by Deise Brandão)
Há quem confunda poder com acesso.
Acreditam que um telefonema resolvendo algo os torna importantes — quando, na verdade, apenas revelam o tamanho da distorção institucional em que vivemos.
O poder verdadeiro não liga, não pede, não se gaba.
Mas há quem viva de “ligar para alguém”, colecionando favores e narrando pequenos abusos como se fossem conquistas.
Esses não têm influência — têm dependência.
E o mais curioso é que, anos depois, transformam o próprio desvio em lembrança sentimental.
Publicam histórias de “amizade” e “boa vontade”, sem perceber que estão confessando o mesmo vício que destrói a credibilidade do país: o favor acima da lei.
É essa corrupção miúda, travestida de esperteza e vaidade, que alimenta a grande.
É nela que o sistema se sustenta: nos “deixa comigo que eu resolvo”, nos telefonemas, nos acessos indevidos.
A corrupção começa onde a ética vira piada — e termina exatamente aí: nas mãos dos que confundem amizade com poder.
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