Todo esse dinheiro era para levar ao ar um programa de debates por semana, de uma hora de duração, e cinco filmetes de três minutos. A título de remuneração, Nassif recebia R$ 660 mil por ano — um salário de R$ 55 mil por mês. Nos meses com quatro segundas-feiras, ele receberia R$ 13.750 por hora; nos meses com cinco, R$ 11 mil. Essa conta procedia porque esse era o salário do apresentador. A grana da produção era outra. O programa estreou em março de 2010, mas ele recebia desde agosto do ano anterior.
Nassif alegou que os outros R$ 558 mil eram destinados ao pagamento de uma equipe de 9 pessoas. Nove pessoas para produzir um programa por semana… Pois bem, Jô Soares, uma estrela de primeira grandeza da TV brasileira, cujo programa vai ao ar todos os dias, tem uma equipe de 16 pessoas! O Painel, da Globonews, também um debate semanal, conta com DUAS pessoas. Há uma outra diferença entre o programa de Nassif e esses outros casos que vale a pena discutir: milhões de telespectadores que assintem ao Jô! Quando foi que você assistiu ao programa do Nassif? (eu assistia).
Como informou a matéria, Nassif não estava sozinho em um contrato dessa natureza. Havia mais jornalistas igualmente muito bem pagos e que eram praticamente traço no Ibope.
Minha Vez...
Rapaz!!! Com um salário como esse eu declaro guerra contra a Veja, contra o Fidel Castro e até contra o Juca Chaves e o Ratinho (Juca Chaves mesmo, não El Chavo venezuelano)! Agora vejamos como tudo começou e os textos que dificilmente aparecem no Google:
Leitores de Luiz Nassif – há gosto pra tudo – me enviam cópias de um dos trabalhos porcos que lhe caem tão bem. Este inacreditável senhor pegou uma reportagem do Estadão e foi fazendo intervenções no meio do texto, no que seria uma suposta interpretação da reportagem. Tenta dar a entender que o texto faz referências a mim e a Diogo Mainardi. Pobre diabo! Se vocês derem a Bíblia para Nassif interpretar, ele transformará Cristo num bandido e vai glorificar os que o crucificaram. Nassif é o mundo pelo avesso.
Por que tanto ódio de Diogo Mainardi e de Reinaldo Azevedo? Simples: nós dissemos quem ele realmente é. E até quem ele era. Dono de uma coluna na Folha de S. Paulo, era tido como especialista em economia e escondia seu analfabetismo, hoje evidente, no trabalho de bons revisores. Foi demitido do jornal pelos motivos expostos abaixo, numa coluna de Diogo. Não só isso: suposto especialista em economia, conselheiro do empresariado, quebrou e hoje vive da boa-vontade do BNDES. Sim, leitor, aquele banco de que você também é dono. Você, veja só, ajuda Luis Nassif a frequentar bons restaurantes.
Mas a verdade é a verdade. Como diria Chico Buarque, o amigo dos petralhas, “de muito gorda, a porca já não anda”. Nassif acabou. Os policiais federais, os de agora e os de antes, sabem que eu ou Mainardi nada temos com Dantas. Mas poderá Nassif dizer o mesmo de Luiz Roberto Demarco? O empresário inimigo do banqueiro até serve de testemunha de Nassif nos processos que este responde na Justiça. Uma rápida pesquisa na Internet vai lhes fornecer as devidas informações sobre essa intimidade.
(...)Abaixo o texto de Diogo Mainardi.
*
Nassif, o banana
“Luis Nassif foi demitido da Folha pela suspeita de ter usado seus artigos no jornal para achacar o governo de Geraldo Alckmin. Falei sobre o episódio com o diretor da Folha. Ele confirmou. Com a carreira arruinada, Luis Nassif refugiou-se na internet, como Mengele em Bertioga”
Eu sou lobista de Daniel Dantas. É o que diz o blogueiro Luis Nassif. Como foi que eu ajudei Daniel Dantas? Acusando-o de ter financiado Lula. E também acusando Naji Nahas de ter financiado Lula. O fato de eu ter publicado uma série de documentos judiciais sobre Naji Nahas e a Telecom Italia me incrimina, segundo Luis Nassif. Entende-se: em meu lugar, ele teria picotado e obedientemente engolido esses documentos, que denunciam as ilegalidades cometidas pela empresa e pelo governo. Quem patrocina o site de Luis Nassif? A Telecom Italia. Quem impediu que ele falisse e perdesse até as cuecas? O BNDES.
Eu já ridicularizei Luis Nassif três anos atrás, demonstrando que ele reproduziu integralmente em sua coluna a nota de um lobista ligado a Luiz Gushiken. Ele foi demitido da Folha de S.Paulo pouco tempo depois, por causa de um fato ainda mais nauseabundo: a suspeita de ter usado seus artigos no jornal para achacar o governo de Geraldo Alckmin. Em 2004, Luis Nassif convidou o secretário Saulo de Castro para um fórum de debates organizado por sua empresa, Dinheiro Vivo. O detalhe sórdido era o seguinte: para o secretário poder participar do evento, o governo paulista teria de desembolsar 50.000 reais. Saulo de Castro negou o pedido.
Em 2005, Luis Nassif voltou à carga, cobrando uma tarifa ligeiramente mais modesta, de 35.000 reais. A assessora de Saulo de Castro mandou um e-mail para o chefe com este comentário: “Não é à toa que a empresa se chama Dinheiro Vivo”. Saulo de Castro negou o pedido mais uma vez. Luis Nassif decidiu retaliar. Em sua coluna, passou a atacar sistematicamente o governo Alckmin, em particular o secretário Saulo de Castro. Quando o diretor da Folha de S.Paulo, Otavio Frias Filho, foi informado das suspeitas em torno de Luis Nassif, demitiu-o imediatamente. Nesta semana, falei sobre o episódio com Otavio Frias Filho. Ele confirmou.
Com a carreira no jornalismo arruinada, Luis Nassif refugiou-se na internet, onde seu passado era desconhecido, como o de Mengele em Bertioga. O bando de Luiz Gushiken arranjou-lhe uma sinecura no iG. Enquanto fazia um blog para meia dúzia de leitores, ele era obrigado a escapar de seus credores no BNDES, que queriam penhorar seus carros e apartamentos para tentar recuperar uma parte do rombo de 4 milhões de reais da Dinheiro Vivo. No fim de 2007, depois de um misterioso encontro com a diretoria do BNDES, ele conseguiu fechar um acordo judicial altamente lesivo para o banco, que lhe garantiu os seguintes mimos: o abatimento de 1 milhão de reais de sua dívida, o prazo de dez anos para saldá-la, a retirada de todas as garantias para o pagamento do empréstimo e a dispensa de uma multa de 300.000 reais. Algumas semanas depois, ele retribuiu a generosidade estatal usando o único método que conhece: uma campanha de mentiras descaradas contra mim e contra VEJA, tidos como inimigos do governo.
Luis Nassif é um banana. Ninguém dá bola para ele. Por isso mesmo, minha idéia era persegui-lo apenas judicialmente. De fato, estou processando o iG. Tenho uma tonelada de mensagens, documentos e testemunhas que desmoralizam toda a imundície publicada em seu blog. Mas suas calúnias ganharam outro peso depois que Daniel Dantas e Naji Nahas foram presos. Claramente, o pessoal que o emprega está preocupado com o rumo que esse inquérito pode tomar. Há um empenho para impedir que os dois sejam associados a Lula, como eu sempre fiz. Quando Daniel Dantas e Naji Nahas foram presos, eu comemorei. Luis Nassif deve ter pensado em todos os documentos que terá de picotar e engolir. E em todos os patrocinadores que poderá ganhar.Por
Reinaldo Azevedo Voltei
Corre um processo na justiça de Veja contra o Nassif, onde o jornalista ganhou o processo e não terá de pagar indenização ao editor Eurípedes Alcântara (corre porque a Revista pode recorrer ainda). Mainardi sofreu 200 processos pela forma como escrevia suas opiniões. Perdeu apenas dois (um tratava-se de uma piada com o nome de um político: Furtado). É muito difícil conseguir no Google referências negativas ao Luis Nassif (seu clube de fãs é imenso e o volume de estudantes de jornalismo que se manifestam em seu favor pode ser visto nas primeiras páginas de pesquisa). Mas...
Se ainda tiver paciência e curiosidade, leiam também o que foi publicado no Blog
Imprensa Marrom em 23/06/2009, texto escrito pelo jornalista Gravatai Merengue (infelizmente as imagens foram removidas):
ENTENDAM DE UMA VEZ O "CASO LUIS NASSIF"Finalmente, tenho aqui o "processo" pelo qual o blogueiro Luís Nassif chegou aos meus dados pessoais. E, claro, vão os pontos principais:
1 - Não Houve "Condenação"
Não, não houve. As duas partes, Nassif x Google, fizeram um ACORDO. Isso mesmo: um "acordo". Não houve condenação no tal processo; o que torna estranho dizer que o juiz tenha "encontrado elementos" etc.
2 - Do Advogado
Sem prejuízo de sua qualidade de jurista, e não faço aqui acusação alguma, o advogado de Nassif, que então estava processando o Google, está agora no exterior, pago pelo... Google! Repito: não faço acusação alguma, foi o que o próprio advogado falou na entrevista concedida a Nassif.
3 - Não Houve Crime nem "Falha Ética"
Durante toda a tal "entrevista" (não há "entrevista", em termos jornalísticos, pois trata-se de um papo entre parte e advogado), Nassif transfere a questão da jurídica para o campo do apedrejamento, chegando ao ponto de pedir um 'parecer' sobre a 'comunidade da blogosfera' (?) - e ainda leva um puxão de orelhas sobre o 'uso de pseudônimos'. O motivo: NÃO HOUVE CRIME ALGUM.Mas o Que Aconteceu?
Elaborei este texto depois de uma grande pesquisa em cima de tudo que fiz, também vasculhei processos, fui atrás de fatos. Não imaginava, sinceramente, que Nassif voltaria à carga depois de tudo que encontrei. Mas ele parece incansável. Então vamos lá!
Em 2008, uma turma abriu um blog SOBRE O BNDES. O objetivo era falar do banco, de negócios estranhos etc. Lá pelas tantas, falamos do processo envolvendo Luís Nassif.
Em seu blog, ele falava de "reescalonamento da dívida", mas nunca deixou claro que houve um acordo judicial em processo de execução (Proc 583.00.2005.200321-5, Fórum Central de São Paulo). No blog, o que fizemos foi provar que a história era outra: ao contrário dos procedimentos normais, o BNDES INTERROMPEU A EXECUÇÃO e realizou um acordo.
Como se sabe, o BNDES é um banco do Governo Federal.
Quando se inicia uma execução judicial, não se fala mais em "partição da dívida", pois o total é apenas um. Mas, mesmo assim, no acordo o total foi dividido em duas partes: se a primeira for paga até determinado ano, o devedor fica isento do pagamento da segunda (que corresponde a tantos milhões de reais). Para piorar, NÃO HÁ QUALQUER GARANTIA REAL (bens imóveis, móveis etc).
E Luís Nassif recorreu ao judiciário para retirar o blog do ar.
Na ocasião do "Fora, Sarney!", toda a blogosfera se mobilizou para defender a pobre blogueira que foi alvo de uma ação similar. Quando houve esse incidente do BNDES, porém, muitos defensores da tal blogueira mudaram de lado e passaram a defender o direito de se esconder esse caso estranho do banco público. Estranho, não?
O uso do pseudônimo, como já ocorreu em outros blogs (p.ex.: "Tô Cansadinho", contra o "Cansei" - que saiu até na Folha de São Paulo) era mais do que necessário: tratava-se de uma briga de dois ou três, todos vítimas dos ataques de Nassif, e agora comprando briga com um enorme e poderoso banco público.
O Google, num ACORDO JUDICIAL, retirou rapidamente o blog do ar. Nassif, que na entrevista ameaça dizer "o criminoso", mas rapidamente substitui por "o indivíduo" (pois sabe muito bem que não houve crime algum e não pretende ser processado), também tem pleno conhecimento de que não houve qualquer ilícito praticado.
É curioso, inclusive, que tanto ele quanto o advogado falam em "convicção do juiz", mas não dizem qual o crime praticado. Porque não houve. Aliás, eu o desafio a negar o que foi dito.
Nassif, você nega a todos os seus leitores que:
a) Houve um acordo judicial com o BNDES, segundo o qual você pode pagar apenas uma parte do valor da execução e, tendo pago esse subcrédito, está isento do pagamento de uma outra parte, correspondente a milhões de reais?
b) Nesse acordo judicial, não há QUALQUER garantia real (bens imóveis ou móveis)?
c) Esse processo estava mencionado no tal 'blog com mentiras', exatamente expondo esses pormenores?Era o que tinha para dizer sobre o caso. Se vocês acham que isso é "golpe sujo" ou algo assim, paciência. É a pura verdade. Isso foi logo depois dele, Nassif, dizer que fui "cooptado" só porque apontei uma falha em seu "dossiê".
Os processos judiciais, no Brasil, têm natureza pública - em especial aqueles envolvendo bancos estatais. O tal blog contra o BNDES era um dever cívico e tenho muito orgulho de ter participado.
Agora, se for o caso, resolvemos as coisas nos tribunais. Tenho aqui cópia dos processos (a execução promovida pelo BNDES e o acordo entre Nassif e Google).
Sinceramente, estou tranqüilo. Não acho que a "comunidade blogueira" vá discordar dessa história, porque ela é a verdadeira. E confesso que levei um certo tempo para montar esse quebra-cabeças, porque de "comentário anônimo no blog", passando por "site anônimo no Google Pages", indo finalmente para "blog com pseudônimo no blogspot contra o BNDES", há distâncias bem razoáveis - e no primeiro post explicativo eu já havia falado a respeito disso.
Inclusive, já pedi trocentas vezes, aqui mesmo no Imprensa Marrom, uma CPI sobre o banco; e esse mesmo caso do processo já foi objeto de conversas informais com integrantes do Ministério Público Federal.
Enfim, é isso. Essa é a verdade. E é o que eu diria (e direi, se ele ainda topar) no tal debate aberto. O convite permanece.
Sobre Blogs Anônimos
Na entrevista, ele tenta conduzir as coisas me condenando publicamente por usar pseudônimos, dizendo que isso é "condenável" pela blogosfera. Bobagem: Nassif não é contra!
Em seu blog, por exemplo, ele é um entusiasta do tal "Cloaca News", um blog que publica notícias e acusações gravíssimas, sempre no anonimato. Nassif não apenas repercute coisas do "Cloaca" em sua página principal, como o tal blog anônimo tem até perfil em sua "Rede".