segunda-feira, 29 de junho de 2015

Lugar de Mulher

Eu sou mulher, mas não tenho bundão, nem peito durinho nem coxas sem celulite. Eu sou mulher, mas não sirvo para embelezar estádios, para ser candidata a musa de torcida e aparecer em propaganda de cerveja. A minha sensualidade não pode ser vendida como atrativo porque ela está na minha inteligência. Entenda: não é a minha arquitetura que me define e sim a minha biblioteca. Sou mulher, mas a minha existência não gira ao redor da aprovação e da satisfação sexual masculina. Não deixo o mundo mais bonito quando uso uma roupa justa e sim quando falo, quando escrevo e quando trabalho.
Não vou negar que fico feliz quando alguém generosamente me acha bonita. Mas sei que a beleza enxergada o tempo já está levando e, em breve, pouco restará. Portanto, se me alegro quando elogiam a carcaça, regozijo-me quando enaltecem o que produzo intelectualmente: minhas aulas, meus textos e meus filhos.
Sou uma mulher madura pois gargalho por besteira. Sou delicada, não como um jarro de vidro mas tal e qual as manhãs: expulso a escuridão não somente ao colocar um salto alto e um vestido estampado de vez em quando, mas também – e principalmente – quando abro um livro ou a minha mente.
Sou mulher e não sou obrigada, por isso, a ter algum grau de parentesco com a Nossa Senhora. Sou dona de mim e rainha do meu Castelo. Não ostento jóias. Mereço mais profundidades. Sou o pássaro que canta não para comunicar-se e sim para permitir a primavera. De reta fiz-me curva ao olhar diariamente meu reflexo tão refratado e pleno de passados. Estou, paradoxalmente, cada vez mais presa aos que me libertam. Meu corpo carrega a história de tantas outras mulheres. Meu pretérito é imperfeito.
Meu tempo é hoje e ele não se mede por extenso. Mede-se pelas explosões e pela intensidade e complexidade dos momentos.
O meu lugar é onde eu quiser.
Texto Elika Takimoto

Confissões de uma ignorante



Estou um pouco cansada. Por onde ando sinto-me humilhada pela cultura de amigos, de inimigos, de alunos, de conhecidos e até de gente que acabei de ser apresentada. Não falo somente da cultura apreendida nas universidades e em escolas, mas também da cultura assimilada nos botequins, nas academias, nos shoppings e na Bahia. Quem está ao meu lado sempre leu mais livros do que eu, é filiado a algum partido político, cita com precisão frases de filósofos, estudou mais do que eu, sabe mais física do que eu, pratica mais esportes do que eu, foi a mais congressos do que eu, vai mais a médicos do que eu, sabe mais línguas do que eu, falam melhor do que eu, conhecem mais teatro e música do que eu e sempre bebem mais do que eu.
Basta eu colocar os pés na rua para certificar-me da minha pequenez. Você já leu Kenzaburo? Não? Como não? Você é filha de japonês e não conhece Kenzaburo? Chego a casa correndo, com pressa em ver-me livre de tanta ignorância, entro no site do submarino, compro o livro de Kenzaburo, leio Kenzaburo e vou para a rua de cabeça erguida. A alegria acaba ao me deparar com a primeira pessoa que estabeleço um diálogo. Já usou os cremes da Victoria Secrets? Victoria Secrets? Hã?!? O que é isso, só conheço nívea, johnson e os ácidos retinoicos que a dermatologista prescreve. Você é de marte? Como uma mulher pode não saber o que são os cremes da Victoria Secrets? Lá vou eu correndo, compro os cremes, na verdade, ganho os cremes, passo os cremes, volto às ruas me sentindo uma mulher mais completa e o que ouço? Além de tooodos me perguntando se estou usando Victoria Secrets (como todos conheciam o cheiro menos eu?) ainda apontam um prédio, assim do nada com a maior naturalidade, e falam que aquele desenho lembra Fernand Léger. Quem é esse? Não sabe? Como não sabe quem é Fernand Léger? O grande artista francês especialista em cubismo! Nem vou perguntar o que é cubismo, tenho lá minha ideias sobre uns quadros sem pé nem cabeça, ou com um pé e uma cabeça no meio do quadro, mas é melhor ficar calada. Deve ser isso. Deixa quieto. Quando o assunto é cinema sempre acho que vou arrasar, mas não tarda em chegar um daqueles que ficam classificando filmes pela direção e de diretor eu só conheço o Scorsese e o Spielberg. Também sei quem foi Copola e só! O cara me pergunta se eu já vi filmes do Kubrick. Quem? Stanley Kubrick, não conhece? Jesuis. Não.
De esportes ignoro absolutamente tudo. Por mais que meus pais me expliquem não sei contar os pontos de vôlei e não vejo sentido naquelas pontuações do tênis. Por que não um a zero, dois a três? Que diabos é isso de acertar uma bolinha e ganhar 15 pontos? Depois 30 e depois 40!!!! Não. Desisto. Nas raras vezes em que assisto uma partida de futebol me assusto cada hora que um menino cai. Todos gritam: não foi nada! Não foi nada! E aí vem o slow motion. Nem em câmera lenta eu consigo perceber que o jogador de verde caiu de propósito. Velejar? Eu sei toda a parte teórica porque tem a ver com soma de vetores e coisa e tal e disso eu entendo um pouco, mas me distraio contemplando as velas e esqueço sempre o que é uma bolina. O que é uma bolina? Essa é uma pergunta metafísica que ao ser feita resulta sempre em deslocar o centro de massa do barco e cair no mar. Resultado: sempre vou na direção que o vento sopra e tenho medo de navegar sem companhia.
Estive em Buenos Aires, no Caribe e na Suíça, mas não sabia ao certo onde estava. Nunca soube quem estava fazendo fronteiras comigo e ficava boquiaberta quando via alguém correndo animado para tirar fotos com a estátua de Rousseau ou algum monumento histórico que eu até então desconhecia a existência. Que legal! Uma igreja ortodoxa russa! Meodeos. Como sabem tanto? De história nem sei quais foram os quatro gigantes da Reforma e nem adianta me falar que esquecerei em menos de dois dias!
De bebida eu nada entendo. Não sei o nome de vinhos mais triviais e nem vamos falar da diferença de paladar entre um que custa os olhos da cara e um baratérrimo. Meu organismo carece de uma enzima que metaboliza o álcool e, portanto, não bebo. Quando insisto, desmaio. Pronto. Justificado. Mas comer eu como e como bem e de tudo, embora isso não seja coisa para se vangloriar e muito menos cultura que é o tema em pauta. Para dizer a verdade até passei vergonha ao tentar esnobar um pouco. Estive em Salvador e voltei batendo no peito dizendo que comi um sarapatel delicioso. Crente que estava fazendo bonito quando percebi que todos que me ouviam faziam cara de nojo. Sabe do que é feito o sarapatel, Elika? Alguém sabe? Como todos vocês sabem disso e eu não?
Além de tudo, sou uma leitora completamente devassa. Não posso ler nenhum filósofo e nenhum político. Sou facilmente convencida. Seduzem-me sem a menor resistência. Tenho orgasmos múltiplos sem perceber que estou sendo estuprada. Mas o meu amor não é inabalável. Ao abrir outro livro, lá vou eu de novo sem ao menos me sentir confusa para os braços de um outro bambambã qualquer.
Ando preenchida de indagações, angústias e incertezas, mas não sou infeliz por conta disso. Não transformo essa minha “ignorância” em depressão, mas em força, curiosidade e criatividade. Sobrevivo porque sou como os historiadores. Só explico depois do acontecido e escolho as causas para todos esses efeitos desastrosos. O problema é que, às vezes, eu fraquejo e fico assim. Como hoje. Cansada por ser tão inofensiva.
Elika Takimoto


Um nó no lençol


Considerava que, embora a maioria dos pais e mães daquela comunidade trabalhassem fora, deviam encontrar tempo para se dedicarem e compreenderem os filhos.

A diretora ficou muito surpreendida quando um pai se levantou e explicou, de forma humilde, que não tinha tempo de falar nem de ver o filho durante a semana pois, quando ele saía para trabalhar, o filho ainda estava a dormir e, quando voltava do trabalho, o garoto já não estava acordado.

Explicou, ainda, que tinha de trabalhar assim para sustentar a família, mas que ficava angustiado por não ter tempo para o filho e que tentava redimir-se indo beijá-lo todas as noites quando chegava a casa.

E, para que o filho soubesse da sua presença, dava um nó na ponta do lençol que o cobria.

Fazia isto religiosamente todas as noites quando o beijava.

Quando o filho acordava e via o nó, sabia assim que o pai tinha lá estado e o tinha beijado.

O nó era o meio de comunicação entre eles.

A diretora emocionou-se com a história e ficou surpreendida quando constatou que o filho deste pai era um dos melhores alunos da escola!

O fato faz-nos refletir sobre as muitas maneiras de as pessoas estarem presentes e de se comunicarem umas com as outras

Este pai encontrou a sua, simples mas eficiente.

E o mais importante é que o filho percebia, através do nó afetivo, o que o pai lhe queria dizer.

Gestos simples, como um beijo e um nó na ponta do lençol, valiam para aquele filho muito mais do que os presentes ou as desculpas vazias.

É por esta razão que um beijo cura a dor de cabeça, o arranhão no joelho, o medo do escuro.

As pessoas podem não entender o significado de muitas palavras, mas SABEM registar um gesto de amor.
Mesmo que esse gesto seja apenas um nó num lençol…


Autor desconhecido

Fonte indicada Coisas para crianças

Gorila em zoo vira símbolo sexual no Japão

BBC
Fotos de Shabani 'viralizam' nas redes sociais; animal ganha admiradoras por causa dos músculos e de aparente dedicação paternal.
Shabani faz as japonesas suspirarem e virou um objeto de desejo e admiração no país. (Foto: AFP/BBC)Segundo o zoo de Nagoya, Shabani faz pose para fotos (Foto: AFP/BBC)
Shabani faz as japonesas suspirarem e virou um objeto de desejo e admiração no país. Só que ele não é ator ou integrantes de alguma das boy bands que as mulheres mais jovens tanto apreciam: ele é um gorila que vive no zoológico da cidade de Nagoya, na região central do país. As mulheres que visitam o local, segundo a mídia local, chegam a desmaiar.
Músculos
O motivo para tamanha admiração ainda não está muito claro, mas o fato é que Shabani "viralizou" depois de várias fãs postarem fotos em redes sociais, em março. Elas elogiam seu olhos negros e seu físico musculoso - segundo o zoológico, Shabani está bem mais "em forma" que os outros gorilas com quem divide espaço.
Aparentemente, o primata também "posa" para fotos como se fosse um modelo.
E, desde então, o gorila virou um modelo de masculinidade para as admiradoras. Especialmente depois de o zoológico ter informado ao público que Shabani dedicava atenção especial a seus dois bebês gorilas.
O primata passou a ser visto como modelo perfeito de homem japonês moderno: atraente e pai responsável. Para muitas mulheres japonesas, especialmente as que trabalham, este tipo de homem é coisa de sonho, o que explica a duradoura popularidade do principal ídolo pop do Japão, o cantor Takuya Kimura, de 42 anos, pai de dois filhos.
Entre as celebridades masculinas japonesas, por sinal, tem virado "moda" enfatizar que são pais amorosos e dedicados, e a popularidade de Shabani levou a tendência bem mais adiante.
Nascido na Holanda, há 18 anos, Shabani chegou a Nagoya em 2007, como um presente. Em termos humanos, teria o equivalente a 38 anos de idade - o auge da força e virilidade humana.
E um detalhe a mais parece enlouquecer as mulheres mais velhas: a companheira de Shabani, Nene, é 24 anos mais velha que ele e deu cria aos 40. Uma idade surpreendente para um gorila dar à luz.
De acordo com a mídia local, muitas jovens japonesas usam adjetivos comumente aplicados a atores de cinema para falar de Shabani. O gorila já foi chamado de ikumen (atraente) e também de shibui e nihiru, palavras que podem ser interpretadas como "misterioso" e "taciturno" - a mesma descrição, por exemplo, que as japonesas dedicam ao ator americano George Clooney.
Takayuki Ishikawa, porta-voz do zoológico, diz que os gorilas sempre foram animais populares entre os visitantes, mas que o "fenômeno" Shabani fez com que o número de visitas ao zoológico tenha duplicado desde março.
"Talvez agora as pessoas tenham mais tempo para admirar os gorilas e por isso tenham notado sua atratividade", disse Ishikawa à BBC.

terça-feira, 23 de junho de 2015

Cobra enorme morre após devorar porco-espinho em reserva africana

23/06/2015 06h00 -

Caso ocorreu em reserva na província sul-africana de KwaZulu-Natal.
Píton morreu devido aos ferimentos internos provocados pelos espinhos.

Uma cobra enorme morreu após devorar um porco-espinho em uma reserva na província de KwaZulu-Natal, na África do Sul. Segundo o usuário "BigDeadPixel", que publicou as fotos na rede social Reddit, a píton-africana (Python sebae) morreu um dia depois de devorar o porco-espinho devido aos ferimentos internos provocados pelos espinhos da presa (veja mais).
Cobra enorme morreu após devorar porco-espinho em reserva sul-africana (Foto: Reprodução/Reddit/BigDeadPixel)Cobra enorme morreu após devorar porco-espinho em reserva sul-africana (Foto: Reprodução/Reddit/BigDeadPixel)
Píton morreu por causa dos ferimentos internos provocados pelos espinhos da presa (Foto: Reprodução/Reddit/BigDeadPixel)Píton morreu por causa dos ferimentos internos provocados pelos espinhos da presa (Foto: Reprodução/Reddit/BigDeadPixel)
Outra foto mostra a píton ainda viva após devorar o porco-espinho (Foto: Reprodução/Imgur/)Outra foto mostra a píton ainda viva após devorar o porco-espinho (Foto: Reprodução/Imgur/)
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