terça-feira, 19 de março de 2013

Redução de estômago: prós e contras


Redução de estômago: prós e contras
A cirurgia é uma medida mais extrema
Quem sofre de obesidade em grau muito elevado, mas já tentou várias dietas, tomou remédios e não consegue emagrecer tem sido aconselhado por muitos médicos a recorrer a uma medida extrema: a redução de estômago.
Essa alternativa apenas é indicada sobretudo para pessoas que correm o risco de adoecer por causa do excesso de gordura no corpo. ”Esses pacientes podem apresentar doenças como hipertensão arterial, diabetes, apnéia do sono e artrose”, explica Arthur Garrido, professor da Faculdade de Medicina da USP e vice-presidente da Federação Internacional para a Cirurgia da Obesidade.
Confira, quatro diferentes métodos de redução de estômago. Entenda cada procedimento e saiba o quanto eles emagrecem
Atenção
Antes de ser operada, consulte um psicólogo. Lembre-se que é importantíssimo seguir à risca as recomendações médicas em relação ao procedimento escolhido. Assim, o paciente diminui muito o risco de complicações e tem muito mais chances de vencer de vez a obesidade mórbida.

Balão intragástrico

O que é: 
Um balão de silicone vazio é colocado no estômago por endoscopia e preenchido com soro fisiológico e corante azul. Se estourar, a cor aparece na urina. O balão ocupa cerca de 60% do estômago.
Perda de peso: 
de 10% a 15%, em seis meses.
Contra-indicação: 
Não deve ser feita por quem tem úlcera, azia, inflamação do esôfago, gastrite e insuficiência renal.
Alimentação: 
Quantidade bem reduzida para não causar mal-estar.
Vantagens: 
Dispensa corte e internação. O balão é implantado em consultório médico, em meia hora.
Desvantagens: 
Embora seja o procedimento menos invasivo, é temporário: o balão deve ser retirado ou substituído em até seis meses, que é o limite de segurança do material. Pode provocar náuseas e vômitos intensos, principalmente nas primeiras semanas após a colocação.

Banda gástrica ajustável

O que é: 
o médico coloca uma cinta de silicone na entrada do estômago, por cirurgia. Depois, injeta nela água destilada, fazendo-a apertar mais o órgão. Assim, os alimentos demoram para passar, e a pessoa sente-se saciada rapidamente.
Perda de peso: 
20% em 1 ano.
Contra-indicação: 
Não deve ser feita por dependentes de álcool ou drogas nem por quem tem cirrose.
Alimentação: 
Durante um mês, só líquidos. Após esse período pode-se ingerir alimentos sólidos, mas em pequenas quantidades.
Vantagens: 
Leva rapidamente à sensação de saciedade. Como não corta o estômago, oferece baixo risco de complicações graves. A cirurgia dura 1 hora.
Desvantagem: 
Nos primeiros meses, as consultas são freqüentes, pois é preciso fazer o ajuste da pressão da cinta por meio do aumento ou diminuição da quantidade de água destilada.

Gastroplastia convencional (método Fobi-Capella)

O que é: 
O estômago é dividido em duas partes. A maior é isolada e perde sua função. A menor é ligada diretamente ao intestino por um desvio, além de receber um anel que deixa a passagem do alimento mais lenta. É a técnica mais usada no Brasil e nos Estados Unidos.
Perda de peso: 
40% em 18 meses.
Contra-indicação: 
Não é recomendada para dependentes de drogas, álcool e quem tem cirrose.
Alimentação: 
Dieta líquida, com porções bem reduzidas, nos primeiros 30 dias. A partir daí, os alimentos devem ser consumidos em pequenas porções e muito bem mastigados.
Vantagem: 
O índice de sucesso é altíssimo.
Desvantagens: 
Há perda de absorção dos nutrientes dos alimentos. Por isso, é preciso tomar vitaminas por um longo período. Como o estômago é cortado, o risco de complicações leves ou severas chega a 5%.

Cirurgia radical (método Scopinaro)

O que é: 
Retirada de mais da metade do estômago e de uma boa parte do intestino, para reduzir a absorção dos alimentos. Por ser muito radical, costuma ser indicada apenas para quem tem IMC acima de 50.
Perda de peso: 
40% a 50% em 1 ano.
Contra-indicação: 
Não é recomendada para quem sofre de diarréia freqüentemente, dependentes de álcool ou droga ou quem tem cirrose.
Alimentação: 
Até 30 dias, só líquidos. É o tempo que o estômago leva para cicatrizar.
Vantagem: 
A pessoa perde muito peso sem ter que restringir demais a alimentação.
Desvantagens: 
Causa diarréia, é o único método irreversível e exige suplementação de vitaminas constante.

Calcular o IMC

A redução de estômago é indicada para quem tem índice de massa corporal (IMC) acima de 40 ou de 35, mas sofre de doenças como diabetes e hipertensão.
Saber o próprio IMC é simples: basta dividir o peso (em quilos) pela altura (em metros) ao quadrado. Exemplo: 120 kg ÷ (1,60 m x 1,60 m) = 46,8.
FONTE: M de Mulher

Com mais três corpos encontrados, Petrópolis tem 27 mortes após chuva


19/03/2013

Mais cedo, corpos de 2 meninos e 1 menina foram achados em córrego.
Dezesseis mortos foram identificados no IML; veja a lista parcial.


Isabela Marinho e Tássia Thum
Do G1 Rio, em Petrópolis
José Ventura (à esquerda) ajuda bombeiros a resgatar o corpo  do sobrinho Nicolas em Petrópolis (Foto: Marcos de Paula/Estadão Conteúdo)José Ventura (à esquerda) ajuda bombeiros a resgatar o corpo do sobrinho Nicolas em Petrópolis (Foto: Marcos de Paula/Estadão Conteúdo)
Mais três corpos foram encontrados no fim da tarde desta terça-feira (19) e o número de mortos em consequência da chuva em Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro, subiu para 27. A informação foi confirmada pelo coronel Sérgio Simões, comandante do Corpo de Bombeiros, em entrevista à GloboNews, às 18h15. Pelo menos 10 pessoas estão desaparecidas.
Dezesseis corpos haviam sido identificados no Instituto Médico Legal (IML) até as 17h, segundo segundo o delegado titular da 105ª DP (Petrópolis), Alexandre Ziehe (veja lista no fim da reportagem). Sete continuam sem identificação.
No início da tarde, três corpos – de dois meninos e uma menina – foram encontrados em um córrego na altura do km 82 da BR-040, no bairro Bingen. Segundo os bombeiros, os corpos percorreram cerca de um quilômetro desde o local do deslizamento que atingiu as crianças.
A chuva que atinge a região desde a noite de domingo (17) e que se intensificou na madrugada de segunda (18) já deixou outras 18 pessoas feridas e 1.466 desalojadas e desabrigadas.
A Prefeitura de Petrópolis contratou mais 100 pessoas para ajudar no trabalho de limpeza e recuperação da cidade.
Ao todo, 18 abrigos recebem pessoas que tiveram que deixar suas casas. Os locais precisam, de acordo com a administração municipal, de material de limpeza e higiene, como sabonete, papel higiênico, desinfetante, sabão em pó, além de colchonetes. O local para a entrega de doações é na rua Doutor Sá Earp, no Centro da cidade.
Por volta das 6h desta terça, os bombeiros retomaram as buscas pelos desaparecidos nos pontos mais críticos atingidos pelo temporal. Durante a madrugada, 18 sirenes foram acionadas nas comunidades como alerta.
Durante as 24 horas anteriores de chuva, o índice pluviométrico do bairro Quitandinha, o mais atingido pelo temporal, chegou a 428 milímetros, quase o dobro do esperado para todo o mês de março. Pelo menos quatro pessoas morreram nessa área. No bairro Independência foram confirmadas três mortes.
"Desde o início da operação, fizemos 37 ações de busca e resgate. Resgatamos 39 feridos e, lamentavelmente, na noite de ontem, computamos a décima sétima vítima fatal", informou o secretário estadual de Defesa Civil, Sérgio Simões, no início da manhã, antes da confirmação do aumento do número de mortos.
Presidente Dilma Rousseff dá entrevista em Roma, depois de participar da missa de inauguração do Papa (Foto: Juliana Cardilli)Presidente Dilma Rousseff dá entrevista em Roma
e fala sobre as chuvas no RJ (Foto: Juliana Cardilli)
Não deixar construir. Não pode deixar construir. Em uma questão de emergência, a pessoa tem que sair. Tem que ter essa consciência"
Dilma Rousseff

Dilma havia afirmado ontem que "vão ter de ser tomadas medidas um pouco mais drásticas para que as pessoas não fiquem nas regiões que não podem ficar, porque aí não tem prevenção que dê conta".'Não pode deixar construir'
A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta terça-feira (19), ao ser perguntada por jornalistas sobre quais seriam as medidas "um pouco mais drásticas", defendidas por ela na segunda, para evitar desastres causados pela chuva, que não se pode "deixar construir" em áreas de risco.
Nesta terça, ela voltou a comentar sobre o assunto, pouco antes de participar de uma reunião com o presidente da Eslovênia, Borut Pahor, em Roma. "Não deixar construir. Não pode deixar construir. Em uma questão de emergência, a pessoa tem que sair. Tem que ter essa consciência", afirmou a presidente.
Na manhã desta segunda, Dilma ligou para o governador Sérgio Cabral oferecendo ajuda. No Brasil, a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, foi mobilizada para, segundo a presidente, prover "todos os recursos necessários para que não haja mais vítimas".
Na tarde de segunda, o prefeito de Petrópolis, Rubens Bomtempo, recebeu o governador Sergio Cabral, parte do secretariado estadual (Defesa Civil, Obras, Assistência Social, Educação, Cultura, Agricultura, Transportes e Governo) e mais a presidente do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Marilene Ramos, com três representantes do órgão, para dar início às ações conjuntas.
Junto com os R$ 200 mil liberados por Bomtempo para a realização de compras emergenciais de colchões, cobertores, alimentos, água potável e produtos de higiene pessoal, por meio do Fundo de Assistência Social, o governo do Estado afirmou que vai destinar mais R$ 3 milhões para dar continuidade às ações.
Chuva matou mais de 900 em 2011
Em janeiro de 2011, as chuvas fortes que atingiram a Região Serrana do Rio de Janeiro a partir da noite do dia 11 provocaram deslizamentos de morros e enxurradas com velocidade de até 180 km/h, de acordo com especialistas. Estradas e pontes foram destruídas, e bairros inteiros ficaram isolados.
Mais de 900 pessoas morreram, e cerca de 400 mil moradores ficaram desabrigados. Nova Friburgo teve mais de 420 vítimas, e Teresópolis registrou mais de 380 mortos. Em Petrópolis, mais de 70 corpos foram encontrados.
Moradora Maria do Rosário observa no quintal alagado; água quase entrou pela janela durante temporal (Foto: Alba Valéria Mendonça / G1)Moradora de Duque de Caxias teve casa inundada
durante temporal (Foto: Alba Valéria Mendonça / G1)
Bairros alagados em Duque de Caxias
Sem chuva desde a madrugada desta terça-feira (19), moradores das áreas mais atingidas do município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, começam a tentar limpar suas casas e contabilizar os prejuízos. A forte chuva que caiu no final da noite de domingo (17) até a noite de segunda-feira (18), deixou até as 9h da manhã desta terça-feira 115 pessoas de 32  famílias desalojadas no município. As informações são do major Vilson Santos, da Defesa Civil municipal.
Embora o nível da água nas ruas já tenha baixado bastante, ainda havia inúmeras áreas alagadas e trechos onde o Corpo de Bombeiros utiliza até um barco para chegar aos moradores. Segundo a Defesa Civil, a situação ainda é crítica em bairros como Parque Paulista, Jardim Anhangá, Santa Cruz da Serra, Bossa Nova, Chácara do Arcano e Parada Morabi. Em Xerém, segundo o major, a situação é bem mais tranquila, mas os rios Roncador e Capivari ainda estão em alerta máximo, quando há risco de transbordamento.
A União aprovou a destinação de R$ 12 milhões para os trabalhos da Defesa Civil de Duque de Caxias, para as obras de reconstrução e recuperação da cidade. O dinheiro será usado para a recuperação de algumas ruas e de uma ponte.
Veja a lista dos 16 mortos identificados:
Adalto Rodrigues de Araújo
Antônio Celio Teixeira
Diego Oliveira Vale
Fernando Fernandes Lima
Jade Barbosa de Oliveira
Lidia Antonia de Paula Sá
Lucas Ladislau Santos de Barros
Maria da Conceição Rufino
Monique Pereira da Silva
Nilton Pereira da Fonseca
Paulo Roberto Alves Freitas
Paulo Roberto Filgueiras
Raíssa Vitória Carvalho Araújo
Stefanie Pereira da Silva

by G1

Escritor que dizia que 11 de Setembro havia sido um atodo governo americanoÉ é encontrado morto junto com a nulher, dois filhos e o cão da familia. by Deise





Phillip Marshall, pesquisador, escritor e ex-piloto da CIA, foi encontrado morto em 2 de fevereiro de 2013, com sua esposa e filhos. Até mesmo o cão da família foi morto. As autoridades tratam a questão como suicídio, mas de acordo com aqueles que o conheciam Phillip, ele vivia com medo desde que ele publicou seu livro "The Big Bamboozle: 9/11 e a Guerra ao Terror", em que culpa o governo dos Estados Unidos para os ataques.
Phillip escreveu no livro que a administração Bush, com a cooperação de inteligência saudita, foi responsável pelos ataques terroristas de falsa bandeira 11 de setembro de 2001 às Torres Gêmeas. De acordo com a Santa Barbara View, durante o processo de edição, Marshall expressou certo grau de paranoia. O Autor acusava o presidente George W. Bush, em seu livro de não-ficção, em ser em conluio com os serviços de inteligência da Arábia Saudita na formação dos sequestradores que morreram nos aviões usados nos ataques.
Trechos do livro:
"A verdadeira razão para o ataque ter sido um sucesso foi devido a uma operação coordenada que preparou o treinamento dos sequestradores para voar aviões comerciais de grande porte. Temos dezenas de documentos do FBI para provar que o treinamento de voo foi realizado na Califórnia, Flórida e Arizona, nos 18 meses anteriores ao ataque. "
"Depois de um exaustivo estudo de 10 anos do ataque mortal que usou um Boeing lotado de passageiros e tripulantes de como mísseis guiados, estou 100% convencido de que uma equipe secreta de agentes de inteligência sauditas foi a fonte a logística, treinamento de voo, financeiro e tático visando o essencial para sequestradores, 18 meses antes do ataque. Esta conclusão foi proposta há seis anos e todos os testes posteriores só confirmaram essa conclusão."
"Em 1 de março, dois ex-senadores norte-americanos. de posições distintas, também levantaram a possibilidade da participação da Arábia Saudita nos ataques que mataram 3.000 pessoas e estimulou a guerra global contra o terrorismo. Em depoimento, os ex-senadores Bob Graham e Bob Kerrey disseram acreditar que o governo saudita desempenhou um papel direto nos ataques terroristas".
Agradecimento: Karine Rigotti.
wtc_aviao
13.3.13

by G1

Durante toda a história da imprensa no Brasil foram muitos os momentos em que os vários chefes do executivo deste país tiveram uma relação agressiva e rude com os profissionais da imprensa. Em Cale a Boca, Jornalista!, Fernando Jorge faz uma análise a respeito das selvagerias cometidas contra os nossos jornalistas e a nossa imprensa, desde o tempo de D. Pedro I. Esta nova edição, revisada e aumentada, surge em comemoração ao bicentenário da imprensa e enfatiza o longo período de vinte anos da ditadura, a partir de abril de 1964.Fernando Jorge, conhecido por livros extremamente pesquisados e rigorosamente documentados, é capacitado por experiência própria a escrever sobre o assunto, pois também foi uma vitima dos atos arbitrários da revolução de 1964, apenas por ter denunciado a existência do preconceito racial no Brasil. Além disso, teve sua peça, O Grande Líder, censurada por ser considerada subversiva. Por último, foi ameaçado de comparecer as dependências do DOPS em virtude de ter produzido um “livro perigoso”, o livro de caráter documental falava sobre o governo Geisel.Cale a Boca, Jornalista além de ser uma denúncia, um registro da nossa memória histórica, é útil para a leitura dos que desejam ficar bem informados, para a consulta e pesquisa de estudantes, professores, escritores, jornalistas e historiadores.( A Editora)




A história da Imprensa amordaçada







by Por Erick Vizoki



A editora Novo Século lançou recentemente a quinta edição, revista e ampliada, do livro “Cale a boca, jornalista! – O ódio e a fúria dos mandões contra a imprensa brasileira”, do jornalista e escritor fluminense Fernando Jorge.
    A obra, fiel à marca registrada do autor, é a primeira que aborda em detalhes meticulosos e fartamente documentados as perseguições e arbitrariedades sofridas por jornalistas e a imprensa brasileira desde a época do Império, com destaque especial para os anos de chumbo iniciados com o golpe de 1964.
    Em sua copiosa produção literária, com ênfase em biografias que acabam se tornando definitivas, Fernando Jorge não se prende apenas à fidelidade obstinada na apresentação dos fatos: ele analisa cada episódio e, grande jornalista que é, opina sem desviar-se da isenção jornalística, qualidade fundamental para a respeitabilidade de qualquer obra do gênero.
    Entre os diversos casos abordados no livro, alguns surpreendem por desmistificar várias figuras do cenário político brasileiro e até mesmo artistas, em flagrante desrespeito à liberdade de imprensa e de opinião. Há situações gritantes, como o caso do ex-governador do Estado da Guanabara, o fervoroso “democrata” Carlos Lacerda, que mandou apreender o jornal Correio da Manhã e outros jornais. Vale ressaltar que Lacerda também era jornalista e escrevia para a Tribuna da Imprensa. Outro lendário defensor da democracia e “paladino das Diretas Já!”, o então deputado federal e ex-governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, em 1963 desferiu violentos socos no jornalista David Nasser quando o primeiro o avistou no Aeroporto do Galeão, e tudo por causa de um artigo. O “democrata” gaúcho, inimigo de “qualquer tipo de autoritarismo” agrediu com vontade um jornalista desprevenido e doente, pois Nasser sofria do Mal de Parkinson.
    E há muito mais: José Bonifácio, o “patriarca da Independência”, agia como um chefe de cangaceiros; o proclamador da República, Marechal Deodoro da Fonseca, apoiou, ao fazer vista grossa, o empastelamento do jornal A Tribuna; os constantes destemperos e agressões do general Newton Cruz contra jornalistas; a escandalosa eleição do então ministro Alfredo Buzaid para a Academia Paulista de Letras após este lançar uma cartilha de caráter fascista... E mais, muito mais: as violentas torturas infligidas contra diversos jornalistas como Rodolfo Konder, Maurício Azedo, Miriam de Almeida Leitão Netto, Renato Oliveira da Motta, Antônio Carlos Fon, o espancamento selvagem, brutal, do jornalista Gregório Bezerra, suspeito de manter relações com comunistas, pelo coronel Darcy Villoq Viana, em praça pública, e a morte de Wladimir Herzog nos porões do DOI-CODI.
    Não apenas os “mandões” do subtítulo de “Cale a boca, jornalista!” atentaram contra a liberdade de imprensa e integridade física de jornalistas, mas também alguns grandes artistas, pessoas sensíveis e defensoras do pensamento livre, como Procópio Ferreira. Em 1933, num artigo de Gondin da Fonseca publicado no Correio da Manhã, o jornalista salientava o amor do dramaturgo à sua pátria, Portugal. Procópio Ferreira sentiu-se extremamente ofendido com a “pecha” de português e decidiu “limpar sua honra” à bala. Felizmente o ator foi dissuadido por um redator do jornal, mas impôs a condição de publicar uma réplica.
    Enfim, Fernando Jorge nos ensina que as perseguições e arbitrariedades contra a Imprensa são um problema crônico em nosso país há muito tempo. Ele próprio foi perseguido durante o regime militar por afirmar que existia preconceito racial no Brasil. Para nossa tristeza e vergonha nacional, episódios recentes mostram que as perseguições parecem não ter terminado.
     Há o caso do jornalista Jorge Kajuru, condenado à prisão em maio de 2005 em processo movido pelas        Organizações Jaime Câmara, afiliada da Rede Globo em Goiânia. Kajuru contestou os baixos valores de compra dos direitos de transmissão do campeonato goiano de 2000, pagos pela empresa.
    Em 2004 o presidente Lula chegou a cogitar a expulsão do país do repórter Larry Rother, correspondente do New York Times no Brasil, por causa de uma matéria onde o jornalista comentava sobre os hábitos etílicos de nosso presidente, escrita no início daquele ano.
    “Cale a boca, jornalista!” é uma obra fundamental e valiosa para estudantes de jornalismo, jornalistas, apreciadores de nossa história e curiosos sobre a Imprensa brasileira.


Cale a boca, jornalista! – O ódio e a fúria dos mandões contra a imprensa brasileira
Fernando Jorge
Páginas: 448
Editora Novo Século

segunda-feira, 18 de março de 2013

Clã Sarney lança nova geração na política


Junho 2012



ANDREZA MATAIS
DE BRASÍLIA
Com a segunda geração envelhecendo, o clã Sarney aposta em novos nomes para não ver seu legado minguar.
Adriano Sarney, neto do presidente do Senado, José Sarney (PMDB), vai disputar a eleição para prefeito de Paço Lumiar, na região metropolitana de São Luís.
Será a entrada da terceira geração da família na política, 57 anos após a primeira eleição de José Sarney.
Adriano, 32, é a maior esperança do clã para manter o controle do Maranhão. Com 110 mil habitantes e a 23 km do centro da capital, a cidade é estratégica na “geografia Sarney”: é o melhor caminho para a ilha de Cururupu, onde a família tem casas.
Cinco candidatos com experiência política já desistiram da eleição em Paço. Adriano ficou conhecido por operar a venda de empréstimo consignado no Senado, instituição chefiada pelo avô.
O principal cabo eleitoral de Adriano é a atual prefeita, Bia Aroso (PSD), que responde a 22 processos na Justiça e já foi afastada quatro vezes, sob acusação de corrupção. “Onde eu estiver, ele vai estar comigo”, disse ela. “Tudo o que tem aqui em Paço tem o dedo da família Sarney.”
Para comprovar domicílio eleitoral na cidade, requisito para a candidatura, Adriano tem apresentado a conta de luz de um sítio. O blogueiro Cesar Bello disse à Folha que vai ingressar na Justiça para questionar o documento emitido pela Cemar, a companhia energética do Estado governado por Roseana Sarney.
Outras apostas da família são Filuca Mendes (PMDB), afilhado de batismo de Sarney, candidato em Pinheiro. E Souza Neto, casado com uma sobrinha da governadora Roseana, que irá disputar como vice em Santa Inês.
Filuca já conseguiu uma pequena proeza. O PT decidiu apoiá-lo ignorando resolução que impede novas alianças com o DEM, também na chapa de Filuca. Petistas contrários prometem recorrer ao Diretório Nacional.

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