a competência do foro onde a criança reside e mantém vínculos afetivos, sobretudo em contextos que envolvem indícios de violência doméstica.
Principais fundamentos
1. Princípio do “juízo imediato” (art. 147 do Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA)
2. Prevalência do melhor interesse da criança
3. Supremacia da norma especial sobre a norma geral
No voto da ministra Nancy Andrighi, ressaltou-se que, havendo conflito entre regra geral de competência (Código de Processo Civil) e norma especial de competência do ECA, esta última deve prevalecer. Ou seja: a regra de competência do artigo 147 do ECA sobrepõe-se às demais normas processuais relativas ao foro.
4. Alteração de competência e afastamento da “perpetuatio jurisdictionis”
Outro ponto relevante da decisão: o STJ reconheceu que a regra da perpetuação da competência (ou “prevenção” pela primeira distribuição ou primeiro despacho) pode ceder lugar quando o foro mais próximo da criança for outro. Isso viabiliza a transferência de processos para o juízo que melhor atenda aos vínculos da criança.
Impactos práticos da decisão
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Juízos de Família e da Infância e Juventude devem verificar logo de início se estão de fato na comarca onde a criança reside e mantém vínculos afetivos.
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Em casos de violência doméstica, a proximidade material do juízo (com criança, escola, rede de proteção) assume peso decisivo.
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As partes devem estar atentas à competência territorial, porque o foro errado pode resultar em nulidade ou em deslocamento do processo para outra comarca.
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A atuação dos juízos deve privilegiar a cúpula da proteção com rapidez, considerando que o menor está em processo de desenvolvimento.
A recente decisão da 2ª Seção do STJ reafirma que, no litígio envolvendo guarda de crianças ou adolescentes, o foro competente não é simplesmente aquele onde o autor ajuizou ou onde primeiro se distribuiu a ação, mas sim aquele que mais atende ao melhor interesse da criança, com base no artigo 147 do ECA.
segunda-feira, 24 de novembro de 2025
Os Pais da Ginecologia e o Lado Sombrio da Ciência: Quanto Há de Verdade na Acusação de Assassinatos?
domingo, 23 de novembro de 2025
O Lado Esquecido da História da Central Telefônica da Av. São Miguel
by Deise Brandão
Observação necessária
sábado, 22 de novembro de 2025
Quatro Presidentes presos: o sintoma de um ESTADO apodrecido
sexta-feira, 21 de novembro de 2025
Coisas que só existem de verdade quando ninguém está olhando
by Deise Brandão
Há coisas que só existem de verdade quando ninguém está olhando.
Um gesto simples, um passo tranquilo, minha Berê de cia e a filha que fez a foto e um tapete vermelho que nasceu não do luxo, mas da liberdade de passar — e ser.
Numa noite qualquer de 2022, eu caminhei pela cidade assim.
Sem palco, sem anúncio, sem texto celebrando elegância urbana.
Era só espontâneo. Era só real. Era só bom. Era só Eu sendo Eu.
Curioso como certas ideias só ganham “valor” quando são embaladas, plastificadas e vendidas como novidade por quem nunca teve sensibilidade de enxergar quando elas nasceram.
O mesmo tapete que ontem era detalhe, hoje rende likes, discursos e autoelogios.
Ontem ninguém viu. Ninguém sentiu. Ninguém viu a diferença.
Hoje virou conceito.
E qual é o problema de repetir uma ideia boa?”
Nenhum.
O problema não é repetir.
É fazer parecer que nasceu ali, quando não nasceu.
Autoria importa. Criatividade importa.
O que nasce verdadeiro permanece, mesmo quando imitado.
Deixo o palco para quem precisa dele.
Eu fico com a autoria — e com a data registrada.
Porque tapete vermelho, eu não piso.
Eu inauguro. 😉
quarta-feira, 19 de novembro de 2025
POR QUE APENAS EM PORTUGUÊS O “VERMELHO” VEM DE UM VERME
Quando pensamos em cores, imaginamos fogo, sangue, paixão, calor. Mas, em português, a palavra que nomeia tudo isso — vermelho — não nasceu do fogo nem do sangue.
terça-feira, 18 de novembro de 2025
FUNGOS “MUTANTES” DE CHERNOBYL? A VERDADE POR TRÁS DO SENSACIONALISMO SOBRE A VIDA NA RADIAÇÃO
by Deise Brandão
A verdade, como quase sempre, é muito mais interessante — e muito menos apocalíptica — do que o sensacionalismo sugere.
O QUE É REAL: SIM, EXISTEM FUNGOS MELANIZADOS QUE SOBREVIVEM À RADIAÇÃO
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Cladosporium sphaerospermum
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Cryptococcus neoformans
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Wangiella dermatitidis
O QUE É MITO: NÃO, NÃO EXISTE “BESTA MUTANTE” EM CHERNOBYL
A parte inventada começa quando transformam uma descoberta científica séria em roteiro de filme:
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“nova criatura”
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“fungo mutante que se alimenta de radiação”
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“ameaça desconhecida”
Nada disso existe.
Trata-se de um mecanismo biológico, não de um novo ser vivo ameaçador.
O QUE É EXAGERO: PRAZOS DE 3 MIL ANOS A 20 MIL ANOS
Outro clássico das narrativas sobre Chernobyl: estimativas aleatórias sobre quanto tempo a região ficará inabitável.
A área de exclusão tem bolsões muito diferentes entre si:
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algumas partes já recebem turistas
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outras seguem altamente contaminadas
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algumas podem levar séculos para ficar seguras
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não existe consenso sobre “3 mil anos” ou “20 mil anos”
São números usados para criar impacto emocional e aumentar o drama.
O QUE É FAKE: A CITAÇÃO DE “SCOTT TRAVERS, DA FORBES”
POR QUE ESSE TIPO DE CONTEÚDO CIRCULA TANTO?
Porque mexe com três gatilhos perfeitos:
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Medo
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Mistério científico
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Desconfiança do Estado e das instituições
E Chernobyl, por si só, é um terreno fértil para imaginação coletiva — especialmente quando misturam eventos reais (desastre nuclear) com elementos de fantasia (mutação, radiação, monstros, “terra proibida”).
O resultado é sempre o mesmo: uma história que parece plausível, mas que não resiste a 30 segundos de pesquisa séria.
O QUE DE FATO MERECE ATENÇÃO
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novas formas de blindagem contra radiação
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biotecnologia aplicada
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compreensão da adaptabilidade da vida em ambientes extremos
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projetos de exploração espacial
CONCLUSÃO: NÃO TEM BICHO MUTANTE. TEM CIÊNCIA.
Aqui, ficamos com a segunda opção.
segunda-feira, 17 de novembro de 2025
China inicia era dos humanoides industriais — e o que isso realmente significa para nós
Imagem criada pela IA Gemini para o blog
by Deise Brandão
A responsável é a UBTECH Robotics, e o modelo chama-se Walker S2 — um humanoide capaz de:
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carregar peças,
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montar componentes,
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realizar inspeções,
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trabalhar lado a lado com humanos,
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e até trocar a própria bateria sem intervenção humana.
É aqui que a ficção científica perde o brilho e a realidade começa.
O que está acontecendo de verdade
Enquanto o Ocidente discute “futuro do trabalho”, “ética da IA” e “como será o mundo daqui a 30 anos”, a China age: automatiza, testa, produz e entrega.
Hoje o país:
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é o maior usuário de robôs do mundo;
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é líder em automação industrial;
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vê robôs como política de Estado, não como moda;
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e agora inaugura a fase dos humanoides funcionalmente úteis.
E isso muda tudo.
A nova fronteira: humano + máquina no mesmo chão de fábrica
Especialistas estão dizendo o óbvio que ninguém queria admitir: Entramos oficialmente na era em que robôs humanoides são força de trabalho.
E o Brasil? Onde isso bate?
Aqui, enquanto discutimos:
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polarização,
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memes políticos,
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promessas de governo,
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e burocracias que travam até o básico,
o mundo está avançando para um cenário em que:
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fábricas terão equipes mistas (humanos + robôs),
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cidades inteligentes serão operadas por IA,
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e países inteiros reorganizarão sua economia interna em torno da automação.
A pergunta não deveria ser “isso é bom ou ruim?”, mas: O Brasil está pronto para competir num mundo onde trabalhadores podem ser máquinas?
Porque a resposta, infelizmente, é quase sempre a mesma: não estamos sequer discutindo isso.
Humanoides são tecnologia. O problema — ou solução — é humano.
Enquanto isso, por aqui:
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a educação patina,
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a inovação é punida,
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a burocracia engole quem tenta empreender,
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e a automação ainda é vista como ameaça, não como oportunidade.
Quem não se preparar, vai competir com máquinas… com as piores condições possíveis.
Talvez o futuro não tenha chegado cedo demais.
Talvez tenhamos demorado demais para percebê-lo.
A diferença — como sempre — será feita pelos países que souberem pensar, se adaptar e agir. E pelos que continuarão discutindo nada enquanto o futuro passa na frente.
domingo, 9 de novembro de 2025
Catar conchas virou crime — mas destruir praias com patrola pode
sábado, 8 de novembro de 2025
A Vaidade da Influência
by Deise Brandão)
sexta-feira, 24 de outubro de 2025
Glândula Pineal: a Antena Cósmica Dentro de Nós
quarta-feira, 22 de outubro de 2025
Fux: Quando a voz dissonante é a única lúcida
O julgamento dos atos de 8 de janeiro expôs mais uma vez algo que há tempos está evidente: o Supremo Tribunal Federal se atribuiu uma centralidade que ultrapassa os limites constitucionais da sua competência. No meio de discursos previsíveis, decisões em bloco e condenações em massa, apenas uma voz destoou com firmeza: a de Luiz Fux.
Fux reconheceu, em voto e palavras, que “cometeu injustiças que não pode mais sustentar”. Reconheceu também que o STF não é, e nunca foi, competente para julgar todos os réus desses processos. Há uma diferença colossal entre julgar quem tem poder real de golpe e julgar cidadãos comuns — e é aí que reside a ruptura jurídica e moral desse caso.
Golpe de Estado, por definição, só pode ser praticado por quem tem poder para executá-lo — não por civis comuns, desarmados, sem qualquer capacidade de tomada institucional. Quando essa linha é rompida, não se está mais falando de Justiça: está-se falando de vingança travestida de legalidade e ainda, principalmente, uma tentativa canalha de calar O POVO, cuja voz é soberana.
A voz de Fux rompe a homogeneidade artificial do tribunal e colocou o dedo na ferida:
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O STF extrapola sua competência constitucional.
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A retórica do “golpe” segue inflada além de qualquer base técnica sólida.
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O julgamento é usado politicamente para reforçar um poder que deveria ser limitado — e controlado — pela Constituição.
E há um ponto que não pode ser esquecido: numa democracia, a voz soberana é a do povo. O STF não pode (nem deve) se colocar acima do povo. O tribunal não é detentor do poder originário, ele é guardião da Constituição — e não seu dono. Quando ministros passam a agir como donos do país, já não há separação de poderes, há usurpação institucional.
Por isso, concorde-se ou não com a linha de Fux, o voto dele é o único que realmente trouxe de volta a noção de limite e de legalidade. E quem prega que o STF pode tudo, decide tudo e julga todos — inclusive civis sem qualquer capacidade de golpe — desconhece a Constituição e/ou age de má-fé. Acredito muito mais na última.
sexta-feira, 17 de outubro de 2025
O que é, afinal, ser criador de conteúdo?
Criar é interpretar (de preferência com alto conhecimento da semâtica!)
Criar é se posicionar
Criar dá trabalho
Criar conteúdo verdadeiro exige pesquisa, tempo, olhar crítico e responsabilidade. Não basta catar fragmentos e colar no feed como se fosse sabedoria pronta. O verdadeiro criador constrói pontes — não apenas ecoa palavras de terceiros.
Criar é pensar
Num mar de cópias, repetidores e “fatos” jogados sem critério, o diferencial está em pensar. Em provocar. Em se comprometer com a própria palavra. O resto é ruído.
Em Alta
O grande emburrecimento moderno — e por que o problema não é o celular, é a mente preguiçosa
Nos últimos anos inventaram uma expressão bonitinha para explicar o derretimento coletivo da inteligência: brain rot.“Deterioração cerebral”...
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