Objetivo:
Impedir sentimentos de culpa.
É o que acontece em desgraças. Existe sempre uma parte de culpa que reservamos a nós próprios. O colega que tropeçou e caiu das escadas, nós que estávamos a 4 metros e que bem o podíamos ter agarrado. O miúdo que teve uma indigestão, e nós que não paramos de pensar que deviamos ter esperado mais do que aquelas 3horas para lhe dar o gelado. O amigo que teve um acidente de automóvel e nós que não telefónamos para o precaver da chuva e do nevoeiro.
É como em tudo. A responsabilidade pode não ser nossa, mas a culpa tem de ser, nem que seja só um pouquinho dela.
Independente do que digam e/ou pensem, devo novamente votar em branco. Assim, seja qual for a cor da desgraça que se seguir, não me vou sentir minimamente culpada.
Um comentário:
É coisa da cultura ocidental achar que o homem tem total responsabilidade sobre seu destino... e dos outros. Desde cedo somos educados, aqui, a achar que podemos obter total controle sobre o que acontece a nossa volta, talvez por isso se justifique esse "fenômeno" da culpa imaginária. Curioso como metade do mundo pensa dessa forma enquanto a outra metade é educada desde cedo a olhar mais pra dentro do que pra fora, e assim sabe por intuição que nosso poder é muito limitado e há forças maiores, sobre as quais não possuímos controle... Um olhar atento sobre a filosofia oriental percebe que o mais importante é olhar pra dentro, de forma controlar o caos interno para sobreviver ao caos externo. Daí que o simples fato de aceitar no âmago que não se é capaz de controlar todas as forças que agem nessa existência exime o indivíduo de culpas que não possui.
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