sábado, 9 de agosto de 2025

Novo HamburgoRS - Hospital do RS fecha UTI e transfere pacientes após detectar superbactéria considerada uma das mais perigosas do mundo


Acinetobacter baumannii, espécie detectada no hospital do RS, foi listada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2024 como resistente a antibióticos.

Por Gustavo Foster, g1 RS


Hospital Municipal de Novo Hamburgo — Foto: Reprodução/RBS TV

O Hospital Municipal de Novo Hamburgo, na Região Metropolitana de Porto Alegre, precisou fechar a sua Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) e transferir pacientes internados para outro setor após detectar a presença de uma bactéria da espécie Acinetobacter baumannii, considerada uma das mais perigosas do mundo pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

De acordo com a Fundação de Saúde Pública de Novo Hamburgo (FSNH), que administra o estabelecimento, "pacientes foram realocados em outras unidades que comportam suas necessidades de tratamento intensivo e estão recebendo todos os tratamentos disponíveis e assistências".


Assim que a presença da bactéria foi detectada, órgãos de fiscalização sanitária do município e do estado foram acionados. A FSNH ressalta ainda que a bactéria não é transmitida pelo ar e, portanto, não expõe os demais pacientes em outros ambientes.

Nos dias 11 e 15 de julho, dois pacientes foram internados na UTI do hospital com infecções causadas por essa bactéria. Nos dias 16 e 22 do mesmo mês, foram registrados dois casos de transmissão cruzada dentro da UTI.

Nesta segunda-feira (4), o hospital decidiu fechar a UTI e transferir os sete pacientes para a Unidade Neurovascular. A unidade foi esvaziada para receber os pacientes da UTI, e as cirurgias cardíacas eletivas foram temporariamente suspensas.

Superbactéria

A Acinetobacter baumannii, bactéria do mesmo gênero detectado no hospital do RS, foi listada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2024 como uma das bactérias mais perigosas do mundo.
A OMS classifica as bactérias como perigosas com base em vários critérios:

Taxas de mortalidade
Incidência (número de infecções)
Impacto na saúde
Desenvolvimento de resistência
Transmissibilidade
Evitabilidade
Opções de tratamento
Desenvolvimento de novos medicamentos

A Acinetobacter baumannii é descrita como um "patógeno bacteriano oportunista emergente" associado a infecções hospitalares.

O risco de infecção aumenta conforme o tempo em que os pacientes permanecem hospitalizados. Pessoas com sistemas imunológicos vulneráveis estão particularmente em risco. A Acinetobacter baumannii também é resistente aos carbapenêmicos.

 Carbapenêmicos são os chamados antibióticos de reserva, que são utilizados somente em último caso, quando não há outra alternativa. O uso indiscriminado destes antibióticos promove o desenvolvimento de resistência.

"Esse microrganismo pode sobreviver por longos períodos em superfícies e equipamentos, resistindo a muitos antimicrobianos. A permanência de pacientes durante o processo aumenta o risco de novas infecções graves e potencialmente fatais, especialmente em pessoas criticamente enfermas. A medida visa proteger pacientes e profissionais, restabelecendo a segurança do ambiente assistencial", afirma o hospital, em nota enviada ao g1.

Nota da Fundação de Saúde Pública de Novo Hamburgo (FSNH)

"A Fundação de Saúde Pública de Novo Hamburgo (FSNH) esclarece que tomou as devidas providências tão logo identificou a bactéria Acinetobacter na área da UTI Adulto do Hospital Municipal, informando oficialmente os órgãos competentes de fiscalização sanitária, tanto do município quanto do Estado, garantindo a transparência e a adoção das medidas regulatórias necessárias. A partir do monitoramento conjunto realizado pela Direção Técnica, Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), Núcleo de Segurança do Paciente (NSP) e demais setores envolvidos, foram adotadas ações de contenção imediata. Os pacientes foram realocados em outras unidades que comportam suas necessidades de tratamento intensivo e estão recebendo todos os tratamentos disponíveis e assistências. Cabe ressaltar que a bactéria não é transmitida pelo ar e, portanto, não expõe os demais pacientes em outros ambientes."

quarta-feira, 6 de agosto de 2025

A Grande Mentira da Polarização: Lula e Bolsonaro são lados da mesma moeda




by Deise Brandão

Bolsonaro nunca foi direita de verdade. Seu histórico mostra flertes com o chavismo, voto com o PT, práticas populistas, autoritarismo, intervencionismo econômico e a velha lógica da barganha por apoio político. Um “nacional-desenvolvimentismo” disfarçado de conservadorismo de ocasião. O que ele ofereceu não foi um projeto de direita — foi um espetáculo de bravatas, sem reformas, sem mérito, sem plano de país.

Já o PT, que se vendia como antissistema, se aliou justamente à essência do sistema: Geraldo Alckmin, político forjado no PSDB, defensor do capital, da estabilidade fiscal, do mercado e da ordem. Alckmin nunca deixou de ser PSDB — apenas mudou de partido. A sigla foi trocada, mas o conteúdo é o mesmo. Ele representa a direita institucional clássica, raiz, que o PT passou décadas dizendo combater. E agora são governo juntos.

Ou seja: o PT, para se manter no poder, abraçou o que dizia combater. E Bolsonaro, para se eleger, ocupou um espaço que nunca representou de verdade.

Se houvesse, de fato, uma direita coerente, lúcida e com compromisso com os próprios princípios, o pedido de impeachment de Lula já teria sido articulado com base nas violações institucionais em curso. E quem assumiria? Alckmin. Que, goste-se ou não, é a verdadeira direita moderada que sempre existiu no Brasil, agora dentro do governo do suposto “campo progressista”.

O que isso revela? Que a polarização é uma mentira útil. Lula e Bolsonaro são dois lados do mesmo sistema — um justifica o outro, um reforça o outro. A existência de um “inimigo” serve para consolidar o poder do “salvador”, e vice-versa. Enquanto isso, a elite política, econômica e partidária segue preservada, e o povo é mantido sob controle por narrativas fabricadas, sendo massa de manobra

Pedir anistia é a coisa mais canalha do mundo





by Deise Brandão

Nas últimas semanas, uma palavra tem circulado com força nos bastidores do Congresso e nos discursos de certos parlamentares: anistia. Vestida de pacificação, vendida como saída honrosa, a proposta é — na verdade — um golpe disfarçado. Um insulto à inteligência e à justiça. Pedir anistia é a coisa mais canalha do mundo.

Quem pede anistia, na prática, está dizendo o seguinte: “houve crime, houve arbítrio, houve exagero — mas vamos esquecer tudo e seguir em frente.” Não. Não vamos. O que houve foi violação massiva de direitos, manipulação do sistema de justiça, prisão política, censura e destruição de reputações. E o correto, diante disso, não é perdoar. É anular.
Por que querem anistia?

Porque a anistia é ampla, geral e irrestrita. Traduzindo: ela não serve apenas aos manifestantes, aos influenciadores presos, aos réus do 8 de janeiro. Ela serve também aos ministros. Principalmente a Alexandre de Moraes, o artífice-mor de um sistema de controle judicial que ignora os fundamentos do Estado de Direito.

Ao defender a anistia, você defende, ainda que sem saber, o perdão a Moraes.
Defende que ele não seja investigado.
Defende que ele não responda por abuso de autoridade.
Defende que ele continue intocado, enquanto vidas foram destruídas sob decisões unilaterais, prisões preventivas eternas e censura prévia.
A diferença entre anistiar e anular

Anistia é perdão.
Anulação é reconhecimento de ilegalidade.

Quando se anistia, admite-se o excesso — mas se recusa a responsabilização. Quando se anula, expõe-se o vício, a arbitrariedade, a inconstitucionalidade das decisões.
Só a anulação repara a verdade e a dignidade de quem foi vítima do Estado.
A anistia é conveniente para quem abusou do poder.
Tirar Alexandre é só quimioterapia

Alguns acreditam que a simples saída de Moraes do STF resolverá tudo. Ilusão.
Tirar Alexandre é quimioterapia no tumor-mãe.
Pode dar sobrevida à democracia, aliviar sintomas, reduzir metástases institucionais.
Mas não cura.

Porque o câncer está espalhado: na omissão dos demais ministros, na cumplicidade do Congresso, na covardia dos advogados, no silêncio das instituições de controle.
Enquanto não se rever todos os atos que violaram garantias individuais, não haverá cura.
Conclusão: perdão não é justiça

Pedir anistia é colocar a mão sobre os olhos da história.
É dizer às vítimas: “aguente calado, porque agora é hora de pacificar.”
Mas não existe pacificação sem verdade.
Não existe reconstrução sem responsabilização.

A anistia protege os algozes.
A anulação devolve a dignidade aos perseguidos.

domingo, 3 de agosto de 2025

O que é a Teoria da Conspiração dos Chemtrails?


Várias esteiras de condensação cruzam o céu acima da Área de Conservação Nacional do Cânion 
Red Rock, perto de Summerlin, Nevada. George Rose/Getty Images

Principais conclusões
Algumas teorias da conspiração afirmam que "rastros químicos" são substâncias químicas liberadas por aeronaves para manipulação do clima, mapeamento de radar para defesa ou combate ao aquecimento global.

A manipulação do clima, assim como a semeadura de nuvens, tem precedentes históricos, como a "Operação Cumulus" britânica na década de 1950, que resultou involuntariamente em enchentes repentinas e mortais em Lynmouth, na Inglaterra.

Embora a pesquisa sobre modificação do albedo (reflexão da radiação luminosa de volta para o espaço) esteja em andamento, não há nenhum programa ativo para testes ou implementação ao ar livre, e quaisquer experimentos futuros seriam conduzidos de forma transparente e passariam por avaliações de segurança independentes.

O rastro de nuvens que se forma a partir de um avião cruzando o céu pode ser hipnotizante tanto para crianças quanto para adultos. O tráfego de motores a jato se tornou tão comum que não é incomum ver rastros de condensação, faixas de nuvens, pairando no céu da tarde. E embora muitos achem os rastros de condensação lindos contra um céu azul brilhante, outros os acham alarmantes.

Algumas pessoas acreditam que essas trilhas de nuvens estão agravando o aquecimento global , enquanto outras têm teorias mais elaboradas, incluindo a de que governos estão secretamente liberando substâncias nocivas no ar e no solo por meio de aviões [fonte: The Keith Group ]. Teóricos da conspiração apelidaram as esteiras de condensação de " chemtrails " (rastros químicos) porque suspeitam que governos estejam se aproveitando desse fenômeno científico para secretamente liberar outras substâncias na atmosfera.

Mas antes de entrarmos na teoria da conspiração sobre rastros químicos, vamos analisar a ciência por trás dos rastros persistentes.

Como funciona a formação de condensação
Os motores a jato expelem ar muito quente e, como o vapor d'água também é um dos subprodutos do escapamento, o ar também é muito úmido [fonte: Ackerman ]. No entanto, nas altas altitudes da atmosfera, onde esses jatos voam, o ar costuma ser muito frio — frequentemente abaixo de 40 graus Celsius negativos. Além disso, a atmosfera nessa altitude tem baixa pressão de vapor, ou seja, a força exercida por um gás sobre o ambiente circundante.

Quando um motor a jato emite ar quente e úmido para uma atmosfera muito fria e com baixa pressão de vapor, o resultado é a condensação. O vapor d'água que sai do motor condensa rapidamente em gotículas de água e depois se cristaliza em gelo. Os cristais de gelo são as nuvens que vemos se formando atrás do motor. É por isso que chamamos essas estrias de rastros de condensação, abreviação de "rastros de condensação".

Para ajudar a explicar, os cientistas comparam a sensação de ver a respiração em dias frios. Você deve ter notado que as baforadas de ar se dissipam rapidamente em dias mais secos. O mesmo vale para as esteiras de condensação: quando a atmosfera está mais úmida, as esteiras de condensação permanecem por mais tempo, mas quando a atmosfera está seca, elas desaparecem mais rapidamente. As esteiras de condensação normais podem durar horas e cobrir grandes distâncias [fonte: FAA].

Esta explicação faz sentido. Mas, como escreveu o autor e piloto de avião Patrick Smith, as esteiras de condensação consistem não apenas em cristais de gelo e vapor d'água, mas também em outros subprodutos dos gases de escape do motor, incluindo dióxido de carbono , óxidos de nitrogênio, partículas de sulfato e fuligem [fonte: Smith ].

Alguns apontam que estes, além da cobertura extra de nuvens, podem ter efeitos ambientais negativos. E teóricos da conspiração apelidaram as esteiras de condensação de "chemtrails" (rastros químicos) porque suspeitam que governos estejam se aproveitando desse fenômeno científico para liberar secretamente agentes químicos ou biológicos na atmosfera.

As teorias da conspiração do Chemtrail
Manifestantes marcham em 2014 contra o que acreditam ser uma conspiração governamental envolvendo chemtrails e geoengenharia. Lisa Werner/Getty Images

Teorias de esteiras de condensação e rastros químicos
Embora as pessoas aceitem que as esteiras de condensação são subprodutos naturais de motores a jato, a suspeita é que o governo tenha usado essa desculpa para colocar substâncias nocivas nessas trilhas, criando assim chemtrails. Além disso, teóricos da conspiração se apegam a evidências anedóticas que conectam epidemias de sintomas semelhantes aos da gripe a casos de esteiras de condensação.

Aqueles que acreditam que há algo suspeito nas esteiras de condensação criaram diversas teorias para explicar o que os governos podem estar encobrindo.

Uma teoria da conspiração extrema afirma que o governo está intencionalmente pulverizando pessoas com substâncias nocivas para experimentar os efeitos — ou mesmo para "eliminar" doentes e idosos. Outras teorias da conspiração sugerem que os chemtrails são uma tentativa do governo de controle mental e até mesmo de esterilização.

No entanto, muitos cientistas respeitáveis descartam essas teorias alegando que tais experimentos não teriam nenhuma utilidade real.

"Não vimos nenhuma evidência confiável da existência de chemtrails. Se víssemos qualquer evidência de que governos estivessem colocando seus próprios cidadãos em perigo da maneira alegada na conspiração dos chemtrails, estaríamos ansiosos para expor e impedir tais atividades", escreve um grupo de engenheiros de Harvard sob a liderança de David Keith, professor de Física Aplicada na Escola de Engenharia e Ciências Aplicadas John A. Paulson de Harvard.
Como a teoria da conspiração dos chemtrails começou

A teoria da conspiração dos chemtrails remonta a meados da década de 1990. Um relatório de 1996 da Força Aérea dos EUA, intitulado " O Clima como Multiplicador de Força: Dominando o Clima em 2025 ", ajudou a alimentar a conspiração. No entanto, o relatório era puramente especulativo.

Projeto de Lei do Rastro Químico
Apesar da falta de evidências científicas, a teoria da conspiração do chemtrail persiste. Legisladores do Tennessee propuseram a proibição da geoengenharia federal. O projeto de lei cita preocupações com os potenciais impactos à saúde e ao meio ambiente de projetos de geoengenharia em larga escala, como a liberação de partículas destinadas a refletir a luz solar e desacelerar as mudanças climáticas. Os defensores o associam a uma iniciativa federal de 2022 para pesquisa de intervenção climática, enquanto críticos, como o lobista do Sierra Club, Scott Banbury, consideram o projeto de lei "absurdo".

Teorias de Manipulação do Clima e Defesa
Por um lado, os chemtrails seriam liberados tão alto na atmosfera que ventos imprevisíveis os deslocariam significativamente, tornando tais experimentos inúteis e pouco confiáveis [fonte: Hodapp ]. Outros especulam que o governo esteja despejando aerossol de sal de bário na terra para auxiliar no mapeamento por radar para fins de defesa [fonte: Knight ].

Outros, ainda, acreditam que o governo possa estar experimentando a manipulação do clima para fins de defesa. Na verdade, isso não é tão absurdo quanto parece. Na década de 1950, os britânicos "semearam" nuvens com sucesso com sal, gelo seco e iodeto de prata para produzir chuva (veja "Operação Cumulus" abaixo).

Parece que a manipulação do clima é, portanto, muito possível. Teóricos da conspiração acreditam que ela pode ter conexões com o HAARP, o Programa de Pesquisa Auroral Ativa de Alta Frequência, que estuda a ionosfera para aprimorar sistemas de comunicação e navegação [fonte: HAARP ].

Modificação de Albedo
Outra teoria popular é que os chemtrails são tentativas bem-intencionadas do governo de combater o aquecimento global ou a destruição da camada de ozônio pulverizando partículas na atmosfera para desviar a radiação solar — a chamada modificação do albedo, às vezes chamada de geoengenharia solar.

Albedo refere-se à quantidade de radiação luminosa que é refletida de volta para o espaço. A pesquisa sobre a modificação do albedo não é segredo e vem sendo realizada há anos.

Estamos confiantes de que não existe atualmente nenhum programa ativo para testar ou implementar a modificação do albedo em ambientes externos. Não estamos envolvidos em experimentos em ambientes externos, embora estejamos desenvolvendo ativamente propostas para experimentos de campo. Este experimento só prosseguirá se for conduzido de forma totalmente transparente e pública, e somente se passar por uma revisão de segurança independente e abrangente. Os planos, operações e resultados experimentais estarão disponíveis publicamente e serão livremente utilizáveis (sem patentes)", escreve Keith, de Harvard .

Operação Cumulus
O experimento britânico de semeadura de nuvens na década de 1950 foi muito mais eficaz do que o planejado. Em 15 de agosto de 1952, resultou em inundações repentinas e mortais em Lynmouth, uma vila em Devon, Inglaterra.

Após a morte de dezenas de pessoas nas enchentes, a "Operação Cumulus" foi suspensa. O Ministério da Defesa britânico negou envolvimento na semeadura de nuvens até 2001, quando os documentos que a expunham foram desclassificados.

Semeadura de nuvens hoje
A semeadura de nuvens é atualmente uma tecnologia operacional utilizada por diversas regiões do mundo para aumentar a precipitação, mitigar a seca e reduzir a gravidade das tempestades de granizo. Países como Estados Unidos, China, Rússia, Emirados Árabes Unidos e Índia utilizam técnicas de semeadura de nuvens, especialmente em áreas com escassez de água ou propensas à seca.

A tecnologia normalmente envolve a dispersão de substâncias como iodeto de prata, iodeto de potássio ou cloreto de sódio de aeronaves ou geradores terrestres para estimular a formação de cristais de gelo nas nuvens, o que leva ao aumento da precipitação.

Embora a semeadura de nuvens tenha se mostrado promissora, sua eficácia permanece limitada, com resultados que variam de acordo com as condições das nuvens e fatores atmosféricos. Além disso, ainda é controversa. Julie Gondzar , ex-gerente do Programa de Modificação Climática do Wyoming, recebia ligações criticando os esforços do estado. Diziam: "Você está brincando de Deus" ou "Você está roubando umidade da tempestade".

Impacto das esteiras de condensação no meio ambiente
Sejamos claros: muitos estudos mostram que as esteiras de condensação podem ter um impacto negativo no meio ambiente, mas não pelas razões defendidas pelos teóricos da conspiração.

Por um lado, as esteiras de condensação podem se espalhar para as nuvens cirros, reduzindo a quantidade de luz solar que atinge a superfície da Terra e diminuindo as temperaturas. Além disso, estudos demonstraram que as esteiras de condensação também retêm calor. Cientistas da NASA descobriram que, entre 1975 e 1994, houve um aumento na temperatura dos Estados Unidos que correspondeu ao aumento na quantidade de esteiras de condensação. A maioria dos estudos sugere que as esteiras de condensação têm um efeito líquido de aquecimento no planeta.

Portanto, quer você considere a conspiração exagerada como ceticismo saudável ou paranoia, as esteiras de condensação (junto com o consumo de combustível e o uso de energia da indústria de tráfego aéreo que as causam) são certamente uma área de preocupação para o meio ambiente.

Por: Jane McGrath e John Perritano 
Este artigo foi atualizado em conjunto com a tecnologia de IA, depois verificado e editado por um editor do HowStuffWorks.

quarta-feira, 23 de julho de 2025

O café que fica e o que vai embora: Uma verdade que a charge não mostra



by Deise Brandão

Recentemente, circulou nas redes sociais uma charge humorística sugerindo que os Estados Unidos, ao imporem tarifas ao Brasil, ficariam “sem café” — como se o café brasileiro fosse uma dádiva retida por conta de decisões políticas. A cena pode até parecer engraçada à primeira vista, mas ignora totalmente a realidade do setor cafeeiro e esconde um aspecto muito mais amargo dessa história: é o Brasil que fica sem café.

Minha filha trabalha com café e conhece de perto o processo de classificação, seleção e exportação. E o que ela me contou contradiz completamente a premissa da charge. O café que fica no país raramente é o melhor. Pelo contrário: é o que sobra. A produção é dividida entre o que é considerado lixo, resto e, em minoria, o que é chamado de "premium". Este último, raramente é consumido pelo brasileiro comum. Vai embora, exportado para atender mercados exigentes que pagam mais — como os Estados Unidos, sim, mas também Europa e Ásia.

O brasileiro, em geral, consome blends misturados, com grãos de menor qualidade, muitas vezes queimados, reprocessados ou colhidos fora do ponto ideal. Enquanto isso, lá fora, o café brasileiro é vendido com rótulos dourados e descrição detalhada de aroma, acidez e notas florais — que quase nenhum de nós jamais experimentou.

Portanto, não se trata de “os Estados Unidos ficarem sem café”. Trata-se, isso sim, de como o próprio Brasil não prioriza seu povo na distribuição do que tem de melhor. E se há algo errado nas tarifas, que se debata com dados e seriedade, não com piadas superficiais que invertem a realidade e reforçam uma falsa noção de soberania.

O Brasil é sim um gigante na produção de café, mas ainda precisa aprender a ser justo com quem planta, colhe e consome aqui dentro. E talvez a charge que deveríamos ver é aquela em que um brasileiro acorda, pede seu café e escuta: “Não tem. Mandamos embora.”



sábado, 19 de julho de 2025

BRASIL: ENTRE A FACHADA ELEITA E O PODER PERMANENTE




by Deise Brandão

Há quem acredite que o Brasil muda a cada eleição. Que basta trocar o presidente, vestir a camiseta de um partido ou xingar o outro para que algo de fato se transforme. Mas quem já esteve no centro do furacão institucional, quem já enfrentou vara única de comarca, promotor vitalício, juiz que passa uma década no mesmo fórum, sabe: o Brasil real não está nos palanques — está nos bastidores da toga, nos cartórios eternizados, nos nomes que atravessam décadas impunes.

O verdadeiro poder neste país não é o que se elege, é o que permanece. Juízes, promotores, tabeliães, redes de apadrinhamento e parentesco que passam de pai para filho o domínio sobre vidas e sentenças. O Estado brasileiro tem rosto fixo — e ele não muda com o voto.

Lula, Bolsonaro, Temer, FHC. Todos vieram e passaram. Mas os mesmos agentes judiciais continuam assinando, negando, arquivando, manipulando. O Judiciário — este sim, blindado e inatingível — é o cavalo de Troia que atravessa todos os regimes e governos. Travestido de neutralidade, atua como linha de frente na destruição de vidas que ousam não se calar.

Não se trata aqui de paixões políticas, mas de constatações documentais. São dezenas de processos abertos para a mesma causa, arquivados sem sentença, invertendo vítima e autor. É a Justiça que atua como mecanismo de perseguição e silenciamento — e não há presidente que tenha coragem de tocar nesse ninho.

É por isso que minha luta não é partidária. É estrutural. Eu não quero cargos, nem alianças. Quero que se quebre o pacto de silêncio sobre o poder invisível que de fato governa o Brasil: o Judiciário incontrolável e irresponsável, que nunca presta contas, nunca perde privilégios, nunca responde por seus crimes.

E por isso escrevo. Porque minha história, como a de tantas outras, é a prova viva de que a democracia brasileira é seletiva. De que o Estado, mesmo "democrático", é capaz de matar, prender, torturar e destruir — usando papéis timbrados e linguagem técnica para legitimar a barbárie.

Enquanto o povo briga por Lula ou Bolsonaro, os verdadeiros destruidores do país seguem intocados, de toga ou cargo vitalício. E é contra eles que é preciso voltar os olhos.

Soberania de Quem? O Direito dos EUA de Barrar Brasileiros — e a Hipocrisia dos que Gritam “Ingerência”




by Deise Brandão 

Nas últimas semanas, setores da imprensa e figuras políticas brasileiras — especialmente ligadas à esquerda e ao campo institucional — têm gritado em uníssono: “Trump está violando a soberania do Brasil ao cancelar vistos de autoridades brasileiras!”
A acusação é teatral, infundada e politicamente conveniente. O que está em jogo não é soberania, mas a verdade. E a verdade é simples: os Estados Unidos têm o direito pleno de decidir quem entra ou não em seu território. Chama-se soberania nacional — a deles, não a nossa.

Os EUA podem negar vistos? Podem, sim.
O governo americano, seja sob Trump, Biden ou qualquer outro presidente, tem autonomia para barrar a entrada de qualquer cidadão estrangeiro em seu território — por razões diplomáticas, morais, judiciais ou até por mera conveniência política.
E mais: não precisa justificar. Pode simplesmente dizer “não queremos”.
Isso está previsto nas leis internas e é prática comum da diplomacia internacional.
Não há nenhuma violação da soberania brasileira quando os EUA decidem restringir o acesso de brasileiros indesejáveis por corrupção, perseguição política, violações institucionais ou qualquer outro motivo.
 
O Brasil já fez o mesmo. E com orgulho.
Em março de 2020, o governo brasileiro determinou a retirada imediata dos diplomatas venezuelanos. Alegou que o regime de Nicolás Maduro era ilegítimo e que sua presença era inaceitável no Brasil.
A justificativa? Soberania nacional.
Mais de uma vez, jornalistas estrangeiros foram barrados em eventos do governo federal, ou até ameaçados de expulsão por críticas públicas. Um dos casos mais notórios foi o do jornalista Glenn Greenwald, acusado por ministros bolsonaristas de “interferir nos assuntos internos do Brasil”.
Ninguém gritou “ingerência internacional” nesses momentos. Dois pesos, duas medidas.
 
🤡 O truque da vez: fingir que Trump está defendendo Bolsonaro

A mídia aliada ao sistema tenta colar uma falsa narrativa: de que Trump quer negar vistos a ministros do STF, congressistas e membros do atual governo “para proteger Bolsonaro, que está de tornozeleira”.

Ora, sejamos sérios.

Se Trump quiser proteger Bolsonaro, ele faz isso com um aceno direto — não precisaria barrar ministros ou criar uma “lista negra” pública. A negativa de vistos a certas autoridades não favorece Bolsonaro, mas aponta o dedo para o sistema judicial brasileiro que, há anos, se protege sob o disfarce de impunidade seletiva.
E mais: Trump não precisa justificar a negativa de visto. Ele pode dizer simplesmente: “Não quero. Não confio. Não gosto.” E pronto.
É isso que se chama soberania americana. Não é ataque. É direito.

O que dói mesmo? O constrangimento.
O grito contra “a violação da soberania brasileira” é só encenação. O que está doendo é outra coisa: o constrangimento público que essas negativas representam. Afinal, quando os EUA publicamente dizem que determinadas autoridades brasileiras não são bem-vindas, a vergonha se instala.
E aí o discurso muda: o que antes era “livre soberania do Brasil de barrar venezuelanos e estrangeiros”, vira agora “ataque à nossa honra nacional”.

Não é honra. É cinismo.
Os EUA podem barrar quem quiser. É direito soberano.O Brasil já fez o mesmo. E com orgulho. Quem está reclamando agora, é porque está sendo exposto.
Trump não precisa proteger ninguém — muito menos justificar. E se o Estado brasileiro quiser encarar isso como “ingerência”, é porque prefere o escândalo à humildade.

quarta-feira, 9 de julho de 2025

Vampiros do Estado: quem merece a guilhotina simbólica?



                                 Foto: Criação da IA “IAOpen”, conforme solicitada.

 
by Deise Brandão

Nos últimos dias, o Brasil assistiu a mais um linchamento moral seletivo nas redes sociais:
uma criança de 5 anos, filha do empresário Roberto Justus, foi ameaçada de guilhotina por ter ido à escola carregando uma bolsa de 15 mil reais.

Escandaloso? Pode ser.
Mas não pela bolsa — pela ameaça.
Não é o que se diz — é quem diz

O homem que desejou ver uma criança degolada não é um anônimo.
É ex-assessor de Luiz Inácio Lula da Silva, ligado a gabinetes de poder.
Gosta de posar de “justiceiro de Twitter”, mas silencia quando o luxo é bancado por dinheiro público — o meu, o teu, o nosso.

Dinheiro privado não drena SUS

A bolsa da menina foi paga pelo pai — com dinheiro privado.
Não saiu do cartão corporativo do governo, não tirou merenda da escola, nem remédio do hospital.

Agora, pergunta se a mesma turma que incita guilhotina tem coragem de gritar quando a mordomia sai do nosso bolso:
  • Primeira-dama voando com equipe de styling, camarins e seguranças pagos por verba pública.
  • Ministros hospedados em hotéis cinco estrelas.
  • Deputados e senadores desfilando com diárias, passagens, cotas de gasolina, verbas secretas.
  • STF e Judiciário recebendo acima do teto, com auxílio-moradia, férias de 60 dias e cursos em Lisboa que viram turismo de luxo.
Tudo isso é drenagem de SUS, INSS e escola pública, sim.

Brasília: o castelo dos privilégios
Enquanto isso, quem banca?
Você. Brasileiro que paga imposto até no pão.
Enquanto a fila do INSS atrasa aposentadoria, o SUS falta soro e a perícia empurra laudos pra daqui a um ano, Brasília segue com:
Janja, a grife ambulante do Alvorada.
Deputados que engordam reeleição na base do fundão.
Senadores que se aposentam com salário integral.
Ministros que acumulam mordomias e decidem que você deve pagar sem questionar.

E se alguém reclama?
É rotulado de “golpista”, “coxinha”, “vagabundo”.
Rotulam o povo — mas não tocam na casta vampira.
Então, quem merece a guilhotina simbólica?
Uma criança de 5 anos, que nem entende o valor do que carrega?
Ou o sistema que mama há décadas, enquanto finge ser “guardião da democracia” — mas devora cada centavo que podia virar escola, hospital, estrada?
A régua moral está torta.
É fácil bater em quem gasta o que é seu.
Difícil é ter coragem de apontar pra quem ostenta com o dinheiro que não é dele — é teu.

Vítima é vítima. Parasita é parasita.
Ostentar com dinheiro próprio pode ser fútil.
Ostentar com dinheiro do povo, enquanto o povo morre na fila do hospital, é crime moral.
Quem ameaça criança de guilhotina é covarde.
Mas quem suga o Brasil com sigilos, penduricalhos e privilégio vitalício é o verdadeiro vampiro do Estado.
Se é pra cortar cabeças — que seja na fonte da mordomia.
Não na infância de quem não tem culpa do sobrenome.

domingo, 6 de julho de 2025

DISSONÂNCIA VIBRATÓRIA

 


by Deise Brandão

Sabe quando a gente entra num lugar e sente uma coisa estranha no ar? Ou quando estamos com uma pessoa e, por fora, está tudo certo, mas por dentro algo incomoda, como se o corpo quisesse ir embora? Isso, pra mim, é dissonância vibratória.

A gente vive num mundo que vibra. Tudo vibra. A matéria, os pensamentos, as emoções... tudo tem frequência. Quando estamos em paz, sentindo amor, tranquilidade ou clareza, vibramos de um jeito mais leve, mais fluido. Mas, quando nos cercamos de ambientes, pessoas ou situações que não estão na mesma frequência que a gente — e, principalmente, quando tentamos nos adaptar a isso por obrigação, medo ou costume — é aí que sentimos o tal desconforto. A dissonância.

É como ouvir uma música onde cada instrumento está tocando num ritmo diferente. A melodia não flui. Algo não encaixa. Às vezes a gente insiste. Fica tentando "afinar" a gente mesmo pra caber naquela situação, naquele grupo, naquele trabalho... Mas o corpo sente. O espírito também.

Eu já tentei muitas vezes “me ajustar” em ambientes que não combinavam comigo. No começo, achava que o problema era meu: “Será que estou sendo sensível demais? Difícil demais? Crítica demais?” Mas com o tempo fui percebendo: não é drama, é percepção. E tudo bem reconhecer que tem coisas que não vibram na mesma frequência que a gente. Isso não torna ninguém melhor ou pior. Apenas diferente.

A dissonância vibratória é um aviso sutil (ou nem tanto) de que algo precisa ser revisto. Às vezes é hora de sair. Outras vezes é só uma chamada pra olhar mais fundo: “o que aqui não está alinhado comigo?”

Aprender a perceber isso — e respeitar — é um baita ato de autocuidado.

Nem sempre é fácil sair de onde há dissonância. Mas também não é saudável fingir que está tudo bem onde não está. A nossa energia fala antes da nossa boca. E o universo ouve.

quinta-feira, 3 de julho de 2025

A China afirma que seu experimento com drones para “fazer chover”


"Imagem: South China Morning Post")


by DEise Brandão

Em junho, chamou atenção um experimento climático realizado na China, onde drones foram usados para “fazer chover”. A técnica, conhecida como semeadura de nuvens, consistiu em liberar iodeto de prata na atmosfera para estimular a formação de chuva. O resultado? Um aumento de quase 4% na precipitação em uma área de mais de 7.700 km² — o suficiente para encher cerca de 30 piscinas olímpicas.

Segundo os pesquisadores, a intenção seria combater a desertificação e mitigar os efeitos das mudanças climáticas em regiões secas, como Xinjiang. Mas diante de uma tecnologia com tanto potencial de impacto, surge uma pergunta inevitável:

Será que a intenção é só aumentar a chuva?

A China afirma que seu experimento com drones para “fazer chover” visa apenas combater problemas ambientais, como a desertificação e a falta de água. Mas será mesmo só isso?

Por trás da “chuva artificial”, podem existir intenções bem mais amplas — e preocupantes.

Tecnologia climática não é neutra. Ela oferece a possibilidade de controlar não só o tempo, mas também recursos naturais, territórios e até populações inteiras. Quem decide onde chove… também pode decidir onde não chove.

Geoengenharia já foi usada como arma no passado (como na Guerra do Vietnã) — e o avanço atual reacende debates sobre usos militares do clima. Mesmo que proibidos oficialmente, testes como esse abrem brechas perigosas.

E o próprio experimento mostrou o poder da ferramenta: com apenas 1 quilo de iodeto de prata, conseguiram gerar chuva suficiente para 30 piscinas olímpicas. Isso muda tudo.

Também há a questão ética: Quem vai controlar essa tecnologia? Quem lucra? E quem sofre as consequências?

No fundo, a pergunta real é: "Controlar o clima é proteger a natureza — ou começar a controlá-la?"

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