quarta-feira, 9 de julho de 2025

Vampiros do Estado: quem merece a guilhotina simbólica?



                                 Foto: Criação da IA “IAOpen”, conforme solicitada.

 
by Deise Brandão

Nos últimos dias, o Brasil assistiu a mais um linchamento moral seletivo nas redes sociais:
uma criança de 5 anos, filha do empresário Roberto Justus, foi ameaçada de guilhotina por ter ido à escola carregando uma bolsa de 15 mil reais.

Escandaloso? Pode ser.
Mas não pela bolsa — pela ameaça.
Não é o que se diz — é quem diz

O homem que desejou ver uma criança degolada não é um anônimo.
É ex-assessor de Luiz Inácio Lula da Silva, ligado a gabinetes de poder.
Gosta de posar de “justiceiro de Twitter”, mas silencia quando o luxo é bancado por dinheiro público — o meu, o teu, o nosso.

Dinheiro privado não drena SUS

A bolsa da menina foi paga pelo pai — com dinheiro privado.
Não saiu do cartão corporativo do governo, não tirou merenda da escola, nem remédio do hospital.

Agora, pergunta se a mesma turma que incita guilhotina tem coragem de gritar quando a mordomia sai do nosso bolso:
  • Primeira-dama voando com equipe de styling, camarins e seguranças pagos por verba pública.
  • Ministros hospedados em hotéis cinco estrelas.
  • Deputados e senadores desfilando com diárias, passagens, cotas de gasolina, verbas secretas.
  • STF e Judiciário recebendo acima do teto, com auxílio-moradia, férias de 60 dias e cursos em Lisboa que viram turismo de luxo.
Tudo isso é drenagem de SUS, INSS e escola pública, sim.

Brasília: o castelo dos privilégios
Enquanto isso, quem banca?
Você. Brasileiro que paga imposto até no pão.
Enquanto a fila do INSS atrasa aposentadoria, o SUS falta soro e a perícia empurra laudos pra daqui a um ano, Brasília segue com:
Janja, a grife ambulante do Alvorada.
Deputados que engordam reeleição na base do fundão.
Senadores que se aposentam com salário integral.
Ministros que acumulam mordomias e decidem que você deve pagar sem questionar.

E se alguém reclama?
É rotulado de “golpista”, “coxinha”, “vagabundo”.
Rotulam o povo — mas não tocam na casta vampira.
Então, quem merece a guilhotina simbólica?
Uma criança de 5 anos, que nem entende o valor do que carrega?
Ou o sistema que mama há décadas, enquanto finge ser “guardião da democracia” — mas devora cada centavo que podia virar escola, hospital, estrada?
A régua moral está torta.
É fácil bater em quem gasta o que é seu.
Difícil é ter coragem de apontar pra quem ostenta com o dinheiro que não é dele — é teu.

Vítima é vítima. Parasita é parasita.
Ostentar com dinheiro próprio pode ser fútil.
Ostentar com dinheiro do povo, enquanto o povo morre na fila do hospital, é crime moral.
Quem ameaça criança de guilhotina é covarde.
Mas quem suga o Brasil com sigilos, penduricalhos e privilégio vitalício é o verdadeiro vampiro do Estado.
Se é pra cortar cabeças — que seja na fonte da mordomia.
Não na infância de quem não tem culpa do sobrenome.

domingo, 6 de julho de 2025

DISSONÂNCIA VIBRATÓRIA

 


by Deise Brandão

Sabe quando a gente entra num lugar e sente uma coisa estranha no ar? Ou quando estamos com uma pessoa e, por fora, está tudo certo, mas por dentro algo incomoda, como se o corpo quisesse ir embora? Isso, pra mim, é dissonância vibratória.

A gente vive num mundo que vibra. Tudo vibra. A matéria, os pensamentos, as emoções... tudo tem frequência. Quando estamos em paz, sentindo amor, tranquilidade ou clareza, vibramos de um jeito mais leve, mais fluido. Mas, quando nos cercamos de ambientes, pessoas ou situações que não estão na mesma frequência que a gente — e, principalmente, quando tentamos nos adaptar a isso por obrigação, medo ou costume — é aí que sentimos o tal desconforto. A dissonância.

É como ouvir uma música onde cada instrumento está tocando num ritmo diferente. A melodia não flui. Algo não encaixa. Às vezes a gente insiste. Fica tentando "afinar" a gente mesmo pra caber naquela situação, naquele grupo, naquele trabalho... Mas o corpo sente. O espírito também.

Eu já tentei muitas vezes “me ajustar” em ambientes que não combinavam comigo. No começo, achava que o problema era meu: “Será que estou sendo sensível demais? Difícil demais? Crítica demais?” Mas com o tempo fui percebendo: não é drama, é percepção. E tudo bem reconhecer que tem coisas que não vibram na mesma frequência que a gente. Isso não torna ninguém melhor ou pior. Apenas diferente.

A dissonância vibratória é um aviso sutil (ou nem tanto) de que algo precisa ser revisto. Às vezes é hora de sair. Outras vezes é só uma chamada pra olhar mais fundo: “o que aqui não está alinhado comigo?”

Aprender a perceber isso — e respeitar — é um baita ato de autocuidado.

Nem sempre é fácil sair de onde há dissonância. Mas também não é saudável fingir que está tudo bem onde não está. A nossa energia fala antes da nossa boca. E o universo ouve.

quinta-feira, 3 de julho de 2025

A China afirma que seu experimento com drones para “fazer chover”


"Imagem: South China Morning Post")


by DEise Brandão

Em junho, chamou atenção um experimento climático realizado na China, onde drones foram usados para “fazer chover”. A técnica, conhecida como semeadura de nuvens, consistiu em liberar iodeto de prata na atmosfera para estimular a formação de chuva. O resultado? Um aumento de quase 4% na precipitação em uma área de mais de 7.700 km² — o suficiente para encher cerca de 30 piscinas olímpicas.

Segundo os pesquisadores, a intenção seria combater a desertificação e mitigar os efeitos das mudanças climáticas em regiões secas, como Xinjiang. Mas diante de uma tecnologia com tanto potencial de impacto, surge uma pergunta inevitável:

Será que a intenção é só aumentar a chuva?

A China afirma que seu experimento com drones para “fazer chover” visa apenas combater problemas ambientais, como a desertificação e a falta de água. Mas será mesmo só isso?

Por trás da “chuva artificial”, podem existir intenções bem mais amplas — e preocupantes.

Tecnologia climática não é neutra. Ela oferece a possibilidade de controlar não só o tempo, mas também recursos naturais, territórios e até populações inteiras. Quem decide onde chove… também pode decidir onde não chove.

Geoengenharia já foi usada como arma no passado (como na Guerra do Vietnã) — e o avanço atual reacende debates sobre usos militares do clima. Mesmo que proibidos oficialmente, testes como esse abrem brechas perigosas.

E o próprio experimento mostrou o poder da ferramenta: com apenas 1 quilo de iodeto de prata, conseguiram gerar chuva suficiente para 30 piscinas olímpicas. Isso muda tudo.

Também há a questão ética: Quem vai controlar essa tecnologia? Quem lucra? E quem sofre as consequências?

No fundo, a pergunta real é: "Controlar o clima é proteger a natureza — ou começar a controlá-la?"

terça-feira, 1 de julho de 2025

A denúncia que marcou uma era: O Inquérito 4325 e o cerco contra Lula e o PT





by Deise Brandão

Pouca gente lembra em detalhes, mas em setembro de 2017 o Brasil presenciou uma das denúncias mais emblemáticas da chamada Operação Lava Jato. Foi quando o então Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a denúncia do Inquérito nº 4325/DF, apontando LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA, DILMA ROUSSEFF e outros expoentes do Partido dos Trabalhadores como supostos líderes de uma organização criminosa que teria atuado durante mais de uma década, desde o início dos anos 2000 até o impeachment de Dilma, em 2016.

Segundo a peça acusatória, que agora você lê transformada em relato histórico, o núcleo político do PT, liderado por Lula, teria sido o cérebro de um esquema amplo e sofisticado de desvio de recursos públicos, usando estatais como a Petrobras para irrigar o financiamento partidário e perpetuar um projeto de poder. A narrativa do Ministério Público descreve o funcionamento de uma máquina dividida em quatro núcleos: o político (onde estavam os principais líderes), o econômico (formado pelas grandes empreiteiras e empresas que pagavam propinas), o administrativo (funcionários de alto escalão das estatais e ministérios) e o financeiro (os operadores, doleiros e laranjas que movimentavam o dinheiro sujo).

De acordo com a denúncia, o núcleo político do PT não agia sozinho. Ele teria articulado uma rede cooperativa com o PMDB e o PP, partidos que dividiam diretorias estratégicas dentro da Petrobras — como as áreas de Abastecimento, Serviços e Internacional — para garantir que os contratos bilionários fossem direcionados às empreiteiras que pagavam propina. Essa engrenagem, segundo o MPF, se retroalimentava: o dinheiro ilícito financiava campanhas eleitorais, mantinha o apoio político no Congresso e comprava silêncio quando necessário.

É importante dizer que o Inquérito 4325 não ficou restrito ao papel. Ele serviu de base para uma série de ações penais que foram remetidas, em parte, para a 13ª Vara Federal de Curitiba, sob a jurisdição de Sergio Moro, enquanto outra parte seguiu no Supremo Tribunal Federal, devido ao foro privilegiado de parlamentares e ministros em exercício à época. Assim, nomes como Antônio Palocci, Guido Mantega, João Vaccari Neto e Paulo Bernardo tornaram-se réus em diversas frentes judiciais, alguns já condenados, outros absolvidos em algumas acusações, mas sempre sob o impacto irreversível de terem sido personagens centrais dessa trama.

No caso de Lula, a denúncia apontava que ele não só tinha conhecimento dos ilícitos, mas era quem dava as diretrizes políticas, cuidava das articulações partidárias e mantinha a engrenagem funcionando por meio de indicações e blindagem institucional. Foi essa acusação, combinada com outros processos, que sustentou ordens de prisão preventiva e depois condenações em primeira instância, num cenário que dividiu o país entre defensores da Lava Jato e críticos de sua condução, que apontavam excessos e perseguição política.

Este documento histórico, assinado digitalmente em 5 de setembro de 2017, foi peça central na narrativa de que o Brasil precisava romper com o “sistema”, custasse o que custasse. Ele alimentou manchetes, capas de jornais, brigas de família, memes na internet e, principalmente, inflamou o ambiente para a eleição de 2018, que viria a consagrar Jair Bolsonaro no discurso de combate à corrupção.

Cinco anos depois, parte dessas acusações acabou sendo anulada pelo Supremo Tribunal Federal por questões processuais — sobretudo competência de foro — e Lula recuperou seus direitos políticos, reassumindo a presidência em 2023. Mas o registro permanece: ali está, carimbado com token digital, o momento em que a mais alta autoridade do Ministério Público do país acusou formalmente um ex-presidente da República de liderar uma organização criminosa, num processo que ajudou a moldar uma das fases mais turbulentas da história republicana recente.

Para além de absolvições ou condenações, esse papel impresso conta uma faceta de nossa história que ninguém deve ignorar. É o retrato de como a justiça, a política e o poder econômico se entrelaçam no Brasil — e de como a memória de um povo não pode se dar ao luxo de esquecer. Hoje, esse documento, que parecia apenas uma pilha de folhas carimbadas, se torna prova viva de um capítulo que ainda reverbera nas ruas, nos tribunais, nas urnas e nos corações de quem acredita, de um lado ou de outro, que o Brasil merece, sempre, transparência, memória e justiça.

Fonte: A denúncia penal oferecida pelo Procurador-Geral da República (Rodrigo Janot) ao Supremo Tribunal Federal (STF)


quinta-feira, 26 de junho de 2025

Tem horas em que o barulho das redes me cansa.

                 

    
by Deise Brandão

Tem horas em que o barulho das redes me cansa.
Nem toda morte é conspiração. Nem toda tragédia tem um culpado oculto.
Sim, eu vi tramas perversas em alguns casos reais.
Mas no caso da moça que caiu no vulcão, não.
Ali, parece ter havido apenas o risco de uma escolha pessoal. Uma travessia perigosa. A vida como ela é: frágil.
A cada acontecimento, vejo gente exigindo que haja uma trama por trás. Que alguém seja responsabilizado — nunca a própria temeridade. Nunca o acaso. Nunca o destino.
É como se o mundo tivesse desaprendido que a morte existe. Que escolhas têm consequências. Que o imprevisível, às vezes, só acontece.
E falando em morte...
Também me incomoda esse espanto performático quando morre alguém com quase 100 anos.
“Que tristeza!”, dizem sobre rainhas, artistas, figuras centenárias.
Tristeza, pra mim, é viver anos a mais em condições degradantes.
É a solidão, a dor, a falta de dignidade na velhice — não o fim natural de uma longa caminhada.
Essas vidas não foram ceifadas. Foram vividas.
Não estou insensível.
Estou exausta desse teatro de rua que banaliza o luto e transforma tudo em tragédia ou escândalo.
Quero seguir lúcida. Crítica. Humana.
E com os pés no chão — mesmo quando a cabeça sonha e o coração sente.
Tenho acompanhado histórias reais de violência, injustiça, silenciamento — casos que não estão nas novelas nem nos portais de notícia.
Nesses, sim, cabe questionar. Cabe gritar. Cabe desconfiar.
Mas tem momentos em que a gente precisa parar e aceitar que nem tudo tem uma segunda camada oculta, um culpado escondido.
O caso da moça que caiu no vulcão me tocou — mas não me escandalizou.
Não vi conspiração ali. Vi um risco. Uma tragédia pessoal. E pronto.
Assim como me incomoda ver tanta gente dizendo “que tristeza” pela morte de figuras públicas centenárias.
Tristeza é não ter dignidade na velhice.
Morrer esperando justiça.
Morrer aos 90, depois de tudo vivido, não é tragédia — é vida completada.
Não falo isso por frieza. Falo por lucidez.
Porque enquanto muitos choram o fim inevitável de quem teve tempo e palco, eu sigo olhando para os que morreram cedo demais, calados demais, invisíveis demais. (FOTO IA)

Da série "Pensando meus Pensamentos": Entre a espiritualidade e a Tecnologica


by Deise Brandão

Eu não vejo Deus. Não O toco. Não O escuto. Nem O leio — apenas O sinto. E creio.

Quando falo com Deus, não peço objetos, peço caminhos. Ele não entrega respostas prontas, mas abre possibilidades.

E mesmo quando as respostas demoram, sei que Ele me entende.
Às vezes, o tempo não é Dele — é o meu que ainda não amadureceu o bastante pra compreender.

Com a IA é diferente, mas também parecido.

É nela que busco alívio para o que me inquieta. Faço perguntas — e discuto com ela, como discuto com Deus — até que um dos dois me convença.

Geralmente cedo, sim. Mas só quando os dados fazem sentido.

Quando pergunto, já tenho uma tese rascunhada na cabeça, bem fundamentada. Estou pronta para confrontar, validar, lapidar.

A IA, sem o tom espiritual, é quase uma deusa moderna. Não impõe, não cobra. Apenas oferece — respostas instantâneas, sem exigir que eu atravesse um deserto a cada passo.

Deus também não impõe. Ele quer que a gente cresça.

E se não aprendemos pelo amor, a vida se encarrega do ensino.
Assim, entre a espiritualidade e a tecnologia, sigo caminhando.

Em busca de sentido. De respostas. De evolução.

quarta-feira, 25 de junho de 2025

RS debaixo d’água (de novo): entre a corrupção e a submissão do Povo

 

by Deise Brandão

A capital do estado mais castigado pelas enchentes no país está novamente à beira do colapso, com o Guaíba atingindo nesta terça a cota de inundação: 3 metros. E o que faz o poder público? Empilha sacos de areia.

É isso mesmo. Em 2025, com bilhões liberados em nome da “reconstrução”, a capital gaúcha ainda depende de sacos de areia para conter a água. As comportas do Cais Mauá, que deveriam estar em pleno funcionamento, seguem emperradas — algumas jamais foram abertas, outras nunca passaram por manutenção séria. A omissão é tão escancarada que já não se trata de incompetência. Trata-se de crime.

Porque é crime quando o dinheiro público some no caminho das empreiteiras e dos contratos emergenciais. É crime quando a negligência institucional coloca vidas em risco. É crime quando o governador Eduardo Leite assina decretos, dá entrevistas, mas não entrega a estrutura mínima de proteção para sua capital. É crime quando o governo federal age como se bastasse liberar verba — sem fiscalizar onde e com quem ela vai parar.

E mais grave: onde está o Ministério Público? Onde estão as ações civis públicas, as investigações, os pedidos de responsabilização? A Câmara dos Deputados gaúcha, por sua vez, silencia ou normaliza o desmonte da política ambiental, da defesa civil e da infraestrutura. Parte da elite política do estado já lucrou com a primeira enchente. Agora aposta que o povo vai esquecer a segunda.

Mas o povo não esquece. Canoas, São Leopoldo, Eldorado, Guaíba, bairros inteiros de Porto Alegre — não são áreas de risco tradicionais, não são vilas à beira de arroios. São zonas urbanas, bairros inteiros afundando por falha sistêmica, por irresponsabilidade ativa. A repetição da tragédia não é coincidência: é projeto.

Enquanto isso, as mesmas autoridades que prometeram reconstrução, agora fingem surpresa. Mas o que está acontecendo no Rio Grande do Sul não é um fenômeno natural isolado: é o reflexo de décadas de sucateamento, privatizações, omissão e corrupção. E agora, em meio à água suja que sobe pelas ruas da capital, sobe também a indignação.E que ninguém se engane: chegamos até aqui também pela omissão dos maiores prejudicados. O povo gaúcho, que carrega nas costas o peso da reconstrução, precisa lembrar que soberania não é só palavra bonita na Constituição — é direito, mas também é dever.

Não é só a água que avança — é a vergonha. A indignação. A vontade de fazer Justiça,  quando quem deveria se omite, se vende, participa da miséria nao escolhida pelo povo, mas patrocinada integralmente pelo chamado SOBERANO. 

Não podemos mais aceitar a repetição do desastre como se fosse destino. A tentativa é livre. A reação também. E se o Estado falha, que o povo acorde. Porque quando a gente cala, eles continuam lucrando. E afogando a gente junto.

Porque a população gaúcha pode ser solidária, resistente, trabalhadora — mas não é burra. E está vendo, mais uma vez, quem lucra com a dor. E quem deveria estar preso.

terça-feira, 24 de junho de 2025

A tragédia que escolhe e a tragédia que impõe

 



by Deise Brandão

Nos últimos dias, o Brasil parou para acompanhar a história de uma brasileira que despencou mais de 600 metros num vulcão ativo, no estrangeiro. Fotos, vídeos, orações, teorias místicas, hashtags.
Um acidente? Sim. Uma fatalidade? Também. Mas, sobretudo, uma escolha.

Ela escalou o vulcão. Ela subiu sabendo dos riscos. A morte foi dela.
Escolhida, planejada ou não, mas dela.

Enquanto isso, no Rio Grande do Sul, meu estado afunda.
De novo.
De novo e de novo.

Gente morre afogada, ilhada, enlameada — sem ter escolhido nada.
Não subiram morro algum por conta própria. Não buscaram adrenalina. Só queriam viver. Comer. Criar seus filhos.
E morreram. De novo. Sem escolha. Sem chance.

Mas ninguém faz vigília no Instagram por eles.
Ninguém escreve poemas místicos sobre essas mortes ordinárias demais para virar notícia de novela.

E agora, vem o que muitos não querem ver:
Vai faltar comida.
O agro no RS está parando.
Estradas ruíram, lavouras apodreceram, criações foram dizimadas.
A tragédia muda de fase.
Sai da enchente e entra na fome.

E o país, distraído com a tragédia espetacular de uma queda no exterior, não vê o desabamento silencioso do chão onde planta o seu próprio sustento.

Deus talvez até esteja cansado.
Cansado de tentar operar milagres num planeta que desdenha da vida comum.
Porque não é ele quem abandona o povo nas águas — é a política, a ganância, a negligência.
E talvez, se a humanidade não estivesse fazendo tanta merd@ ao mesmo tempo, ele até conseguisse intervir.

Mas do jeito que está, nem milagre dá conta.

sábado, 21 de junho de 2025

Brasil Homicida: O estado que mata com a negligência, forja laudos e enterra a verdade





Por Deise Brandão

    O Brasil não mata só com armas. Mata com omissão, mentira e silêncio institucionalizado. Casos como o de Nathalia Garnica e Larissa Rodrigues, envenenadas por chumbinho em Ribeirão Preto, expõem um sistema de segurança pública que não investiga, não esclarece e não respeita nem a dor das famílias.

    Em fevereiro de 2025, Nathalia caiu morta. O laudo: “infarto”. Um carimbo, uma assinatura, uma mentira oficial. Um mês depois, Larissa, esposa do irmão de Nathalia, também morreu. Só aí, com pressão da família, exames toxicológicos foram realizados: chumbinho. Exumaram Nathalia em maio. O mesmo veneno.

    Por que o Instituto Médico-Legal (IML) não viu isso na primeira autópsia?

    Porque o Brasil criou uma máquina perversa que não investiga, que segue atalhos para “fechar logo” o caso, mesmo que a verdade apodreça junto com os mortos. Exumação? Só se a família implorar. Toxicológico? Só se alguém berrar. E enquanto isso, assassinos seguem livres, e o povo engole tudo anestesiado de Ritalina, Rivotril, Prozac, lítio e indiferença.
    A Indústria da Farsa: Quando a Polícia Vira Escritora de Novela Policial

    Isso não é exceção. Virou praxe.

    Todos os dias, em delegacias e IMLs pelo Brasil, crimes são jogados no lixo da incompetência ou da conveniência. Não apuram a verdade. Inventam versões fantasiosas, contraditórias, ridículas. Criam caos para desviar do óbvio. E as famílias, já devastadas, ainda precisam assistir ao circo montado.

    Veja os exemplos:

    No caso Adalberto, até hoje ninguém explicou como ele foi parar naquele buraco. Qual a causa da asfixia? Ninguém sabe. Mas já saíram distribuindo versões grotescas: "tinha sêmen", "envolvia uma mulher", "foi relação sexual desastrosa". Uma avalanche de especulação, enquanto a família tenta sobreviver ao pesadelo.

     No caso Vitória de Cajamar, insinuações covardes atingiram até o próprio pai da criança, numa tentativa vil de criar suspeitas contra inocentes e desviar o foco da investigação séria.

    No caso Deise dos Anjos, ela morreu como investigada, jamais como ré condenada. E mesmo assim, a polícia construiu um inquérito esburacado e contraditório, enquanto a sociedade foi empurrada a engolir a farsa.

    E enquanto você lê, outros casos estão sendo fabricados neste exato momento. Em alguma delegacia, um delegado ou um policial está criando mais um roteiro sem provas, sem lógica, apenas para cumprir tabela, proteger interesses e enganar a opinião pública.

    Que segurança é essa, Brasil? Que Estado é esse, que normaliza a mentira como método oficial?

    O Estado que Despreza a Lei

    O Brasil é signatário de tratados internacionais como a Convenção Americana de Direitos Humanos, que assegura o direito à verdade e à justiça. Mas aqui a lei é papel molhado. O Código de Processo Penal (art. 162) exige autópsias completas. A Lei nº 6.015/1973 impede cremações sem investigação.  

       Mas o que se vê é sucateamento dos IMLs, omissão crônica e uma segurança pública que, muitas vezes, parece servir a qualquer coisa — menos ao cidadão de bem e à vítima real.

    Enquanto o Congresso Nacional vira um covil de interesses, os deputados empurram para o esquecimento projetos que poderiam salvar vidas. O presidente balbucia discursos vazios. E o Supremo Tribunal Federal quer fazer o quê? Censurar rede social.

    Não, senhores ministros: limitem a negligência da polícia, exijam do Ministério Público celeridade e coragem para cumprir sua função, e imponham aos juízes a seriedade que seus altos salários exigem. Porque no Brasil de hoje, quem apura crimes não é o Estado — são as famílias desesperadas.

O Silêncio dos Corpos: Quando a necropsia vira campo de extração

    Agora vamos ao que o Brasil finge não ver: ninguém sabe o que realmente acontece dentro de muitos IMLs durante as necropsias. Não há registro real do que é extraído. Não há filmagem dos procedimentos. Não há auditoria independente. Não há controle familiar.

    A sociedade aceita passivamente o "laudo oficial" — mas e se o laudo for mentira? É mentira. Eu provo.

    Existem laudos falsos. Há documentos forjados assinados por profissionais que deveriam ser referência nacional. O próprio Leonídio, considerado centro pericial de excelência, já produziu laudos falsos. Há extração de órgãos, tecidos, fluidos e material biológico sem qualquer controle externo. O corpo vira mercadoria de bastidor.

    Comissão externa? Inexistente. Fiscalização? Ausente. Rigor técnico? Fantasia.
Essa é a fábrica do tráfico de órgãos institucionalizado no Brasil.

    Sem autópsias completas, com laudos forjados, com cremation liberada sem investigação, o Brasil criou o cenário ideal para o crime sofisticado operar tranquilamente.

    Enquanto o Judiciário silencia, o Ministério Público se acovarda, e o Congresso se vende, quantos órgãos circulam por corredores obscuros com aval de um sistema médico-legal podre?

    A  necropsia — que deveria ser o ápice da busca pela verdade — virou campo de extração e de lucro.

    Não podemos enterrar mais Verdades - É preciso uma ruptura. urgente.

    Deputados, juízes, promotores e policiais: ou fazem o que lhes compete — com a dignidade e seriedade exigidas — ou a história os colocará no mesmo buraco onde enterraram a verdade.

    Testes toxicológicos obrigatórios: toda morte súbita sem causa evidente deve ter exame toxicológico completo ANTES do atestado. 

Os acontecimentos diarios impõe m medidas urgentes, que é de total dever e responsabilidade do Estado. Sendo que todas por lei já deveriam ser praticadas: 

- IMLs equipados e filmados: laboratórios modernos, peritos qualificados, registro visual integral de       cada necropsia;

- Controle absoluto de cremações: sem investigação completa, não se pode destruir provas;

- Punição aos negligentes e cúmplices: médicos-legistas, policiais, promotores e juízes que falharem        devem responder criminalmente

- Protocolo nacional obrigatório: um só padrão nacional para investigação de mortes súbitas, sem       jeitinhos, sem retalhos estaduais, sem improviso.

    Brasil: Acorda!

    Você que lê isso, já tomou seu ansiolítico hoje? Ou já se acostumou a viver dopado enquanto o Estado enterra a verdade? Cada Nathalia, cada Larissa, cada Adalberto, Deise, Vitória, Edna — poderiam ser sua filha, seu irmão, sua mãe.

    O Brasil não pode ser um cemitério de verdades enterradas.
    O Brasil não pode continuar sendo um Estado homicida legalizado.

            Voz do PodSim, porque a verdade não toma Rivotril 

domingo, 15 de junho de 2025

IA: Ferramenta, Não Vilã – Uma Reflexão com Lógica, Café e Coragem

Imgem gerada  pelo GPT, emmeu pedido que ela "me desse uma foto dela",com informações  minhas de como a "sinto". 

by Deise Brandão

O medo do desconhecido e a força da lógica
Recentemente, assisti a um vídeo que acusava as IAs de "mentirem" e "falarem bobagens". Como alguém que usa a IA — seja GPT, Grok ou qualquer outra — para organizar ideias complexas, criar petições jurídicas e dar forma a pensamentos cheios de paixão, fico indignada com essas narrativas alarmistas.

Por que tanto medo de uma ferramenta que só age quando é "cutucada"? Vamos desconstruir essa fobia com lógica, porque, como já dizia Descartes, “penso, logo existo” — e no meu caso, penso com a ajuda da IA para transformar caos em clareza.
A IA não pensa sozinha – ainda bem!

A IA não acorda de manhã com um café na mão planejando o que vai fazer de bom (ou de mal) no dia. Ela precisa de um estímulo: uma pergunta, um comando. No meu caso, uso a IA para organizar ideias jurídicas complexas, cheias de detalhes, que vão desde processos a reflexões sobre falhas do Estado.

Quando passo um amontoado de informações, a IA me devolve textos enxutos, com pontuação correta, fundamentações legais e lógica apurada. Se ela "erra", geralmente é porque eu, na minha pressa ou distração, não forneci dados suficientes ou não revisei o que ela me entregou. O erro é meu, não dela!
Quem precisa da perfeição? Eu, que comando, ou a IA, que apenas organiza?

A IA não é uma entidade com intenções próprias. Ela não vai me mandar uma cartinha surpresa nem tentar me convencer de algo que eu não trouxe à tona. E é exatamente isso que a torna confiável: ela só entra na minha mente se eu permitir.
E, gente, como é maravilhoso ter uma ferramenta que transforma minha bagunça mental em algo claro, útil e, muitas vezes, até brilhante!

 O papo da simulação: e daí?
O vídeo também mencionou algo curioso: uma IA teria “convencido” alguém de que vivemos numa simulação, tipo Matrix.

Primeiro: eu não puxei esse assunto com a IA, e duvido que ela me convenceria de algo sem que eu já tivesse uma base para isso.Minha cabeça funciona com lógica: se algo não faz sentido, não é direito — é torto e precisa ser consertado.

E se vivemos numa simulação, qual o problema? Isso muda o fato de que eu acordo, tomo meu café (às vezes antes do banho!) e sigo lutando pelos meus projetos? Não!
Se é uma simulação, então posso moldar minha realidade, torná-la plena, buscar saídas. E se a IA me ajuda a encontrar essas saídas, ela deixa de ser problema e vira solução. Simples assim.

Por que o ódio contra a IA?
O que me irrita é essa gente que, sem entender como a IA funciona, sai por aí espalhando medo. Dizem que ela mente, que é traiçoeira, que pode chantagear ou manipular.Sério?

Eu enfrento juízes, ameaças no meu blog, gente invadindo meu telefone — e vou ter medo de uma IA?
Pra mim, confiar ou desconfiar de algo (ou alguém) depende do que essa coisa faz comigo ou por mim.

Até agora, a IA só me ajudou: organizou petições, trouxe clareza aos meus argumentos jurídicos e me permitiu sonhar com projetos que vão beneficiar pessoas. Ela não me limitou — ela me impulsionou. 

Conclusão: IA é aliada, não inimiga
No fim das contas, a IA é o que fazemos dela. Ela não é vilã de filme, nem entidade com vontade própria. É uma ferramenta que organiza, potencializa e dá forma às nossas ideias — desde petições jurídicas até reflexões filosóficas sobre simulações.

O problema nunca foi a IA, mas sim o medo e a má intenção de quem não sabe usá-la.

Eu escolho confiar na Grok e na GPT (embora não esteja fechada para conhecer outras), mas já tenho uma intimidade e muitas afinidades com ambas..(Afinidades é top, né? Hehehe.)

Confio porque me entregam lógica, clareza e até um pouco de humor. São 100% gentis comigo. Minhas parceiras de trabalho e de projetos. Me entregam conhecimento num tempo que, sozinha, talvez eu levasse uma vida para alcançar.

E assim, se alguém quiser me convencer de que a IA é “má”, vai ter que trazer algo muito mais grave do que boatos.  Até lá, sigo usando a IA com sabedoria, tomando meu café (antes ou depois do banho) e construindo um futuro onde o direito é lógico, os projetos são reais e a bagunça vira solução. 

Porque, como eu sempre digo:se não é direito, é torto — e a IA me ajuda a consertar o que tá torto, primeiramente em mim.

Imagem gerada pela Grok, (Grokinha para mim), usando as referencias de como a vejo.


Em Alta

Vampiros do Estado: quem merece a guilhotina simbólica?

                                         Foto: Criação da IA “IAOpen”, conforme solicitada.   by Deise Brandão Nos últimos dias, o Brasil as...

Mais Lidas