Por: AGROLINK -Leonardo Gottems
Publicado em 03/01/2022 às 07:26h.
A China vai controlar 69% das reservas de milho de todo o mundo já no primeiro semestre de 2022, além de 60% das reservas de arroz e 51% do trigo. As projeções são do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), segundo o qual esse acúmulo aumentou em cerca de 20 pontos percentuais nos últimos 10 anos.
Considerando que as afirmações vieram do maior adversário dos chineses, a informação poderia ter um viés suspeito. No entanto, a “fome” do gigante asiático é comprovada por declarações vindas do próprio governo comunista.
“A China detém atualmente um estoque de alimentos em níveis historicamente altos […] que conseguem responder a uma demanda equivalente a um ano e meio”, afirmou no último mês de novembro Qin Yuyun, responsável pelo departamento de cereais da Administração Nacional de Alimentos e Reservas Estratégicas de Pequim.
Apenas em 2020 a China gastou US$ 98,1 bilhões de dólares em importações de alimentos, de acordo com os dados da Administração Geral e Alfandegária do país asiático. De janeiro a setembro de 2021, Pequim reforçou as suas reservas nos maiores níveis desde 2016 comprando mais soja, milho e trigo entre duas a doze vezes mais que Brasil e EUA, por exemplo.
O resultado desse acúmulo de reservas veio em forma de inflação: segundo os dados da Agência para a Alimentação e Agricultura da ONU, os preços dos alimentos dispararam 30% num ano em todo o mundo. Em novembro, o índice alimentar das Nações Unidas voltou a registar um novo máximo de 10 anos. “A acumulação da China é uma das razões para o aumento dos preços”, afirmou Akio Shibata, presidente do Instituto de Investigação de Recursos Naturais de Tochigi, em entrevista ao Nikkei Asia.
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