domingo, 25 de setembro de 2016

Gratidão é dívida que não prescreve. "Amar é faculdade, cuidar é dever".#Abandono_afetivo


Alguns dos familiares visitam seus parentes, mas a
maioria dos idosos espera anos e anos por uma
simples chamada, que nunca chega… Atualmente
as pessoas estão ocupadas com o seu dia a dia,  e 
não se lembram, ou não querem lembrar, de visitar 
quem os criou.E assim, tristes e depressivos,  
morte chega para os mais velhos, depois de anos de
solidão. 






“O que é que vocês veem, enfermeiras? 
O que é que vocês veem?
O que é que vocês pensam quando me olham?
Uma velha rabugenta, não muito inteligente.
Com hábitos estranhos e olhar distante.
Aquela que a comida cai dos cantos dos lábios e
 nunca responde.
Aquela a quem dizem alto: ‘Pelo menos você
 poderia tentar’.
A que parece não ter consciência das coisas que 
vocês fazem.
E que sempre perde alguma coisa. A meia ou o sapato?
Aquela que, sem resistir ou não, deixa que vocês 
façam o que quiserem.
Que passa grande parte de seus dias no banheiro
 ou a comer.
É isso que vocês acham? É isso que vocês veem?
Pois então, enfermeiras, abram seus olhos, você 
não me veem.
Vou vos dizer quem eu sou, agora que estou sentada
, fazendo o que
 vocês me dizem e comendo o que vocês pedem:
Eu sou uma garota de 10 anos, com pai e mãe,
irmãos e irmãs, que se amam.
Uma menina de 16 anos com asas nos pés,
que sonha em breve encontrar o amor.
Uma noiva de 20 anos, com o coração aos saltos,
Recordando os votos que prometeu cumprir.
Com 25 anos já tem seus próprios filhos,
que vai orientar e a quem vai fornecer um lar seguro.
Uma mulher de 30 anos, cujos filhos crescem rápido,
Unidos com laços que devem durar.
Aos 40, meus filhos jovens cresceram e se foram.
Mas meu marido está comigo para que eu não fique
 triste.
Aos 50, voltam a jogar bebês novamente no meu colo.
Eu e o meu amor voltámos a conhecer crianças.
Dias negros se aproximam, meu marido está morto.
Olho para o futuro e estremeço.
Meus filhos têm os seus próprios filhos.
E penso nos anos e no amor que conheci.
Agora sou uma mulher velha. A natureza é terrível.
Eu rio da minha idade como uma idiota.
Meu corpo está frágil. A graça e a força se despedem.
Agora só existe uma pedra onde batia o coração.
Mas dentro dessa velha carcaça ainda vive uma 
jovem mulher.
E o meu coração maltratado incha.
Lembro-me das alegrias, lembro-me das tristezas.
E eu vivo e amo todos os dias.
Penso nos anos, tão poucos e que foram tão rápido.
Eu aceito o fato de que nada é para sempre.
Então abram seus olhos. Abram e vejam.
Nada de velhas resmungonas.
Olhem mais de perto. Vejam-se"!




by Historias de Valor


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