domingo, 26 de fevereiro de 2023

“Estamos nos aproximando do ponto mais perigoso da história humana”, diz famoso linguista


O ativista político de 93 anos discorreu sobre a catástrofe climática e a grande ameaça de uma guerra nuclear que representa o ponto mais perigoso. (Crédito: Reprodução/Divulgação)

O linguista e professor norte-americano de 93 anos Noam Chomsky discorreu em uma entrevista concedida ao News Stateman sobre a catástrofe climática e a grande ameaça de uma guerra nuclear iminente que representa o ponto mais perigoso da humanidade.

“Estamos agora enfrentando a perspectiva de destruição da vida humana organizada na Terra”, relata o professor. Noam é conhecido como o estudioso vivo mais citado do mundo, que apesar da idade, ainda está ativo e com o fervor moral de um jovem radical que está mais preocupado com a mortalidade do mundo do que com a própria.

Guerra na Ucrânia e a democracia liberal

Chomsky possui uma ligação familiar com a Ucrânia. Seu pai nasceu no país, mas emigrou para os Estados Unidos em 1913 a fim de evitar o serviço militar no exército czarista. Vendo a guerra acontecendo no país, Noam não tem hesitação em denunciar a agressão criminosa de Vladimir Putin contra uma população inteira de civis.

Segundo ele, há duas maneiras de olhar para essa questão. A primeira é realizar a sondagem dos recessos da mente distorcida de Putin para determinar o que está acontecendo na sua psique profunda.

A segunda, é olhar para os fatos. “Em setembro de 2021, os Estados Unidos saíram com uma forte declaração política, pedindo uma cooperação militar maior com a Ucrânia, promovendo o envio adicional de armas militares avançadas, tudo parte do aprimoramento do programa de adesão da Ucrânia à OTAN. […] O que sabemos é que a Ucrânia será ainda mais devastada. E podemos passar para uma guerra nuclear terminal se não buscarmos oportunidades que existem para um acordo negociado.”

Noam ainda disse que o maior medo do líder russo não é o cerco da Otan, mas sim a possibilidade de disseminação da democracia liberal na Ucrânia e em outras regiões próximas à Rússia. “Putin está tão preocupado com a democracia quanto nós.”

Ao falar sobre Donald Trump e seu possível retorno, Noam Chomsky se recorda dos anos 1930, onde o que lhe vem à mente são as memórias dos discursos de Hitler no rádio. “Eu não entendia as palavras, eu tinha seis anos. Mas eu entendi o clima. E foi assustador e aterrorizante. E quando você assiste a um dos comícios de Trump, isso não pode deixar de vir à mente. É isso que estamos enfrentando.”

Noam disse que o fanatismo de Trump fez com que a base culta do Partido Republicano mal considerasse a mudança do clima como um problema sério. “Isso é uma sentença de morte para a espécie”.

Agora, Noam Chomsky acredita que os jovens são a esperança para um futuro melhor. Ele relata que os mais novos estão horrorizados com o comportamento da geração mais velha, e que eles estão mais dedicados a mudar os rumos da história antes que ela consuma todos nós.

As terríveis 10 estratégias de manipulação massiva, reveladas por Noam Chomsky


Noam Chomsky é um dos intelectuais mais respeitados do mundo. Este pensador americano foi considerado o mais importante da era contemporânea pelo The New York Times. Uma de suas principais contribuições é ter proposto e analisado as estratégias de manipulação de massa que existem no mundo hoje.

Noam Chomsky ficou conhecido como lingüista, mas também é filósofo e cientista político. Ao mesmo tempo, ele se tornou um dos principais ativistas das causas libertárias. Seus escritos circularam pelo mundo e não param de surpreender os leitores.

Chomsky elaborou um texto didático no qual ele sintetiza as estratégias de manipulação maciça. Suas reflexões sobre isso são profundas e complexas. No entanto, para fins didáticos, ele resumiu tudo em princípios simples e acessíveis a todos.



1. A distração das estratégias de manipulação maciça
Segundo Chomsky, a mais recorrente das estratégias de manipulação massiva é a distração. Consiste basicamente em direcionar a atenção do público para tópicos irrelevantes ou banais. Desta forma, eles mantêm as mentes das pessoas ocupadas.

Para distrair as pessoas, abarrotam-lhes de informações. Muita importância é dada, por exemplo, a eventos esportivos. Também ao show, às curiosidades, etc. Isso faz com que as pessoas percam de vista quais são seus reais problemas.

2. Problema-reação-solução
Às vezes o poder, deliberadamente, deixa de assistir ou assiste de forma deficiente certas realidades. Eles fazem dessa visão dos cidadãos um problema que exige uma solução externa. E propõem a solução eles mesmos.

Essa é uma das estratégias de manipulação em massa para tomar decisões que são impopulares. Por exemplo, quando eles querem privatizar uma empresa pública, intencionalmente diminuem sua produtividade. No final, isso justifica a venda.

3. Gradualidade
Esta é outra das estratégias de manipulação maciça para introduzir medidas que normalmente as pessoas não aceitariam. Consiste em aplicá-las pouco a pouco, de forma que sejam praticamente imperceptíveis.

Foi o que aconteceu, por exemplo, com a redução dos direitos trabalhistas. Em diferentes sociedades têm implementado medidas, ou formas de trabalho, que acabam fazendo com que o trabalhador não tenha garantia de segurança social normal.

4. Adiar
Esta estratégia consiste em fazer com que os cidadãos pensem que estão tomando uma medida que temporariamente é prejudicial, mas que no futuro pode trazer grandes benefícios para toda a sociedade e, claro, para os indivíduos.

O objetivo é que as pessoas se acostumem com a medida e não a rejeitem, pensando no suposto bem que trará amanhã. No momento, o efeito da “normalização” já operou e as pessoas não protestam porque os benefícios prometidos não chegam.

5. Infantilizar o público
Muitas das mensagens televisivas, especialmente publicidade, tendem a falar ao público como se fossem crianças. Eles usam gestos, palavras e atitudes que são conciliadoras e impregnadas com uma certa aura de ingenuidade.

O objetivo é superar as resistências das pessoas. É uma das estratégias de manipulação massiva que busca neutralizar o senso crítico das pessoas. Os políticos também empregam essas táticas, às vezes se mostrando como figuras paternas.

6. Apelar para as emoções
As mensagens que são projetadas a partir do poder não têm como objetivo a mente reflexiva das pessoas. O que eles procuram principalmente é gerar emoções e atingir o inconsciente dos indivíduos. Por isso, muitas dessas mensagens são cheias de emoção.

O objetivo disso é criar uma espécie de “curto-circuito” com a área mais racional das pessoas. Com emoções, o conteúdo geral da mensagem é capturado, não seus elementos específicos. Desta forma, a capacidade crítica é neutralizada.

7. Criar públicos ignorantes
Manter as pessoas na ignorância é um dos propósitos do poder. Ignorância significa não dar às pessoas as ferramentas para que possam analisar a realidade por si mesmas. Diga-lhe os dados anedóticos, mas não deixe que ele conheça as estruturas internas dos fatos.

Manter-se na ignorância também não dar ênfase à educação. Promover uma ampla lacuna entre a qualidade da educação privada e a educação pública. Adormecer a curiosidade de conhecimento e dá pouco valor aos produtos de inteligência.

8. Promover públicos complacentes
A maioria das modas e tendências não são criadas espontaneamente. Quase sempre são induzidas e promovidas de um centro de poder que exerce sua influência para criar ondas massivas de gostos, interesses ou opiniões.

A mídia geralmente promove certas modas e tendências, a maioria delas em torno de estilos de vida tolos, supérfluos ou mesmo ridículos. Eles convencem as pessoas de que se comportar assim é “o que está na moda”.

9. Reforço da auto-censura
Outra estratégia de manipulação em massa é fazer as pessoas acreditarem que elas, e somente elas, são as culpadas de seus problemas. Qualquer coisa negativa que aconteça a eles, depende apenas delas mesmas. Desta forma, fazem-lhes acreditar que o ambiente é perfeito e que, se ocorrer uma falha, é responsabilidade do indivíduo.

Portanto, as pessoas acabam tentando se encaixar em seu ambiente e se sentindo culpadas por não conseguir. Elas deslocam a indignação que o sistema poderia causar, para uma culpa permanente por si mesmos.

10. Conhecimento profundo do ser humano
Durante as últimas décadas, a ciência conseguiu coletar uma quantidade impressionante de conhecimento sobre a biologia e a psicologia dos seres humanos. No entanto, todo esse patrimônio não está disponível para a maioria das pessoas.

Apenas uma quantidade mínima de informações está disponível ao público. Enquanto isso, as elites têm todo esse conhecimento e usam-no conforme sua conveniência. Mais uma vez, fica claro que a ignorância facilita a ação do poder sobre a sociedade.

Todas essas estratégias de manipulação em massa visam manter o mundo como ele é mais poderoso. Bloqueie a capacidade crítica e a autonomia da maioria das pessoas. No entanto, depende também de nos deixarmos ser passivamente manipulados, ou oferecer resistência tanto quanto possível.

sábado, 25 de fevereiro de 2023

'Não tem como a pessoa ir para casa', diz trabalhador resgatado em condições análogas à escravidão em Bento Gonçalves

Um empresário que prestava serviços para vinícolas da região foi preso. Foram relatados casos de violência com choque elétrico e spray de pimenta. Ginásio da cidade recebe os trabalhadores.

Por Ana Julia Griguol, g1 RS e RBS TV

23/02/2023 15h58 


Empresário é preso por manter 150 trabalhadores em condições análogas à escravidão no RS

O primeiro grupo de trabalhadores resgatados na noite de quarta-feira (22) em situação análoga à escravidão chegou ao ginásio Darcy Pozza em Bento Gonçalves, na Serra, na tarde desta quinta (23). O local servirá de alojamento aos cerca de 200 homens resgatados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Inicialmente, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) informou que eram 150 pessoas. O número foi atualizado no fim da tarde desta quinta (23). Um dos homens relatou à RBS TV as condições em que ele e os colegas viviam na acomodação oferecida pelos empregadores e a relação com a empresa responsável pela contratação.

"Todos os dias, a gente amanhece com o pensamento de ir para casa. Mas não tem como a pessoa ir para casa, porque eles prendem a gente de uma forma que ou a gente fica ou, se não quiser ficar, vai morrer. Se a gente quiser sair, quebrar o contrato, sai sem direito a nada, nem os dias trabalhados, sem passagem, sem nada. Então, a gente é forçado a ficar", contou.

A operação foi realizada por PRF, MTE e Polícia Federal (PF), após três trabalhadores procurarem a PRF em Caxias do Sul, afirmando que tinham fugido do alojamento em que eram mantidos contra sua vontade. Eles contaram que vieram da Bahia para trabalhar na colheita da uva com promessa de salários superiores a R$ 3 mil, além de acomodação e alimentação.

Imagens de espaços onde eram mantidos os trabalhadores em Bento Gonçalves — Foto: Polícia Rodoviária Federal/Divulgação

No entanto, ao chegarem no RS, os trabalhadores relataram enfrentar atrasos nos pagamentos dos salários, violência física, longas jornadas de trabalho e oferta de alimentos estragados. Também disseram que eram coagidos a permanecer no local sob a pena de pagamento de uma multa por quebra do contrato de trabalho. Foram relatados casos de violência com choque elétrico e spray de pimenta, conforme relata o gerente regional do MTE.

"Alguns diziam que tinham recebido um adiantamento, mas nunca tiveram pagamento do que foi prometido. Em contrapartida, tinham essa indicação: 'vai lá e compra no mercadinho que te vende fiado', e esse mercadinho praticava preços elevados. Foi identificado um saco de feijão a R$ 22. O empregado ficava sempre devendo e não conseguia sair sem pagar a conta, não recebia o salário e ficava essa situação, de ficar preso no local por conta da dívida. Isso foi uma das coisas que caracterizou o trabalho escravo, além dessa história das agressões. Nossa fiscalização apreendeu no local uma máquina de choque elétrico e spray de pimenta que era usado contra os empregados que reclamavam da situação. É uma situação escandalosa de tratamento das pessoas", conta Vanius Corte, gerente regional do Ministério do Trabalho e Emprego.

Situação de escravidão: espaço onde ficavam trabalhadores em Bento Gonçalves — Foto: Polícia Rodoviária Federal/Divulgação

Prisão e pagamento de fiança

O responsável pela empresa, que mantinha esses trabalhadores nessas condições, segundo a polícia, foi preso e encaminhado, inicialmente, para a delegacia da Polícia Federal (PF) em Caxias do Sul. Após, foi transferido para um presídio em Bento Gonçalves. Ele foi liberado nesta quinta após pagar fiança de cerca de R$ 40 mil. O homem tem 45 anos de idade e é natural de Valente, na Bahia.

Segundo a PF, a empresa tem contratos com diversas vinícolas da região, presta serviços de apoio administrativo e os trabalhadores teriam sido contratados para atuar na colheita da uva.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

Ponte cede com mais de 100 pessoas entre RS e SC; bombeiros buscam cinco desaparecidos

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023

Mulher é atropelada e estuprada por motorista na Serra do RS, diz polícia

Suspeito pelos crimes jogou carro de ribanceira no Morro do Dedão, em Canela. Ele é conhecido pelos policiais por seu 'modus operandi'

Por FERNANDA FAUTH

Uma moradora de Santa Maria do Herval foi atropelada e sequestrada na área central do município e, na sequência, estuprada numa estrada na área rural de Gramado. O suspeito é conhecido das forças de segurança por seu "modus operandi", ou seja, a forma como age. O crime aconteceu na manhã de domingo (12).


Depois da sequência de situações de violência, a vítima foi levada para o Hospital Arcanjo São Miguel, em Gramado, onde o caso é investigado. "O atropelamento foi proposital. Para consumar os demais atos", diz o delegado titular da Delegacia de Polícia de Gramado, Gustavo Barcellos.

A suspeita é de que o homem tenha planejado o ataque à vítima. Para abordar a mulher, ainda em Santa Maria do Herval, ele teria provocado o atropelamento com a intenção de prestar socorro. É quando ele sequestra a vítima e, depois, comete o estupro. "Ela teria sido amarrada, com a desculpa de que seria imobilizada para ser levada ao hospital. Com isso, levou ao local onde os abusos sexuais teriam ocorrido", complementa o delegado.

Conforme a mulher informou à Polícia, ele estava armado no momento do estupro, ameaçando-a. "Conforme relato da vítima, teria sido usada uma arma para subjugá-la, e é esse relato que norteia nossa investigação", afirma Barcellos.

Ela conseguiu fugir do carro após lutar com o criminoso. A moradora de Santa Maria do Herval correu em direção à mata próxima da estrada, em Gramado, e pediu ajuda de pessoas que passavam naquele momento. A vítima foi socorrida e levada ao hospital gramadense. Depois de passar por atendimento médico, recebeu alta no mesmo dia do crime. Na segunda-feira (13), a Polícia colheu o depoimento dela.

O delegado Barcellos não revelou detalhes da investigação e do suspeito. O nome e a identidade da vítima também foram preservados.

Veículo encontrado pode ter sido utilizado em crime

A Brigada Militar realizou na terça-feira (14) buscas a um veículo. O Volkswagen Gol, de cor branca, teria sido utilizado no crime pelo suspeito e sido desfeito ainda no domingo. "Existe a suspeita que seja o mesmo veículo utilizado na ocorrência de tentativa de homicídio e estupro", diz o tenente do 3º Batalhão Ambiental da Brigada Militar, Marco Antônio Ritter. Conforme testemunhas, o automóvel teria sido jogado de uma ribanceira no Morro do Dedão, em Canela.

Os policiais militares montaram equipe de buscas e entraram na mata do local, que tem dificuldade de acesso. "O suspeito conhece Canela, pois é daqui, e sabe a dificuldade de localizar um veículo naquele penhasco, tanto acessando por rapel por cima, ou por baixo, é bem difícil", pontua o tenente.

Os Bombeiros de Canela já haviam realizado uma incursão no domingo, quando não foi possível encontrar o automóvel por ser noite.

Ainda na terça-feira, após algumas horas de caminhada pelos brigadianos, o veículo foi encontrado. Ele caiu de uma altura superior a 100 metros, entre penhasco e platôs, e ficou preso entre galhos e cipós, que o impediam de despencar para um outro nível abaixo, com aproximadamente cinco metros de altura.

Os militares cortaram a mata, até que o veículo caiu e permaneceu em local seguro para aproximação e averiguação do seu interior. Partes do carro foram retiradas e coletadas, preservadas para a perícia e encaminhadas para a Delegacia de Polícia de Canela.

Veículo furtado

O carro foi furtado no município de Parobé alguns dias antes, conforme o tenente Ritter. "As placas não foram localizadas, pois podem ter caído quando o carro despencou do perau. Mas conseguimos pegar as informações de chassi dele", reitera.

O suspeito possui antecedentes por outros crimes semelhantes de estupro, sendo preso em 2017, após tentar arrombar e furtar uma agência bancária, também em Santa Maria do Herval.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2023

As boas mães erram todos os dias


Por Elisangela Siqueira
-10 jan 2018



A mãe que nunca errou pelo menos uma vez por dia que atire a primeira pedra.

A função mais difícil de desempenhar no mundo é a maternidade, se fomos educados com muitas recessões, tentamos cuidar que nossos filhos tenham poucas e se crescemos com muita liberdade, queremos que nossos filhos, tenham mais limites.

A liberdade em excesso, assim como limites, são desastrosos, ou seja, os extremos são problemáticos e são considerados como negligência.

Como é difícil encontrar o meio termo, o caminho do meio, o que funcionará com o meu filho e comigo, talvez não funcione com o seu filho e para você.

É andar numa corda bamba diariamente, há situações que podemos parar e pensar como agir, outras precisam de intervenções rapidamente. Haja equilíbrio!

A mãe que no final do dia, pensa: ” Hoje eu errei com meu(s) filho(s), podia ter feito diferente”, está mais sensata do que aquela mãe que não se questiona e acha que fez tudo certo.

Afinal, nós, mães somos seres humanos e nos atrapalhamos com nossa criação e o quê queremos passar para nossos filhos, dessa forma está em vantagem a mãe que percebe que errou numa determinada situação e partir dessa reflexão, poderá agir diferente.

Sou a favor das mães que erram e desejo que todas as mães possam perceber que erraram e partir disso se modificar e corrigir a falha, afinal se está fácil educar um filho, há algo de muito errado.

Sejamos a favor das mães que erram todos os dias!

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023

Dono de ônibus que transportou golpistas é ligado a Carla Zambelli e filiado ao Republicanos

Bolsonarista, Maurício Nogueira disputou o cargo de deputado estadual em 2022 pelo Republicanos, porém não foi eleito

Mauricio e Zambelli Reprodução/Facebook

O dono de um dos ônibus que levou manifestantes golpistas para os atos do dia 8 de janeiro em Brasília é um empresário bolsonarista ligado à deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). Natural de Franca, São Paulo, Maurício Nogueira concorreu ao cargo de deputado estadual no estado pelo Republicanos nas últimas eleições.


Durante a campanha, ele publicou em suas redes sociais imagens de eventos em conjunto com Zambelli, além de santinhos ao lado da deputada bolsonarista. Ele recebeu R$ 45.335 do fundo partidário do Republicanos para concorrer a uma vaga na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), mas teve apenas pouco mais de cinco mil votos.

O empresário é dono da Nogueira Turismo, proprietária de um dos veículos que são alvos da ação de busca e apreensão do ministro Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Em sua declaração de bens entregue ao TSE em 2022, Nogueira omitiu ser dono da empresa. Além disso, ele não detalhou os gastos de sua campanha com os recursos do fundo partidário.



Nogueira exibe ainda em suas redes sociais fotos com o ex-presidente Jair Bolsonaro e o ex-ministro astronauta Marcos Pontes, eleito senador em São Paulo. Porém, a maioria das imagens é com Zambelli, deputada que é alvo de investigação no STF por apoiar atos antidemocráticos.

“Lealdade acima de tudo. Estamos Juntos nessa, Carla Zambelli", escreveu Maurício Nogueira numa publicação.

O GLOBO entrou em contato com Nogueira para questioná-lo sobre o transporte de golpistas, porém ele afirmou que estava em trânsito e não poderia responder. Após desligar a ligação ele não retornou mais aos pedidos da reportagem.


Segundo publicou a "Agência Publica", Nogueira é fundador do grupo do Conservadores da Alta Mogiana. No ano passado, ele foi um dos organizadores de um evento com figuras do bolsonarismo como Eduardo Bolsonaro (PL-SP), o atual governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), o atual secretário de Segurança Pública de São Paulo, Capitão Derrite, a médica Nise Yamaguchi e o deputado federal eleito Gustavo Gayer (PL-GO).

Mauricio em foto ao lado de Bolsonaro — Foto: Reprodução

No último domingo Alexandre de Moraes determinou a apreensão e bloqueio de todos os ônibus identificados pela Polícia Federal "que trouxeram os terroristas para o Distrito Federal".

"Os proprietários deverão ser identificados e ouvidos em 48 (quarenta e oito) horas, apresentando a relação e identificação de todos os passageiros, dos contratantes do transporte”, diz a decisão do ministro.

Outros casos

Além de Nogueira, outros donos de veículos que transportaram golpistas para Brasília possuem vínculos com golpistas. Um deles é o empresário Izaul Moraes de Souza, que tem contratos de mais de R$ 43 mil com o governo Jair Bolsonaro (PL). Em suas redes sociais, Ele faz ainda postagens se dizendo bolsonarista e com ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Souza também recebeu oito parcelas do Auxílio Emergencial, totalizando R$ 3,9 mil, além de dez parcelas do Auxílio Brasil, totalizando R$1.900, segundo o Portal da Transparência. O GLOBO tentou contato com o empresário, mas não obteve retorno.

Outro exemplo é o vereador do município de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, Adriano Bressan, do PTB, que também é dono de uma das empresas de transporte que levaram pessoas ao ato que terminou com a invasão e a depredação dos prédios dos Três Poderes. Cabo eleitoral de Bolsonaro durante a campanha presidencial, Bressan nega que tenha participado ou apoiado os atos, e afirma apenas ter prestado serviços a pessoas que não conhece.

O Globo

ALEXANDRE DE MORAES
CARLA ZAMBELLI
STF

O caso Von Richthofen, o Rodoanel, Serra e Alckmin

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008


O jornal Brasil de Fato, levanta um assunto indigesto para os tucanos e que a imprensa demo-tucana tenta abafar: a origem da fortuna de Manfred Von Richthofen, assassinado pela filha Suzane Von Richthofen, junto com os irmãos Cravinhos.

O assassinato e a disputa pela herança, acabou por revelar contas na Suíça, abrir investigações sobre um amplo esquema de corrupção no DERSA (órgão responsável pelo Rodoanel paulista), e com forte suspeita de que parte desse dinheiro tenha financiado uma versão 2002 de caixa-2 tucano.

Aprofundar as investigações pode desvendar elo de ligação com governos e campanhas tucanas

"... O que a grande mídia e os tucanos escondem – mas que acaba sempre vazando – o que se comenta por toda parte, e com claros e fortes indícios de ser verdade, é que o cerco e a proteção que envolvem a senhorita Suzane desde o primeiro momento resultam de uma forte ação de personagens ligados ao Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). Na verdade, essa proteção a senhorita Suzane, visaria esconder o real móvel do crime, que se entrelaça com o modo tucano de fazer política, com a probidade tucana."

Indícios levam a suspeita de desvios de dinheiro no Rodoanel para servir ao caixa-2 tucano em 2002 para campanhas de Serra à presidente e Alckmin à governador.

"De acordo com diversos comentaristas e fontes, o engenheiro Manfred Von Richthofen, pai da senhorita Suzane, e na época do crime diretor da empresa pública estadual (SP) DERSA – Desenvolvimento Rodoviário S.A., era um dos reponsáveis pelo caixa 2 das campanhas pela reeleição do então governador de São Paulo, o tucano Geraldo Alckmin, e pela eleição do senhor José Serra – também tucano – que disputava com o petista Luiz Inácio Lula da Silva a Presidência da República naquele ano (2002).

Parte do dinheiro que engrossava o milionário caixa 2 tucano teria origem em falcatruas e desvios de verbas destinadas à construção do Rodoanel Mário Covas. Segundo apurou o Ministério Público, o senhor Manfred tinha um patrimônio de R$ 2 milhões, muito superior ao que poderia ter acumulado, considerando que seu salário no DERSA era de R$ 11 mil. Além disso, o senhor Von Richthofen enviava dinheiro para uma conta na Suíça que o Ministério Público “desconfia” estar em nome do senhor Von Richthofen e de sua filha, senhorita Suzane. Ou seja, o móvel do crime perpetrado pela filha contra os pais seria exatamente o dinheiro do caixa 2 tucano que estaria depositado nessa conta."

Alexandre diz que Carla Zambelli tenta 'desestabilizar as instituições' e nega desbloquear perfis da deputada


Presidente do Tribunal Superior Eleitoral também impôs multa de R$ 20 mil para novas publicações contra a Justiça Eleitoral e o Estado Democrático de Direito


BLOGBlog do Fausto Macedo
Por Rayssa Motta
05/12/2022 | 16h59

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, negou desbloquear as redes sociais da deputada Carla Zambelli (PL-SP). Ela teve os perfis no Facebook, Twitter, Instagram, Youtube, Telegram, TikTok, Gettr, Whatsapp e LinkedIn suspensos por espalhar ataques infundados ao processo eleitoral.


A decisão publicada nesta segunda-feira, 5, cita o vídeo em que a deputada incita generais das Forças Armadas a não reconhecerem o governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A gravação foi divulgada em perfis apócrifos nas redes sociais na semana passada, quando as contas de Carla Zambelli já estavam bloqueadas.

Moraes disse que, mesmo sem as redes sociais, a deputada "insiste em incentivar atos antidemocráticos em apologia ao crime contra à democracia" e usa os seguidores para espalhar informações falsas.

"Por essa razão, não há como ser deferida a pretensão de reativação das redes sociais da requerente porque a finalidade dela é de desestabilizar as instituições e pugnar por ato criminoso, atitude que passa ao largo do direito que invoca de utilização das referidas redes para comunicação com seus eleitores", diz um trecho da decisão.

Perfis de Carla Zambelli nas redes sociais estão suspensos por ordem do presidente do TSE. Foto: Dida Sampaio/Estadão 

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, negou desbloquear as redes sociais da deputada Carla Zambelli (PL-SP). Ela teve os perfis no Facebook, Twitter, Instagram, Youtube, Telegram, TikTok, Gettr, Whatsapp e LinkedIn suspensos por espalhar ataques infundados ao processo eleitoral. 

A decisão cita o vídeo em que a deputada incita generais das Forças Armadas a não reconhecerem o governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A gravação foi divulgada em perfis apócrifos nas redes sociais na semana passada, quando as contas de Carla Zambelli já estavam bloqueadas. Moraes disse que, mesmo sem as redes sociais, a deputada "insiste em incentivar atos antidemocráticos em apologia ao crime contra à democracia" e usa os seguidores para espalhar informações falsas. "Por essa razão, não há como ser deferida a pretensão de reativação das redes sociais da requerente porque a finalidade dela é de desestabilizar as instituições e pugnar por ato criminoso, atitude que passa ao largo do direito que invoca de utilização das referidas redes para comunicação com seus eleitores", diz um trecho da decisão. 

O ministro também impôs multa de R$ 20 mil para novas publicações contra a Justiça Eleitoral e o Estado Democrático de Direito. Moraes disse que o dinheiro deve ser descontado de "forma compulsória" dos salários pagos pela Câmara dos Deputados. O presidente do TSE também pediu providências do Ministério Público Eleitoral (MPE) sobre a "recalcitrância da deputada no fomento à apologia ao crime com manifestação de fraude ao processo eleitoral e, por via de consequência, de rompimento da ordem constitucional e do Estado de Direito". Moraes ainda compartilhou os autos do processo com o chamado inquérito das fake news em curso no Supremo Tribunal Federal (STF).

O ministro também impôs multa de R$ 20 mil para novas publicações contra a Justiça Eleitoral e o Estado Democrático de Direito. Moraes disse que o dinheiro deve ser descontado de "forma compulsória" dos salários pagos pela Câmara dos Deputados.

O presidente do TSE também pediu providências do Ministério Público Eleitoral (MPE) sobre a "recalcitrância da deputada no fomento à apologia ao crime com manifestação de fraude ao processo eleitoral e, por via de consequência, de rompimento da ordem constitucional e do Estado de Direito".

Moraes ainda compartilhou os autos do processo com o chamado inquérito das fake news em curso no Supremo Tribunal Federal (STF).

Greenhalgh cita pai de Suzane Richthofen, morto em São Paulo, como caixa dois do PSDB


17.07.2008 

Paulo Franco
DE SÃO PAULO


As denúncias de corrupção envolvendo contratos bilionários da Alstom com empresas públicas do Estado de São Paulo aparecem nas escutas telefônicas feitas pela Polícia Federal (PF) no relatório da operação Satiagraha. O engenheiro da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A) Manfred von Richtofen, assassinado pela filha em 2002, é citado como um dos responsáveis por arrecadar fundos desviados desses contratos.

A suspeita foi levantada pelo ex-deputado Luiz Eduardo Greenhalgh em uma conversa interceptada pela PF com um Homem Não Identificado (HNI) no dia 9 de maio de 2008 às 14h57. Em um dos trechos, o homem que conversa com Greenhalgh chega a colocar em dúvida a candidatura Alckmin à prefeitura de São Paulo por causa das relações com Richthofen e os contratos com a empresa francesa.

GREENHALG: E o diz que esse assunto, o menino lá não me explicou, mas diz que esse assunto ALSTOM? Bate no… tem implicação com o assunto CRISTIANE VON RICHTHOFFEN…. aquela mulher… aquela…

HNI: aquela menina que matou o Pai lá…

GREENHALG: É…

HNI: Ué como?

GREENHALG: Não sei, diz que tem implicação com a história dela, porque o pai trabalhava no metrô…. no DERSA? O pai dela…. o que morreu, parece que era caixa do PSDB, é um puta de um rolo, é uma novela esse assunto aí, mas eu não me inteirei sobre isso não…
HNI: (inaudível) vai acabar a candidatura do ALCKMIN…. ou não né, é uma ação e tanto, vamos…

GREENHALG: É, vamos acompanhar isso aí…

Na Assembléia Legislativa de São Paulo, a bancada do Partido dos Trabalhadores (PT) cita um dos contratos firmados entre a Dersa e a Alstom como parte do que acredita ser a fonte para o caixa 2 tucano em São Paulo.

Em 2002, Manfred Albert von Richthofen, aparece como executor de um contrato no valor de R$ 22 milhões entre a estatal paulista e a fabricante francesa para fornecimento e instalação de equipamentos eletromecânicos do sistema de ventilação em túneis do trecho oeste do Rodoanel.

Ainda segundo o PT, o contrato foi aditado várias vezes e teve seu valor multiplicado nos anos em que esteve em vigor. O partido de oposição na assembléia paulista diz ainda que o assassinato do engenheiro pela filha Suzane Von Richthofen e os irmão cravinhos, revelou uma fortuna em contas na suíça.

Elas fariam, segundo o PT, parte de um grande esquema de corrupção envolvendo a Dersa e a Alstom para arrecadar fundos para as campanhas de Alckmin ao governo do Estado e José Serra à presidência nas eleições de 2002.

O departamento de imprensa da estatal afirma que desconhece as denúncias e não se pronunciou sobre o caso. Mesma posição foi adotada pela assessoria do ex-governador, que se diz surpresa com as informações. A assessoria da Casa Civil de Serra não retornou os contatos do Congresso em Foco.

Preocupação tucana

As conversas interceptadas pela PF também sugerem que as relações da Alstom com o metrô paulista também preocupam o PSDB em São Paulo. Ainda no diálogo entre Greenhalg e um Homem Não Identificado, o ex-parlamentar diz ter informações sobre o assunto:

HNI: LUIZ e esse negócio da Alstom? Em SÃO PAULO? Você tem acompanhado essa história do metro [sic] ….

GREENHALGH: a informação que eu tenho, com acompanhado de longe eu tenho um ex-cunhado… é engenheiro lá…

HNI: Tá…

GREENHALGH: Certo, que por coincidência jantou comigo ontem, e disse que o metrô treme com esse assunto…

HNI: Treme com esse assunto, é a informação que a gente teve também….

GREENHALGH: Treme…

HNI: Treme porque é a princípio tem aquela história né, tem um povo que ta lá há 20 anos, vai afastando aquela confusão lá do buraco… tirou trocou… todo mundo né, mas nesse retorno dele QUÉRCIA… esse acordo né dando uma volta, porque o cara que estava lá… aquele cara… é o a coisa complicada mesmo viu amigo….

O ex-governador de São Paulo, Orestes Quércia, foi citado na conversa em referência ao apoio do PMDB à candidatura de Gilberto Kassab (DEM) para a prefeitura de São Paulo. Kassab é aliado do atual governador José Serra e, segundo especulam Greenhalgh e seu interlocutor na conversa, o acordo poderia representar a volta de antigos funcionários do metrô ligados a Quércia.

Sem sucesso

O PT bem que tentou, mas não consegui emplacar uma CPI na Alesp para apurar as denúncias de pagamento de propina pela Alstom para fechar contratos com empresas públicas do estado. Os parlamentares governistas em São Paulo usam as mesmas estratégias dos petistas em Brasília para barrar investigações 

Segundo o jornal norte-americano Wall Street Journal, que trouxe o assunto à tona, a Alstom liberou US$ 6,8 milhões, na forma de suborno, para obter um contrato de US$ 45 milhões com o Metrô de São Paulo. O caso é investigado por autoridades suíças, francesas e brasileiras, mas corre em segredo de Justiça.

Procurada pelo Congresso em Foco, assessoria de Greenhalg não pôde colocar o ex-deputado em contato com a reportagem. Em nota divulgada à imprensa, ele afirma que foi “contratado por Daniel Dantas para prestar serviços como advogado, profissão que exerce há mais de 30 anos”. “Minha atuação nesse caso, portanto, é a de advogado”, continua o texto.

Greenhalgh também contesta a divulgação de conversas telefônicas, dizendo que ferem os sigilos profissional, pessoal e do inquérito policial. 

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