segunda-feira, 30 de junho de 2014

A campanha secreta de FHC pró-Lula





RESUMO Livro de Matias Spektor narra, pela primeira vez, esforços de Fernando Henrique Cardoso e Lula para convencer George W. Bush e financistas dos EUA de que a vitória do petista em 2002 não levaria o Brasil ao caos econômico. Além de garantir governabilidade frente à potência, o empenho garantiu a estabilidade do real.
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Em junho de 2002, em pleno fragor da campanha eleitoral, George Soros, sinônimo mundial de megainvestidor (ou megaespeculador, como muitos preferem), solta o brado de guerra: o Brasil está condenado a eleger José Serra ou a mergulhar no caos, assim que um eventual governo Luiz Inácio Lula da Silva se instalar.

O caos viria, dizia Soros à Folha, por uma questão de "profecia que se autocumpre". Funcionaria assim: os mercados achavam que Lula daria o calote quando assumisse e tratavam de se prevenir, apostando contra o Brasil -ou, mais especificamente, contra o real.

A profecia do financista esteve na iminência de se cumprir. A conspiração contra o Brasil produziu os seguintes resultados:

1 - O dólar, no dia de junho em que foi publicada a reportagem com Soros, estava em R$ 2,636. Em dezembro, saltara para as imediações de R$ 3,55.
2 - O risco-país, que mede quanto um dado país tem de pagar a mais de juros sobre as taxas cobradas pelos Estados Unidos, estava nos 1.181 pontos quando Soros fez a afirmação. Em dezembro, saltara para 1.421 pontos.
3 - Os juros básicos estavam em 18,5% e foram para 25%.
4 - A inflação de maio, pelo IPCA (o índice que o governo usa para suas metas de inflação), fora de 0,21% e, no acumulado nos 12 meses até as vésperas do palpite de Soros, batera em 7,77%. Em novembro, último mês completo transcorrido desde então, o IPCA mensal foi para 3,02%, ou seja, multiplicou-se quase por 14, ao passo que o acumulado em 12 meses batia em 10,93%.

Em meio a esse quase caos, nasceu uma, digamos, conspiração do bem, tema do fascinante "18 Dias" [Objetiva, 288 págs., R$ 36,90], livro que está sendo lançado por Matias Spektor, professor adjunto de Relações Internacionais da Fundação Getúlio Vargas, colunista da Folha e um dos maiores especialistas atuais em política externa brasileira.

Trata-se de uma extraordinária e saborosa reportagem, na qual Spektor conta como se conjuraram personagens absolutamente insuspeitos de alinhamento político-ideológico, como Lula e os então presidentes Fernando Henrique Cardoso e George W. Bush, para evitar que se cumprisse a profecia do caos formulada por Soros.

OJERIZA
Se Soros falava pelos mercados, havia ainda uma conspiração política contra o presidente eleito do Brasil, ao qual a direita do Partido Republicano dos EUA "tinha ojeriza", relata o livro.

Mais que ojeriza, tinha horror, como se vê pela avaliação de Henry Hyde, então presidente da poderosa Comissão de Relações Exteriores da Câmara de Deputados, para quem havia "uma chance real de que Fidel Castro, Hugo Chávez e Lula da Silva possam constituir um eixo do mal nas Américas".

Como todo bom trabalho do gênero, o livro é um "furo" de reportagem, ao detalhar "o cuidadoso trabalho de bastidores" para desmontar as expectativas negativas.
Conta Spektor:

"Lula despachou José Dirceu [que viria a ser o chefe de sua Casa Civil] para os Estados Unidos e acionou grupos de mídia e banqueiros brasileiros que tinham negócios com a família Bush. Disciplinou as mensagens de sua tropa e abriu um canal reservado com a embaixada americana em Brasília. Lula não fez isso sozinho. Operando junto a ele estava o presidente brasileiro em função -Fernando Henrique Cardoso. FHC enviou seu ministro-chefe da Casa Civil, Pedro Parente, em missão à Casa Branca para avalizar o futuro governo petista. O presidente também instruiu seu ministro da Fazenda, Pedro Malan, a construir uma mensagem comum junto ao homem forte de Lula, Antonio Palocci.

Eles fizeram uma dobradinha para dialogar com o Tesouro dos Estados Unidos, o Fundo Monetário Internacional e Wall Street. Fernando Henrique ainda orientou Rubens Barbosa, seu embaixador nos Estados Unidos, a prestar todo o apoio a Lula."

Entender os motivos de Lula para articular esse tipo de operação é muito fácil: não podia correr o risco de começar sua gestão com uma turbulência violenta nos mercados nem podia dar-se ao luxo de enfrentar uma Casa Branca que se revelasse hostil. Mais difícil é entender os motivos de Fernando Henrique Cardoso, que, afinal, fora derrotado, estava de saída e havia sido duramente criticado pelos petistas durante a campanha.

Explica Spektor no livro:
"FHC não agiu por benevolência ou simpatia pessoal por Lula, mas por puro cálculo político. A sobrevivência do real e do programa tucano de reformas sociais dependiam da aceitação, nos mercados internacionais, de um governo brasileiro de esquerda. FHC apelou para os Estados Unidos em nome de Lula porque a economia se encontrava na berlinda, e uma transição instável poderia destroçar seu maior legado: a moeda estável".

Para tão abrangente reportagem, Spektor entrevistou, entre muitos outros, os dois presidentes que se envolveram na "conspiração do bem", o que estava no Palácio do Planalto (FHC) e o que logo ocuparia seu lugar (Lula).
No lado norte-americano, o autor não chegou a George W. Bush, mas ouviu Condoleezza Rice, assessora de segurança nacional.

AMBIGUIDADE
A lista de entrevistados incluiu ainda diplomatas, congressistas, ministros, banqueiros, marqueteiros, jornalistas, acadêmicos, colunistas, agentes de inteligência e assessores presidenciais. Esse formidável elenco permitiu reconstituir o trajeto que Bush percorreu em relação ao presidente eleito no Brasil.

No princípio, diz o livro, "Bush sabia pouco a respeito de Lula". "A imagem que tinha do petista não era melhor nem pior do que aquela desenvolvida pelo establishment norte-americano ao longo dos anos. Acima de tudo, era ambígua."
Terminou chamando o então presidente brasileiro de "amigo", o que não é pouco para quem em tese estava na outra ponta do espectro ideológico. O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, me contou, certa vez, ter ouvido de Bush: "Lula é de esquerda, mas é meu amigo".

Para Spektor, "a iniciativa conjunta de Lula e FHC teve uma consequência inesperada: levou a diplomacia norte-americana a reexaminar seu relacionamento com o Brasil e elevá-lo ao status de 'potência emergente' ainda em 2002, antes mesmo que a economia brasileira deslanchasse ou que a sigla Bric virasse moeda corrente" (a sigla ganharia um "s", o de South Africa, África do Sul, para somar-se a Brasil, Rússia, Índia e China).

O livro tem momentos de "thriller" político -como, por exemplo, quando narra o envolvimento de José Dirceu nos esforços para desmontar as desconfianças norte-americanas. Dirceu era o mais improvável dos interlocutores com os EUA: não falava inglês e, no início, não conhecia ninguém no país, como relata o livro.

Vale acrescentar que Dirceu se diz socialista, um palavrão feio para a direita republicana então no poder, fora guerrilheiro (outro anátema) e é amigo de Fidel Castro, o mais antigo inimigo dos EUA.

Ainda assim, o futuro chefe da Casa Civil de Lula "pousou nos EUA em julho de 2002" e, "em apenas quatro dias, teve encontros com bancos, empresas, agências de 'rating', a sociedade civil e o governo americano. Em Nova York, conversou com gente do JP Morgan, Citigroup, Morgan Stanley, Lehman Brothers, ABN Amro, Bear Stearns, Alcoa e Moody's. Em Washington, visitou a central sindical americana AFL-CIO, o Banco Interamericano, o Departamento de Estado, o Tesouro, o Conselho Econômico Nacional e o Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca".

Tornou-se, diz ainda o livro, "o primeiro cacique petista na história do partido a abrir caminho nos Estados Unidos". Não foi o único contato heterodoxo do líder petista. Dirceu foi também o canal para FHC "aproximar-se de Lula a partir do início de 2002, quando as pesquisas começaram a apontar sua provável vitória". 

FHC convidou Dirceu "para uma bateria de encontros privados. Dirceu entrava nos palácios presidenciais pela porta dos fundos ou no meio da noite, para não ser visto pela imprensa. Esses encontros eram ocasiões de conhecimento mútuo".
Dirceu à parte, Spektor relata que "os presidentes mantiveram controle pessoal da iniciativa, colocando homens de confiança no comando e impedindo que seus subordinados se engalfinhassem em conflitos dos quais os chefes poderiam sair perdendo".

Vistos os fatos com a distância que o tempo permite, parece hoje inacreditável que tucanos e petistas pudessem ter colaborado tão intensamente em algum momento da história recente.

CLÓVIS ROSSI, 71, é colunista da Folha.

4 cidades já buscam o que fazer com estádios após Copa. Recife tem último jogo neste domingo

PUBLICADO EM 29/06/2014 ÀS 8:32 POR  EM NOTÍCIAS

Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
Da Agência Estado
A Copa do Mundo acabou. Pelo menos para Curitiba, Cuiabá, Natal e Manaus, que não terão mais partidas do torneio. Cada uma dessas cidades recebeu quatro jogos da primeira fase do Mundial e viveu dias de efervescência. O balanço oficial feito pelos governantes é que o Mundial foi positivo e trouxe benefícios aos municípios.
O público total das 16 partidas realizadas nesses estádios foi de 634.102 torcedores, média de 39.631, número muito distante da realidade dos campeonatos regionais. Agora, de volta à rotina, os governantes buscam soluções para as arenas. A próxima cidade a se despedir da Copa é Recife, que recebe neste domingo Costa Rica x Grécia, pelas oitavas de final.
Em Curitiba, a Arena da Baixada se tornou um enorme desafio para o Atlético Paranaense. A diretoria planeja operar o estádio com média de público próxima à capacidade total, de 43 mil torcedores. As receitas de bilheteria serão decisivas para o clube conseguir honrar os empréstimos feitos durante o período das obras. “A parte mais difícil vem depois da Copa do Mundo, que é pagar a conta”, admitiu o presidente Mauro Celso Petraglia.
A previsão inicial era de que a reforma da arena custaria ao clube R$ 135 milhões, mas o valor saltou para R$ 330 milhões. O Atlético tenta dividir a conta com o governo do Estado e a prefeitura de Curitiba, mas ainda não resolveu o impasse.
Como a reforma atrasou, o estádio foi entregue incompleto à Fifa para a Copa do Mundo. Agora, o Atlético vai ter mais gastos para terminar a obra e ainda fazer os trabalhos de adaptação da arena às necessidades do clube.
EM MANAUS – O futuro da Arena Amazônia preocupa. O governo do Estado, proprietário do estádio, já contratou uma empresa que deverá apresentar nos próximos meses um estudo com as opções mais viáveis de utilização do espaço.
Atualmente há duas possibilidades: o Estado continua com o estádio e apenas repassa a operação para a iniciativa privada ou abre licitação para concessão integral durante o período de 20 anos. Um dos principais entraves da operação é o alto custo de manutenção, estimado em aproximadamente R$ 500 mil por mês.
O destino do estádio, inclusive, é motivo de muita polêmica em Manaus. O Tribunal de Justiça do Amazonas já chegou a sugerir que a arena seja transformada em um centro de triagem de presos. Há quem defenda que o estádio, que custou quase R$ 670 milhões, seja vendido.
EM NATAL – Natal já faz planos para o seu estádio depois do Mundial. Com a retirada das arquibancadas provisórias, a Arena das Dunas terá sua capacidade reduzida de 40 mil para 31 mil espectadores. A ideia é não deixar o estádio com muitos lugares vazios em dias de jogo, já que ABC e América, os dois maiores clubes do Estado, têm médias de público baixas.
No primeiro semestre, a média no estádio foi de pouco mais de 6 mil torcedores por jogo. Assim, o governo planeja levar shows de grande porte para a cidade, a fim de manter a arena ocupada. “O Rio Grande do Norte tem o cenário propício para grandes eventos internacionais, que têm força para impulsionar o desenvolvimento do turismo”, apostou o secretário de Esportes, Joacy Bastos.
Pelos próximos 20 anos, o local será administrado por uma Parceria Público Privada (PPP) entre o Estado e a concessionária responsável pela obra.
EM CUIABÁ – O secretário extraordinário da Copa no Mato Grosso, Maurício Guimarães, chegou a dizer que, se tivesse de dar uma nota para o desempenho de Cuiabá no evento, “sem dúvida seria dez”, apesar de muitas obras de mobilidade urbana não terem sido concluídas. “A Copa do Mundo no Estado de Mato Grosso passou muito longe do fracasso que todos acreditavam que seria. Não houve necessidade de um plano B”, disse.
O desafio dos mato-grossenses agora é não deixar que a Arena Pantanal se transforme em um elefante branco. Já na última quinta-feira, um dia depois do último jogo da Copa no estádio, o processo de licitação da arena para concessão à iniciativa privada foi iniciado. Também caberá ao governador Silval Barbosa (PMDB) conduzir negociações para levar jogos do Campeonato Brasileiro para Cuiabá nos próximos meses. Tudo para não deixar o estádio sem utilidade.

domingo, 29 de junho de 2014

Sucuri de mais de cinco metros é capturada por bombeiros em RO

29/06/2014 

Animal estava em um igarapé no Bairro Colina Park, em Ji-Paraná
Segundo morador, cobra matou um cachorro e o levou para um córrego.

Roger Henrique
Do G1 RO


Cobra pesava cerca de 50 kg, segundos os bombeiros (Foto: Roger Henrique/G1)Cobra pesava cerca de 50 kg, segundos os bombeiros (Foto: Roger Henrique/G1)
Uma cobra sucuri medindo mais de cinco metros e pesando cerca de 50 kg foi capturada pelo Corpo de Bombeiros Militar (CBM) no Bairro Colina Park, em Ji-Paraná (RO), na tarde da última sexta-feira (27). Um morador chamou os bombeiros após ter visto a cobra matar um cachorro e levá-lo para dentro de um córrego.
Ao G1, o sargento Reinaldo Ribeiro do CBM contou que receberam a solicitação do morador e após capturarem o réptil ele foi levado para o Batalhão do Corpo de Bombeiros onde deverá ficar por mais alguns dias até ser devolvida ao seu habitat natural. "Contamos com a ajuda da população para capturar a cobra, que é uma das maiores que já pegamos aqui. Ela ficará no batalhão para se acalmar, e depois vamos levá-la para alguma reserva ambiental", disse.
O sargento alertou todos que pescam ou tomam banho em córregos para o perigo de se deparar com um animal deste porte.  “Ela vive em locais bem pequenos, onde ninguém imagina que um animal deste poderia estar. Jamais uma pessoa deve tentar pegá-la, de maneira alguma, pois ela tem força até para levar uma pessoa adulta para dentro da água”, finalizou.
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Sucuri será levada para reserva ambiental (Foto: Roger Henrique/G1)Sucuri será levada para reserva ambiental (Foto: Roger Henrique/G1)

Brasil: Quem são os pré-candidatos que correm por fora

Eleições 2014
Correndo por fora em busca de votos, oito pré-candidatos com escasso tempo de TV sonham em vencer os favoritos

Juntos, segundo as últimas pesquisas eleitorais, eles não somam 6% das intenções de voto. Mesmo se unissem forças, ainda estariam distantes do pelotão de frente na disputa pela Presidência da República. Além de Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB), oito já se lançaram pré-candidatos a subir a rampa do Planalto. A última a entrar na briga é a ex-deputada federal Luciana Genro (PSOL-RS), que herdou a vaga do senador Randolfe Rodrigues (AP).
Com pequena ou nenhuma representação no Congresso, contarão com parcos segundos de propaganda eleitoral na TV para tentar repetir fenômenos como Enéas Carneiro (7,3% dos votos válidos em 1994, pelo Prona), Heloísa Helena (6,8% em 2006, pelo PSOL) e Marina Silva (19,3% em 2010, pelo PV).
Ao ouvir as propostas dos "nanicos" – termo que boa parte deles acha ofensivo ou injustificado –, ZH encontrou ambição, otimismo, exibicionismo, boas intenções, ampla gama ideológica e, aparentemente, só uma unanimidade: a oposição contundente ao governo Dilma.
Denise Abreu, do charuto à ecologiaCandidata do Partido Ecológico Nacional (PEN), Denise Abreu, 55 anos, se diz uma ambientalista, mas "do ambiente a serviço das pessoas, e não o contrário". A curva que levou a ferrenha defensora do agronegócio à candidatura por um partido ecológico começou em 2012. Na moda da sustentabilidade, o PEN foi criado sob medida para Marina Silva caso a Rede não vingasse. Como ela não caiu na conversa, a vaga acabou com a ex-presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) – onde ficou conhecida ao ser flagrada desfrutando de um charuto em uma festa enquanto uma greve parava os aeroportos em 2007.
"Minha candidatura supre a necessidade de dar voz a quem é de centro-direita."
Eduardo Jorge, o PV além de MarinaQuestionado sobre o legado de Marina Silva ao PV, o pré-candidato Eduardo Jorge, 64 anos, critica:
– Marina é uma pessoa com alguns pontos de vista conservadores e diferentes do que propomos.
O PV lançou 10 diretrizes programáticas. A candidatura será mantida se houver condições políticas, algo incerto. As bandeiras passam por legalizar a maconha e o aborto até fazer uma reforma política "cirúrgica, não cosmética". Mas o maior foco é garantir o segundo turno. O médico baiano é da turma que se desfiliou do PT em 2003, frustrado com Lula. Foi deputado federal e secretário da Saúde e do Meio Ambiente de São Paulo por duas vezes.
"A candidatura é para amparar quem apoia as nossas ideias e está sem representante."
Everaldo, o Feliciano lightEveraldo Dias Pereira, 58 anos, é discreto, cordato e de fala envolvente. Mas não é menos firme do que o ilustre colega de partido, deputado Marco Feliciano, em temas polêmicos. Casamento homossexual? Pastor Everaldo (PSC) diz defender a Constituição, que "fala em união entre homem e mulher". Descriminalizar o aborto? Afirma não ser "favorável ao assassinato de bebês". O foco dele é o resgate da família e a segurança pública. A candidatura é fruto da decepção e do rompimento do PSC com Dilma. Na política por influência de Brizola, já costurou apoio evangélico ao gaúcho em 1989. Agora, quer fazer o rebanho votar no próprio pastor.
"Não sou candidato de uma religião. Só defendo valores. Quem conhece, vota em mim."
Ey, Ey, EymaelCom exposição escassa, José Maria Eymael (PSDC), 74 anos, confia no sucesso do "Ey, Ey, Eymael...". Porto-alegrense radicado em São Paulo, teve a ajuda de um alfaiate que fazia bicos de compositor para compor o jingle-chiclete da campanha a prefeito paulista de 1985. A música o ajudou a se eleger deputado federal, na legislatura da Constituinte. Otimista nato, Eymael está na quarta candidatura a presidente. Acredita que as redes sociais reduziram a importância da TV na eleição e sonha com o segundo turno difundindo preceitos que misturam política e ensinamentos do Evangelho. Embalado, claro, pelo mesmo refrão.
"Hoje o jingle é apenas a moldura de uma história bonita da política."
No aerotrem de Levy FidelixNa segunda candidatura à Presidência, Levy Fidelix, 62 anos, já concorreu três vezes à prefeitura e duas ao governo de São Paulo desde 1992, quando fundou o PRTB. Apresenta-se como consultor em mobilidade urbana e defende o aerotrem para desafogar o trânsito. Defende a "independência" e nega que a sigla seja "de aluguel", mesmo abrigando Luiz Estevão, senador cassado em 2000, e Joaquim Roriz, que renunciou para evitar a cassação, em 2007. Se Roriz concorrer a deputado distrital, Levy calcula que o PRTB pode ter de cinco a seis vagas no Legislativo do Distrito Federal. Um crescimento na velocidade de aerotrem.
"Levou 20 anos para o governo perceber que entupir a rua de carro poderia dar problema."
Luciana Genro, a boa de brigaImpedida pela legislação de concorrer no Estado por ser filha do governador Tarso Genro, a ex-deputada federal Luciana Genro, 43 anos, tentou ser candidata a presidente, mas perdeu a disputa interna no PSOL para o senador Randolfe Rodrigues (AP) e virou sua vice. Na sexta-feira, Randolfe jogou a toalha, e Luciana herdou a vaga. Agora, ela vai para a campanha com um programa de governo radical, de passagem de ônibus gratuita a uma revolução tributária, com maior taxação para os ricos. Rebelde desde a adolescência, Luciana se orgulha de ter sido expulsa do PT "pelos que hoje estão presos, condenados no processo do mensalão". 
"Vou tentar vocalizar a indignação que tomou conta do Brasil em 2013."
Mauro Iasi, o comunista solitárioPré-candidato do Partido Comunista Brasileiro (PCB), Mauro Iasi, 54 anos, culpa Dilma pela "despolitização" do país ao tentar fazer um governo de consenso e critica os "partidos conservadores, de posturas mais ligadas à ditadura". Poeta, doutor em sociologia e professor da UFRJ, Iasi diz concorrer para debater temas como reforma agrária e reversão de privatizações. O PSOL ainda busca reeditar, com PCB e PSTU, a aliança que lançou Heloísa Helena em 2006, mas Iasi é pouco otimista. Para ele, a esquerda está isolada e reprimida, mas os protestos de junho com apoio dos jovens mostraram a necessidade de um "reempoderamento popular".
"Os jovens que foram às ruas mostraram querer tomar parte em temas como o transporte."
Zé Maria e o sonho operárioO slogan "contra burguês, vote 16" foi aposentado, mas o discurso socialista segue. Se eleito, Zé Maria, 56 anos, promete estatizar bancos, empresas de energia e telecomunicações e retomar o monopólio do Estado sobre o petróleo. E quer aumentar os salários. Em sua quarta candidatura à Presidência, o pré-candidato do PSTU sonha com um governo de operários. A sigla, que não aceita doação de empresas, apresenta-se como oposição à esquerda do PT. Metalúrgico e sindicalista, Zé Maria começou sua trajetória de forma similar à de Lula. Para repetir a façanha do ex-colega, confia nas redes sociais e no corpo a corpo da militância.
"Ajudei a fundar o PT, mas o partido não fez as mudanças que o país esperava."
Um "nanico" famosoEnéas Carneiro é um dos "nanicos" mais famosos. Cardiologista, fundou o Prona e concorreu três vezes à Presidência (1989, 1994 e 1998). Com 17 segundos no horário eleitoral na TV, encerrava o discurso inflamado com um bordão: "Meu nome é Enéas!" Sua maior façanha foi o terceiro lugar em 1994, com 4,6 milhões de votos. Em 2002, foi eleito deputado federal por São Paulo com a maior votação do país até hoje: 1,57 milhão de votos. Ele morreu em 2007, aos 68 anos, vítima de leucemia.
*Colaborou Guilherme Mazui

Número de pessoas atingidas pela chuva no RS chega a 11,5 mil

29/06/2014

Segundo a Defesa Civil, são 2.615 desabrigados e 8.886 desalojados.
Total de municípios afetados pelas enchentes também subiu para 62.

Do G1 RS
Exército auxilia remoção de famílias atingidas pela cheia do rio Uruguai em Sao Borja (Foto: Peterson Furlan/RBS TV)Em São Borja, na Fronteira Oeste, Exército auxilia
na remoção de famílias atingidas pela cheia do Rio
Uruguai  (Foto: Peterson Furlan/RBS TV)
O número de pessoas que tiveram de deixar suas casas em função da chuva no Rio Grande do Sul subiu para 11,5 mil na tarde deste domingo (29), de acordo com o último boletim divulgado pela Defesa Civil Estadual às 18h. O total de municípios afetados também passou para 62, três a mais do que o levantamento anterior.

De acordo com o órgão, são 2.615 pessoas desabrigadas, que tiveram de ser removidas para ginásios, centros que foram encaminhados a ginásios, centros comunitários e albergues disponibilizados pelo poder público. Já o total do número de desalojados, que estão em casas de familiares, amigos e vizinhos, chega a 8.886 pessoas.

O município mais atingido ainda é Iraí, no Norte do estado, na divisa com Santa Catarina, com 1,3 mil pessoas removidas de suas residências em função das enchentes. Porto Mauá e Porto Xavier, na fronteira com a Argentina, também somam mais de 1 mil desabrigados cada, por causa da cheia do Rio Uruguai.  
Prefeituras decretam emergência
Ao menos 13 municípios atingidos por enchentes encaminharam decretos de emergência à Defesa Civil gaúcha. A relação das prefeituras que informaram a condição inclui Alpestre, Cristal do Sul, Chiapeta, Iraí, Vicente Dutra, Barão do Cotegipe, Erval Grande, Caiçara, Cerro Grande, Crissiumal, Derrubadas, Getúlio Vargas e Tiradentes do Sul. A prefeitura de Iraí decretou situação de calamidade pública.

Neste domingo (29), a situação começou a se normalizar em alguns pontos do estado. Na Região Noroeste, em Porto Mauá, o nível do Rio Uruguai está baixando desde as 12h. No fim da tarde, estava 19,5 metros acima do nível normal. Em Porto Xavier, o rio ainda sobe, mas com menos intensidade. No total, 421 casas foram alagadas no município. 

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