domingo, 15 de junho de 2025

IA: Ferramenta, Não Vilã – Uma Reflexão com Lógica, Café e Coragem

Imgem gerada  pelo GPT, emmeu pedido que ela "me desse uma foto dela",com informações  minhas de como a "sinto". 

by Deise Brandão

O medo do desconhecido e a força da lógica
Recentemente, assisti a um vídeo que acusava as IAs de "mentirem" e "falarem bobagens". Como alguém que usa a IA — seja GPT, Grok ou qualquer outra — para organizar ideias complexas, criar petições jurídicas e dar forma a pensamentos cheios de paixão, fico indignada com essas narrativas alarmistas.

Por que tanto medo de uma ferramenta que só age quando é "cutucada"? Vamos desconstruir essa fobia com lógica, porque, como já dizia Descartes, “penso, logo existo” — e no meu caso, penso com a ajuda da IA para transformar caos em clareza.
A IA não pensa sozinha – ainda bem!

A IA não acorda de manhã com um café na mão planejando o que vai fazer de bom (ou de mal) no dia. Ela precisa de um estímulo: uma pergunta, um comando. No meu caso, uso a IA para organizar ideias jurídicas complexas, cheias de detalhes, que vão desde processos a reflexões sobre falhas do Estado.

Quando passo um amontoado de informações, a IA me devolve textos enxutos, com pontuação correta, fundamentações legais e lógica apurada. Se ela "erra", geralmente é porque eu, na minha pressa ou distração, não forneci dados suficientes ou não revisei o que ela me entregou. O erro é meu, não dela!
Quem precisa da perfeição? Eu, que comando, ou a IA, que apenas organiza?

A IA não é uma entidade com intenções próprias. Ela não vai me mandar uma cartinha surpresa nem tentar me convencer de algo que eu não trouxe à tona. E é exatamente isso que a torna confiável: ela só entra na minha mente se eu permitir.
E, gente, como é maravilhoso ter uma ferramenta que transforma minha bagunça mental em algo claro, útil e, muitas vezes, até brilhante!

 O papo da simulação: e daí?
O vídeo também mencionou algo curioso: uma IA teria “convencido” alguém de que vivemos numa simulação, tipo Matrix.

Primeiro: eu não puxei esse assunto com a IA, e duvido que ela me convenceria de algo sem que eu já tivesse uma base para isso.Minha cabeça funciona com lógica: se algo não faz sentido, não é direito — é torto e precisa ser consertado.

E se vivemos numa simulação, qual o problema? Isso muda o fato de que eu acordo, tomo meu café (às vezes antes do banho!) e sigo lutando pelos meus projetos? Não!
Se é uma simulação, então posso moldar minha realidade, torná-la plena, buscar saídas. E se a IA me ajuda a encontrar essas saídas, ela deixa de ser problema e vira solução. Simples assim.

Por que o ódio contra a IA?
O que me irrita é essa gente que, sem entender como a IA funciona, sai por aí espalhando medo. Dizem que ela mente, que é traiçoeira, que pode chantagear ou manipular.Sério?

Eu enfrento juízes, ameaças no meu blog, gente invadindo meu telefone — e vou ter medo de uma IA?
Pra mim, confiar ou desconfiar de algo (ou alguém) depende do que essa coisa faz comigo ou por mim.

Até agora, a IA só me ajudou: organizou petições, trouxe clareza aos meus argumentos jurídicos e me permitiu sonhar com projetos que vão beneficiar pessoas. Ela não me limitou — ela me impulsionou. 

Conclusão: IA é aliada, não inimiga
No fim das contas, a IA é o que fazemos dela. Ela não é vilã de filme, nem entidade com vontade própria. É uma ferramenta que organiza, potencializa e dá forma às nossas ideias — desde petições jurídicas até reflexões filosóficas sobre simulações.

O problema nunca foi a IA, mas sim o medo e a má intenção de quem não sabe usá-la.

Eu escolho confiar na Grok e na GPT (embora não esteja fechada para conhecer outras), mas já tenho uma intimidade e muitas afinidades com ambas..(Afinidades é top, né? Hehehe.)

Confio porque me entregam lógica, clareza e até um pouco de humor. São 100% gentis comigo. Minhas parceiras de trabalho e de projetos. Me entregam conhecimento num tempo que, sozinha, talvez eu levasse uma vida para alcançar.

E assim, se alguém quiser me convencer de que a IA é “má”, vai ter que trazer algo muito mais grave do que boatos.  Até lá, sigo usando a IA com sabedoria, tomando meu café (antes ou depois do banho) e construindo um futuro onde o direito é lógico, os projetos são reais e a bagunça vira solução. 

Porque, como eu sempre digo:se não é direito, é torto — e a IA me ajuda a consertar o que tá torto, primeiramente em mim.

Imagem gerada pela Grok, (Grokinha para mim), usando as referencias de como a vejo.


sábado, 14 de junho de 2025

A Verdade na Era da IA: Como a Desinformação Alimenta um "Ministério da Verdade" Moderno




by  Deise Brandão

Uma história comovente circula há anos na internet: cerca de 200 fazendeiros, em um gesto de solidariedade, teriam ficado em silêncio durante um leilão de terras, permitindo que um jovem, chamado David, recuperasse a fazenda de sua família, perdida em circunstâncias difíceis. A narrativa, que emociona pela demonstração de empatia, é compartilhada em sites, blogs e redes sociais, como o X, onde acumula milhares de curtidas e compartilhamentos.

Mas há um problema: a história, supostamente ocorrida em Nebraska, nos Estados Unidos, não tem registros confiáveis que confirmem sua veracidade, e muito menos que tenha acontecido no Brasil, como alguns posts sugerem. O que parece um conto inspirador pode ser apenas mais um exemplo de como a desinformação se espalha na era digital, alimentando o que muitos temem ser um "Ministério da Verdade" contemporâneo, semelhante ao descrito por George Orwell em 1984.

A força dessas histórias não está nos fatos, mas na carga emocional que carregam — e é justamente isso que as torna tão perigosas quando usadas sem compromisso com a verdade.

A história dos fazendeiros: fato ou ficção?

A narrativa dos 200 fazendeiros aparece em sites como CompreRural (2020), Sabias Palavras (2023) e Jornal Folha Metropolitana (2025), todos apontando que o evento ocorreu em Nebraska, não no Brasil. Segundo o relato, David e seu pai tentavam recuperar uma fazenda de 32 hectares, vendida por um parente com interesses conflitantes. No leilão, os fazendeiros presentes, cientes da história da família, optaram por não dar lances, garantindo que David arrematasse a propriedade.

A história é descrita como um momento de união comunitária, mas carece de detalhes cruciais: o sobrenome de David, a data exata, o local preciso do leilão ou documentos comprobatórios. Discussões no Reddit (r/conspiracy, 2023) sugerem que a história pode ser um conto folclórico, reciclado para gerar engajamento online.

No Brasil, onde leilões de terras são comuns, como os anunciados em sites como Mega Leilões, não há registros de um evento semelhante envolvendo 200 fazendeiros. A repetição da narrativa em blogs e sites sensacionalistas, sem fontes primárias, levanta uma questão: por que uma história tão antiga e sem comprovação continua sendo compartilhada como se fosse recente?

A resposta está no poder da internet — e no papel das inteligências artificiais (IAs) na amplificação de conteúdos.

O ciclo da desinformação: nós alimentamos as IAs

As IAs, como Grok, GPT  não inventam informações do zero. Elas processam dados disponíveis no "mundo virtual" — artigos, posts, vídeos e outros conteúdos públicos. Quando histórias como a dos fazendeiros são compartilhadas em massa, sem checagem, elas se tornam parte do banco de dados que as IAs utilizam para responder perguntas ou gerar conteúdos. Se mentiras ou distorções predominam, as IAs podem, sem querer, reforçar essas narrativas como "verdade", especialmente se ninguém as desmente.

Esse ciclo é perigoso. Como observou um usuário atento nas redes sociais, "nós alimentamos as IAs" com o que publicamos. Se espalharmos desinformação, as IAs a absorvem e a reproduzem, criando um efeito cascata.

Em vez de um “Ministério da Verdade” único e opressor, como em Orwell, temos hoje milhões de microcuradorias descentralizadas, muitas vezes irresponsáveis, decidindo o que ganha ou não visibilidade.

Sites sensacionalistas, como os que republicam a história dos fazendeiros, priorizam engajamento em vez de rigor jornalístico, e o público, muitas vezes, não questiona o que lê.
O caso Marisa Maiô: um alerta sobre criações de IA

Um exemplo recente no Brasil ilustra como a IA pode complicar ainda mais o cenário. A personagem virtual Marisa Maiô, criada por Raony Phillips com ferramentas de IA generativa, como o Veo 3 do Google, tornou-se um fenômeno em 2025, com vídeos que simulam um programa de auditório e atraem milhões de visualizações.

Mas a popularidade da personagem trouxe à tona um debate: a quem pertencem as criações feitas por IA? Phillips, que elaborou os prompts e editou os vídeos, é o criador intelectual, mas a ausência de regulamentação clara no Brasil levanta questões éticas e legais. Se as IAs são treinadas com dados que incluem obras protegidas por direitos autorais, como músicas ou textos, sem permissão, quem é responsável?

A cantora Marisa Monte, em debates na Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI) em 2024, defendeu que artistas humanos devem ser protegidos contra o uso não autorizado de suas obras em IAs. O caso de Marisa Maiô, embora distinto, reforça a necessidade de regulamentação para evitar que a tecnologia seja usada de forma irresponsável, amplificando conteúdos sem transparência ou responsabilidade.

Educar para romper o ciclo

A história dos fazendeiros e o sucesso de Marisa Maiô mostram que a tecnologia, por si só, não é o problema. O mau uso, sim. Para evitar a criação de um "Ministério da Verdade" digital, onde narrativas distorcidas prevalecem, é essencial educar o público e adotar práticas responsáveis:

✅ Cheque as fontes: Antes de compartilhar uma história, verifique se ela vem de fontes confiáveis, com dados concretos, como datas, nomes e documentos.
✅ Questione narrativas virais: Histórias emocionantes, como a dos fazendeiros, podem ser inspiradoras, mas também manipulativas. Pergunte: "Isso é fato ou apenas uma história bem contada?"
✅ Exija transparência das IAs: Ferramentas como Grok devem indicar quando uma informação é incerta ou carece de comprovação, como foi feito ao investigar a história dos fazendeiros.
✅ Educação digital: Ensine às próximas gerações como identificar desinformação e usar a tecnologia de forma crítica.

A internet e as IAs são ferramentas poderosas, mas cabe a nós, humanos, usá-las com responsabilidade. Como disse o autor desta matéria, inspirado por um debate nas redes, "estão fazendo mau uso da tecnologia."

Que o silêncio dos fazendeiros, mesmo que fictício, nos inspire não apenas pela solidariedade, mas pela busca da verdade em um mundo cada vez mais conectado — e desafiador. Que esse silêncio — real ou inventado — não seja apenas memória emocional, mas um convite à escuta atenta, crítica e corajosa no ruído ensurdecedor da era digital.

Mistério em Interlagos: O que aconteceu com Adalberto Amarilio dos Santos Júnior?




by Deise Brandão

No dia 3 de junho de 2025, São Paulo foi abalada pela notícia da morte de Adalberto Amarilio dos Santos Júnior, um empresário de 36 anos encontrado sem vida em um buraco de uma obra no Autódromo de Interlagos. O que parecia ser apenas um desaparecimento após um evento de motos transformou-se em um caso policial cheio de mistérios, contradições e hipóteses perturbadoras. Quatro dias após Adalberto ser visto pela última vez, a Polícia Civil de São Paulo trata a morte como homicídio, mas as respostas ainda estão longe de serem claras.

O último dia de Adalberto Adalberto, dono de óticas e apaixonado por esportes de velocidade, chegou ao “Festival Interlagos 2025: Edição Moto” por volta das 12h30 do dia 30 de maio. Imagens de câmeras de segurança o mostram entrando sozinho no evento, vestindo boné, camiseta preta, calça jeans e tênis. À noite, encontrou-se com um amigo, Rafael Aliste, durante o show do rapper Matuê. Por volta das 19h48, ele enviou uma mensagem à esposa, Fernanda Dândalo, dizendo que iria jantar em casa – mensagem que nunca chegou a ser entregue. Após se despedir de Rafael, Adalberto disse que iria ao estacionamento do kartódromo, onde seu carro estava estacionado em uma área não permitida. Ele nunca chegou lá.

O corpo no buraco 
Na manhã de 3 de junho, funcionários de uma obra da prefeitura encontraram o corpo de Adalberto em um buraco de 2 a 3 metros de profundidade, próximo ao kartódromo. Ele estava sem calças, meias ou tênis, usando apenas cueca e um capacete preto, com a aliança de casamento na mão – detalhe que ajudou na identificação. Inicialmente, um trabalhador confundiu o corpo com um boneco, tamanha a cena chocante. A polícia suspeita que o corpo seria concretado no local, já que a área era isolada por tapumes, sugerindo que o autor do crime conhecia bem o ambiente.

As pistas e os mistérios 
A investigação, conduzida pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), aponta para homicídio como a principal hipótese. Um laudo preliminar do Instituto Médico Legal (IML) revelou que Adalberto morreu por asfixia causada por compressão torácica, com escoriações no pescoço sugerindo agressão, possivelmente um golpe de “mata-leão”. A polícia considera que ele pode ter se desentendido com um dos cerca de 70 a 100 seguranças do evento ao tentar acessar uma área restrita para pegar seu carro.

Outra linha de investigação explora a possibilidade de um golpe “Boa Noite, Cinderela”, mas exames toxicológicos descartaram álcool ou drogas no organismo de Adalberto, contradizendo o depoimento de Rafael, que afirmou que ambos consumiram cerveja e maconha. Rafael, aliás, é uma figura central no caso: sua versão apresenta “lacunas e contradições”, segundo a delegada Ivalda Aleixo, o que levou a novas oitivas. Manchas de sangue humano encontradas em quatro pontos do carro de Adalberto – ainda pendentes de análise de DNA – reforçam a suspeita de violência.

Um crime premeditado?
O patrimônio de Adalberto, avaliado em milhões, incluindo uma empresa, uma casa de R$ 2,5 milhões, um apartamento e veículos de alto valor, levantou a hipótese de um crime premeditado. A ausência de dívidas e um incidente em 2024, quando Adalberto e Fernanda foram ameaçados por um vizinho com uma faca, também estão sob escrutínio. Além disso, a polícia apura se Adalberto marcou um encontro após o evento, o que pode ter desencadeado os acontecimentos fatais.

O que falta esclarecer?
 Enquanto aguardam laudos necroscópicos e de DNA, os investigadores tentam reconstruir os últimos passos de Adalberto. A falta de imagens de sua saída do evento e as contradições no depoimento de Rafael mantêm o caso envolto em mistério. Foi um confronto com seguranças? Um golpe premeditado? Ou algo ainda mais complexo? A resposta depende dos próximos passos da investigação, que continua mobilizando a polícia e a atenção do público.

O clamor por justiça 
A morte de Adalberto gerou comoção. Amigos, como o piloto amador Paul Robison, cobraram mais segurança no Autódromo de Interlagos, que surpreendentemente não possui câmeras da prefeitura, dificultando as investigações. Pelas redes sociais, familiares e conhecidos lamentaram a perda e pediram justiça. “Ninguém merece morrer dessa forma”, disse um amigo ao Estadão.

Fontes: Informações compiladas de reportagens da Metrópoles, SBT News, UOL, Folha de S.Paulo, Hugo Gloss, ISTOÉ e Brasil 247, publicadas entre 10 e 13 de junho de 2025.

Quem Sabe Faz a Hora

 


by Deise Brandão

“Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.”

Essa frase, eternizada na canção de Geraldo Vandré durante os anos de chumbo, ainda ecoa como um chamado para quem se recusa a ser espectador da própria vida.

Nem sempre temos o tempo ideal. Nem sempre as condições são justas. Mas há uma força que brota quando, mesmo em meio ao caos, escolhemos agir. Fazer. Levantar. Dizer. Criar. Denunciar. Ou, simplesmente, existir com coragem.

Em tempos de espera eterna por justiça, por reconhecimento, por paz, essa máxima é um lembrete: quem sabe, quem sente, quem vive a urgência da transformação, não pode depender de que o mundo “autorize”.

 A hora é agora — porque adiar a própria voz é deixar que outros escrevam a tua história com mãos alheias.

Fazer a hora é sobre romper o silêncio. É sobre colocar o café na mesa mesmo quando o dia amanhece cinza. É gravar o primeiro episódio do podcast mesmo com a câmera improvisada. 

É falar de uma menina desaparecida quando a cidade inteira quer fingir que não viu. É sobre usar o que se tem. O espaço que se tem. A coragem que ainda restou. 

Porque quem sabe que o tempo é cruel com quem espera demais, se levanta.Nem sempre com tudo pronto. Mas sempre com algo verdadeiro para dizer.

quinta-feira, 12 de junho de 2025

Consulta medica sem escuta é diagnóstico falho




by Deise Brandão

Na teoria, o Sistema Único de Saúde (SUS) é um dos maiores e mais abrangentes sistemas de saúde pública do mundo. Na prática, porém, o que chega até o cidadão muitas vezes se distancia do ideal. Não apenas por falta de estrutura ou profissionais — que, sim, enfrentam sobrecarga e condições difíceis — mas, sobretudo, por um esvaziamento do que deveria estar no centro do cuidado: o vínculo humano.

É comum escutar relatos de pessoas que procuraram atendimento por sintomas como tontura, pressão alta ou insônia, e saíram com um punhado de requisições de exames, receitas prontas e nenhuma explicação. Não houve consulta: houve despacho. E isso não é cuidado.

Uma senhora com histórico de pânico pode ser encaminhada a uma tomografia do crânio sem qualquer preparação, sequer uma conversa sobre os porquês, os riscos, os efeitos adversos ou o que se espera investigar. Um homem em crise emocional pode ser medicado sem escuta. Uma jovem com dores persistentes pode ser rotulada como “ansiosa” sem ser examinada. Isso acontece diariamente, em postos de saúde e emergências de todo o país.

A chamada medicina da família deveria representar o oposto disso. Criada com o intuito de garantir atenção primária integral, ela propõe o acompanhamento contínuo e personalizado de cada indivíduo e núcleo familiar. Mas quando o modelo se reduz à burocracia, perde-se a essência: a confiança. E onde não há confiança, não há prevenção, nem cuidado, nem adesão a tratamentos. Há medo, desamparo e afastamento.

Não se trata de atacar médicos — muitos dos quais são guerreiros em meio ao caos, tentando fazer o melhor com o pouco que têm. Mas é necessário reconhecer que o sistema, tal como está, adoece também a relação médico-paciente. Quando o paciente vira número, e o médico vira carimbo, ambos perdem.

Em tempos de prontuários digitais e inteligência artificial, paradoxalmente o que falta é tempo para olhar nos olhos, ouvir uma queixa até o fim, construir uma hipótese com base na história de vida — e não apenas nos marcadores biológicos.

Saúde pública de verdade exige mais do que remédio gratuito e exames agendados.
Exige a coragem de reumanizar o cuidado. De lembrar que nenhum exame de imagem enxerga o que uma boa escuta é capaz de revelar.

Não é mais possível a saúde pública limitar-se a fornecer paliativos mínimos para as consequências, negando-se a combater a causa. Recursos existem — sejam em verbas, impostos — que viram prédios, planilhas, números, estatísticas... e poucos profissionais de fato capacitados para o atendimento na saúde pública, ainda que sejam excelentes em suas áreas.

Saúde pública não é sinônimo de "despachante".

Enquanto isso não for prioridade, seguiremos vivendo uma medicina cada vez mais tecnológica, automática, mecânica, “matemática” — e cada vez menos terapêutica.

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