LIRA NETO? NÃO, TIRA NETO
Declarei no programa “Quebrando a banca”, no Canal 9, TV Aberta, do qual sou produtor e participante, e também no mesmo programa transmitido para todo o país pela Rede Brasil de Televisão, que o senhor Lira Neto deve passar a se chamar Tira Neto, pois nas suas biografias capengas de José de Alencar e do Padre Cícero, ele só soube usar a cola e a tesoura, isto é, essas biografias apresentam mais de 80% de aspas.
O senhor Lira Neto vive atacando o meu livro Getúlio Vargas e o seu tempo. Pura inveja gorda desse perito na arte de entupir as suas desastradas biografias com aspas. Eu lhe dei, portanto, de maneira justa, os apelidos de Aspudo e de Tira Neto.
Qualquer página dos livros dele serve de exercício para a correção de textos. Tira Neto não para de cometer gravíssimos erros de português. Já anotei mais de duzentos nos seus aleijões biográficos. Eu o aconselho: senhor Tira Neto, em vez de ser biografocida (assassino de biografias) abra uma fábrica de cola e uma fábrica de tesouras. Assim poderá recortar e colar os textos alheios com mais facilidade...
A biografia de José de Alencar, parida por Tira Neto, intitulada O inimigo do rei, além de ser confusa, mal escrita, tediosa, está repleta de disparates. Vejam este na página 231:
“...Petrópolis, onde o clima da floresta tropical deveria ajudar a restituir-lhe a energia perdida.”
Absurdo! Ele assegurou: Petrópolis tem o clima de floresta tropical! Tira Neto, o senhor estava bêbado, quando vomitou esta cretinice? Então o clima ameno da Cidade Imperial, um dos melhores do Brasil, é o da floresta amazônica? Vá depressa aprender Climatologia, senhor Tira Neto, o ramo da Geografia Física que estuda os climas do nosso planeta e os fenômenos com eles relacionados.
Os erros de natureza histórica abundam no livro O inimigo do rei, a pior biografia de José de Alencar, quase cem por cento inferior às biografias do autor de Iracema, escritas por Raimundo de Menezes, Oswaldo Orico e Luís Viana Filho. Contemplem este grave erro do Tira Neto, na página 81 da sua péssima biografia do escritor cearense:
“Em meio aos conchavos e viradas de mesa que caracterizariam todo o segundo império”...
Ora, como eu já salientei no meu livro As sandálias de Cristo, o Segundo Império nunca existiu no Brasil. O Império aqui foi apenas um, tendo havido, sim, o Segundo Reinado, o de D. Pedro II (1840-1889), continuação do Primeiro Reinado, de D. Pedro I (1822-1831), após a Regência Trina Provisória, de 1831; a Regência Trina Permanente, de 1831 a 1835; e a Regência Una, de 1835 a 1840. Esta última exercida pelo padre Diogo Antônio Feijó e depois por Pedro de Araújo Lima, o Visconde de Olinda.
Que erro, o do Tira Neto! Senhor biografocida (assassino de biografias, repito), adquira mais cultura, deixe de ser apedeuta, volte a ler os compêndios de História do Brasil, se é que de fato já os leu. Aspudo, procure se instruir, largue essa mania de tomar porres de aspas e memorize este pensamento do estadista inglês Benjamin Disraeli, inserido no seu livro Sybil, or the two nations, publicado em 1847:
“Ter consciência da própria ignorância é um grande passo em direção ao saber.”
(“To be conscious that you are ignorant is a great step to knowledge”)
Os erros de português se multiplicam no livro do Aspudo sobre José de Alencar. Eis um, da página 217:
“...a primeira edição, de mil exemplares, esgotou rapidamente”.
Correção: o verbo aí é pronominal, esgotou-se. Sem o pronome se, parece que a primeira edição esgotou a paciência do leitor...
Erro de atração pronominal do Tira Neto na página 275 do seu caótico livreco:
“Alencar respondia às críticas dizendo-lhe que o cargo de ministro da Justiça dava-lhe o pleno comando...”
Aspudo, aprenda: o que atrai o pronome lhe. Olhe esta frase correta do José de Alencar, vítima do senhor, pois o seu livro sobre ele é horroroso, um atentado contra o romancista de As minas de prata:
“...pedir ao velho que lhes ensine”...
Leia também, Aspudo, as seguintes palavras do insigne escritor luso Antônio Feliciano de Castilho:
“... por isso mesmo que lhes faleceu a força e a arte.”
Quer mais um exemplo, Aspudo?
Aí vai, é uma frase do padre Antônio Vieira, outro expoente da rica literatura portuguesa:
“Respondeu Apolo que, dali a sete dias, lhes concederia o que pedimos”.
Escreve mal, muito mal, o Tira Neto. A sua prosa é cheia de assonâncias, de palavras que rimam entre si, como neste trecho da página 199 do chatíssimo O inimigo do rei:
“Quando a crítica espinafrava ou silenciava sobre sua obra literária, José de Alencar ameaçava... Quando imaginava... proclamava... O irascível Alencar oscilava...”
É o estilo AVA-AVA-AVA-AVA. Creio que Tira Neto é um fanático admirador da atriz americana Ava Gardner...
Na página 233 encontrei isto no seu livro-aborto:
“... Rio de Janeiro de então.”
Puxa, eu não sabia que a Cidade Maravilhosa tem um dentão! Ela é uma tigresa faminta? Qual é o tamanho desse dentão, ò Lira Neto? Mede dois ou cinco metros de comprimento?
Escritor fraco, anêmico, a sua lengalenga sobre José de Alencar se mostra abarrotada de frases batidas, surradas, de expressões comuns tão comuns como é comum o sal nas águas oceânicas e a areia nas praias no Nordeste:
“... dizia não morrer de amores”... (página 17); “o clima era de profundo pesar” (página 79); “tentava defender-se da maré de acusações” (página 80); “crítica contundente” (página 116); “território praticamente inexplorado” (página 180); “fora fragorosamente derrotado” (página 194); “respeitável mãe de família” (página 229); “notório solteirão” (página 230); “no apagar das luzes do ano anterior” (página 302); “realidade brutal” (página 380).
Tira Neto, na página 388 da sua babilônica descrição da vida de José de Alencar, agradece a várias pessoas que o ajudaram a gerar o seu monstrengo biográfico. Ele devLIRA NETO? NÃO, TIRA NETO
um povo marcado feliz apesar disso na simplicidade humildade coisa que hoje e mais difícil
Assim como todas as canções do Zé, esta é cheia de figuras de linguagem, misturando bíblia com política, povo com governo, etc.
Fala de um Brasil que carece de mudanças, fala de um Brasil de 79, fala de um brasil de 2011. Fala de um Brasil do passado, do presente e se continuarmos elegendo ”Tiriricas” da vida, do futuro.
O título da música é notadamente uma referência ao livro “admirável mundo novo” do escritor Audous Huxley. Neste best-seller o escritor defende a ideia de que a sociedade do futuro suprimirá valores como o família, religião, privacidade, dúvida, amor, insatisfação, e todos os momentos da vida de seus cidadãos serão expressamente controlados pelo Estado (cultura, entretenimento, trabalho, relações sociais). Quando alguns desses valores passam a não fazer mais sentido para alguém, então é a hora desse alguém tomar a “soma” – um comprimido que anestesia e elimina qualquer sintoma de insatisfação (basicamente um droga).
Fazendo um paralelo entre o livro e a música vemos alguns elementos em comum. Ambos possuem sociedades estruturadas em uma ordem rígida e de certa maneira opressora – enquanto uma suprime valores como privacidade a outra trata seus cidadãos com “vida de gado”.
Podemos notar também a intenção e compromisso de ambos os Estados em manter a ordem instaurada. O do livro se utiliza de uma droga (a soma), enquanto o outro de promessas que nunca são cumpridas – “Vocês que fazem parte dessa massa que passa nos projetos do futuro”.
Entenda “projetos do futuro” como uma promessa de que “dias melhoress virão”. Se hoje você esta insatisfeito e infeliz com a vida e com o sistema deve manter a calma, pois o sistema esta trabalhando para no futuro inverter este quandro e tornar a sua vida melhor. Tenha paciência. Nessa história a opressão do sistema se mantem irretocável.
Agora, não se pode deixar de anotar também os traços do marxismo.
1. “É duro tanto ter que caminhar e dar muito mais do que receber” – fazendo referência à mais valia – teoria marxista – aonde o operário produz 1000 peças para o burguês, mas o salário disso é suficiente para comprar apenas 100, por exemplo. Marca da opressão.
2.”E ter que demonstrar sua coragem à margem do que possa parecer” – aqui é tratado a alienação do operário, inserido em um mundo onde os ideais de valores são os seus maiores bens (dignidade, honra, mérito, amor, paz, obediencia, compromisso) e no entanto, não sabe o prque de tais valores, sua função, interesses e resultados.
3. “E ver que toda essa engrenagem já sente a ferrugem lhe comer” – autoexplicativo né. prenuncia aqui o desmoronamento do sistema. Isso porque o oprimido vive cada vez mais desiludido quanto ao seu futuro. Pode ser feita uma relação com a profecia fracassada de Marx de que o capitalismo seria substituido pelo comunismo, e que até o momento não passa de um dos fracassos de Marx.
4.”Lá fora faz um tempo confortável, a vigilância cuida do normal
Os automóveis ouvem a notícia, os homens a publicam no jornal” – Há aqui uma crítica pesada ao sistema. O que necessariamente normal? por que é normal expropriar um trabalhador mas é crime roubar um banco para não morrer de fome? Aliás, utilizando uma frase muito conhecida: “eu não sei o que é pior: roubar um banco ou ter um”. Ou seja, nesse pequeno trecho há uma crítica aos valores burgueses
5 – “E correm através da madrugada a única velhice que chegou
Demoram-se na beira da estrada e passam a contar o que sobrou” – essa eu ainda não sei e nem faço a mínima ideia do que pode querer dizer.
6. “O povo foge da ignorância apesar de viver tão perto dela
E sonham com melhores tempos idos, contemplam essa vida numa cela” – agora passa ser uma reafirmação dos argumentos. O povo quer ser respeitado dentro do sistema fugindo de todas as malediscências que possam cair sobre ele, mas isso já é o suficiente para o destruir, enquanto ser consciente, pois fazer parte dessa sociedade já terminantemente degradável. Ainda assim ele espera uma vida melhor, mesmo que em uma cela, porque tudo que esta ao seu alcance é observar o sistema, a engrenagem – por isso a cela.
7.”Esperam nova possibilidade de verem esse mundo se acabar” – autoexplicativo.
8.”A arca de noé, o dirigível, não voam nem se pode flutuar” – essa eu também quero saber.
Particulamente, a música provoca umm sentimento de persistência, como se fosse um hino a tentar novamente até conseguir o que se deseja.