by Deise Brandão
Setembro sempre chega com cara
de recomeço, de florescimento, mas tb nosmostra a contagem regressiva: prazos
apertados, projetos acumulados e a sensação de que o ano inteiro precisa caber
em poucas semanas. É nesse ritmo acelerado que muitas pessoas acabam colocando
na agenda a etiqueta “urgente” em tudo, como se isso fosse resolver o problema.
Mas será que funciona?
A verdade é simples e
incômoda: quando tudo é urgente, nada é urgente de fato. Essa confusão de
prioridades não só nos estressa, como compromete a qualidade do que entregamos
e até nossa saúde mental.
A
armadilha da urgência permanente
Viver em modo “emergência” é
viver no automático. A cada nova tarefa marcada como urgente, perdemos um pouco
da clareza sobre o que realmente importa. E, sem clareza, qualquer meta parece
inalcançável — ou, pior, se transforma em mais uma cobrança.
Planejar é, antes de tudo,
reconhecer limites. É escolher, conscientemente, onde colocar energia. Não é
sobre fazer tudo, mas sobre fazer o que é essencial com presença e qualidade.
Como
sair do ciclo de correria
Revisite
suas metas. Antes de aceitar uma tarefa como urgente, pergunte: ela me
leva mais perto do meu objetivo?
Crie
categorias. Nem tudo tem o mesmo peso. Diferencie o que é importante do
que é apenas imediato.
Delegue
ou elimine. Se uma tarefa não traz impacto relevante, talvez ela não
precise estar na sua lista — ou pode ser delegada.
Defina
margens de respiro. Em vez de lotar a agenda, planeje intervalos. Pausas
são estratégicas, não perda de tempo.
Usar
métodos visuais para organizar prioridades
A Matriz Esforço x Impacto, por exemplo,
cruza o tempo exigido com o resultado esperado e mostra onde vale investir.
A Matriz de Eisenhower ajuda a separar urgência de importância e
delegar o que não é essencial. Há ainda a Matriz BÁSICO, que classifica
tarefas em critérios objetivos (benefícios, abrangência, satisfação do cliente,
investimento, operacionalidade) e dá uma pontuação para cada uma.
O método é menos importante que
a consciência de uso: ferramentas são bússolas, não grilhões. Elas servem para
te dar perspectiva, não para engessar seu dia a dia.
Escolha
seu ritmo
Fim de ano não precisa ser
sinônimo de caos. Ao rever prioridades e recusar o mito de que tudo é urgente, ganhamos
foco, qualidade e tranquilidade. Planejar é um ato de autonomia: tu decide onde
colocar seu tempo, seu talento e sua energia.
E lembre-se: a produtividade verdadeira não está em fazer mais, mas em fazer melhor — no tempo certo, pela razão certa.