sexta-feira, 5 de agosto de 2022

Em vídeo, Youssef diz que 6 políticos do RS recebiam dinheiro da Petrobras


Imagens obtidas pelo Grupo RBS mostram trecho de depoimento do doleiro.
Ele isenta Ana Amélia, Maluf e Bolsonaro de envolvimento em esquema.

Rodrigo SacconeDa RBS TV



Imagens mostram o momento em que o doleiro Alberto Youssef afirma, em depoimento da Operação Lava-Jato, que seis políticos do Rio Grande do Sul recebiam valores desviados da Petrobras. Nos vídeos cedidos pelo Supremo Tribunal Federal ao Grupo RBS, Youssef também fala que cada líder de bancada recebia mensalmente um valor entre R$ 250 mil e R$ 500 mil, conforme o que foi arrecadado pelo esquema, e isenta de envolvimento a senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS), além dos deputados Paulo Maluf (PP-SP) e Jair Bolsonaro (PP-RJ).

No último dia 6, o Supremo Tribunal Federal (STF) acolheu um pedido de abertura de inquérito para investigar 47 políticos por suposto envolvimento com o esquema na Petrobras. Entre eles estão os deputados federais Afonso Hamm, Renato Molling, Luiz Carlos Heinze, Jerônimo Goergen e José Otávio Germano, e o ex-deputado Vilson Covatti, todos do PP gaúcho.

"As entregas eram feitas mensalmente, semanalmente. Aqueles líderes do partido recebiam valores maiores, em média por mês, vou dizer, entre R$ 250 mil e R$ 500 mil cada um", explica o doleiro. "Em média, para a bancada, que ia para o líder fazer a divisão entre os que faziam parte dessa bancada, era uma média de R$ 1,2 milhões a R$ 1,5 milhões por mês", acrescenta.

No primeiro trecho do vídeo, Youssef é questionado sobre seis deputados gaúchos do PP que tiveram o inquérito autorizado, e responde afirmativamente. 

No segundo trecho, ele fala que Maluf e Bolsonaro e "aquela gaúcha que agora é senadora" não participaram do esquema. Questionado se trata-se de Ana Amélia, responde afirmativamente. 

O presidente do PP no Rio Grande do Sul, Celso Bernardi, afirma que o diretório estadual ingressará na Justiça com um pedido de interpelação a Youssef e ao ex-diretor de abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. "[Queremos saber] se eles tinham certeza de que este dinheiro chegava aos deputados, e quem informou isso", explica.

Segundo Bernardi, as imagens mostram Youssef afirmando que o dinheiro desviado da estatal era repassado por lideranças do partido, para dividir com correligionários, sem aparentar estar certo de que esta divisão realmente acontecia. "Qual é a certeza que ele tinha de que efetivamente essa divisão era feita e todos aqueles realmente foram beneficiados? E de qual forma chegava este dinheiro?", questiona o progressista.

Bernardi ainda destacou que, se for comprovado que algum dos seis integrantes do PP gaúcho tinha envolvimento com o esquema, o partido buscará uma punição por meio do Conselho de Ética. "Não daremos guarida a desvios de conduta", destacou.


Jô Soares morre em São Paulo aos 84 anos

Apresentador e humorista estava internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, desde o dia 28 de julho. Causa da morte não foi divulgada.
Por g1 — São Paulo
05/08/2022 05h23 Atualizado há 49 minutos



Jô Soares — Foto: TV Globo/Zé Paulo Cardeal



O apresentador, humorista, ator e escritor Jô Soares morreu às 2h30 desta sexta-feira (5), aos 84 anos. Considerado um dos maiores humoristas do Brasil, o apresentador do “Programa do Jô”, exibido na TV Globo de 2000 a 2016, estava internado desde 28 de julho no Hospital Sírio-Libanês, na região central de São Paulo, onde deu entrada para tratar de uma pneumonia.

A causa da morte não foi divulgada. O enterro e velório serão reservados à família e aos amigos, em data e local ainda não informados.

O anúncio da morte foi feito por Flávia Pedra, ex-mulher de Jô, e confirmada em nota pela assessoria de imprensa do Hospital Sírio-Libanês.

"Você é orgulho pra todo mundo que compartilhou de alguma forma a vida com você. Agradeço aos senhores Tempo e Espaço, por terem me dado a sorte de deixar nossas vidas se cruzarem. Obrigada pelas risadas de dar asma, por nossas casas do meu jeito, pelas viagens aos lugares mais chiques e mais mequetrefes, pela quantidade de filmes, que você achava uma sorte eu não lembrar pra ver de novo, e pela quantidade indecente de sorvete que a gente tomou assistindo”, escreveu Flávia em uma rede social. Leia a íntegra do texto aqui.

Jô Soares morre aos 84 anos, em São Paulo

Humor como marca registrada

Em todas as suas inúmeras atividades artísticas – entrevistador, ator, escritor, dramaturgo, diretor, roteirista, pintor... –, Jô Soares teve o humor como marca registrada. Foi seu ponto de partida e sua assinatura no teatro, na TV, no cinema, nas artes plásticas e na literatura. Ele próprio gostava de admitir isso.

"Tudo o que fiz, tudo o que faço, sempre tem como base o humor. Desde que nasci, desde sempre", afirmou em depoimento ao site Memória Globo.


Jô Soares se emociona ao se despedir do 'Programa do Jô' — Foto: Carol Caminha / Gshow

Jô Soares no JG, em 1984 — Foto: Reprodução



Nos últimos 25 anos, Jô ficou conhecido por ser o apresentador do talk-show mais famoso do país. Na TV Globo, estrelava o “Programa do Jô”, exibido de 2000 a 2016.


Considerado pioneiro do stand-up, também se destacou por ser um dos principais comediantes da história do Brasil, participando de atrações que fizeram história na TV, como “A família Trapo” (1966), “Planeta dos homens” (1977) e “Viva o Gordo” (1981). Além disso, escreveu livros e atuou em 22 filmes.

Adolescência na Suíça

José Eugênio Soares nasceu no Rio de Janeiro em 16 de janeiro de 1938. Era o único filho do empresário Orlando Heitor Soares e da dona de casa Mercedes Leal Soares. Em entrevista ao Fantástico em 2012, Jô disse que “pelo fato de sempre ter sido gordo, preferia ser mais conhecido pelo espírito do que pelo físico”.

“Então, eu era muito, muito exibido”, assumiu. “Sou muito vaidoso, nunca escondi isso. Qual é o artista que não é vaidoso? Todos. É uma profissão de vitrine de exibidos. Você nasce querendo seduzir o mundo.”

Na infância, Jô estudou em colégio interno. “Chorava muito. Era uma coisa excessiva, uma coisa de sensibilidade quase gay”, disse ao Fantástico. O motivo era o medo de tirar nota baixa e não ter direito a voltar para casa nos finais de semana. Na escola, seu apelido era poeta. “Sendo gordo e ter o apelido de poeta – acho que já era uma vitória.”

Aos 12 anos de idade, foi estudar na Suíça, onde ficou até os 17. Lá, passou a se interessar por teatro e shows. Mas o plano original não era seguir carreira nos palcos.

"Eu pensei que ia seguir a carreira diplomática”, explicou ao Memória Globo. “Mas sempre ia ao teatro, sempre ia assistir a shows, ia para a coxia ver como era. E já inventava números de sátira do cinema americano; fazia a dança com os sapatinhos que eu calçava nos dedos."



Jô Soares — Foto: TV Globo




Volta para o Brasil




Como os negócios do pai Orlando fracassaram, a família teve de retornar ao Rio. Nesta época, Jô estava disposto a encarar a vocação recém-descoberta nas artes. "Imediatamente comecei a frequentar a turma do teatro, a mostrar meus números, e a coisa engrenou quase que naturalmente", lembrou.

O portal IMDb lista ainda que, no período, ele esteve nos filmes musicais “Rei do movimento” (1954), “De pernas pro ar” (1956) e “Pé na tábua” (1957). Naquele princípio de carreira cinematográfica, destacou-se, como ator, na chanchada “O homem do Sputnik” (1959), de Carlos Manga.

A estreia na TV aconteceu em 1958. Naquele ano, participou do programa “Noite de gala” e passou a escrever para o “TV Mistério”, que tinha no elenco Tônia Carreiro e Paulo Autran. Eles eram exibidos pela TV Rio. Na emissora, Jô esteve ainda no “Noites cariocas”. Em seguida, escreveu e atuou em humorísticos da TV Continental.

Já na TV Tupi, fez participações no “Grande Teatro Tupi”, do qual faziam parte nomes como Fernanda Montenegro, Ítalo Rossi, Sérgio Brito e Aldo de Maia. “Eu consegui trabalhar ao mesmo tempo nas três emissoras que existiam no Rio”, declarou ao Memória Globo.

Em 1960, Jô mudou-se para São Paulo para trabalhar na TV Record.

“Vim descobrir São Paulo, era casado com a Teresa, tinha 22 anos. Vim para passar 12 dias e fiquei 12 anos”, lembrou ao Fantástico ao mencionar o casamento com a atriz Therezinha Millet Austregésilo (1934-2021), com quem teve seu único filho, Rafael, que era autista e morreu aos 50 anos.

A partir daí, atuou e escreveu para diversas atrações, como “La reuve chic”, “Jô show”, “Praça da alegria”, “Quadra de azes, “Show do dia 7” e “Você é o detetive”.

O grande destaque da época foi “A família trapo”, exibido entre 1967 e 1971 todos os domingos. No princípio, Jô apenas escrevia o roteiro – seu parceiro era Carlos Alberto Nóbrega. Depois, ganhou um papel: o mordomo Gordon. O elenco tinha ainda nomes como Otelo Zeloni, Renata Fronzi, Ricardo Corte Real, Cidinha Campos e Ronald Golias.


Jô costumava celebrar o pioneirismo da atração. “Acho que foi a primeira sitcom que se fez”, afirmou ao Memória Globo. Ao Fantástico, comentou que “foi o primeiro grande sucesso nacional da TV". “Saí um ano antes [do fim do programa], em 1970. Assinei contrato com a Globo, onde estavam o Boni, que já me conhecia e de quem já era amigo, e o Walter Clark.”

Trajetória na Globo

Pelos 17 anos seguintes, a partir de 1970, Jô Soares ficou na TV Globo. A estreia foi no programa “Faça humor, não faça a guerra”, ao lado de Renato Corte Real (ambos eram roteiristas e protagonistas). Os textos eram também assinados por Max Nunes, Geraldo Alves, Hugo Bidet e Haroldo Barbosa. “Criávamos uma média de 20 e tantos personagens por ano. Quando terminou o último programa, havia mais de 260 personagens criados”, enumerou Jô ao Memória Globo.

Em 1973, surgiu um novo humorístico, “Satiricom”. “Era um programa no estilo do extinto "Casseta & Planeta", de sátira à comunicação. A gente brincava com as novelas, com o noticiário. Então, não tinha quadros fixos”, comparou.

Já em 1977, foi a vez de “O planeta dos homens”, em que novamente se dividiu entre as funções de ator e redator, com a colaboração de dois de seus parceiros habituais: Max Nunes e Haroldo Barbosa. O elenco, uma vez mais, chamava atenção: Agildo Ribeiro, Paulo Silvino, Luís Delfino, Sonia Mamede, Berta Loran, Costinha, Eliezer Motta e Carlos Leite.

Embora “O planeta dos homens” tenha ido ao ar até 1982, Jô se desligou um ano antes, para se dedicar ao seu próximo projeto: o “Viva o gordo”.

"O meu humor tem sempre um fundo político, sempre tem uma observação do cotidiano do Brasil", dizia.

"Os meus personagens são muito mais baseados no lado psicológico e no social do que na caricatura pura e simples. Eu nunca fiz um personagem necessariamente gordo. Eles são gordos porque eu sou gordo."

Desta galeria de figuras, destacaram-se o Reizinho (monarca de um reino que satirizava o Brasil da época), o Capitão Gay (um super-herói homossexual) e o Zé da Galera (do bordão “Bota ponta, Telê!”).


Jô Soares durante entrevista com Roberto D’Avila em julho de 2014 — Foto: Zé Paulo Cardeal/Globo

Talk-show

Quando seu contrato com a Globo venceu, em 1987, Jô Soares foi para o SBT. Ele atribuiu a mudança à possiblidade de apresentar um programa de entrevistas na nova emissora.

"No fim do contrato, falei com o Boni, meu amicíssimo... Na época ficou um ódio, claro. Porque falei ‘não’ [à proposta de renovação com a TV Globo]", admitiu Jô ao Fantástico em 2012. Durante os seus 11 anos de exibição, o talk-show "Jô Soares onze e meia" rendeu mais de 6 mil entrevistas.

“E durante o processo do impeachment do presidente Fernando Collor, o ‘Jô Soares Onze e Meia’ funcionou como uma espécie de tribuna popular, com o apresentador entrevistando alguns dos principais implicados e testemunhas do caso", aponta o Memória Globo.

“Acho que descobri, também sem querer, a grande vocação da minha vida, a coisa que me dá mais prazer, mais alegria de fazer. Eu me sinto muito vivo ali. A maior atração do mundo é o bate-papo, a conversa”, afirmava o próprio Jô.

Ele retornou à Globo em 2000, quando estreou o “Programa do Jô”.

"Não foi por uma questão salarial, porque a contraproposta do SBT era muito alta. Voltei pela possibilidade de fazer mais entrevistas internacionais, pelas facilidades de gravação, pelo apoio do jornalismo."

Literatura e teatro

Jô Soares também foi autor best-sellers e escreveu para jornais e revistas.

Nos anos 1980, escreveu com regularidade nos jornais “O Globo” e “Folha de S.Paulo” e para a revista “Manchete”. Entre 1989 e 1996, assinou uma coluna na “Veja”.

Também escreveu cinco livros, sendo quatro romances. A estreia foi "O astronauta sem regime" (1983), coletânea de crônicas publicadas originalmente em "O Globo". O romance "O Xangô de Baker Street" (1995) liderou as listas dos mais vendidos e foi adaptado para o cinema em 2001. As obras seguintes foram "O homem que matou Getúlio Vargas" (1998), "Assassinatos na Academia Brasileira de Letras" (2005) e "As esganadas" (2011).

No teatro, Jô ficou célebre por seus monólogos, todos marcados pelo tom cômico e crítico, com sátiras da vida cotidiana e política do Brasil. Os mais conhecidos foram “Ame um gordo antes que acabe” (1976), “Viva o gordo e abaixo o regime!” (1978), “Um gordoidão no país da inflação” (1983), “O gordo ao vivo” (1988), “Um gordo em concerto” (1994) – que ficou em cartaz por dois anos – e “Na mira do gordo” (2007).

Dentre os espetáculos em que trabalhou como ator nos palcos, estão ainda uma montagem de “Auto da compadecida” e “Oscar” (1961), com Cacilda Becker e Walmor Chagas. Como diretor, esteve à frente de “Soraia, Posto 2” (1960), “Os sete gatinhos” (1961), “Romeu e Julieta” (1969), “Frankenstein” (2002), “Ricardo III” (2006).

Jô Soares no JG, em 1984 — Foto: Reprodução

De seus mais de 20 trabalhos no cinema, Jô apareceu em alguns clássicos do cinema nacional, caso de “Hitler IIIº Mundo” (1968), de José Agripino de Paula”, e de “A mulher de todos” (1969), de Rogério Sganzerla. Além disso, dirigiu um filme, “O pai do povo” (1976).

'Hipocondríaco de doenças exóticas'

Ao Fantástico em 2012, Jô falou sobre a morte, sempre com bom humor. Relembre no vídeo abaixo:


Jô Soares conta o que viu da vida

"Sou um hipocondríaco de doenças exóticas. Beriberi – eu nem sei o que é, mas tenho pavor de pegar isso”, brincou.

"O medo da morte é um sentimento inútil: você vai morrer mesmo, não adianta ficar com medo. Eu tenho medo de não ser produtivo. Citando meu amigo Chico Anysio, [uma vez] perguntaram para ele: ‘Você tem medo de morrer?’. Ele falou: ‘Não. Eu tenho pena’. Impecável."


quinta-feira, 4 de agosto de 2022

A Rainha da Inglaterra e o STF



Em 1977, quando a Rainha Elizabeth II, do Reino Unido, celebrava seu Jubileu de Prata, os 25 anos de seu reinado, a então novata banda inglesa Sex Pistols lançava seu segundo single, chamado "God Save the Queen".

A música já no segundo verso chama a monarquia britânica de "regime fascista". E segue dizendo que os súditos se tornaram idiotas, que a Rainha não é um ser humano e que não haveria futuro, para a Rainha ou para a monarquia.

E o que aconteceu? Nada.

Para ser mais preciso, a BBC se recusou a tocar a música. Mas, além disso, nada. A música alcançou o segundo lugar nas paradas de sucesso britânicas, foi tocada e ouvida por quem assim quisesse, e não recebeu nenhuma censura, senão aquela natural e legítima, advinda de quem não quisesse compartilhar daquela mensagem.

A Coroa, aliás, manteve a mais completa inércia a respeito da canção, como se ela nunca tivesse existido.

Já no Brasil, nesta semana um advogado foi preso em um voo de carreira em que estava presente o Ministro do STF, Ricardo Lewandowski.

Lewandowski pediu a presença da polícia para conduzir o homem porque esse, dirigindo-se àquele, afirmou: "o STF é uma vergonha".

O ministro ainda "se defendeu" em uma entrevista posterior, dizendo que poderia relevar uma ofensa pessoal, mas não uma ofensa ao STF.

Com toda evidência, Lewandowski deu voz de prisão a um homem que não cometeu crime algum. Dizer que há uma ofensa à "honra" do STF é mais ou menos como o quadrado redondo, pois somente pessoas naturais podem ser vítimas de crimes como injúria, calúnia ou difamação.

Faltando aptidão da suposta vítima para sofrer crime, estamos diante de "crime impossível", por ser inviável a consumação da conduta tida por criminosa.

O crime, ao revés, pode ter apontado contra o próprio Ministro, que obviamente abusou da autoridade, e da autoridade que o obedeceu, por ter obedecido ordem manifestamente ilegal.

Mais ainda, mesmo que a fala do advogado preso fosse dirigida a uma pessoa, talvez não se encontrasse nessa conduta crime algum.

Quem viu o vídeo que contém todo o evento com toda certeza percebeu a arrogância de Lewandowski, ameaçando desde logo com prisão o interlocutor.

A falta de autoridade natural que existe no país (já que falávamos do Sex Pistols, talvez seja uma espécie de "Anarchy in the Brazil?) só faz tornar mais evidente o autoritarismo que lhe pretende substituir.

Mas, como não poderia deixar de ser, a presidência do STF pediu mais investigações sobre o caso, envolvendo, agora a Procuradoria Geral da República.

Diversas organizações de puxa sacos formadas por juízes, advogados e outros atores dos processos já manifestaram apoio a Lewandowski. Mesmo assim, as notas foram em tom de lamento pelo fato. Nenhum teve coragem de dizer que a conduta do ministro foi correta, nem mesmo confirmou ter entendido que ocorreu crime.

Ou seja, as notas acabaram dizendo, nas entrelinhas, que a conduta do ministro foi pior do que a do sujeito que disse que o STF era uma vergonha.

Fato é que parece que houve uma confusão sobre o significado do vocábulo" Supremo ", quando se fala em Supremo Tribunal Federal.

Olhando as definições do Michaelis a esse respeito, a primeira parece ser a mais adequada. Supremo é" Que está no ponto mais alto ou elevado, acima de qualquer coisa. ". Como é o tribunal mais elevado do país, parece estar de acordo.

O problema é que muitos já estão confundindo com o segundo significado do dicionário para o vocábulo:"Relativo a ou pertencente a Deus; divino.".

O injustiçado advogado, afinal, estava errado. O STF não é uma vergonha. É apenas parte de uma outra vergonha muito maior, alicerçada, em grande parte, pelas diversas instituições ligadas intimamente à administração da justiça no Brasil.

Por Bruno Barchi Muniz
Advogado
há 4 anos
4.223 visualizações

Nova moda: jovens fervem camisinhas, bebem o líquido e ficam drogados

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Foto: Shutterstock

Ser estúpido é parte do processo que faz o jovem chegar à vida adulta. Mas, a cada nova geração, a gente sempre fica com uma sensação de que o nível de estupidez está ficando ainda mais alto. Quer um exemplo? Supostamente, a juventude da Índia está cozinhando preservativos com sabor e tomando a água como se fosse chá, tudo isso para se entorpecer.

De acordo com o Gizmodo, o caso foi contado pela CNN-News 18, um canal de notícias indiano. Segundo a emissora, desde a metade de julho, as vendas de camisinhas saborizadas dispararam na cidade de Durgapur. Ainda de acordo com o canal, um cliente questionou os motivos disso e recebeu a bizarra prática como resposta de um vendedor: os jovens estavam buscando essa nova forma de ficarem “doidões”.

Para conseguir tal proeza, eles estariam fervendo as camisinhas e bebendo a água. Ainda que a gente recomende muito que você NÃO tente isso em casa, há sim um tanto de verdade na experiência.

Os efeitos do chá
Pesquisador de polímeros entrevistado pela revista Vice, Udayan Basak afirmou à publicação que, sim, teoricamente dá para ficar “chapado” bebendo o chá de camisinhas. Basak afirma que esses produtos contém resinas de poliuretano, usados para garantir que eles durem muito e estiquem mais ainda. A glicerina também é componente, garantindo o sabor.

“Acredita-se que o etilenoglicol, um tipo de álcool, é produzido quando o poliuretano se decompõe após ferver os preservativos com sabor em água por seis a oito horas”, disse Basak, conforme relatado pela Vice.

Uma comparação feita por especialistas ouvidos pela CNN-News18 é de que a sensação causada seria como cheirar cola, criando uma sensação eufórica e alucinógena que dura alguns minutos. Claro, há efeitos adversos, como intoxicação e mesmo o vício.

Ainda que a história contada pelo canal indiano tenha surgido de um vendedor afirmando que ouviu isso de um adolescente, é possível que os jovens que colocavam vodka nos olhos possam, também, achar que tomar chá de camisinha é algo que mereça uma chance.

Metrópoles

terça-feira, 2 de agosto de 2022

Em prisão domiciliar, Roberto Jefferson é lançado pelo PTB como candidato ao Planalto

Ex-deputado, Jefferson foi preso no inquérito que apura atuação de milícia digital contra democracia. Candidato já apoiou Lula, foi condenado no mensalão e se diz 'fã' de Bolsonaro.
Por Marcela Mattos, g1 — Brasília
01/08/2022 13h51



Ex-deputado Roberto Jefferson aparece em vídeo exibido na convenção do PTB nesta segunda (1º) — Foto: Reprodução

O PTB fez nesta segunda-feira (1º) em Brasília a convenção nacional do partido e lançou o ex-deputado Roberto Jefferson como candidato a presidente da República nas eleições deste ano.

A convenção foi feita um hotel na cidade, e Roberto Jefferson não compareceu porque cumpre prisão domiciliar desde janeiro deste ano. O candidato a presidente enviou um vídeo ao evento (leia detalhes mais abaixo).

Ex-apoiador de Lula (PT) e condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento do mensalão, Roberto Jefferson se diz "fã" das ideias do presidente Jair Bolsonaro (PL) e foi preso no ano passado no inquérito que apura a atuação de uma milícia digital contra a democracia.

A Polícia Federal apura indícios e provas que apontam para a existência de uma organização criminosa que teria agido com a finalidade de atentar contra o Estado democrático de direito.

Essa organização, segundo as investigações, se dividiria em núcleos: de produção, de publicação, de financiamento e político. Outra suspeita é de que o grupo tenha sido abastecido com verba pública.

>>> Relembre no vídeo abaixo quando Roberto Jefferson passou a cumprir prisão domiciliar:

Roberto Jefferson deixa presídio no Rio para cumprir prisão domiciliar no interior do estado


Foco no 'eleitorado direitista'

Como Jefferson não participou presencialmente do evento, foi exibido um vídeo no qual o candidato leu um carta.
No vídeo, Roberto Jefferson afirmou que a candidatura dele não se opõe à do presidente Jair Bolsonaro, mas, sim, "confronta a abstenção" e preenche "alguns nichos de opções ao eleitorado direitista"
No documento, ele acrescenta que Bolsonaro se candidata à reeleição "sozinho", enquanto a esquerda "se apresenta como um polvo com vários tentáculos".
Jefferson diz, ainda, que é "fã" das ideias de Bolsonaro e que o presidente tem um "eleitorado inibido
"Não se reconecta com os descontentes, os famosos 'isentões', e gera uma gigantesca abstenção, que termina por eleger um candidato de esquerda pela minoria do eleitorado. É uma luta injusta. Um leão solitário contra uma alcateia de hienas. Argentina, Chile, Colômbia, França são exemplos recentes de vitórias eleitorais da esquerda que repetiu esse modelo", afirma Jefferson no documento.
"Temos que participar desse processo. Ofereço meu nome, Roberto Jefferson, para disputar a eleição presidencial. Não quero inibir ninguém que deseja disputar a indicação. Não desejo inibir nenhum companheiro que deseja apoiar, no partido, o presidente à sua reeleição. Apoie. Ao final, estaremos juntos", acrescentou.

Pesquisa Datafolha divulgada na semana passada mostrou Lula em primeiro lugar, com 47% das intenções de voto; em seguida, aparecem Bolsonaro, com 29%; Ciro Gomes (PDT), com 8%; e Simone Tebet (MDB), com 2%..

Visibilidade para a prisão


Ao g1, Honésio Ferreira, presidente da Fundação Ivete Vargas (FIV), vinculada ao PTB, afirmou que caberá aos aliados de Jefferson fazer a campanha presidencial. Segundo ele, a candidatura será um meio de chamar a atenção para a prisão de Jefferson e tentar pressionar pela liberdade dele.
"A gente vai fazer a campanha para ele. É como a gente fala: 'Você não precisa ter o candidato para fazer a campanha'. O candidato está preso. Na verdade, o fato de ele estar preso já é um primeiro fato de notoriedade da campanha", disse Ferreira.
Ele acrescenta que a candidatura de Jefferson é um "fato relevante" para que seja concedida a liberdade ao petebista, preso há quase um ano.
"Traz, pelo menos, a discussão de volta. Se ele não pode, nós vamos falar as coisas que ele acredita. Faz um vídeo, um desenho animado, bota a imagem dele, o texto como locutor. Já estão sendo produzidas algumas peças", acrescentou Honésio Ferreira.
Segundo o presidente da FIV, caberá ao próprio Roberto Jefferson indicar o nome do candidato a vice-presidente na chapa.

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