domingo, 9 de outubro de 2016

O que acontece no cérebro durante um déjà vu? Por que parece que já vivemos aquilo?

A expressão déjà vu vem de “já visto”, em francês. É a ligeira sensação ou impressão de que você está vivendo algo repetido, que já experimentou exatamente dessa forma, nesse lugar, ou com essas pessoas. Estudos nos EUA e na Europa indicam que até dois terços das pessoas tiveram déjà vu pelo menos uma vez na vida.

Quem está sujeito?

"Os resultados das pesquisas com pacientes que respondem questionários sobre seus déja vus, mostram que os mais jovens e viajados são os mais propensos a senti-los”, diz o psiquiatra Chris Moulin, da Universidade de Leeds, na Inglaterra.
Primeiro, porque os mais novos têm uma vida menos rotineira. Costumam variar de cenário, o que os deixa mais propensos a viver déjà vu ao enfrentarem novas experiências ou o desconhecido, por exemplo. E o fato de os jovens viajarem e experimentarem bastante só aumenta essa probabilidade.

Entenda o que acontece

Tomografias no cérebro dos pacientes que relatam ter vários déjà vu por semana mostram que sua massa cinzenta é atrofiada no lobo temporal (logo atrás das orelhas), justamente a parte que governa a formação de memórias. Assim, essas mentes teriam acesso às lembranças na mesma fração de segundo em que elas são gravadas. O que causa uma ilusão perene: o presente fica parecendo uma memória. É como se você vivesse o tempo todo no seu passado.
Moulin e outros pesquisadores, então, imaginam que a chave para os déjà vu normais esteja aí. Se nos casos crônicos a falta de timing do lobo temporal é permanente, nos mais moderados ela só acontece de vez em quando. Às vezes uma única vez na vida.
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Outra corrente, por exemplo, defende que o fenômeno pode não estar ligado a um defeito no “cabeçote de gravação” da memória. O segredo estaria nos porões mais escuros do cérebro, onde ficam as memórias do que você não viu. Por essa linha, ter um déjà vu significa acessar memórias nunca antes registradas pela consciência. Seu consciente pode ter uma forte impressão de já ter visto antes algo antes porque, de fato, o seu inconsiente já viu mesmo.

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