sábado, 2 de abril de 2022

Laboratório que armazena amostras de varíola e ebola explode na Rússia

Governo russo afirma que a sala onde aconteceu o acidente não tinha nenhum material contaminante; um funcionário ficou gravemente ferido

INTERNACIONAL | Fábio Fleury, do R7
17/09/2019 - 19H26 (ATUALIZADO EM 17/09/2019 - 19H26)




Um andar de um laboratório dos tempos da Guerra Fria, com um grande e variado estoque de vírus mortais, explodiu na cidade de Novosibirsk, na Sibéria. Mas segundo os diretores do laboratório "não há riscos" de contaminação.

O Centro Estatal Russo de Pesquisas em Virologia e Biotecnologia, conhecido como Vector, confirmou em um comunicado que o acidente aconteceu no quinto andar, durante um procedimento de manutenção após uma inspeção sanitária.

Um funcionário do laboratório sofreu queimaduras de terceiro grau na explosão, que estilhaçou várias janelas do prédio. Segundo relatos, o fogo se espalhou pelo sistema de ventilação do prédio antes de ser controlado pelos bombeiros.

Autoridades russas afirmaram que, por causa do serviço de manutenção, a sala onde aconteceu a explosão não continha nenhum agente contaminante no momento do acidente, e que não aconteceu nenhum dano estrutural ao edifício.

Amostras perigosas

O Vector é um dos dois locais na Terra que ainda possuem amostras do vírus da varíola. O outro é um laboratório no Centro de Prevenção e Controle de Doenças dos EUA (CDC, na sigla em inglês), em Atlanta.

Em 2004, uma cientista que trabalhava no laboratório russo morreu após se ferir acidentalmente com uma agulha carregando o vírus Ebola. Também existem rumores de que surtos de anthrax e varíola teriam se originado no Vector e, em seguida, acobertados pelo governo da antiga União Soviética nos anos 1970.

Sequência de problemas

O incêndio no laboratório de Novosibirsk é mais um acidente em uma sequência que vem incomodando a infraestrutura de pesquisas militares e estratégicas da Rússia nos últimos meses. Um mini-submarino nuclear de reconhecimento sofreu um incêndio em julho, matando 14 tripulantes a bordo.
Em agosto, uma explosão nuclear em uma plataforma de pesquisas causou níveis de radiação 20 vezes acima do normal na região da cidade de Severodinsk, cerca de 1200km ao norte de Moscou. Pelo menos cinco pessoas morreram.Uma explosão foi registrada nesta segunda-feira (17) no Centro Estatal de Virologia e Biotecnologia Russo (conhecido como Vector), organização que durante a Guerra Fria conduzia pesquisas em guerra química e biológica, incluindo meios de “potencializar” doenças comuns para que pudessem ser usadas como armas eficazes.


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