by Ja Reparou?
Argumentação tão boa que resolvi chupinhar o texto aqui (prática que venho tentando evitar).
Grande Marcelo Rubens Paiva!  Destaco a comparação com os gênios do humor. Segue abaixo:
O que aconteceu com RAFINHA  BASTOS?
Conheci o cara, meu vizinho, em palcos de stand-up, quando  o gênero engatinhava.
Ele dividia bem as tarefas de entreter com DANILO  GENTILI, MARCELO MANSFIELD, OSCAR FILHO e outros.
A produção do CQC fez  um golaço quando o contratou para a bancada.
Regida pelo meu amigo e  experiente MARCELO TAS.
Então, você conhece a cronologia dos  eventos.
Estouro no TWITTER, reconhecimento do NYT, DVD entre os mais  vendidos, teatros lotados.
Sucesso, ao ponto de ter o próprio teatro,  numa Rua Augusta em alta.
E a mão começou a pesar na redação dos seus  textos e dos 140 caracteres.
Piadas ofensivas, de mau gosto, rejeitadas  amplamente.
O que causou um debate sobre os limites do humor.
Que  se lembre, CHAPLIN nunca teve uma piada rejeitada.
Nem IRMÃOS  MARX.
Nem 3 PATETAS.
Nem WOODY ALLEN.
Nem MONTY  PYTHON.
Nem MILLOR, BARÃO DE ITARARÉ, JUO BANANERE.
Nem GLAUCO,  ANGELI, LAERTE, ADÃO.
Nem CHICO ANYSIO.
Nem CASSETA &  PLANETA.
Quem faz humor tem noção da fronteira.
RAFINHA  perdeu.
Soberba?
Falta de background cultural ou  político?
A desculpa da LIBERDADE DE EXPRESSÃO era uma afronta à  História.
E o desdém contra o politicamente correto a munição que  faltava.
Afastá-lo foi uma saída corajosa da BAND.
Sua conduta  manchava o brilho do programa.
Na passeata PELA LIBERDADE, num domingo na  Avenida Paulista, ouvi gritarem: “CQC, vai tomar no…” O que me surpreendeu, já  que eu imaginava que o programa, com sua ironia política, seu combate à  corrupção e descaso público, servisse de exemplo às novas gerações,  especialmente aos militantes de causas diversas.
RAFINHA é vítima de uma  era em que o meio é da mensagem.
Em que se tuitam as maiores bobagens,  sem a censura de uma equipe ou de um editor.
Sem a ajuda de uma  hierarquia jornalística, escola com que a maioria dos escritores  aprendeu.
Na imprensa escrita, suas derrapadas jamais seriam  publicadas.
Como na internet, redes sociais, blogs, somos nossos próprios  patrões, cria-se o autor sem editor e controle, sem ética ou manuais de conduta  empresarial.
Seu superego é seu dono.
A liberdade da rede pode se  tornar danosa aos autores, que não trocam ideias em reuniões de pauta ou  redações.
Para ele, a bancada de um programa aio vivo da TV aberta era  seu twitter.
E pouco importava a voz da razão e o gosto da  audiência.
Na matemática narcisista, quanto mais polêmica, mais  seguidores.
Perdeu.
MÔNICA IOZZI foi uma ótima substituta, com sua  risada maluca, sua cara distraída, seus olhos esbugalhados.
Além de  possibilitar um contra peso às piadas machistas, criar jogo na guerra dos sexos,  possibilitar a ironia feminina, abrir campo para o direito de resposta às  provocações e cantadas dos colegas.
RAFINHA terá umas férias forçadas  para repensar a vida.
E a discussão sobre os limites do humor  amadurece.
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Termino o post com uma outra contribuição: a entrevista que o Rafinha Bastos deu ao Abu no "Provocações". Por mais bem articulado que o cara seja, um sujeito com esse nível de exposição precisa de uma formação melhor. Marcelo Rubens Paiva pergunta, com propriedade: "Falta de background cultural ou político?". A entrevista abaixo mostra que sim...
 
 
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