Morreu em São Paulo, nesta sexta-feira (2/9), aos 74 anos, vítima de uma embolia pulmonar, o ex-juiz federal João Carlos da Rocha Mattos, que foi delegado federal e procurador da República antes de se tornar magistrado. Ele, que estava internado em um hospital da capital paulista, será cremado em cerimônia exclusiva para amigos e familiares. O ex-juiz deixa cinco filhos.
Ex-juiz João Carlos da Rocha Mattos morreu nesta sexta-feira, em São Paulo
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Rocha Mattos deixou a magistratura depois de ter sido alvo de inquérito que apontou um esquema de venda de sentenças judiciais. Ele já havia sido condenado anteriormente por corrupção e formação de quadrilha.
Talentoso, hábil e de raciocínio veloz, Rocha Mattos não perdia uma discussão. Provocador, não se economizava. Apreciava polêmicas e era cortante em seus argumentos. Vale a pena ver sua entrevista ao jornalista Fausto Macedo, do Estadão.
Viveu em conflito constante com a justiça que integrava. Quando se soube alvo de interceptações telefônicas, passou a simular conversas em que tentou comprometer seus desafetos, vingando-se deles.
Em 2015, o ex-juiz foi condenado a 17 anos, cinco meses e dez dias de prisão pelos crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Segundo a denúncia, ele recebeu valores sem origem justificada e enviou ilegalmente quantias para uma conta bancária na Suíça com o auxílio da ex-mulher, Norma Regina Emílio Cunha.
Sua primeira condenação ocorreu em 2003, por formação de quadrilha, denunciação caluniosa e abuso de autoridade. Ele cumpriu oito dos 12 anos da sentença até ir para prisão domiciliar em abril de 2011. Voltou a ser preso em outubro de 2016 para cumprir pena pelo crime de peculato, pelo qual foi condenado, em junho de 2006, a quatro anos e seis meses de prisão. Em 2020, Rocha Mattos foi para prisão domiciliar por causa da crise sanitária imposta pela Covid-19 e, posteriormente, foi para o regime aberto. No mesmo ano, dois imóveis que pertenciam a ele foram a leilão.
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