sexta-feira, 22 de março de 2013

Doroteia, o banco, a hora-atividade e a luta



Num dia desses, no Banrisul, encontro com a professora Dorotéia. Após troca de abraços, iniciamos um descontraído “bate-papo”.

_ Viestes pegar um talão de cheque também, indago?

_ Que talão de cheque? Não tenho mais acesso a ele. E complementa:

_ Nem talão de cheque, nem crédito minuto. Aliás, meu crédito minuto já virou horas, meses, meses de dívida... E continuou:

_ Acho que descobri porque o governo Tarso não paga o Piso.

Surpreso com a possível novidade, pergunto à educadora:

_ Fale mais sobre essa descoberta... A resposta surpreende.

Dorotéia dispara:

_ Pois, se pagar o Piso o Banrisul quebra...

_ Como assim?

_ Quanto você acha que o Banrisul arrecada de juros mensais só dos educadores. E sem risco, pois o desconto é em folha... E complementa:

_ Esse governo fora da lei nós deve, e muito, e, ainda, através de seu banco estatal, nos cobra juros de mercado (astronômicos) quando nos concede empréstimos...

_ Quando a professora mencionou a expressão “nos deve, e muito” lembrei-me também das RPVs, dos Precatórios, além do Piso Nacional, é claro...

Com a intenção de animar a educadora, inventei de afirmar:

_ Mas, esse governo dá reajustes, aumentos...

_ Então, com voz inflamada, Dorotéia deu um discurso que a metade dos presentes ao banco ouviu:

_ Deixa de ser ingênuo! Não existe reajuste ou aumento se o governo não pagar o Piso. Esse discurso de reajuste, de aumento real, é só para enganar os incautos. E arrematou:

_ Governo que não paga o Piso, que não cumpre a Lei, não tem o direito de falar em reajuste. É outro engodo do Executivo estadual.

E a hora-atividade, indaguei?

_ Quanto a isso, já estou cumprindo o que a Lei do Piso me concede. Aliás, temos uma liminar judicial nos garantindo isso. Estou trabalhando em sala de aula 13 períodos. E, novamente, com a voz inflamada, afirmou categoricamente:

_ NINGUÉM PODE SER PUNIDO POR CUMPRIR A LEI!

Após essa frase, em que metade das pessoas que estavam no banco naquele momento se virou em nossa direção, ironicamente, ela arrematou:

_ O GOVERNO NÃO CUMPRE A LEI DO PISO E NÃO ACONTECE NADA...

Com a intenção, novamente, de acalmar a educadora lutadora, mudei de assunto.

De repente, ela me questionou incisivamente:

_ Você vai à Brasília no dia 24 de Abril?

_ Estou vendo espaço na minha agenda, respondi.

Então a professora, com contundência, afirmou:

_ Eu irei. Estarei com todos os lutadores que realmente defendem os trabalhadores. Estarei com aqueles que não captularam, que não ficam de joelhos para os governos e os capitalistas, esperando as migalhas que escorrem de suas mesas opulentas. Estarei com todos que lutam por uma vida digna, dizendo não ao ACE (Acordo Coletivo Especial), exigindo o cumprimento da Lei do Piso Nacional, a anulação da Reforma da Previdência, entre outras reivindicações.

E quase discursando arrematou:

_ Quero estar junto com os companheiros da CUT pode Mais, da CONLUTAS, 

CPERS/SINDICATO e demais organizações leais aos trabalhadores nesse dia de Luta.
Nesse momento, chegou a vez de Dorotéia ser atendida. Nos despedimos.
Ao sair do Banco, peguei minha agenda e anotei:Dia 24 de Abril, data de estar em Brasília com todos os lutadores que não se entregam.

by SIDEN FRANCESCH DO AMARAL

Justiça sequestra R$ 100 milhões em bens de grupo de Cachoeira


21/03/2013 - 18h26

Débora Zampier
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A Justiça Federal em Goiás decretou o sequestro de mais de R$ 100 milhões em bens registrados em nome do grupo do contraventor Carlinhos Cachoeira. O objetivo é reaver produtos resultantes da atuação criminosa da quadrilha, que explorava ilegalmente jogos de azar no Distrito Federal e em Goiás.
A determinação do sequestro de bens saiu neste mês, após intervenção do Ministério Público. Os procuradores haviam recorrido da decisão que, no final do ano passado, condenou Cachoeira e seu grupo por formação de quadrilha armada, corrupção ativa, peculato e violação de sigilo de servidores públicos.
De acordo com o Ministério Público, a decisão não havia deixado claro os efeitos financeiros das condenações. O órgão alega que, embora ainda esteja apurando o valor total dos bens adquiridos pela quadrilha, o sequestro de bens servirá para quitar parte da dívida.
Na revisão da sentença condenatória, o juiz federal substituto Daniel Guerra Alves fixou multa de R$ 156 mil para pagar gastos do Estado com operações especiais voltadas a inibir a atuação do grupo criminoso.
 Edição: Beto Coura

Exército deve receber R$ 400 milhões para prevenção de "guerra cibernética"


Departamento criado pelo ministério da Defesa tem grandes eventos internacionais no país para proteger nos próximos anos.

     20 de Março de 2013
Exército deve receber R$ 400 milhões para prevenção de General responsável pela Defesa Nacional Cibernética diz que nenhuma nação está preparada para conflitos no mundo virtual. (Fonte da imagem: Reprodução/Olhar Digital)
Você já deve ter ouvido alguma coisa sobre guerra cibernética em algum lugar. Trata-se de fato de uma batalha travada no campo virtual que, provavelmente, teria a função de enfraquecer e causar o caos no território do inimigo. EUA e China já possuem agências desenvolvidas para lidar com esse tipo de ação, e o Brasil deve investir R$ 400 milhões nessa área para se manter seguro.
As informações são do General do Exército Brasileiro José Carlos dos Santos, que assumiu em 2012 o Centro de Defesa Cibernética do país, o CDCiber. A cifra que o centro receberá até 2015 deve preparar o país para a proteção de redes públicas em grandes eventos, como a Copa do Mundo FIFA e os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. “Cerca de dez projetos receberão esses recursos”, explicou o general Santos.
Mesmo com investimentos grandes como o esperado para o CDCiber, o general afirma que nenhuma nação está hoje completamente blindada contra ataques virtuais massivos a fim de realmente promover uma guerra nesse campo. “O atacante tem que ter condições técnicas e políticas para realizar tal tipo de ataque, o que necessita de uma conjuntura internacional de guerra tradicional.”

Uma guerra na internet

Sendo assim, o foco da defesa virtual brasileira é o de basicamente resistir e prevenir esse tipo de ataque. Ainda assim, o general explica que, mesmo com esse foco, o país também se prepara para retribuir tais ofensivas, realizando inclusive treinamentos e simulações. Contudo, esse tipo de agressão não faz parte da filosofia de paz internacional adotada pela constituição brasileira.
Mesmo com toda essa preparação, as ações do CDCiber se voltam primariamente para a defesa de redes em grandes eventos, mantendo a segurança delas. Além disso, o centro deve também organizar as instituições que trabalham com a internet no país para manter a rede mais segura no geral.
Fonte: Olhar Digital


quinta-feira, 21 de março de 2013

Menos purpurina Deputado Jean, bem menos. by Deise


O deputado Jean está terrivelmente equivocado quanto ao signiifado de Homofobia, o que torna-o um ignorante e abusado, perante a opinião pública.

São estes oportunistas, homosexuais ou nao, que colocam tudo a perder. Quem elegeu Jean, com certeza foi com o objetivo de abrir caminhos. E não, para que este ignóbil, desse início à um processo de INVOLUÇÃO capaz de LACRAR os direitos, graças a Deus conseguidos por homosexuais e familiares anônimos.

Nenhuma pessoa, gay, negra, branca, torta, direita, feia, bonita, tem do DIREITO de IMPOR-SE na vida do outro. Trata-se de limites, respeito e educação e nada tem a ver com a sexualidade.
A discussão sobre a escolha sexual, tem por UNICO OBJETIVO, FAZER COM QUE O PRECONCEITO SEJA EXTINTO, e nao criar direitos especiais, tornando assim o gay um SER DIFERENTE, UM COITADO, UM INCAPAZ.

Em nenhum momento, estes espaços são para criar ou sedimentar que gays DEVEM ser considerados DIFERENTES OU PORTADORES DE NECESSIDADES ESPEICAIS PARA OCUPAR TANTO TEMPO, de noticiarios, entrevsitas, e espaços nas redes sociais. Isso seria anular ANOS de batalha, e fomentar novamente uma discórdia que só interessa aos poucos que estão em Brasilia. Jamais â Nação. A idéia é justamente ao contrário.

Até porque, eu não sei quem é gay ou não. A não ser que me conte ou com seus atos públicos demonstre. Afinal, o que torna uma pessoa gay, é o que ela faz NA CAMA ENTRE 4 paredes. e n~çao sua posição social ou política. Logom descutir quem dá e quem come nas redes sociais, na politica, nos veiculos de comunicação, É SIMPLESMENTE DE ÚLTIMA.

Discutir A SEXUALIDADE ALHEIA, é coisa de gentinha, e todos os inhas do mundo. Os gays existem desde sempre e nunca tiveram tanta liberdade e tantos direitos. Sinal que a luta de muitos obteve sucesso e a humanidade, minimamente evoluiu.

Mas daí, a rotular de HOMOFOBICO, todo aquele, que por seus motivos, não aplaude o homosexualismo, no entanto o respeita, é a própria ABERRAÇÃO. Jamais vou compactuar com a diferença e a secção.

_______________________Menos purpurina Deputado Jean, bem menos.


Deise Mariani
Sou gaúcha, jornalista, blogueira e mae de filha linda, inteligente, independente, capaz. E por acaso, gay.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Pobres alunos, brancos e pobres



Entre as lembranças de minha vida, destaco a alegria de lecionar Português e Literatura no Instituto de Educação, no Rio. Começávamos nossa lida, pontualmente, às 7h15. Sala cheia, as alunas de blusa branca engomada, saia azul, cabelos arrumados. Eram jovens de todas as camadas. Filhas de profissionais liberais, de militares, de professores, de empresários, de modestíssimos comerciários e bancários.
Elas compunham um quadro muito equilibrado.
Negras, mulatas, bem escuras ou claras, judias, filhas de libaneses e turcos, algumas com ascendência japonesa e várias nortistas com a inconfundível mistura de sangue indígena. As brancas também eram diferentes.
Umas tinham ares lusos, outras pareciam italianas. Enfim, um pequeno Brasil em cada sala.Todas estavam ali por mérito!
O concurso para entrar no Instituto de Educação era famoso pelo rigor e pelo alto nível de exigências. Na verdade, era um concurso para a carreira de magistério do primeiro grau, com nomeação garantida ao fim dos sete anos.
Nunca, jamais, em qualquer tempo, alguma delas teve esse direito, conseguido por mérito, contestado por conta da cor de sua pele!
Essa estapafúrdia discriminação nunca passou pela cabeça de nenhum político, nem mesmo quando o País viveu os difíceis tempos do governo autoritário.
Estes dias compareci aos festejos de uma de minhas turmas, numa linda missa na antiga Sé, já completamente restaurada e deslumbrante.
Eram os 50 anos da formatura delas!
Lá estavam as minhas normalistas, agora alegres senhoras, muitas vovós, algumas aposentadas, outras ainda não. Lá estavam elas, muito felizes. Lindas mulatas de olhos verdes. Brancas de cabelos pintados de louro. Negras elegantérrimas, esguias e belas. Judias com aquele ruivo típico. E as nortistas, com seu jeito de índias. Na minha opinião, as mais bem conservadas. Lá pelas tantas, a conversa recaiu sobre essa escandalosa mania de cotas raciais. Todas contra! Como experimentadas professoras, fizeram a análise certa.
Estabelecer igualdade com base na cor da pele? A raiz do problema é bem outra.
Onde é que já se viu isso? Se melhorassem de fato as condições de trabalho do ensino de primeiro e segundo graus na rede pública, ninguém estaria pleiteando esse absurdo.
Uma das minhas alunas hoje é titular na Uerj. Outra é desembargadora. Várias são ainda diretoras de escola. Duas promotoras.
As cores, muitas. As brancas não parecem arianas. Nem se pode dizer que todas as mulatas são negras. Afinal, o Brasil é assim. A nossa mestiçagem aconteceu.
O País não tem dialetos, falamos todos a mesma língua. Não há repressão religiosa.
A Constituição determina que todos são iguais perante a lei, sem distinção de nenhuma natureza! Portanto, é inconstitucional querer separar brasileiros pela cor da pele. Isso é racismo! E racismo é crime inafiançável e imprescritível.
Perguntei: qual é o problema, então?É simples, mas é difícil. A população pobre do País não está tendo governos capazes de diminuir a distância econômica entre ela e os mais ricos. Com isso se instala a desigualdade na hora da largada. Os mais ricos estudam em colégios particulares caros. Fazem cursinhos caros. Passam nos vestibulares para as universidades públicas e estudam de graça, isto é, à custa dos impostos pagos pelos brasileiros, ricos e pobres. Os mais pobres estudam em escolas públicas, sempre tratadas como investimentos secundários, mal instaladas, mal equipadas, mal cuidadas, com magistério mal pago e sem estímulos.Quem viveu no governo Carlos Lacerda se lembra ainda de como o magistério público do ensino básico era bem considerado, respeitado e remunerado. Hoje, com a cidade do Rio de Janeiro devastada após a administração de Leonel Brizola, com suas favelas e seus moradores entregues ao tráfico e à corrupção, e com a visão equivocada de que um sistema de ensino depende de prédios e de arquitetos, nunca a educação dos mais pobres caiu a um nível tão baixo. Achar que os únicos prejudicados por esta visão populista do processo educativo são os negros é uma farsa. Não é verdade.Todos os pobres são prejudicados: os brancos pobres, os negros pobres, os mulatos pobres, os judeus pobres, os índios pobres!Quem quiser sanar esta injustiça deve pensar na população pobre do País, não na cor da pele dos alunos.
Tratem de investir de verdade no ensino público básico. Melhorar o nível do magistério. Retornar aos cursos normais. Acabar com essa história de exigir diploma de curso de Pedagogia para ensinar no primeiro grau. Pagar de forma justa aos professores, de acordo com o grau de dificuldades reais que eles têm de enfrentar para dar as suas aulas. Nada pode ser sovieticamente uniformizado. Não dá. Para aflição nossa, o projeto que o Senado vai discutir é um barbaridade do ponto de vista constitucional, além de errar o alvo.
Se desejam que os alunos pobres, de todos os matizes, disputem em condições de igualdade com os ricos, melhorem a qualidade do ensino público. Economizem os gastos em propaganda. Cortem as mordomias federais, as estaduais e as municipais. Impeçam a corrupção. Invistam nos professores e nas escolas públicas de ensino básico.

O exemplo do esporte está aí: já viram algum jovem atleta, corredor, negro ou não, bem alimentado, bem treinado e bem qualificado, precisar que lhe dêem distâncias menores e coloquem a fita de chegada mais perto? É claro que não. É na largada que se consagra a igualdade. Os pobres precisam de igualdade de condições na largada. Foi isso o que as minhas normalistas me disseram na festa dos seus 50 anos de magistério! Com elas, foi assim

by . Sandra Cavalcanti*
Sandra Cavalcanti é professora, jornalista e atual Deputada Federal pelo Rio de Janeiro


* Este artigo foi escrito em 2009.

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