quinta-feira, 9 de abril de 2020

As piores Pandemias da História

1. Varíola (vários períodos ao longo da história)

Número de mortes: Incontável, 500 milhões apenas no século XX.
aDr. Edward Jenner realizando vacinação contra varíola. (Fonte: DEA Picture Library/Getty Images/Reprodução)
A varíola tem uma história bem extensa como causadora de epidemias mortíferas. Acredita-se que provavelmente surgiu na Índia, sendo descrita na Ásia e na África desde antes da era cristã. Foi a possível responsável pela epidemia misteriosa e catastrófica ocorrida em Atenas, que, segundo Tucídides, matou um terço da população no ano de 430 a.C., dando início ao declínio dessa civilização democrática. A doença era desconhecida e desapareceu depois de um tempo, mas surgiu novamente nos séculos II e III dizimando grande parte da população do Império Romano, a qual era totalmente não imune, como mais tarde faria na América.
A varíola foi endêmica na Europa, Ásia e Arábia por séculos, uma ameaça persistente que matou 3 a cada 10 pessoas infectadas, deixando os sobreviventes com cicatrizes e cegueira. Porém, a taxa de mortalidade no Velho Mundo não foi nada em comparação à devastação causada entre as populações nativas no Novo Mundo, quando o vírus da varíola chegou no século XV com os primeiros exploradores europeus. Os povos indígenas dos países conhecidos atualmente como México e Estados Unidos não tinham imunidade natural ao vírus, que seguiu dizimando dezenas de milhões.
  • Segundo Thomas Mockaitis, historiador e professor da Universidade DePaul, não existe uma chacina histórica que possa se equiparar ao que aconteceu nas Américas — onde 90% a 95% da população indígena foi exterminada no decorrer de 1 século, com o México passando de 11 milhões de pessoas, antes da conquista, para apenas 1 milhão.
Séculos depois, a varíola se tornou a primeira epidemia viral a ser finalizada por uma vacina. Em 1796, um médico britânico chamado Edward Jenner percebeu que as mulheres que retiravam o leite das vacas não contraíam a varíola e acabou descobrindo que a imunidade delas ocorria devido a uma infecção não perigosa proveniente da varíola bovina (cowpox). Foi então que Jenner famosamente inoculou o filho de 9 anos de seu jardineiro com essa varíola e, em seguida, expôs o menino à varíola humana, o que não apresentou nenhum efeito prejudicial.
Porém, foram precisos quase 2 séculos para combater o vírus completamente. Em 1980, a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou que a varíola havia sido completamente erradicada da face da Terra.

2. Peste negra (1346-1353)

Número de mortes: de 75 milhões a 200 milhões.
(Fonte: Anton Koberger, 1493/Dominío público/Reprodução)(Fonte: Anton Koberger, 1493/Dominío público/Reprodução)
A peste negra (ou morte negra) foi uma das pandemias mais devastadoras da história. Durante o período de 1346 a 1353, o surto devastou a Europa, a África e a Ásia, causando um número estimado de mortes entre 75 milhões e 200 milhões de pessoas. Ela teria surgido na Ásia Central e foi se espalhando principalmente pela rota da seda, por meio das pulgas de ratos que frequentemente estavam a bordo dos navios mercantes.
  • Naquela época, os portos eram os principais centros urbanos e, como não eram áreas muito limpas, tornavam-se locais ideais para ratos e pulgas. Essa falta de higiene era propícia à origem de doenças, então foi assim que a bactéria teve espaço para se alastrar e devastar continentes. A situação foi tão séria que a população humana não retornou aos níveis pré-peste até o século XVII. A enfermidade continuou a surgir de forma intermitente e em pequena escala pela Europa até praticamente desaparecer do continente no começo do século XIX.

3. HIV/AIDS (1981-atualmente)

Número de mortes: cerca de 36 milhões.
(Fonte: Mario Suriani/Sociedade Histórica de Nova York/Reprodução)(Fonte: Mario Suriani/Sociedade Histórica de Nova York/Reprodução)
O HIV foi identificado pela primeira vez na República Democrática do Congo, em 1976, e provou sua força como uma pandemia global ao matar mais de 36 milhões de pessoas. Acredita-se que sua origem provavelmente se deu a partir de um vírus de chimpanzé, o qual foi transferido para seres humanos na África Ocidental, na década de 1920. Atualmente, existem entre 31 e 35 milhões de pessoas vivendo com AIDS, sendo que a grande maioria delas está localizada na África Subsaariana, onde 5% da população são infectados (um total aproximado de 21 milhões de pessoas). 
Por décadas, a doença não tinha cura conhecida, mas os medicamentos desenvolvidos na década de 1990, o aumento da conscientização e o desenvolvimento de novos tratamentos tornaram o HIV muito mais gerenciável, e muitos dos infectados passam a levar uma vida produtiva. Uma notícia ainda mais encorajadora é que 2 pessoas já foram curadas da doença no início de 2020.

4. Praga de Justiniano (541-542)

Número de mortes: 25 milhões.
Um mosaico do Imperador Justiniano e seus apoiadores. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)Um mosaico do Imperador Justiniano e seus apoiadores. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)
A praga de Justiniano foi uma pandemia causada também por um surto de peste bubônica e recebeu esse nome por ter ocorrido durante o reinado do imperador Justiniano I (527-565). Também é uma das maiores pandemias da história, com impactos muito parecidos com os da peste negra vários anos mais tarde.
Foi estimado que entre 25 milhões e 100 milhões de pessoas tenham morrido ao longo de 2 séculos por causa dessa peste. A doença foi transmitida pelas pulgas que infestavam os ratos dos navios com carregamento de grãos do Egito. A praga de Justiniano deixou sua marca no mundo, dizimando até um quarto da população do Mediterrâneo Oriental e devastando a cidade de Constantinopla, onde, no auge, causou mais de 5 mil mortes por dia e, consequentemente, deu fim a 40% da população da cidade.
Acredita-se que os resultados dessa pandemia ajudaram na conquista das províncias bizantinas no Oriente Médio e na África pelos árabes, facilitando-a. Estudos genéticos mostraram que essa doença teria origem na China e seria causada pela bactéria Yersinia pestis, assim como outras grandes pragas.

5. Gripe Espanhola (1918-1920)

Número de mortes: de 20 milhões a 50 milhões.
Hospital emergencial durante a pandemia no Campo Funston, Kansas, Estados Unidos. (Fonte: Museu Nacional de Saúde e Medicina/Reprodução)Hospital emergencial durante a pandemia no Campo Funston, Kansas, Estados Unidos. (Fonte: Museu Nacional de Saúde e Medicina/Reprodução)
A gripe espanhola, também conhecida como gripe de 1918, foi uma pandemia incomumente mortal do vírus influenza. De janeiro de 1918 a dezembro de 1920, 500 milhões de pessoas foram infectadas, cerca de um terço da população mundial na época, causando a morte de 20 milhões a 50 milhões de indivíduos.
Entre os infectados pela pandemia de 1918, a taxa de mortalidade foi estimada entre 10% e 20%, com 25 milhões de mortes apenas nas primeiras 25 semanas. O que separou essa pandemia de gripe de outros surtos parecidos foram as vítimas. Gripes normalmente causavam a morte de jovens, idosos ou outros pacientes com o sistema imunológico comprometido, mas a espanhola afetava jovens e adultos completamente saudáveis. Além disso, crianças e outras pessoas mais debilitadas permaneciam vivas.
Essa enfermidade também levou algumas comunidades indígenas à beira da extinção. A propagação e a letalidade da gripe aumentaram devido à quantidade de soldados reunidos no mesmo lugar e a má nutrição que muitas pessoas estavam vivenciando durante a Primeira Guerra Mundial.
Uma curiosidade é que apesar de ser chamada de "gripe espanhola", o surto provavelmente não começou na Espanha. O país era uma nação neutra durante a Primeira Guerra Mundial e não tinha uma censura rigorosa à imprensa, então poderia publicar livremente relatos iniciais da doença. Como resultado, as pessoas acreditaram que a doença era específica do local e o nome acabou pegando. A origem do vírus, porém, pode ser o interior dos Estados Unidos e a doença foi parar na Europa entre os soldados americanos que foram lutar a guerra no Velho Mundo.
Aqui estão 10 das piores epidemias e pandemias, desde os tempos modernos até a pré-história. Imagem: Uma enfermaria de gripe em um hospital do exército americano na França durante a pandemia de gripe espanhola de 1918. (Shutterstock)

6. Epidemia de cocoliztli (1545-1548)

Número de mortes: de 5 milhões a 15 milhões.
Monumento Nacional das Ruínas Astecas. (Fonte: USGS/Reprodução)Monumento Nacional das Ruínas Astecas. (Fonte: USGS/Reprodução)
Cocoliztli é o termo asteca para praga. Essa epidemia foi causada por uma infecção em forma de uma febre hemorrágica viral e matou 15 milhões de habitantes do México e da América Central. A doença se provou completamente catastrófica, especialmente entre uma população já enfraquecida pela seca extrema.
Em um estudo recente, no qual foi examinado o DNA dos esqueletos das vítimas, foi descoberto que elas estavam infectadas com uma subespécie de salmonella conhecida como S. paratyphi C. Esta causa febre entérica, uma categoria que inclui febre tifoide. A doença é uma grande ameaça à saúde dos seres humanos até hoje, podendo causar febre alta, desidratação e problemas gastrointestinais.

7. Peste antonina (165)

Número de mortes: 5 milhões.
Os soldados romanos provavelmente trouxeram a doença de volta para casa, dando início a Peste Antonina. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)Os soldados romanos provavelmente trouxeram a doença na volta para casa, dando início à peste antonina. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)
A peste antonina, também conhecida como peste de galeno, foi uma antiga pandemia que afetou a Ásia Menor, o Egito, a Grécia e a Itália. Acredita-se que tenha sido causada por varíola ou sarampo, mas a verdadeira origem ainda continua desconhecida. Essa doença foi trazida para Roma pelos soldados que retornavam da Mesopotâmia por volta de 165 d.C. e, sem saber, ajudaram a propagá-la, gerando um surto que acabou matando mais de 5 milhões de pessoas e dizimando grande parte do exército romano da época.

8. Gripe asiática (1956-1958)

Número de mortes: 2 milhões.
(Fonte: Reprodução)(Fonte: Reprodução)
A gripe asiática foi um surto pandêmico da influenza A do subtipo H2N2, que começou na China a partir de 1956 e durou até 1958. Alguns autores acreditam que ela se originou de uma mutação em patos selvagens combinada com uma cepa humana preexistente. Em seus 2 anos de existência, a enfermidade viajou da província chinesa de Guizhou para Cingapura, Hong Kong e Estados Unidos. As estimativas do número de mortes dessa patologia variam dependendo da fonte, mas a OMS acredita que a contagem final é de aproximadamente 2 milhões de mortes, com 69,8 mil das fatalidades apenas nos EUA.

9. Gripe Russa (1889-1890)

Número de mortes: 1 milhão.
Gravura em madeira mostrando enfermeiras atendendo pacientes em Paris durante a pandemia. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)Gravura em madeira mostrando enfermeiras atendendo pacientes em Paris durante a pandemia. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)
Atualmente, acredita-se que a gripe russa foi causada pelo vírus H2N2, pois muitas pessoas com maior resistência à gripe asiática de 1957 (que era do subtipo H2N2), teriam passado relativamente ilesas ao primeiro contato durante a epidemia da gripe russa. Porém, descobertas recentes têm atribuído a causa ao subtipo H3N8 do vírus da influenza A. Caracterizado principalmente por febre e pneumonia, o surto durou de 1889 a 1890, levando à morte de 1 milhão de pessoas, sendo cerca de 300 mil apenas na Europa.
Foi a primeira pandemia documentada com detalhes, registrada inicialmente em maio, em Bukhara, no sul do antigo Império Russo (atual Uzbequistão) e se alastrou rapidamente pelo império dentro de 2 semanas, principalmente por causa da linha férrea transiberiana. 
O rápido crescimento populacional do século XIX, principalmente nas áreas urbanas, serviu para facilitar a propagação da gripe e, em pouco tempo, o surto se espalhou pelo mundo, chegando inclusive até o Brasil. 

10. Terceira pandemia de cólera (1852-1860)

Número de mortes: 1 milhão.
O 3º grande surto de cólera é geralmente considerado a mais mortal entre os sete que ocorrerão, durando de 1852 a 1860. Como a primeira e a segunda pandemia, esta também se originou na Índia e foi se espalhando pelo rio Ganges antes de tomar a Ásia, Europa, América do Norte e África — sendo responsável pela morte de mais de 1 milhão de pessoas. O médico britânico John Snow, enquanto trabalhava em uma área pobre de Londres, acompanhou os casos de cólera e conseguiu identificar a água contaminada como meio de transmissão da doença, porém o ano de sua descoberta (1854) também foi o de pico da pandemia, quando 23 mil pessoas faleceram na Grã-Bretanha.Pandemias do anos 2000
                  Zika vírus surgiu em 2015 e
       sofremos seus efeitos até hoje
Até o momento, cientistas enfrentam uma corrida contra o tempo para controlar o Zika vírus. O vírus geralmente é transmitido por mosquitos do gênero Aedes, mas também pode ser transmitido sexualmente em humanos. 
Embora o zika geralmente as pessoas não apresentem sintomas, o Zika pode provocar paralisia (síndrome de Guillain-Barré). Em gestantes, pode causar defeitos congênitos subsequentes. O tipo de mosquito que transmite o zika floresce melhor em climas quentes e úmidos, tornando a América do Sul, a América Central e partes do sul dos Estados Unidos em áreas privilegiadas para a proliferação do vírus. 
Microcefalia em um bebê recém-nascido. Este é um dos possíveis efeitos da epidemia do vírus zika. Sinais de microcefalia podem se desenvolver alguns meses após o nascimento. (Brar_j. - Flickr)
Aqui estão 10 das piores epidemias e pandemias, desde os tempos modernos até a pré-história. Microcefalia em um bebê recém-nascido. Este é um dos possíveis efeitos da epidemia do vírus zika. Sinais de microcefalia podem se desenvolver alguns meses após o nascimento. (Brar_j. – Flickr)

Epidemia de Ebola na África Ocidental entre 2014 e 2016

O ebola devastou a África Ocidental por volta de 2014 e 2016, foram relatados cerca de 28.600 casos e 11.325 mortes. O primeiro caso a ser relatado foi na Guiné em dezembro de 2013, depois a doença se espalhou rapidamente para a Libéria e Serra Leoa. A maior parte dos casos e mortes ocorreu nesses três países. Um número menor de casos ocorreu na Nigéria, Mali, Senegal, Estados Unidos e Europa, informou o Centers for Disease Control and Prevention. 
Apenas recentemente cientistas declararam o Ebola oficialmente curável. Os primeiros casos conhecidos de Ebola ocorreram no Sudão e na República Democrática do Congo em 1976, e o vírus pode ter se originado em morcegos. 
O ebola devastou a África Ocidental por volta de 2014 e 2016, foram relatados cerca de 28.600 casos e 11.325 mortes.
Aqui estão 10 das piores epidemias e pandemias, desde os tempos modernos até a pré-história. O ebola devastou a África Ocidental por volta de 2014 e 2016, foram relatados cerca de 28.600 casos e 11.325 mortes.

Pandemia da gripe suína H1N1 entre 2009 e 2010

A pandemia de gripe suína de 2009 foi causada por uma nova cepa de H1N1, que se originou no México, antes de se espalhar para o resto do mundo. Em um ano, o vírus infectou 1,4 bilhão de pessoas em todo o mundo e matou entre 151.700 e 575.400 pessoas, segundo dados do CDC .
A pandemia de gripe de 2009 afetou principalmente crianças e adultos jovens, visto que 80% das mortes ocorreram em pessoas com menos de 65 anos, informou o CDC. Isso foi incomum, considerando que a maioria das cepas de vírus da gripe, incluindo aquelas que causam a gripe sazonal, causam a maior porcentagem de mortes em pessoas com 65 anos ou mais. Porém, no caso da gripe suína, as pessoas mais velhas já pareciam ter imunidade suficiente ao grupo de vírus ao qual o H1N1 pertence, por isso não foram afetadas tanto. Uma vacina para o vírus H1N1 que causou a gripe suína agora está incluída na vacina anual.
Aqui estão 10 das piores epidemias e pandemias, desde os tempos modernos até a pré-história. A pandemia de gripe suína de 2009 foi causada por uma nova cepa de H1N1, que se originou no México.
Aqui estão 10 das piores epidemias e pandemias, desde os tempos modernos até a pré-história. A pandemia de gripe suína de 2009 foi causada por uma nova cepa de H1N1, que se originou no México.

A Pandemia de AIDS começou em 1981 e nos assola até os dias atuais

Deste que foi identificada pela primeira vez em 1981, a AIDS já matou cerca de 35 milhões de vidas. O HIV, que é o vírus causador da Aids, provavelmente se desenvolveu a partir de um vírus de chimpanzé que foi transferido para seres humanos na África Ocidental na década de 1920. O vírus fez o seu caminho ao redor do mundo, e a AIDS foi uma pandemia no final do século XX. Agora, cerca de 64% dos 40 milhões estimados que vivem com o vírus da imunodeficiência humana (HIV) vivem na África Subsaariana.
Por décadas, a doença não tinha cura conhecida, mas os medicamentos desenvolvidos na década de 1990 agora permitem que as pessoas com a doença tenham uma vida normal com tratamento regular. Ainda mais encorajador, duas pessoas foram curadas do HIV desde o início de 2020.
Aqui estão 10 das piores epidemias e pandemias, desde os tempos modernos até a pré-história. Micrografia eletrônica de varredura de VIH-1, em cor verde, saindo de um linfócito cultivado.(Créditos: C. GoldsmithContent Providers)
Aqui estão 10 das piores epidemias e pandemias, desde os tempos modernos até a pré-história. Micrografia eletrônica de varredura de VIH-1, em cor verde, saindo de um linfócito cultivado.(Créditos: C. GoldsmithContent Providers)

Uma das mais antigas epidemias: cerca de 3000 AEC

Há cerca de 5.000 anos, uma epidemia varreu toda uma vila préhistórica
Antes da descoberta de Hamin Mangha, outro enterro em massa pré-histórico que data aproximadamente o mesmo período foi encontrado em um local chamado Miaozigou, no nordeste da China. Juntas, essas descobertas sugerem que uma epidemia devastou toda aquela região. 
Há cerca de 5.000 anos, uma epidemia varreu toda uma vila pré-histórica
Aqui estão 10 das piores epidemias e pandemias, desde os tempos modernos até a pré-história. Há cerca de 5.000 anos, uma epidemia varreu toda uma vila pré-histórica.
FONTE / LiveScience

Gripe espanhola: 100 anos da mãe das pandemias



O vírus influenza causou a epidemia mais mortal da história — foram mais de 50 milhões de vítimas. Será que algo parecido pode se repetir? 


Por Dra. Natalia Pasternak Taschner* 




É possível que a gripe volte a causar tantas vítimas quanto naquela ocasião? (Ilustração: Marcos de Lima/SAÚDE é Vital) 


No dia 4 de março de 1918, um soldado da base militar de Fort Riley, nos Estados Unidos, ficou de cama, com sintomas de uma forte gripe. Esse acampamento no Kansas treinava cidadãos americanos para a Primeira Guerra Mundial. Naquela semana de março, mais de 200 soldados adoeceram também. Em apenas 14 dias, mais de mil militares foram parar em hospitais — e o mal se alastrou por outros acampamentos. No pico da epidemia, mais de 1 500 militares reportaram a enfermidade em um único dia. A doença se espalhou rapidamente pelos EUA e pegou carona com os soldados americanos que embarcaram para a Europa. E de lá ganhou o mundo. 


A chamada gripe espanhola — que nada tem de espanhola — matou de 50 a 100 milhões de pessoas em 1918 e 1919. Esse número representa mais mortes do que o montante provocado pelas duas grandes guerras juntas. Mais do que a aids causou em 40 anos. Foi e ainda é a maior pandemia de que se tem notícia. E o Brasil não passou ileso por ela. Por aqui foram cerca de 35 mil óbitos, entre eles o do presidente da época, Rodrigues Alves (1848-1919). 


E de onde veio o “espanhola” se a tal gripe provavelmente se originou em solo americano? A Espanha era um dos poucos países neutros durante a Primeira Guerra — um dos poucos a ter imprensa livre para noticiar a praga. Nos próprios EUA, o então presidente Woodrow Wilson (1856-1924) emitiu ordens para censurar qualquer notícia que pudesse abalar a população e os soldados. A situação foi a mesma em outras nações em guerra. Ocorre que o esforço para manter a epidemia em segredo contribuiu para sua rápida disseminação. Ora, como propagar e tomar medidas preventivas se ninguém sabe o que está acontecendo? 


O vírus por trás da pandemia é um velho conhecido nosso: o influenza H1N1. Antes de você me questionar se ele aprontou de novo ou vai voltar a aprontar, permita-me descrever um pouquinho o vírus e essa sigla embutida no nome dele. As letras e os números do H1N1 se referem a proteínas na superfície viral, as hemaglutininas e as neuroaminidases. 


Ao mesmo tempo que permitem ao vírus se conectar às células humanas, elas são reconhecidas pelo nosso sistema imune. Mas o influenza tem uma característica única em recombinar essas proteínas com as dos colegas virais. Assim, se dois vírus da gripe diferentes infectam a mesma célula, lá dentro eles podem dar origem a um vírus novo. Da mistura de um H5N1 com um H3N2, por exemplo, pode nascer um H5N2. Essa peculiaridade, aliada às mutações regulares que um vírus sofre, explica por que nossas defesas enfrentam dificuldade para reconhecer um agente infeccioso novo. 


Mas a história não se restringe a vírus e seres humanos. Hoje se sabe que as linhagens mais virulentas da gripe vieram das aves. Normalmente, esses vírus que têm aves como reservatórios não infectam o homem. Só que eles infectam porcos. E o vírus da gripe humana também. 


Isso significa que vírus de aves e de humanos podem se encontrar e recombinar nas células do porco, gerando uma prole viral capaz de ser transmitida para (e entre) os homens. Também pode acontecer o seguinte: um vírus típico de ave consegue infectar diretamente um humano e, uma vez dentro dele, sofre mutações e recombinações que o tornam contagioso e agressivo para nossa espécie. Deu para entender agora por que falamos em gripe suína e aviária? 


Na gripe espanhola, há indícios de que o vírus, cujo reservatório eram aves migratórias, teria infectado uma criação de porcos no Kansas — de onde foi parar no soldado de Fort Riley. Mas o H1N1 de 1918 era muito peculiar. Não causava os sintomas de uma gripe comum. As pessoas sangravam pelo nariz, pelos ouvidos, pelos olhos… Ficavam azuis com a falta de oxigênio, segundo relatos da época. Caíam de cama pela manhã e à tarde estavam mortas. Geralmente, os vírus da gripe se apoderam das células do nariz e da garganta. O H1N1 do início do século 20 mantinha esse traço, mas parecia infectar expressivamente as células dos pulmões. 


Outra característica intrigante até hoje: o ataque do influenza costuma ser mais forte em crianças e idosos, que possuem sistema imune mais frágil. Em 1918, porém, as principais vítimas foram os adultos jovens — tanto civis quanto soldados no front. Uma hipótese é que, justamente por ter uma imunidade mais proativa, a resposta do organismo jovem era vigorosa demais. Resultado: uma tempestade inflamatória que agredia os pulmões e encurtava a vida. 


PESTE NEGRA: COMO AS PESSOAS REAGIRAM À DOENÇA DURANTE A IDADE MÉDIA?


CURIOSIDADES

Sem saber o que causava a enfermidade, as pessoas adotavam práticas artesanais inusitadas em busca de uma cura

VANESSA CENTAMORI PUBLICADO EM 13/03/2020


População usa máscaras para se proteger da peste negra - Wikimedia Commons

Hoje a ciência já mostrou que a trágica Peste Negra, que assombrou a Idade Média, entre os anos de 1346 e 1353, foi causada por uma bactéria, batizada de Yersinia pestis. Acontece que no século 14 ninguém sabia disso. Então, sem esse conhecimento, como será que as pessoas da época reagiram frente à peste?

A doença desconhecida causou muito pânico e mortes, ceifou um terço da população mundial na época. A febre da peste atingia 41 graus, os vômitos eram sanguinolentos, e muitas pessoas desenvolviam complicações pulmonares, enquanto que outros sortudos se curavam de modo espontâneo.
Máscara para peste negra / Crédito: Divulgação

Mas, para a maioria, o sofrimento foi tanto que isso apareceria de modo muito recorrente em relatos históricos. Um deles é do poeta Boccaccio, que viveu em Florença, na Itália. Ele fez a seguinte descrição:

“Em homens e mulheres, [a Peste Negra] ela se manifesta pela emergência de certos tumores nas virilhas e axilas, alguns dos quais chegam ao tamanho de uma maçã; outros, ao de um ovo… Dessas duas regiões do corpo, esses tumores mortais logo começam a propagar-se e a espalhar-se em todas as direções”.

Amedrontadas e sem saber o que fazer, as pessoas recorriam à receitas e crenças sem embasamento científico para aliviar suas dores. Uma das grandes preocupações era evitar que a enfermidade evoluísse e que surgissem miasmas (odores extremamente desagradáveis, considerados na época como uma das principais causas da infecção).

Máscara usada pelos médicos durante a epidemia de Peste Negra / Crédito: Wikimedia Commons

Para resolver essa questão, a população fabricava grandes chamas, que eram queimadas em esquinas. Muitas pessoas usavam plantas com troncos aromáticos e várias essências, como de alecrim, âmbar e almíscar, além de flores com fragrâncias cheirosas.

Essas essências eram levadas com as pessoas, que carregavam ervas com elas a todo lugar. Muitos acreditavam que colocá-las nas janelas de suas casas permitiria bloquear a poluição do ar — que eles acreditavam ser a causadora da Peste Negra.

Outra questão era a dieta. Ninguém comia carne ou figo, considerados alimentos propícios à doença mortal. Atividades físicas que podiam abrir os poros e causar o miasma também estavam proibidas. Fazer sexo e tomar banho estavam entre as tarefas não recomendadas, além não poder tirar sonecas durante o dia.

Grupo que se flagelava para se castigar pela peste / Crédito: Wikimedia Commons

Ter pensamentos sobre a morte e a doença também não era algo aconselhável, por mais inevitável que fosse. Havia uma crença, inclusive, que aquela situação era um castigo de Deus. Foi isso que acreditava a irmandade Brotherhood of the Flagellants, que para compensar, se castigava andando pela Europa a pé e praticando autoflagelação.

Outra reação inusitada frente à peste foram as vestimentas. Pessoas usavam máscaras com formas parecidas com bicos de aves, contendo itens aromáticos. Isso era usado até por profissionais da saúde para se proteger de qualquer tipo de ar contaminado. Outras medidas também incluíam fazer os pacientes sangrarem para tirar aquele veneno, que estaria causando a doença.

Judeus sendo queimados na fogueira / Crédito: Wikimedia Commons

Desconhecendo as origens biológicas da Peste Negra, as pessoas reagiam também depositando a culpa em grupos sociais marginalizados, por supostamente terem trazido a doença à Europa. Alguns documentos do período incriminavam os judeus pela doença, sendo que alguns deles foram até queimados vivos.

Outros perseguidos foram os leprosos e os estrangeiros, que eram acusados de terem disseminado a Peste Negra. Mas claro, as condições de vida e higiene nos ambientes urbanos são na verdade as principais causadoras da epidemia.
Saiba mais sobre o tema por meio das obras:
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Epidemias no Brasil. Uma Abordagem Biológica e Social, Rodolpho Telarolli Junior (2013)

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HIV: Os 35 anos do boom da epidemia e a comunidade gay masculina, Fábio Germano de Oliveira (e-book) - https://amzn.to/34Om85L

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A desconhecida vida pregressa de Luiz Henrique Mandetta e o caso “Gisa”


06/04/2020 às 19:10
Luiz Henrique Mandetta

Quando Luiz Henrique Mandetta foi anunciado como ministro da Saúde do governo Bolsonaro, o Jornal da Cidade Online alertou: É o único ministro escolhido pelo presidente eleito que destoa da equipe.

Publicamos inúmeras matérias demonstrando a pouco recomendável vida pregressa do escolhido. Não adiantou. Lamentavelmente, o nome foi mantido.
Mandetta surgiu na política como secretário de saúde de Campo Grande (MS) na gestão do ex-prefeito Nelsinho Trad, seu primo-irmão. O pai de Mandetta é irmão da mãe de Nelsinho, atual senador, homem com inúmeros processos por envolvimento em casos de improbidade e corrupção.
Os primos foram criados juntos, moraram juntos e estudaram Medicina na Gama Filho, no Rio de Janeiro. Sempre tiveram uma ligação muito forte.
Um outro primo, Marquinhos Trad, irmão de Nelsinho, fez direito na mesma época, também no Rio de Janeiro. É o atual prefeito de Campo Grande.
E um outro primo, Fábio Trad, também advogado, ex-presidente da OAB-MS, irmão de Nelsinho e Marquinhos, é deputado federal, ferrenho opositor do governo e ligadíssimo a Rodrigo Maia.
Nelsinho e Mandetta protagonizaram na saúde de Campo Grande o escândalo que ficou conhecido como “Gisa”, um programa de atendimento a saúde que nunca funcionou, mas consumiu muito dinheiro.
O Escândalo Gisa teria causado prejuízos de R$ 8,1 milhões aos cofres públicos.
Como o programa nunca funcionou, o Ministério da Saúde obrigou a prefeitura de Campo Grande a devolver o dinheiro gasto com o sistema, o que só ocorreu na gestão de Alcides Bernal, sucessor de Nelsinho.
Mandetta é acusado pelos crimes de fraudes em licitações e tráfico de influência na contratação do Consórcio Telemídia & Technology International Comércio e Serviços de Tecnologia.
“As ilegalidades atingiram a licitação já na elaboração da seleção. A empresa vencedora (Telemídia) teve acesso às regras da licitação – e se adaptou a elas – antes do edital ser publicado, tanto que o orçamento apresentado foi exatamente igual ao dinheiro disponível pela Prefeitura”, acusaram os procuradores da República em ação civil por improbidade administrativa, que pede a devolução de R$ 16,2 milhões e tramita em segredo na Justiça Federal de Campo Grande.
Além de restringir a concorrência, o ministro é investigado porque a Telemídia apresentou documentos falsos para dar base legal à assinatura do contrato.
Nesse sentido, uma outra ação por improbidade administrativa também tramita em sigilo na Justiça Federal de Campo Grande.
O senador e ex-prefeito, como já dito, ainda tem uma série de outras pendengas judiciais. Assim paira na sociedade de MS uma grande estranheza por ter ele conseguido registrar sua candidatura, ter permanecido solto e, pior, ter sido eleito.
Seu ex-parceiro, André Puccinelli, ex-governador do estado, ficou cinco meses no xilindró. Um outro ex-parceiro, Edson Girotto, ex-secretário de obras, estava preso até esta semana, tendo sido solto por estar no grupo de risco do Coronavírus. Seu ex-cunhado e braço financeiro, empresário João Amorim, está preso.
Nelsinho está solto, é senador, tem um irmão prefeito, um outro irmão deputado federal e um primo-IRMÃO, ministro.
É preocupante.
 
da Redação cidade on line

segunda-feira, 30 de março de 2020

Linha do Tempo da AIDS:. Desde seu início, nos anos 80, 74,9 milhões de pessoas foram infectadas e 32 milhões delas morreram. E


Equipe Editorial Bibliomed
Entre as décadas de 1960 e 1980, começaram a surgir casos de doenças que os médicos não conseguiam explicar. Os pacientes apresentavam uma combinação de doenças que incluíam, geralmente, sarcoma de Kaposi (um tipo de câncer), fadiga, perda de peso, baixa imunidade e pneumonia. A infecção por HIV só foi identificada em 1981, mas os pesquisadores acreditam que a primeira transmissão dos macacos para os seres humanos possam ter ocorrido na década de 1930. A primeira morte comprovada pela Aids foi de um homem no Congo, em 1957, mas a comprovação só veio décadas depois, com a realização de exames em sangue preservado.
Este artigo traz uma linha do tempo com os principais pontos do HIV e Aids ao longo das décadas.
1977 – Morre, em 12 de dezembro, aos 47 anos, a médica e pesquisadora dinamarquesa Margrethe P. Rask. Ela havia estado na África, estudando o Ebola, e começara a apresentar diversos sintomas estranhos para a sua idade. A autópsia revelou que seus pulmões estavam cheios de microorganismos que ocasionaram um tipo de pneumonia.
1981 – Descreve-se pela primeira vez a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, contudo, sem nomeá-la cientificamente. Neste mesmo ano, morre Gaëtan Dugas, conhecido popularmente como "paciente zero", pois acredita que tenha sido ele um dos primeiros a espalhar a doença nos Estados Unidos.
1982 - Pesquisadores do CDC estavam colhendo dados a respeito de nomes de pessoas homossexuais que houvessem mantido relações sexuais entre si, a fim de mapearem aquela doença, até então não compreendida em relação à sua forma de transmissão. Grande parte das pessoas entrevistadas relata haver conhecido um mesmo homem, um comissário de bordo de origem franco-canadense, Gaetan Dugas. Mais tarde este homem passou a ser conhecido como o paciente zero, a partir de quem a doença teria cruzado o oceano atlântico. No Brasil, os primeiros sete casos confirmados ocorreram em São Paulo, todos pacientes de prática homo/bissexual, tendo sido o Hospital Emílio Ribas a atendê-los. Os pesquisadores ainda não haviam chegado a um consenso sobre o nome para esta doença, que era tratada pela imprensa como ‘Peste Gay’ ou GRID - Gay-Related Immune Deficiency. Ainda neste ano, casos de AIDS foram relatados em 14 países ao redor do mundo.
1983 – Instalou-se grande pânico ao redor do mundo quando se cogitou que a doença poderia ser transmitida pelo ar e utensílios domésticos, após ter sido relatado casos de infecção em crianças nos Estados Unidos. Ocorre a primeira Conferência sobre AIDS, em Denver, EUA. A doença é relatada em 33 países. Estavam confirmados 3.000 casos da doença nos EUA, com um total de 1.283 óbitos. Pesquisadores isolam o vírus da aids pela primeira vez.
1984 – Descobre-se o retrovírus considerado agente etiológico da AIDS. Dois grupos de cientistas reclamaram ter sido o primeiro a descobri-lo: um do Instituto Pasteur de Paris, chefiado pelo Dr. Luc Montangnier e o outro dos Estados Unidos, chefiado pelo Dr. Robert Gallo. Ocorre a morte de Gaetan Dugas, considerado o "paciente zero", a pessoa que trouxe o vírus para a América. Fecham-se as saunas gays na cidade de São Francisco, EUA. A secretária de saúde e serviços humanos dos Estados Unidos declara que em muito pouco tempo, antes do ano de 1990, haveria uma vacina e a cura contra a AIDS. No final deste ano, 7.000 americanos tinham a doença.
1985 – Chega ao mercado um teste sorológico de metodologia imunoenzimática, para diagnóstico da infecção pelo HIV que podia ser utilizado para triagem em bancos de sangue. Após um período de conflitos de interesses político-econômicos, esse teste passou a ser usado mundo afora e diminuiu consideravelmente o risco de transmissão transfusional do HIV. O ator Rock Hudson morre, sendo a primeira figura pública conhecida a ter falecido em função de AIDS. Ryan White, um menino de 13 anos e hemofílico, é expulso da escola. Ocorre a primeira Conferência Internacional de AIDS em Atlanta. Ao final do ano, a AIDS havia sido relatada em 51 países. É relatada no Brasil a primeira ocorrência de transmissão perinatal, em São Paulo.
1986 – Na segunda Conferência Internacional de AIDS, ocorrida em Paris, foi reportada experiências iniciais do uso do AZT. No mesmo ano, o órgão norte-americano de controle sobre produtos farmacêuticos FDA (Food and Drug Administration) aprovou o seu uso. Este revelou um impacto discreto sobre a mortalidade geral de pacientes infectados pelo HIV. A Organização Mundial de Saúde (OMS) lançou uma estratégia global de combate à AIDS. Em relação aos usuários de droga injetável, a estratégia recomendava aos usuários que esterilizassem seringas e agulhas. No Brasil, Herbert de Souza, o Betinho, conhecido sociólogo e ativista político brasileiro, hemofílico, confirma sua condição de portador do vírus HIV. No mesmo ano ele funda a ABIA – Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS, entidade que vira referência na luta por maior controle dos bancos de sangue e contra a discriminação.
1987 – O governo britânico lançou uma campanha publicitária com a frase "Não morra de Ignorância" e entregou em cada residência um folheto sobre a AIDS. A princesa Diana abriu o primeiro Hospital especializado em tratamento da AIDS na Inglaterra. O fato dela não ter usado luvas quando apertou as mãos de pessoas com AIDS foi amplamente divulgado pela imprensa e ajudou a mudar atitudes preconceituosas. O presidente Kaunda, da Zâmbia, anunciou que seu filho morrera de AIDS. O presidente americano Ronald Reagan fez seu primeiro discurso sobre AIDS quando 36 mil americanos já possuíam diagnóstico e 20.000 já haviam morrido. Ao redor do mundo, no mês de novembro, 62.811 casos já tinham sido oficialmente reportados pela OMS, de 127 países. Desde este ano, o Governo Americano repassa recursos para o desenvolvimento de programas globais de prevenção ao HIV/AIDS.
1988 – A Inglaterra, em função do alto índice de contaminação de usuários de drogas, começou a discutir estratégias específicas focadas em programas de prevenção que foram mandados para 148 países. O programa enfatizava a educação, a troca de informações e experiências e a necessidade de proteção dos direitos e da dignidade humana. Morrem os dois irmãos de Betinho, também hemofílicos, de AIDS: Henfil, proeminente escritor, aos 43 anos e Chico Mário. Betinho afasta-se da ABIA, desesperançado. No mesmo ano, a OMS instituiu o Dia Mundial da AIDS, primeiro de dezembro, sendo esta primeira edição com o tema: "Junte-se ao esforço mundial".
1989 – Um grande número de novas drogas tornou-se disponível no mercado para tratamento das infecções oportunistas. O preço do AZT caiu 20%. Um novo antirretroviral, DDI, foi autorizado pelo FDA para pacientes com intolerância ao AZT. O tema do Dia Mundial da AIDS, 1º de Dezembro, é "Cuidemos uns dos outros".
1990 – Morre Ryan White, aos 19 anos. O programa de troca de agulhas e seringas da cidade de Nova York é fechado por questões políticas. Em dezembro, mais de 307 mil casos de AIDS haviam sido oficialmente reportados pela OMS, porém havia estimativas de números próximos a 1 milhão. No Brasil, morre o cantor de rock Cazuza. No mesmo ano, seus pais fundam a Sociedade Viva Cazuza. O tema do Dia Mundial da AIDS é "Aids e mulheres".
1991 – O jogado de basquete americano, "Magic" Johnson anunciou que era portador do HIV. Morre Freddie Mercury, cantor do grupo de rock Queen. O terceiro antirretroviral DDC foi autorizado pelo FDA para pacientes intolerantes ao AZT. Contudo, nesta época, ficou claro que o AZT e as outras drogas estavam limitadas ao tratamento da AIDS, pois o HIV desenvolvia resistência aos medicamentos que diminuíam sua eficácia. Ao final de 1991, chega a 200 mil o número de casos nos EUA com 133 mil mortes. O tema do Dia Mundial da AIDS é "Compartilhando um desafio". No Brasil, inicia-se o processo para a aquisição e distribuição gratuita de antirretrovirais (medicamentos que dificultam a multiplicação do HIV). É lançado o medicamento Videx (didanosina), um inibidor de transcriptase reversa. São são identificados 11.805 casos de Aids no Brasil e 10 milhões de infectados por HIV no mundo.
1992 – A estrela do tênis Arthur Ashe anunciou que estava infectado pelo HIV em função de uma transfusão de sangue em 1983. O FDA aprova o uso do DDC em combinação com o AZT para pacientes adultos com infecção avançada. Esta foi a primeira combinação terapêutica de drogas para o tratamento da AIDS a apresentar sucesso. O tema do Dia Mundial da AIDS é "Vamos juntos contra a AIDS de mãos dadas com a vida".
1993 – Mais de 3,7 milhões de novas infecções ocorreram mundialmente. Mais de 10 mil por dia. Durante este ano, mais de 350 mil crianças nasceram infectadas. O bailarino russo Rudolf Nureyev morre de AIDS em janeiro. Em fevereiro, menos de um ano após ter anunciado a sua infecção, morre Arthur Ashe. "Previna-se da vida, não das pessoas" é o tema do Dia Mundial da AIDS.
1994 – passou a ser estudado um novo grupo de drogas para o tratamento da infecção, os inibidores da protease. Estas drogas demonstraram potente efeito antiviral isoladamente ou em associação com drogas do grupo do AZT (daí a denominação "coquetel"). Houve diminuição da mortalidade imediata, melhora dos indicadores da imunidade e recuperação de infecções oportunistas. Ocorreu um estado de euforia, chegando-se a falar na cura da AIDS. Entretanto, logo se percebeu que o tratamento combinado (coquetel) não eliminava o vírus do organismo dos pacientes. Some-se a isso também aos custos elevados do tratamento, o grande número de comprimidos tomados por dia e os efeitos colaterais dessas drogas. Por outro lado, um estudo comprovou que o uso do AZT reduzia em 2/3 o risco de transmissão de HIV de mães infectadas para os seus bebês. A despeito desses inconvenientes, o coquetel reduziu de forma significativa a mortalidade de pacientes com AIDS. O ator Tom Hanks ganha um Oscar por sua atuação no filme Philadelphia, onde interpreta um gay com AIDS. A AIDS se torna a principal causa de morte entre americanos com idade entre 25 e 44 anos. Desde o início da infecção, 400 mil pessoas nos Estados Unidos haviam desenvolvido a AIDS com 250 mil mortes. É criado o UNAIDS, integrado por cinco agências de cooperação de membros da ONU com o objetivo de defender e garantir uma ação global para a prevenção do HIV/aids. (Unicef; Unesco; UNFPA; OMS; e UNDP), além do Banco Mundial. Betinho é indicado pelo presidente brasileiro, Fernando Henrique Cardoso, para o Prêmio Nobel da Paz, por sua atividade no combate à fome. Estava pesando 45 kg. O tema do Dia Mundial da AIDS é "AIDS e família".
1995 – O FDA aprovou o uso do Saquinavir, a primeira droga de um novo grupo, antirretroviral, de inibidores de Protease. "Compartilhemos direitos e responsabilidades", é o tema do Dia Mundial da AIDS. Mais de 80 mil casos de aids já tinham sido registrados no Brasil pela Coordenação Nacional de DST e Aids da Secretaria de Projetos Especiais de Saúde do Ministério da Saúde. Nasce o Plano de Cooperação Técnica Horizontal entre países da América Latina e Caribe.
1996 – Magic Johnson retorna ao basquete profissional. Durante este ano, um crescente número de drogas foi aprovado pelo FDA nos EUA, para administração em combinação com outras drogas. Acontece a Conferência Internacional em Vancouver, onde se anunciou a combinação de três drogas com efeitos mais efetivos que a terapia dual. Surgiu a dúvida a respeito de quanto tempo estes efeitos poderiam ser mantidos, considerando-se as dificuldades e peculiaridades do tratamento. No final deste ano, a UNAIDS reportou que o número de novos infectados havia declinado em vários países em que práticas de sexo seguro haviam sido disseminadas (Estados Unidos, Austrália, Nova Zelândia, e países do norte da Europa). O tema do Dia Mundial da AIDS neste ano é "Unidos na esperança". Acontece em dezembro, no Brasil, o 1º Congresso Brasileiro de Prevenção das DST e AIDS, em Salvador, BA.
1997 – A UNAIDS reportou que os números mundiais de AIDS estavam piores do que o esperado: sugerindo que havia 30 milhões de pessoas vivendo com HIV/AIDS e 16 mil novas infecções por dia. Em 09 de agosto, morre o Betinho, 11 anos depois de confirmar sua condição de portador, com 61 anos, vítima de Hepatite C, em casa, ao lado da mulher e dos filhos. O Brasil comove-se. A USAID/Brasil propõe estratégia de cinco anos para a prevenção do HIV/AIDS.
1998 - No dia Mundial da AIDS, a temática é a mesma do ano anterior: "Num mundo com AIDS, as crianças e os jovens são responsabilidades de todos nós". Na América Latina e Caribe, estima-se que aproximadamente 65.000 indivíduos entre 15 e 24 anos de idade adquiriram o HIV (UNAIDS, 1999).
1999 – O Dia Mundial da AIDS, celebrado em primeiro de dezembro, leva por tema "Você pode fazer um mundo melhor. Escute, aprenda e viva com a realidade da AIDS. Até este ano, 155.590 casos de AIDS foram registrados no Brasil, dos quais 43,23% na faixa etária entre 25 e 34 anos".
2000 – Acontece, de 06 a 11 de novembro, no Rio de Janeiro o Fórum 2000 – 1º Fórum e 2ª Conferência de Cooperação Técnica Horizontal da América Latina e do Caribe em HIV/AIDS e DST. Em Durban, na África do Sul, ocorre a 13ª Conferência Internacional sobre Aids, que denuncia a mortandade no continente africano, onde 17 milhões de pessoas morreram decorrente das doenças, dentre as quais, 3,7 milhões de crianças.  Durante a Conferência ainda é revelado que 8,8% dos adultos africanos estão infectados pelos HIV. O então presidente da África do Sul, Thabo Mbeki, chocou o mundo ao sugerir que o HIV não causa a Aids.  Cinco grandes companhias farmacêuticas concordam em diminuir o preço dos medicamentos utilizados no tratamento da Aids nos países em desenvolvimento, o que ocorreu devido a um acordo promovido pelas Nações Unidas.  No Brasil, os casos da doença começam a aumentar entre as mulheres, alcançando o índice de uma mulher para cada dois homens infectados.
2001 – No Brasil, é implantado a Rede Nacional de Laboratórios para Genotipagem. Organizações médicas e ativistas denunciam o alto preço dos medicamentos nos países em desenvolvimento. Algumas patentes começam a ser quebradas pelo governo brasileiro, o que leva à negociação com a indústria farmacêutica internacional e redução dos preços dos medicamentos vendidos no país. O HIV Vaccine Trials Network (HVTN) planeja a realização de testes com vacinas em vários países, incluindo o Brasil. De 1980 a 2011, o total de casos no Brasil chega a 220.000.
2002 – Visando captar e distribuir recursos, utilizados por países em desenvolvimento para controlar as três doenças infecciosas que mais matam no mundo, é criado o Fundo Global para o Combate a Aids, Tuberculose e Malária. Um relatório realizado pelo Unaids, afirma que a doença mais matar 70 milhões de pessoas nas duas décadas seguintes, atingindo com mais intensidade a África. Em Barcelona, ocorre a 14ª Conferência Internacional sobre Aids. O número de casos de Aids notificados no Brasil, desde 1980, é de 258.000.
2003 – Ocorre, em Havana, Cuba, o II Fórum em HIV/Aids e DST da América Latina. O Programa Nacional de DST/Aids recebe US$ 1 milhão da Fundação Bill & Melinda Gates como reconhecimento às ações de prevenção e assistência no país. Os recursos foram repassados para ONGs que trabalham com portadores de HIV/Aids. O Programa é considerado por diversas agências de cooperação internacional como referência mundial. Os registros de Aids no Brasil são 310.310.
2004 – Duas importantes lideranças transexuais, a advogada e militante Janaína Dutra e a ativista Marcela Prado, que colaboraram com o Programa Nacional de DST e Aids, morrem. Foi lançado o algoritmo brasileiro para testes de genotipagem. Em Recife, ocorre três congressos simultâneos: o V Congresso Brasileiro de Prevenção em DST/Aids, o V Congresso da Sociedade Brasileira de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids e o I Congresso Brasileiro de Aids. O número de casos da doença chega a 362.364.
2005 – Makgatho Mandela, filho de Nelson Mandela, morre em consequência da aids, aos 54 anos. O tema do Dia Mundial de Luta Contra a Aids no Brasil aborda o racismo como fator de vulnerabilidade para a população negra. Os casos no Brasil chegam a 371.827.
2006 – É promulgado que todo terceiro sábado de outubro será o Dia Nacional de Combate à Sífilis. Em Toronto, Canadá, ocorre a 16ª Conferência Mundial sobre Aids, que recebe mais de 20 mil pessoas.  A campanha do Dia Mundial de Luta contra a Aids foi protagonizado por pessoas vivendo com Aids. À noite, em uma ação inédita, a inscrição da RNP+ “Eu me escondia para morrer, hoje me mostro para viver” foi projetada em raio laser nas duas torres do Congresso Nacional, que ficou às escuras, como forma de lembrar os mortos pela doença. No país, o preço do antirretroviral Tenofovir foi reduzido em 50%. Registros de Aids no Brasil ultrapassam 433.000.
2007 – O Programa Nacional de DST/AIDS institui o Banco de Dados de violações dos direitos das pessoas portadoras do HIV. No mês de janeiro, a Tailândia decide produzir uma cópia do antirretroviral Kaletra, e em maio o Brasil decreta o licenciamento compulsório do Efavirenz. Acordo reduz o preço do antirretroviral Lopinavir/Ritonavir. A UNITAID reduz preços de medicamentos antirretrovirais em até 50%. A sobrevida das pessoas com Aids aumenta no Brasil, onde o número de casos de infecção pelo HIV chega a 474.273. A Campanha do Dia Mundial de Luta contra a Aids tem como tema os jovens e é lançada no Cristo Redentor. Os ministérios da Saúde e Educação e as Nações Unidas premiam máquinas de preservativos.
2008 – É inaugurada a primeira fábrica estatal de preservativos do Brasil e a primeira do mundo a utilizar o látex de seringal nativo no Acre. É concluído o processo de nacionalização de um teste que permite detectar a presença do HIV em apenas 15 minutos. Fiocruz pode fabricar o teste, ao custo de US$ 2,60 cada. Governo gastava US$ 5 por teste. O país investe US$ 10 milhões na instalação de uma fábrica de medicamentos antirretrovirais em Moçambique. É realizado o VII Congresso Brasileiro de Prevenção das DST e Aids, em Florianópolis, Santa Catarina. O Prêmio Nobel de Medicina é entregue aos franceses Françoise Barré-Sinoussi e Luc Montagnier pela descoberta do HIV, causador da aids. O alemão Harald zur Hausen também recebe o prêmio pela descoberta do HPV, vírus causador do câncer do colo de útero.
2009 – O Ministério da Saúde bate recorde de distribuição de preservativos, chegando a 465,2 milhões. O Programa Nacional de DST e Aids torna-se departamento da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde e o Programa Nacional para a Prevenção e Controle das Hepatites Virais é integrado a ele. Desde 1980, já são 544.846 casos de Aids no país.
2010 – É realizada, em Viena, Áustria, a XVIII Conferência Internacional de Aids. Dirceu Greco assume diretoria do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Parceira entre governos do Brasil e África do Sul distribui 30 mil camisinhas e folders sobre prevenção da Aids e outras DST durante a Copa do Mundo de Futebol. É lançada a Pesquisa sobre Comportamento, Atitudes e Práticas Relacionadas às DST e Aids da População Brasileira de 15 a 64 anos de idade (PCAP 2008). Mais de duas mil agências dos Correios promovem campanha inédita contra a Aids. É lançada a campanha de carnaval de combate à Aids em dois momentos: antes e durante – estimulando o uso do preservativo; e depois – incentivando a realização dos testes. É aprovado o relatório brasileiro de “Metas e compromissos assumidos pelos estados-membros na Sessão Especial da Assembleia Geral das Nações Unidas em HIV/Aids (UNGASS)”, versão 2008-2009. O governo economiza R$ 118 milhões na compra de antirretrovirais. Travestis preparam material educativo sobre identidade e respeito e lançam campanha de combate ao preconceito no serviço de saúde e na sociedade. É realizado, em Brasília, o VIII Congresso Brasileiro de Prevenção das DST e Aids, I Congresso Brasileiro de Prevenção das Hepatites ViraisIV Mostra Nacional da Saúde e Prevenção nas Escolas e da I Mostra Nacional do Programa Saúde na Escola (SPE). O número de casos identificados no Brasil chega a 592.914.
2011 – As Casas de Apoio de atendimento a adultos com HIV/Aids passam a contar com incentivo financeiro do governo federal destinado ao custeio das ações desenvolvidas com crianças e adolescentes. Representantes do Programa Nacional de DST e Aids da Bolívia conhecem estratégia de comunicação e prevenção do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais brasileiro. Com a finalidade de avaliar avanços e obstáculos na resposta à epidemia de Aids, ocorre em Nova Iorque, nos Estados Unidos, a Reunião de Alto Nível sobre Aids. O governo brasileiro doa US$ 2 de cada passagem internacional para medicamentos de Aids. A Campanha Mundial Cabeleireiros contra Aids celebra 10 anos com ação solidária. A Frente Parlamentar Nacional em HIV/Aids e outras DST é relançada no Congresso Nacional com a participação de 192 deputados e senadores. O Brasil anuncia a produção nacional de dois novos medicamentos para Aids - atazanavir e raltegravir -  por meio de Parcerias Público-Privadas e versão genérica do tenofovir, indicado para o tratamento de Aids e hepatites. Brasil e França celebram dez anos em cooperação científica nas áreas de DST, Aids e hepatites virais. O Ministério da Saúde distribui medicamento atazanavir em todo o Brasil.
2012 – A campanha de conscientização do carnaval tem como foco principal os jovens homossexuais de 15 a 24 anos, porque, de 1998 a 2010, o percentual de casos na população homossexual de 15 a 24 anos subiu 10,1%, conforme boletim epidemiológico de 2011. Após o carnaval, é lançada campanha para promoção do diagnóstico e a conscientização da necessidade da realização do teste. Em maio é lançada a campanha Dia das Mães - Unaids "Acredite. Faça a sua parte", no intuito de conscientizar sobre a contaminação de crianças pelo HIV. Em julho, ocorre em Washington, Estados Unidos, o XIX Conferência Internacional sobre Aids. Em agosto ocorrem, simultaneamente, o IX Congresso Brasileiro de Prevenção de DST e Aids, o II Congresso Brasileiro de Prevenção das Hepatites Virais, o VI Fórum Latino-americano e do Caribe em HIV/Aids e DST e o V Fórum Comunitário Latino-americano e do Caribe em HIV/Aids e DST em São Paulo, Brasil. Em novembro ocorre o XVI Encontro Nacional de Pessoas Vivendo com Aids, o Vivendo, promovido pelos Grupos Pela Vidda de Rio de Janeiro e Niterói. Ainda nesse mês, ocorre em Vitória da Conquista, Bahia, o III Encontro de Travestis e Transexuais da Bahia. Campanha do Dia Mundial de Luta contra a Aids tem como tema "Não fique na dúvida, fique sabendo", e mostra cenas reais da vida dos participantes e reforça que o diagnóstico precoce do HIV é essencial para o controle da doença.
2013 – No Brasil, o Ministério da Saúde lançou portaria que define as modalidades dos serviços de Atenção às DST e Aids. Testes rápidos para HIV, Sífilis e Hepatites Virais passam a ser realizados por enfermeiros. Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais publicou novas recomendações para tratamento de pessoas vivendo com HIV e aids (PVHA) no Brasil. O país recebe Reunião Satélite sobre Hepatites Virais na Assembleia Mundial de Saúde. É aprovado novo Protocolo Clínico de Tratamento de Adultos com HIV e Aids, que garante tratamento a todos os brasileiros com HIV. Realizada campanha em redes sociais voltada a profissionais so sexo, com slogan “Prostituta que se cuida usa sempre camisinha”
2014 – Campanha do Dia Mundial de Luta contra a Aids, com intuito de dar maior visibilidade às questões do viver com HIV/aids e à importância do teste e do tratamento como prevenção. Campanha do Dia Mundial de Luta contra a Aids - CNBB e Pastoral da Aids, com slogan "Cuide bem de você e de todos os que você ama". Campanha Proteja o Gol Unaids, com o objetivo da campanha é usar a popularidade e o poder de união do esporte para promover a prevenção do HIV, principalmente entre os jovens, em nível mundial. Ministério da Saúde lança campanha de vacinação contra o HPV.
2015 – Campanha do Dia Mundial de Luta contra a Aids, com slogan "Com o tratamento, você é mais forte que a Aids". Para dar continuidade à estratégia de comunicação no combate ao HIV, o vírus da aids, o Ministério da Saúde ingressa em uma nova fase: as grandes festas brasileiras. Uma estratégia para dar maior força à campanha #PartiuTeste com uma nova roupagem, mas com a mesma linguagem e conteúdo, mantendo a coesão. As festas escolhidas foram uma combinação de tradição, popularidade e apelo jovem, principal público-alvo. Esses desdobramentos foram veiculados nos principais meios como TV, rádio, mobiliário urbano e internet. 36,7 milhões de pessoas vivem com HIV, foram registradas 2,1 novas infecções e 1,1 milhão de mortes.
2016 – Campanha do Ministério da Saúde com foco na Prevenção Combinada, com o slogan: "Aids. Escolha sua forma de prevenção". Campanha Dia Mundial de Luta contra a Aids - CNBB e Pastoral da Aids, com slogan: "Nós podemos construir um futuro sem Aids". Em 2016, 19,5 milhões dos 36,7 milhões de pessoas vivendo com HIV tiveram acesso ao tratamento e mortes relacionadas à AIDS caíram de 1,9 milhão em 2005 para 1 milhão em 2016. Entre as pessoas vivendo com HIV, 18,2 milhões têm acesso à terapia antirretroviral.
2017 – Brasil sedia Cúpula Mundial de Hepatites. Anvisa libera comercialização de autoteste para o HIV em farmácias. Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) passa a ser ofertada pelo SUS. Campanha Dia Mundial de Luta contra a Aids, com slogan "Vamos combinar?". O número de novas infecções por HIV aumentou em cerca de 50 países e a novas infecções globais por HIV caíram apenas 18% nos últimos sete anos, de 2,2 milhões em 2010 para 1,8 milhão em 2017.
2018 – Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais (DIAHV), da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) e do Ministério da Saúde (MS), publicaram novas ecomendações de substituição de esquemas de terapia antirretroviral contendo inibidores da transcriptase reversa não-nucleosídeos ou inibidores de protease para esquemas com dolutegravir para tratamento de pessoas vivendo com HIV, maiores de 12 anos de idade com supressão viral. Campanha Indetectável, que retrata as histórias de 13 pessoas que vivem com HIV e se tornaram indetectáveis após adesão ao tratamento está dividida em duas etapas, sendo a primeira com pessoas que vivem com HIV e receberam o diagnóstico recentemente e outras que descobriram ser HIV positivo nos anos 80 e 90, logo no início da epidemia de AIDS no mundo. Todos os personagens contam em suas histórias como receberam o diagnóstico, a luta pela aceitação e as dificuldades para aderirem ao tratamento.A mortalidade relacionada à AIDS diminuiu 33% desde 2010.
2019 – 37,9 milhões de pessoas no mundo vivem com HIV, sendo que 23,3 milhões têm acesso à terapia antirretroviral. São estimados 1,7 milhão de novas infecções e 770 mil mortes de doenças relacionadas à Aids. Desde de o início da epidemia, foram registrados 74,9 milhões de pessoas infectadas, com 32 milhões de mortes.
Referências
- Secretaria Municipal de Saúde e Higiene de São José do Rio Preto, SP
- Ministério da Saúde – Coordenação de DST/AIDS
- SHILTS, Randy. O prazer com risco de vida. Record. Rio de Janeiro, 1987.
- SODELLI, Marcelo. Escola e AIDS: Um olhar para o sentido do trabalho do professor na prevenção à AIDS. Tese de Mestrado PUC/SP, 1999.
- Instituto de Infectologia Emílio Ribas
- UNAIDS

1977/78
Arte: Gutemberg Brito
Estados Unidos, Haiti e África Central apresentam os primeiros casos da infecção, definida em 1982.
1980
Primeiro caso da doença no Brasil, em São Paulo, classificado como Aids dois anos mais tarde
1982
Jornal Noticias Populares
Confirmação do primeiro caso de Aids no Brasil e identificação da transmissão por transfusão sanguínea. Adoção temporária do termo Doença dos 5 H - Homossexuais, Hemofílicos, Haitianos, Heroinômanos (usuários de heroína injetável), Hookers (profissionais do sexo em inglês).

Ao lado, reportagem publicada no jornal Notícias Populares, em 1983.
1983
Instituto Pasteu / França
Primeira notificação mundial de infecção por HIV em criança. Brasil identifica primeiro caso de Aids entre mulheres. Primeiros relatos de transmissão heterossexual do vírus e de contaminação de profissionais de saúde. Jornal do Brasil publica a primeira notícia sobre Aids no país: Brasil registra dois casos de câncer gay. Estados Unidos registram 3 mil casos da doença e 1.283 óbitos. O HIV-1 é isolado e caracterizado no Instituto Pasteur, na França.
A imagem mostra o vírus isolado no Instituto Pasteur.

1984
Arte: Gutemberg Brito
O vírus da Aids é isolado nos Estados Unidos. Início da disputa entre pesquisadores franceses e norte-americanos pela autoria da descoberta. Estruturação do Programa da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo, primeiro programa brasileiro para o controle da Aids.
1985
Foto: Gutemberg Brito

O agente etiológico causador da Aids é denominado Human Immunodeficiency Virus (HIV). Surge o primeiro teste diagnóstico para a doença, baseado na detecção de anticorpos contra o vírus.


1986
Logo DST/AIDS
Criação do Programa Nacional de DST e Aids do Ministério da Saúde.
1987
Foto: Monika Barth
Pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz isolam o HIV-1 pela primeira vez na América Latina. Início da administração do AZT, medicamento utilizado em pacientes com câncer, para o tratamento da Aids. Assembléia Mundial de Saúde e ONU estabelecem 1° de dezembro como Dia Mundial de Luta Contra a Aids.

Ao lado, a primeira imagem doi HIV-1 obtida no Brasil e na América Latina.



1988
O Ministério da Saúde adota 1° de dezembro como Dia Mundial de Luta Contra a Aids. Criação do SUS. Primeiro caso diagnosticado na população indígena brasileira. O país já acumula 4.535 casos da doença.
1989
Foto: Gutemberg Brito
Pressionada por ativistas, a indústria farmacêutica Burroughs Wellcome reduz em 20% o preço do AZT no Brasil.
1990
Foto: Flavio Colker
Cazuza morre aos 32 anos. Mais de 6 mil casos de Aids são registrados no país.
1991
O Ministério da Saúde dá início à distribuição gratuita de antirretrovirais. A OMS anuncia que 10 milhões de pessoas estão infectadas pelo HIV no mundo. No Brasil, 11.805 casos são notificados. O antirretroviral Videx (ddl) é aprovado nos Estados Unidos e a fita vermelha torna-se o símbolo mundial de luta contra a Aids.
A Fiocruz foi convidada pelo Programa Mundial de Aids das Nações Unidas e Organização Mundial da Saúde (Unaids/OMS) para participar da Rede Internacional de Laboratórios para Isolamento e Caracterização do HIV-1.
1992
Foto: Gutemberg Brito
Pesquisadores franceses e norte-americanos estabelecem consenso sobre a descoberta conjunta do HIV. A Aids passa a integrar o código internacional de doenças e os procedimentos necessários ao tratamento da infecção são incluídos na tabela do SUS. Combinação entre AZT e Videx inaugura o coquetel  anti-aids.
1993
O AZT começa a ser produzido no Brasil. A OMS anuncia a ocorrência de 10 mil novos casos por dia no mundo e aprova a primeira vacina candidata a testes em larga escala em países pobres. No Brasil, o total de casos chega a 16.670.
Implantação da Rede Nacional de Isolamento do HIV-1 no Brasil, criada com suporte do Ministério da Saúde e da Unaids/OMS para mapear a diversidade genética do vírus no país e orientar a seleção de potenciais vacinas e medicamentos antiaids a serem utilizados por brasileiros.
Reportagem publicada no jornal O Globo em 03 de dezembro de 1993.
1994
foto:  irinnews.org
Acordo entre Ministério da Saúde e Banco Mundial impulsiona as ações de controle e prevenção da Aids no Brasil.
1995
Foto: Gutemberg Brito
Estados Unidos aprovam nova classe de medicamentos antirretrovirais, os inibidores de protease. Novos medicamentos são lançados, aumentando as opções de tratamento. Criação do Simpósio Brasileiro de Pesquisa em HIV/AIDS (Simpaids).
1996
Foto:Médicos Sem Fronteiras
Primeiro consenso em terapia antirretroviral regulamenta a prescrição de medicamentos anti-HIV no Brasil. O tríplice esquema de antirretrovirais, que combina dois inibidores de transcriptase reversa e um de protease, começa a ser utilizado. A Lei 9.313 estabelece a distribuição gratuita de medicamentos aos portadores de HIV. Com mais de 22 mil casos de Aids, o Brasil registra feminização, interiorização e pauperização da epidemia.
1997
foto: Ibase
Implantação da Rede Nacional de Laboratórios para o monitoramento de pacientes soropositivos em terapia antirretroviral no Brasil. Morre o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho.
1998
Arte: Gutemberg Brito
Pesquisadores norte-americanos dão início ao primeiro teste de um produto candidato a vacina anti-HIV/Aids. O Ministério da Saúde recomenda a aplicação da Abordagem Sindrômica das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) para seu tratamento oportuno e conseqüente diminuição da incidência do HIV.  Lei 9.656 define como obrigatória a cobertura de despesas hospitalares com Aids pelos seguros-saúde privados, sem assegurar despesas com a terapia antirretroviral.
1999
Foto: Peter Ilicciev/CCS Fiocruz
O Governo Federal divulga redução em 50% de mortes e em 80% de infecções oportunistas, em função do uso do coquetel anti-aids. O Ministério da Saúde disponibiliza 15 medicamentos antirretrovirais.
2000
foto: irinnews.org
Cinco grandes companhias farmacêuticas concordam em reduzir o preço de medicamentos antirretrovirais utilizados por países em desenvolvimento. No Brasil, a proporção de casos de Aids notificados é de uma mulher para cada dois homens.
2001
Foto: Gutemberg Brito
Implantação da Rede Nacional de Genotipagem do HIV-1 do Ministério da Saúde. Brasil ameaça quebrar patentes e consegue reduzir o preço de medicamentos antirretrovirais. Aprovação da Lei 10.205, que regulamenta a coleta, processamento, estocagem, distribuição e aplicação do sangue, seus componentes e derivados e proíbe o comércio destes materiais no Brasil. O país acumula 220 mil casos da doença.
2002
Foto: Agencia Notícias da Aids
Criação do Fundo Global para o Combate a Aids, Tuberculose e Malária, para captação e distribuição de recursos em países em desenvolvimento para o controle das três doenças infecciosas que mais matam no mundo.
2003
Foto: Agencia Notícias da Aids
O Programa Brasileiro de DST/Aids recebe prêmio de US$ 1 milhão da Fundação Bill & Melinda Gates em reconhecimento às ações de prevenção e assistência no país, que abriga 150 mil pacientes em tratamento.
2004
foto:  irinnews.org
Recife reúne quatro mil participantes em três congressos simultâneos: o V Congresso Brasileiro de Prevenção em DST/Aids, o V Congresso da Sociedade Brasileira de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids e o I Congresso Brasileiro de Aids. Mais de 360 mil casos de Aids são registrados no país. O Dia Mundial de Luta contra a Aids aborda a feminização da epidemia.
2005
Unaids
O tema do Dia Mundial de Luta Contra a Aids no Brasil aborda o racismo como fator de vulnerabilidade para a população negra. O Brasil abriga a 3ª Conferência Internacional em Patogênese e Tratamento da Aids, realizada pela International Aids Society (IAS).


2006
A campanha do Dia Mundial de Luta contra a Aids é protagonizada por pessoas vivendo com Aids, numa tentativa de desmitificar o estigma da doença. Brasil acumula mais de 430 mil casos de Aids.

2007
Foto: Gutemberg Brito
20 anos após o isolamento do HIV-1 no Brasil, pesquisadores investigam novos alvos terapêuticos. Relatório da Unaids divulga que, em todo o mundo, 33,2 milhões de pessoas estão infectadas pelo HIV. Somente este ano, 2,5 milhões novos casos foram registrados.

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