sábado, 26 de julho de 2014

Guru do sexo de 90 anos faz sucesso com respostas curtas e diretas

  26 de julho, 2014 
Mahinder Watsa (Atul Loke / Panos )
O país que deu ao mundo o Kama Sutra aprende sobre sexo com um senhor de 90 anos. A coluna diária de Mahinder Watsa, franca e engraçada, tornou-se um cult na Índia, onde a educação sexual é um assunto polêmico.
"Sexo é uma coisa alegre", diz Watsa "mas alguns escritores lidam com isso de forma médica e séria."
Como colunista nos últimos 50 anos, Watsa deixa o leitor à vontade, em vez de ir pelo caminho científico ou moral. Suas respostas são curtas e vão direto ao ponto - ocasionalmente agressivas, muitas vezes hilárias. "Estou falando a língua deles."
P: Há dois dias, eu tive relações sexuais sem proteção com minha namorada. Compramos uma "pílula do dia seguinte" mas, no calor do momento, eu tomei no lugar dela. Isso pode me causar complicações?
R: Da próxima vez, por favor, use camisinha e certifique-se que você não vai engolir isso também.

P: Depois de fazer sexo quatro vezes por dia, fico fraco no dia seguinte. Por cerca de cinco minutos, minha visão fica branca e não consigo ver nada. Por favor, ajude-me.
R: O que você esperava? Gritos de "Viva" e "Eu sou um campeão" por toda a cidade?
P: É seguro dormir com o pênis dentro da vagina?
R: Normalmente, quando o pênis retorna ao estado flácido, desliza para fora da vagina. Mesmo se não o fizer, fique tranquilo, que a vagina não vai comê-lo de café da manhã.

Virgindade

Watsa recebe cerca de 60 cartas e e-mails por dia e responde a todas. Acha que já respondeu a mais de 35 mil perguntas.
Ele foi convidado a escrever uma coluna estilo "Querido Doutor" nos anos 1960 por uma revista feminina (Trend). Tinha quase 40 anos e se formara recentemente como médico. "Não tinha muita experiência, confesso."
Mahinder Watsa (Atul Loke / Panos )
Nos primeiros meses, as perguntas eram de medicina em geral – sobre pediatria e coisas do tipo - mas começaram a chegar cartas de jovens mulheres de locais distantes com problemas.
Contavam que um tio ou um alguém mais velho havia abusado delas quando eram adolescentes e temiam não se casarem por terem perdido a virgindade.
"Muitas sugeriam que cometeriam suicídio", disse Watsa. "Um hímem intacto é muito importante nessa parte do mundo."
Tudo que ele podia fazer era aconselhá-las a não entrar em pânico no dia do casamento."Não se preocupe, seu marido não vai perceber."
Hoje em dia, Watsa é bem mais direto. Ele explica que o hímen pode romper ao fazer o exercício físico ou com masturbação, o que não podia fazer na época.
O especialista percebeu que muitos dos problemas dos leitores decorriam de falta de educação sexual, o que acabou tornando a conscientização sobre o sexo um objetivo de sua vida, primeiro por meio da Associação de Planejamento Familiar da Índia (FPAI, sigla em inglês) e, posteriormente, da sua própria organização, o Conselho Internacional de Educação Sexual e Familiar (CSEPI, sigla em inglês). Enquanto isso, continuava escrevendo.
"Um hímem intacto é muito importante nessa parte do mundo."
Mahinder Watsa
Recebe cartas sobre hímen rompido até hoje. "Infelizmente, o tema ainda é muito forte." Os homens que escrevem para lançar dúvidas sobre a virgindade da sua parceira recebem pouca atenção.
P: Minha namorada e eu temos 22 anos de idade. Tivemos relações sexuais há alguns meses, pela primeira vez, mas ela não sangrou. Como posso identificar se ela é virgem? 
R: É dessa maneira que você ama sua namorada? Você é uma pessoa suspeita. Você nunca ouviu falar que existem várias outras maneiras pelas quais o hímen pode romper, como ao praticar um esporte?
Watsa tampouco tem papas na língua com aqueles mais preocupados com o tamanho do seu órgão sexual.
P: Tenho um pênis pequeno e não consigo satisfazer minha namorada. Meu astrólogo me aconselhou a puxá-lo todo dia por 15 minutos, enquanto faço uma oração. Venho fazendo isso há um mês e não tem ajudado. O que devo fazer?
R: Se isto fosse correto, a maioria dos homens teria o pênis no joelho. Deus não ajuda homens ingênuos, bobos. Vá a um especialista em sexualidade que lhe ensine a arte de fazer amor.

'Obscenidade'

Por anos, Watsa escreveu para revistas femininas e masculinas e websites por anos, mas em nenhuma publicação seus escritos fizeram mais sucesso que no Mumbai Mirror. Há dez anos, quando tinha 80 anos de idade, ele iniciou a coluna Pergunte ao Sexpert, a primeira coluna diária em um jornal indiano que abordou as inquietações sexuais dos leitores.
"Até começarmos a coluna, a mídia indiana raramente usava palavras como pênis e vagina", diz Meenal Baghel, editora do jornal. A iniciativa imediatamente atraiu muita atenção, e nem sempre positiva.
Baghel teve de lidar com acusações de obscenidade e ações e mensagens de ódio, mas achava que os benefícios de publicar a coluna valiam a pena. "Ele é, sem dúvida, a estrela do jornal", diz a editora.
Ela sabe de cor a sua resposta favorita de Watsa a um leitor. "Alguém perguntou a ele se o pênis pode encolher devido à masturbação repetida. Sua resposta foi: você fala muito, sua língua encolheu?"
Com criatividade e paciência infinitas, Watsa encontra novas maneiras de responder às mesmas perguntas feitas há décadas.
Demonstração de como colocar camisinha (Getty)
Muito de seu trabalho envolve algo conhecido como 'dar permissão'- tranquilizar as pessoas de que seu comportamento sexual é normal e inofensivo. "O problema ainda é masturbação", diz Watsa.
Homens ansiosos questionam se a masturbação vai levá-los a perder a força, o cabelo ou a capacidade de ter filhos. A ideia de que a perda de sêmen é prejudicial para a saúde de um homem é reforçada por sistemas de crenças tradicionais.
Ele também testemunhou grandes mudanças. "Há trinta anos, poucas mulheres me escreviam. Agora, são muitas." E elas não têm apenas questões práticas sobre como engravidar ou não: nos últimos anos, começaram a perguntar sobre satisfação sexual e masturbação. Ele responde com o mesmo humor.
P: Minha amiga acha que seus seios estão ficando maiores por causa da masturbação. Isso é possível?
R: Não. Ela acha que o clitóris é uma bomba de ar?
Apesar destes sinais de emancipação das mulheres, Watsa diz que ainda fica ocasionalmente chocado com o que suas leitoras aguentam. "Quando elas escrevem sobre o abuso sexual, tortura e o que seus maridos fazem com elas quando estão bêbados eu me preocupo", diz.
Watsa também lamenta o fim das grandes famílias onde várias gerações viviam sob o mesmo teto. "Havia sempre tias ou avós que poderiam explicar as coisas para os casais mais jovens", diz ele. "Agora ninguém está lá para explicar como funciona o sexo. Ouço falar de um monte de casamentos não consumados."
Casamentos arranjados entre pessoas que não se conhecem ainda são comuns, diz Watsa. "Eles esperam consumar um casamento de imediato, mas no Kama Sutra há uma parte que diz que se leva de quatro a cinco dias para fazer amigos e entender uns aos outros", diz.
Para um estudo acadêmico, a ginecologista e militante Suchitra Dalvie analisou mais de 500 cartas recebidas por Watsa em um período de quatro meses. Quando ela apresentou as suas conclusões em uma conferência em Pequim, o público ficou fascinado pelas contradições da Índia.
Todos conheciam o país como a "terra mística do Kama Sutra" - o antigo texto sânscrito sobre a arte do amor e do prazer sensual - e ficaram surpresos ao saber sobre o nível rudimentar de educação sexual ou mesmo sobre a discussão clara sobre sexo no país.
A coluna de Watsa é um dos tratamentos mais francos sobre o assunto há 2 mil anos.

Tempestade solar quase causou 'apagão geral' na Terra

Segundo a Nasa, uma grande erupção solar passou muito perto do planeta em 2012 e poderia levar a civilização a condições semelhantes ao século XVIII

As erupções solares emergem do interior do Sol e suas radiações eletromagnéticas podem induzir flutuações elétricas na superfície da Terra, destruindo transformadores, provocando erros em GPS e sistemas de rádio
As erupções solares emergem do interior do Sol e suas radiações eletromagnéticas podem induzir flutuações elétricas na superfície da Terra, destruindo transformadores, provocando erros em GPS e sistemas de rádio (Thinkstock)
A tempestade solar mais forte dos últimos 150 anos passou muito perto da Terra em 23 de julho 2012, revelou a Nasa. Se ela tivesse nos atingido, seria poderosa o suficiente para levar a civilização a condições semelhantes ao século XVIII. “Se a erupção tivesse ocorrido uma semana antes, a Terra estaria na linha de fogo”, afirmou Daniel Baker, professor de Física Atmosférica e Espacial da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos, em comunicado da agência espacial americana.
O evento foi uma explosão solar, conhecida como Ejeção de Massa Coronal (EMC). Essas rajadas solares não chegam até nós, mas sua radiação eletromagnética e partículas energizadas sim. Elas podem induzir flutuações elétricas na superfície do planeta, destruindo transformadores, afetando redes de comunicação, provocando erros em GPS e sistemas de rádio e danificando satélites.
A Nasa só soube da tempestade porque ela atingiu um observatório solar chamado Stereo-A, construído para medir eventos semelhantes. Ele recolheu informações sobre o frenômeno sem ser destruído porque não estava orbitando a Terra no momento da erupção, mas viajando pelo espaço interplanetário. No entanto, isso demonstra que outras tempestades podem ter passado próximas da Terra sem terem sido detectadas por nenhum sistema espacial. 
“Com os últimos estudos, me convenci ainda mais do quanto os habitantes da Terra foram sortudos de que a erupção de 2012 tenha acontecido dessa maneira. Se tivesse nos atingido, ainda estaríamos recolhendo nossos pedaços”, afirmou Baker.
Tempestade poderosa — No caso de ter chegado ao nosso planeta, a tempestade solar de 2012 teria sido comparável à tempestade solar Carrington, de 1859, a mais poderosa já registrada. Na ocasião, postos de telégrafo foram incendiados, redes elétricas tiveram panes e foram percebidos distúrbios no campo magnético da Terra.
De acordo com um estudo da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, um evento como esse custaria hoje 2 trilhões de dólares ou 20 vezes mais que o furação Katrina. Segundo a Nasa, há 12% de probabilidade que uma tempestade solar poderosa como essa realmente chegue até a Terra nos próximos dez anos.
by Veja

ENTREVISTA: “Desde a queda da União Soviética, não se via uma repressão tão grande como a imposta por Putin na Rússia”



by Ricardo Setti

“Putin quer exportar a ideia de que a soberania nacional prevalece sobre a universalidade dos direitos humanos”, diz Tanya Lokshina (Foto: Luiz Maximiano)

AS MARIONETES DE PUTIN

A diretora da Human Rights Watch em Moscou diz que o presidente russo usa o americano Edward Snowden como instrumento de propaganda e agora faz o mesmo com os Brics

Entrevista a Duda Teixeira publicada em edição impressa de VEJA

O escritório de Moscou da ONG Human Rights Watch (HRW), que defende os direitos humanos no mundo, tem sido constantemente atacado nos últimos dois anos. Uma suás­tica já foi pintada na sua fachada, telefones foram grampeados e funcionários receberam ligações ameaçadoras.

Quem está por trás disso é o serviço secreto russo, segundo a diretora da ONG na Rússia Tanya Lokshina, de 41 anos e um filho de 18 meses. Na semana passada, ela esteve em São Paulo enquanto o presidente russo Vladimir Putin se reuniu com os chefes de Estado na VI Cúpula dos Brics, em Fortaleza e Brasília.

Na nota divulgada pela Cúpula dos Brics aparece o conceito de “inclusão social”. Putin pode se gabar disso?

O que ele tem feito na Rússia é a “exclusão social”. Após protestos contra o seu governo em 2012, o presidente dividiu a sociedade em dois grupos: os que estão com ele e os que estão contra ele. Quem vive quieto, não participa de manifestações e não o critica pode fazer muita coisa. Muito mais do que era permitido na União Soviética. Viajar, ler os livros que quiser e ir a eventos.

Mas, se um indivíduo expõe seu descontentamento com o Kremlin em público, então se põe imediatamente em perigo. É como se a União Sovié­tica caísse em cima dele. Desde a volta da democracia não se via uma repressão tão grande contra a liberdade de expressão e contra as organizações da sociedade civil.

Não há canais de televisão independentes, pessoas são presas apenas por protestar, blogueiros são obrigados a se registrar no Ministério das Comunicações e sites têm sido fechados sem nenhuma justificativa decente.

Em meados do ano passado, a Rússia concedeu asilo ao americano Edward Snowden, que revelou documentos secretos do governo americano. Não seria isso uma prova de que Putin valoriza os direitos humanos e a liberdade de expressão?

Eu encontrei Snowden no Aeroporto Sheremetyevo, de Moscou. Um dia antes, recebi o convite por e-mail, assinado por ele. Apesar de a minha área de pesquisa ser outra, já sabia de quem se tratava.

Pouco antes eu ajudei a redigir uma declaração da HRW em que dizíamos ser importante existir uma proteção aos whistleblowers (dedos-duros, em inglês), como Snowden. Achávamos que, se ele fosse extraditado, seria muito provável que acabasse sendo exposto a um tratamento desumano. Mas eu não dei muita bola para aquele convite estranho e fui para casa.

No dia seguinte, meus telefones começaram a tocar sem parar. Então, descobri que tinha sido incluída em uma lista de convidados, de várias organizações, para participar de um encontro com o americano.

Snowden organizou isso de dentro do aeroporto?

Certamente, não. Foi então que comecei a suspeitar do envolvimento do serviço secreto russo. O anúncio da tal reunião foi feito por um advogado de alto perfil e muito leal ao Krem­lin. Ao olhar os nomes dos convidados, ficava claro que a lista tinha sido feita pelas autoridades russas.

Snowden podia conhecer a HRW e a Anistia Internacional, mas não todos os que estavam ali.

Entre eles, havia três advogados muito ligados a Putin, um parlamentar e dois membros de gongos, um acrônimo para definir aquelas ONGs que se dizem independentes mas só fazem propaganda do governo (government organized non-governamental organization, em inglês).

Foi um encontro proveitoso?

Havia centenas de jornalistas no aeroporto. Quanto me apresentei, eles me passaram pelo cordão de isolamento e fui levada com outros convidados para a pista. Era claramente uma operação especial do serviço secreto.

Por um momento, achei que iam mandar todos para a Venezuela e fiquei com medo. Por sorte, isso não aconteceu. Um homem com roupas civis e dirigindo um ônibus nos levou para outro terminal. Subimos as escadas e entramos em um salão. Snowden nos esperava em uma mesa, com um tradutor. O mestre de cerimônias era outro funcionário do serviço secreto.

Foi surreal. Tudo era extremamente bem organizado, como numa coletiva de imprensa, mas sem um único jornalista. Depois entendi que o objetivo de tudo aquilo era legitimar a presença de Snowden na Rússia e preparar o terreno para darem o asilo a ele. Com minha presença lá, queriam que o público internacional visse com bons olhos o que fariam em seguida.

Então Snowden trabalha com o serviço secreto desde que chegou ao aeroporto de Moscou?

Para o governo russo, a presença dele é um trunfo. Putin está usando esse americano como uma ferramenta de publicidade. Ao mostrar que acolhe um perseguido da CIA, a agência de inteligência americana, Putin quer dizer que promove a liberdade de expressão. É algo muito peculiar.

Há alguns meses, Putin apareceu em público para responder a perguntas da população. Em tese, qualquer um pode interrogá-lo. Na realidade, as questões são previamente filtradas. É um ritual que dura três horas e que Putin adora. Snowden apareceu no Skype e perguntou: “Senhor presidente, há alegações de que o governo russo está vigiando seus habitantes assim como a CIA faz com os americanos. Isso é verdade?”.

O presidente respondeu que não era assim, obviamente. Parecia combinado.

Putin também poderia estar usando a presidente Dilma Rousseff como instrumento de propaganda, assim como faz com Snowden?

Essa comparação não é muito apropriada porque a brasileira está em situação muito melhor que a do americano. Ela não depende do governo russo como ele. Snowden, por sua vez, está há um ano sem trabalho. Não tem nada para fazer nem para onde ir. Não está preso, mas é como se estivesse. Quando quiseram saber dele se queria fazer alguma pergunta ao presidente Putin, disse logo que sim. Outros fariam a mesma coisa.

Mas, sim, Putin está se aproveitando dos Brics para se projetar como líder global. Por causa da anexação da Península da Crimeia, em março, e dos conflitos com separatistas no leste da Ucrânia, americanos e europeus impuseram sanções contra ele. Putin então veio ao Brasil buscar respeito e reconhecimento.

O que mais ele quer?

Putin quer exportar a ideia de que a soberania nacional prevalece sobre a universalidade dos direitos humanos. É esse um dos motivos pelos quais ele usa os Brics. No caso da Rússia, o princípio da não ingerência externa é relativo. Putin é contra qualquer ação na Síria, governada pelo seu aliado Bashar Assad, mas invadiu militarmente a Península da Crimeia e a anexou.

A Rússia, portanto, é contra a interferência externa só quando seus amigos estão no poder, mas se dá o direito de fazer o que bem entende com outros países quando julga que os interesses russos estão sendo ameaçados. Putin tem procurado especialmente o apoio de Dilma, já que o Brasil é uma democracia relevante. Mas o histórico russo na área de direitos humanos é extremamente complicado e não deveria ser ignorado.

Na semana passada, o governo brasileiro teve nas mãos uma oportunidade excelente para conter Putin em sua escalada autoritária. Sem nenhum obstáculo à sua frente, ele deverá continuar subjugando as entidades civis e usando como bem entende, e com sucesso, o Brasil e as autoridades brasileiras para alcançar os seus próprios interesses.

É fácil entender o que Putin ganha com um encontro dos Brics. Mas e o Brasil?

A aprovação do presidente russo passou dos 80% neste ano. Dilma provavelmente inveja isso, mas Putin só consegue esse índice porque na Rússia não há liberdade de expressão. Não é portanto um modelo que possa ser copiado. O Brasil é uma sociedade aberta e democrática, com uma imprensa plural. Os brasileiros expressam suas opiniões sem medo. Na Rússia, isso não existe. Não há debate público.

Gato na Moda

gato 001 Gato na Moda

Gato está na moda,  disse outro dia minha mãe, expertise aos 81 anos de vida.
- Como assim, gato está na moda, mãe?
- Gato está na moda. Em todo o lugar tem alguém falando de gato, adotando gato, comprando gato, tirando foto com gato... Gato está na moda.
Não me lembro um dia em que felinos não fossem moda na história da minha família, ou da humanidade.  Meu irmão, quando criança, teve sete gatos. Lembro do nome da matriarca: Mina. Mina de neve, porque era toda  branca. Mina vivia tendo filhotes,  afinal, eram os anos 70 e gatos que sempre nasceram livres, eram mais livres ainda.
epicy famous people photo rarities 01 Gato na Moda
Freddie Mercury e seus gatões
Essa  felina corajosa me presenteou com a  visão inesquecível do nascimento de uma ninhada. Eu devia ter quatro anos e foi no canto do quarto de costura de minha mãe. Parideira essa Mina. Um, dois, três, cinco, seis... sete.
Meu irmão, como um bom chefe de tribo pele vermelha dos indiozinhos Toddy, batizava seus gatos observando o modo de cada um e o que acontecia em volta. Entre seus sete gatinhos nada rodrigueanos  estava Bravinho e Marininha.  Bravinho por motivos óbvios. Marina era o nome de alguma personagem de novela da Tupi.
Por onde ele ia, os sete o seguiam formando uma loga cauda preenchendo sua sombra. Se ele ficava de castigo, os sete ficavam com ele.
Meu irmão também trouxe nossa primeira gata de raça: Chelly, uma persa cinza, quando éramos quase adultos. Chelly ficou quase duas décadas conosco.
Gatos sempre estiveram nas paradas, no pedaço, na história
stars 107 Gato na Moda
Achou o gato de Liz Taylor?
Misteriosos, sim. Talvez por isso muita gente desconfia das verdadeiras intenções dos felinos. Olham para o nada enxergando o que só eles conseguem ver. Olham para nós como que estabelecendo uma comunicação que ainda não alcançamos. Pode não ser verdade, mas que eles têm toda a pose, tem. Muito chique.
epicy famous people photo rarities 04 Gato na Moda
Steve Martin
Terapia Felina
Um dos berços do pensamento  moderno, Viena, na Áustria, abriu seu primeiro Café com Gatos; um espaço aberto com gatos à solta onde você pode degustar um delicioso café enquanto aprecia o ronronar  ao seu lado no sofá. Ler um jornal ou revista, tomando um café e acariciando um gato lotou o Café Neko (gato em japonês) em poucos dias. A idealizadora? Uma japonesa que escolhe os gatos no abrigo de Viena pelo temperamento e não pela beleza.
cafe of cats Gato na Moda
Café com Gatos
Há Cafés com Gatos em Paris e em muitas outras cidades da Europa. Mas virou febre mesmo foi no Japão. São companhias cuja presença alivia tensões e angústias. Acredite.
Já no Egito... coisa de deus
bastet gato egipcio estatua estatueta escultura MLB F 3125299758 092012 Gato na Moda
Bastet é a deusa egípcia com cabeça de gato, que representa o prazer, a fertilidade, a música e o amor. , o deus solar e Ísis, deusa da vida – adivinhem – também apresentam traços felinos.
Mas antes de serem cultuados como verdadeiras divindades pelos egípcios, os gatos serviam mesmo era para caçar os ratos que assolavam as plantações. Diante de tanto bem e proteção, passaram a fazer parte da família  até se tornarem divindades.  Acho digno.
 Boa é a moda de acabar com o preconceito.
Como boa gateira e admiradora dos felinos de qualquer tamanho, posso garantir por experiência própria:   não, gatos não gostam da casa, gostam de você. Gatos não são  traiçoeiros, são inteligentes e respondem de acordo com o que recebem. Gatos são fiéis, fidedignos, se enroscam em nossas pernas para deixar claro a quem pertencem e a que gatovocê pertence. Cada vez que se enrolam em seus pés, emanam um cheiro para que outros gatos saibam: nem vem que não tem, esse humano já tem gato.
Carinho e Calma
Gatos são carinhosos e atenciosos. Agora mesmo, Capitú e seus olhos verdes está esparramada sobre meu colo enquanto escrevo sobre seus ancestrais.
Gatos cheiram lágrimas e vez ou outra, uma pata surge sobre sua mão e lá fica enquanto você precisar.
Tem gato bom, ruim, feio, bonito, bravo, agressivo, carinhoso, fiel, solto, livre, chegado. Como qualquer animal de estimação. Não é como nasce. É como você cria.
E, mãe, até onde eu sei, gato nunca saiu de moda. Talvez tenha chegado a hora de acabar é com o preconceito. Tomara.
by R7

Israel aceita estender trégua em Gaza por 4 horas, diz fonte do governo

 26/07/2014 12:54



JERUSALÉM
(Reuters) - Israel aceitou estender por quatro horas a trégua humanitária com o Hamas e outros grupos armados na Faixa de Gaza neste sábado, disse uma fonte do governo israelense que solicitou anonimato.

Não ficou imediatamente claro se islamistas do Hamas, que controlam Gaza, também aceitaram prolongar o cessar-fogo, originalmente de 12 horas, até a meia-noite (18h, no horário de Brasília).

(Reportagem de Maayan Lubell)

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