sábado, 11 de outubro de 2014

O naufrágio do PT em São Paulo

O mensalão, o dedaço de Lula, o “poste” Padilha, a má vontade dos empresários com Dilma... Há muitas razões para a maior derrota do partido no Estado

ALINE RIBEIRO
11/10/2014 
Padilha, Dilma, Lula e Suplicy em carreata em São Paulo. A força-tarefa contra os tucanos fracassou (Foto: Clayton de Souza/Estadão Conteúdo)

Depois de amargar uma derrota acachapante no maior colégio eleitoral do Brasil, o PT de São Paulo está fechado para balanço. As conversas para avaliar os erros e corrigir os rumos devem se intensificar só ao final do segundo turno – até lá, o foco será evitar um novo fiasco no dia 26 de outubro. Num ensaio do ajuste de contas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silvase encarregou de dar o primeiro puxão de orelha. Na segunda-feira, dia 7, em reunião um dia depois da derrota nas urnas, Lula chamou atenção para o mau desempenho inédito do partido no Estado. Aos correligionários, disse que não “dá para entregar tudo de mão beijada para os tucanos”. Afirmou que, em caso de eventual reeleição da presidente Dilma Rousseff, pedirá maior participação no governo para ser um interlocutor nos movimentos sociais.
Anunciada havia tempos por causa da força do antipetismo em São Paulo, a crise do partido no Estado veio à tona agora, com os números das urnas. Dilma Rousseff, com 25,8% dos votos válidos, diante dos 44,2% do tucano Aécio Neves, teve um dos piores resultados de candidatos do PT em primeiro turno de corridas presidenciais em São Paulo, o berço do partido. Desde 1989, os eleitores paulistas não se mostravam tão descontentes com um postulante do partido. Naquele ano, Lula estreou como candidato com 16,7% dos votos válidos. Dilma perdeu em cidades com prefeitos petistas, como São Bernardo, Santo André, Guarulhos e Osasco. Foi derrotada também em redutos simbólicos pela lealdade, como Campinas, onde o partido teve participação intensa no movimento estudantil e grande penetração nos sindicatos.
No âmbito estadual, o candidato ao governo Alexandre Padilha teve 18% dos votos, a menor votação de um concorrente do PT ao Palácio dos Bandeirantes em 16 anos. Foi o quinto pior desempenho histórico do partido em disputas pelo governo paulista. Só Lula, em 1982 (9,9%), Eduardo Suplicy, em 1986 (11%), Plínio de Arruda Sampaio, em 1990 (9,6%) e José Dirceu, em 1994 (15%) tiveram votação inferior à de Padilha. Nem mesmo o marqueteiro João Santana, famoso por já ter eleito seis presidentes da República, conseguiu reverter a má vontade do paulista com o candidato do PT.
Não bastasse o malogro na disputa presidencial, o PT paulista perdeu cinco vagas na Câmara dos Deputados. Nomes proeminentes como Cândido Vaccarez­za, ex-líder do PT e do governo na Câmara, e Devanir Ribeiro, amigo de Lula, não se reelegeram. A bancada do PT na Assembleia Legislativa diminuiu um terço. Eduardo Suplicy, símbolo do PT, despediu-se de uma longa trajetória de 24 anos no Senado, derrotado pelo tucano José Serra numa proporção inesperada de dois votos para um.
Há algumas hipóteses para explicar a debacle petista em São Paulo. A mais óbvia delas é o mensalão. Os petistas dizem que, só agora, um dos maiores escândalos de corrupção do país maculou a imagem do partido com mais força em São Paulo. Três dos mais notórios petistas presos pelo esquema – José Dirceu, José Genoino e João Paulo Cunha – construíram sua trajetória política no Estado. “A denúncia causou estrago nas eleições de 2006, mas foi algo pontual”, diz Jairo Nicolau, cientista político da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). “Desta vez, com a comoção das prisões, o estrago foi acentuado. Faltou autocrítica ao partido.”
O método de escolha do candidato a governador, desta vez, também não funcionou e mostrou os limites dos poderes do ex-presidente Lula em eleger postes.   A rejeição a Padilha, inventado como candidato por Lula depois das vitórias de Dilma para a Presidência e de Fernando Haddad para a prefeitura de São Paulo, foi também uma rejeição ao “dedaço” de Lula. “O candidato importa sim”, diz o cientista político Carlos Pereira, professor da Fundação Getulio Vargas. “Quando virou governo, o PT deu poder demais aos líderes para indicar novos nomes. Errou ao não perceber que isso não funciona sempre.” Lula dizia que Padilha era o melhor candidato para derrotar o PSDB por causa do perfil semelhante ao de um tucano. Mas muitos petistas dizem que ele jamais empolgou a militância. E que a ministra da Cultura, Marta Suplicy,  muito popular na periferia de São Paulo, preterida em favor de Padilha, não se empenhou na campanha como deveria. Outros apontam o dedo para o prefeito Fernando Haddad, impopular. Os amigos de Padilha dizem que a atuação do governo Dilma na economia ajudou a afastar o empresariado. No jogo de empurra, Lula culpou o partido pelas dificuldades de Padilha. Toda eleição é assim. Nas vitórias, todo mundo quer ser sócio. Nas derrotas, ninguém aparece para embalar Mateus.
São Paulo azulou  (Foto: Época)

Um terço dos presos no mundo não passou por julgamento, diz estudo



9 outubro 2014
Segundo estudo da Fundação Open Society, um terço dos presos do mundo não passou por julgamento

Um terço dos presos em todo mundo está detido sem ter passado por um julgamento. O Brasil está entre os países onde mais pessoas em relação ao total da população se encontram detidas provisoriamente.

As estimativas são de um novo estudo da Fundação Open Society, organização do bilionário americano George Soros que atua em mais de 70 países promovendo a defesa de direitos humanos.

O levantamento indica que há cerca de 3,3 milhões pessoas presas provisoriamente no planeta. Por ano, porém, a estimativa é que mais de 14 milhões sejam detidas dessa forma.

O problema é mais grave nos países menos desenvolvidos, mas também ocorre em nações ricas como os Estados Unidos, onde 490 mil pessoas estão nessa condição, segundo o estudo.

A maioria desses presos é formada por pessoas mais pobres, que não têm recursos para contratar advogados, pagar fianças ou mesmo propina.
Brasil

No Brasil, havia cerca de 230 mil pessoas presas sem terem sido julgadas em dezembro de 2012, dado mais recente do Ministério da Justiça. Isso representa cerca de 40% dos presos do país.

Proporcionalmente à população, o Brasil é o 11º país que mais tem prisioneiros sem julgamento. A cada 100 mil brasileiros, 104 estão presos provisoriamente, calcula a Open Society.

Os Estados Unidos são o quarto nesse ranking: há 141 detidos sem julgamento por 100 mil habitantes no país.

Em ambos os países, a prisão atinge com mais frequência negros e pobres.

"Essa é a maioria dos presos no Brasil. São pessoas que não têm como pagar advogados privados e dependem da defensoria pública, que é insuficiente no país", afirma a pesquisadora da ONG Justiça Global, Isabel Lima.

Países com maior proporção de presos provisórios em relação ao total de presos:

Líbia 89,4%
Bolívia 83,3%
República Democrática do Congo 82%
Libéria 78%
Congo 75%
Benin 74,9%
Paraguai 73,2%
Haiti 70,6
%

A ONG, que conta com apoio da Open Society, lançou neste mês uma campanha contra o "uso ilegal e abusivo" da prisão provisória.

Segundo Lima, o recurso da prisão antes do julgamento é usado no Brasil mesmo em casos como crimes de baixa periculosidade ou quando não há antecedentes criminais, o que contraria as situações previstas em lei para detenção antes do julgamento.

"Vemos que muitas vezes, quando a pessoa finalmente é julgada, ela é considerada inocente ou a pena que recebe é menor do que o tempo que ela já ficou presa", observa.

Entre as propostas da Justiça Global para enfrentar o problema está a aprovação do Projeto de Lei do Senado 554, de 2011, que prevê que uma pessoa detida deve ser apresentada a um juiz em um prazo de 24 horas para que a legalidade da prisão seja avaliada.

Segundo Lima, esse recurso, chamado de audiência de custódia, já existe em países da América Latina como Argentina, Chile, Colômbia e México. Ele serve também para coibir maus tratos no momento da prisão.

A campanha da Justiça Global também pressiona pela ampliação das defensorias públicas. Um estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) de 2013 estima que há uma carência de 10,5 mil defensores públicos no país.

Entre os Estados brasileiros, apenas o Distrito Federal e Roraima não apresentam deficit. As estimativas partem do parâmetro de que, para garantir atendimento de qualidade, deve existir um defensor público para cada 10 mil pessoas com renda de até três salários-mínimos.
Penas alternativas

Os últimos anos revelaram um forte crescimento na população carcerária brasileira. Segundo o Ministério da Justiça, o total de presos detidos em penitenciárias e em delegacias de polícia passou de 294 mil em dezembro de 2005 para 548 mil em dezembro de 2012, uma alta de 86%.Desembargador Guilherme Calmon é a favor de penas alternativas para diminuir superlotação dos presídios

O desembargador Guilherme Calmon, que integra o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), diz que o elevado número de presos provisórios acaba superlotando o sistema carcerário brasileiro. Ele defende a adoção mais frequente de penas alternativas, como prestação de serviços à comunidade, limitação do fim de semana, algumas restrições de direitos como a proibição de conduzir veículo automotor e o monitoramento eletrônico.

"Há, ainda, uma cultura brasileira no sentido de que punição se confunde com prisão, o que não corresponde à realidade, pois em vários países há clara demonstração de que as alternativas penais são tão ou até mais eficazes do que a pena privativa de liberdade", afirmou.

Calmon diz que vê com bons olhos a proposta de adoção das audiências de custódia, procedimento que está em análise no CNJ, onde ele supervisiona o Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas.

Ele defende também a expansão das defensorias públicas.

"Se hoje o Poder Judiciário brasileiro conta com aproximadamente 16 mil juízes, pelo menos tal número deveria também corresponder ao número de defensores públicos, o que não é uma realidade no Brasil."

Segundo o Ipea, em 2013 havia 8.489 cargos de defensor público no país, sendo que apenas 5.054 estavam preenchidos.

Países com maior proporção de presos provisórios em relação ao total da população*

Panamá 271,1
Uruguai 182,5
Azerbaijão 176,3
Estados Unidos 140,7
República Dominicana 127,6
Peru 120,3
Bolívia 117,6
Tailândia 110,4
Venezuela 108,7
El Salvador 107,4
Brasil 103,6


*Número de presos a cada 100 mil habitantes

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Justiça dá a CPI, CGU e Petrobras acesso a depoimentos de Costa e Youssef

Justiça


Depoimentos de doleiro e ex-diretor da estatal podem ser compartilhados, decide juiz

O ex-diretor da estatal, Paulo Roberto Costa
O ex-diretor da estatal, Paulo Roberto Costa (Fernando Bizerra Jr./EFE)
O juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal em Curitiba, autorizou nesta sexta-feira que Polícia Federal, Petrobras e Controladoria-geral da União (CGU) tenham acesso aos depoimentos prestados pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef. O material será partilhado também com a CPMI da Petrobras, que investiga negócios ilícitos na estatal. Em depoimento na quarta-feira, Costa disse que PT, PP e PMDB recebiam dinheiro de contratos superfaturados na Petrobras, e Youssef mencionou que a quadrilha chegou a tal nível de sofisticação que era confeccionada uma ata paralela de cada reunião.
Os interrogatórios fazem parte da fase de instrução das ações penais oriundas da Operação Lava Jato. Com o compartilhamento das informações, a Petrobras e a CGU poderão abrir processos internos para investigar as denúncias. 
O magistrado criticou insinuações de que houve vazamento do conteúdo do depoimento com objetivos eleitorais, como fez a presidente Dilma Rousseff. Moro explicou em sua decisão que as ações penais da Operação Lava-Jato não estão sob segredo de Justiça e o conteúdo dos depoimentos desta semana não está relacionado com a delação premiada de Costa e Youssef.
“Os depoimentos prestados na última audiência na ação penal pública não foram 'vazados' por esta corte de Justiça ou por quem quer que seja. A sua divulgação, ainda que pela imprensa, é um consectário (efeito) normal do interesse público e do princípio da publicidade dos atos processuais em uma ação penal na qual não foi imposto segredo de justiça”, explicou Moro. 
(Com Agência Brasil) 

Nova empresa de brasileiro ex-Google mostra smartphone e TV na IFA 2013




(Fonte da imagem: Divulgação/Xiaomi)
Ainda pouco conhecida do público mundial, a fabricante chinesa Xiaomi apresentou dois novos aparelhos durante a IFA 2013. A companhia revelou e demonstrou o smartphone MI3 e um modelo de televisão inteligente, chamado apenas de Xiaomi TV. Ambos são relativamente baratos para as especificações que carregam.
Caso você não tenha ligado os fatos, a companhia é a nova empresa do brasileiro Hugo Barra, ex-chefe da divisão Android da Google. Há algumas semanas, ele deixou a empresa por conta de uma polêmica envolvendo um suposto triângulo amoroso: ele teria um relacionamento com uma funcionária que havia se envolvido também com um dos fundadores da empresa, Sergey Brin.

MI3

(Fonte da imagem: Divulgação/Xiaomi)
  • Tela LCD IPS de 5" (Full HD)
  • Processador Tegra 4 de 1,8 GHz ou Snapdragon 800 (depende da operadora)
  • Câmera digital de 13 MP e frontal de 2 MP
  • Memória RAM de 2 GB
  • 16 GB de armazenamento interno
  • Bateria de 3.050 mAh
Com a possibilidade de escolha entre dois dos melhores processadores do mercado atual, o smartphone foca na qualidade do áudio (o chip é o mesmo usado no iPhone) e na tela sensível a toque, que suporta até o uso de luvas ou movimentos de dedos molhados. Os modelos variam entre US$ 330 e US$ 410 e o lançamento acontece até outubro

Xiaomi TV

(Fonte da imagem: Divulgação/Xiaomi)
Processador quad-core Snapdragon 600
  • 2 GB de memória RAM
  • 8 GB de armazenamento interno
  • Conectividade WiFi e Bluetooth 4.0
A Smart TV possui uma tela de 47", suporte para conteúdos 3D e seria originária da mesma fábrica de componentes dos aparelhos da Sony. O modelo roda uma interface alternativa do Android e traz um controle remoto "fácil de usar" com apenas 11 botões. Ela custará US$ 490 (cerca de R$ 1 mil) e também sairá em outubro de 2013.
FONTE(S)

"Noivinha" norueguesa denuncia casamento forçado de meninas


© Foto: reprodução blog Stopp Bryllupet 

Por BEATRIZ ALESSI

Ela é loirinha, tem as bochechas rosadas, gosta de se enfeitar, como toda menina, mas não consegue disfarçar um ar de tristeza. Em seu blog…Ela é loirinha, tem as bochechas rosadas, gosta de se enfeitar, como toda menina, mas não consegue disfarçar um ar de tristeza. Em seu blog, http://theasbryllup.blogg.no/ , diz que se chama Thea e que, aos doze anos, está prestes a se casar com o noivo, Geir, vinte e cinco anos mais velho. Em meio a poses típicas de uma pré-adolescente, ela aparece em roupa de festa, ao lado do futuro marido, e até experimentando o vestido de noiva. O blog, que já teve mais de meio milhão de visualizações, provocou comoção na Noruega, onde foi lançado, e ganhou o mundo.

Thea não existe de verdade. A menina que encarnou tão convincentemente a noivinha precoce é sueca e foi arregimentada pela Plan, uma organização de defesa dos direitos da criança, para chamar a atenção para uma epidemia global. A cada ano, cerca de quinze milhões de meninas com menos de dezoito anos se casam em todo o mundo, a maioria contra a vontade. Nos países em desenvolvimento, a incidência é de uma em cada três meninas nessa situação. Muitas se casam tão crianças que levam brinquedos para a cerimônia e viram mães, mal tendo entrado na puberdade. A prática – disseminada em vários países, culturas e religiões – rouba de milhões de meninas não só a inocência, mas também as chances de um futuro. Adolescentes sujeitas a casamentos forçados tendem a interromper os estudos e são mais propensas a sofrer violência doméstica e a enfrentar complicações provenientes de uma gravidez.

A campanha da Plan quis levar o debate para o centro do mundo dito civilizado, onde não se tem notícia de tal prática. A Noruega é o país com o maior IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do planeta, calculado a partir da expectativa de vida, da escolaridade dos cidadãos e da renda per capita. O anunciado casamento de Thea e Geir coincide com o Dia Internacional das Meninas, celebrado pela ONU em onze de outubro. Com posts em que Thea fala inclusive do medo de consumar o casamento, a campanha provoca as pessoas a se engajarem na batalha para salvar milhões de adolescentes de um destino cruel e humilhante.

Adolescentes como a etíope Destaye, retratada no projeto “Too Young to Wed” (Jovem demais para casar - http://tooyoungtowed.org/). Ela foi entregue, aos onze anos, ao homem que a escolheu, e teve que desistir do sonho de ser médica para cuidar da casa e do filho que teve com o marido. Destaye diz que sentiu vergonha no dia do casamento. Ela é a face real dessa tragédia.

*O blog de Thea está em norueguês mas vale explorar as fotos.

Vamos ver algumas das fotos de Thea?






Jayme Monjardim e famosos vão ao velório de Pedro Almeida, filho de Maneco

Jayme Monjardim e a mulher, Tânia Mara, além dos atores Marcos Caruso e Luigi Barricelli, estiveram no velório para se despedirem de Pedro Almeida, filho de Manoel Carlos, morto no sábado (4).


© 
AGNews, Henrique Oliveira Tânia Mara e o marido, Jayme Monjardim, chegam ao velório de Pedro Almeida, filho de Manoel Carlos

O corpo de Pedro chegou ao cemitério Memorial do Carmo, no Rio de Janeiro, na madrugada desta sexta-feira (10) acompanhado por um cortejo fúnebre de amigos e familiares. A cremação está marcada para acontecer às 14h desta sexta-feira (10) e será restrita a parentes e amigos próximos. Pedro tinha 22 anos, era filho caçula do autor com Beth, sua terceira esposa, e estava nos EUA onde cursava teatro.

Manoel Carlos perdeu outros dois filhos. Em 1988, Ricardo faleceu por causa de complicações do HIV e há dois anos, Manoel Carlos Jr. morreu após sofrer um ataque cardíaco. O dramaturgo tem duas filhas, a atriz Julia Almeida e da escritora Maria Carolina.

Ao saber da morte, alguns famosos deixaram mensagens para o ator. Uma delas foi Fernanda Paes Leme. "Que tristeza, meu Pai", escreveu a atriz. Carolina Kasting também se manifestou: "Os filhos não deveriam morrer antes dos pais. Orar por Pedro. Silêncio. Dor. Amor. Para Maneco, Beth e Julia".

Rede rejeita Dilma, e Marina decide sozinha se apoia Aécio

Campanha

Ex-senadora desistiu de participar da reunião de sua coligação após encontro com FHC e decisão das siglas de definirem individualmente apoio no 2º turno

Talita Fernandes
Candidata à Presidência da República pelo PSB Marina Silva durante comício em Ceilândia, na periferia de Brasília (DF) - 14/09/2014
Marina Silva deve anunciar sua decisão nesta quinta (Ueslei Marcelino/Reuters)
Depois de o PSB definir apoio ao candidato tucano, Aécio Neves, no segundo turno, partidos que compõem a coligação pela qual Marina Silva disputou a Presidência definiram que vão tomar individualmente a decisão sobre quem apoiar agora. Entre os que desembarcaram da coligação Unidos pelo Brasil – formada por PSB, PHS, PPL, PPS, PRP, Rede Sustentabilidade e PSL – está a Rede Sustentabilidade, agremiação política idealizada por Marina. O PHS também soltou nota nesta quarta, dizendo que definirá sozinho o seu posicionamento no segundo turno. Na terça, o PPS já havia declarado apoio a Aécio. A postura dos partidos faz com que Marina decida sozinha sobre qual posicionamento tomará no segundo turno.

Leia também:
PSB define apoio a Aécio Neves no segundo turno
Aécio recebe apoio do PSB e repete lema de Campos
Eduardo Jorge, do PV, declara apoio a Aécio Neves 

Rede – Após dois dias de reunião, a Rede se pronunciou na noite desta quarta, apoiando o voto a Aécio. Porém, como alguns dos membros do diretório rejeitam o apoio formal ao tucano, a decisão foi de rejeitar, com unanimidade, o apoio à candidatura da petista Dilma Rousseff e de abrir a possibilidade para votos nulos e brancos. "Decidimos que em hipótese alguma haverá apoio à candidata Dilma. Nós acreditamos que o Brasil tem necessidade de produzir alternância democrática", declarou o ex-deputado federal Walter Feldman, porta-voz da Rede.  A ex-ministra Eliana Calmon, que é integrante da Rede, resumiu a decisão do grupo. "Eu sou mais pragmática: Não à Dilma, sim ao Aécio, mas com o nosso programa, com os pontos que destacamos. Foi isso que decidimos. Deixando que haja a possibilidade de as pessoas da Rede votarem em branco ou nulo", declarou. Embora os porta-vozes tenham dito que a Rede não fará campanha para o tucano, Eliana admitiu que poderá participar de eventos de campanha de Aécio. "Se ele for à Bahia eu subo no palanque", disse.

Feldman disse ainda que o posicionamento da Rede não reflete a posição de Marina. “Não é a decisão da Marina. A decisão dela se dará após ouvir os partidos coligados, o que será amanhã, quando ela saberá a posição individual dos partidos", disse. A candidata derrotada do PSB desistiu, de última hora, de participar da reunião dos partidos coligados, agendada para esta manhã em Brasília, quando ela deveria se posicionar sobre o apoio no segundo turno. Os motivos da desistência de Marina não foram divulgados e não há confirmação de que ela faça seu anúncio na quinta, como estava previsto.

Após a divulgação da derrota nas urnas, no último domingo, Marina sinalizou um apoio a Aécio Neves, ao dizer que não se manteria neutra, como fez em 2010. Embora não haja definição do posicionamento da ex-senadora, Feldman disse na tarde desta quarta que Marina terá voz no segundo turno. "Ela vai acompanhar ativamente, mas não terá o dinamismo e a profundidade que tem uma candidata", disse Feldman. Ele, contudo, disse que é a própria Marina quem deve detalhar essa participação ativa, depois de anunciar formalmente sua posição, se de apoiar Aécio ou ficar neutra.

FHC – Antes de desistir de participar do encontro de quinta, Marina se reuniu com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Embora assessores próximos à Marina não tenham esclarecido os assuntos abordados, o ex-presidente sinalizou aproximação com a ex-senadora ainda antes da conclusão do primeiro turno.
by Veja

Aécio e viúva de Campos vão se reunir em Pernambuco


Almoço está marcado para sábado, em Recife. Tucano irá iniciar sua incursão pelo Nordeste em busca de votos

Talita FernandesO candidato à Presidência da República pelo PSDB, Aécio Neves
O candidato à Presidência da República pelo PSDB, Aécio Neves (Ricardo Moraes/Reuters)
O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, irá se encontrar com a mulher do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, morto em um acidente aéreo no começo da campanha eleitoral. O tucano, que já marcou uma incursão pelo Nordeste, irá encontrar-se com a viúva Renata no sábado para um almoço e depois irá participar de um grande ato político. Aécio e Campos eram amigos de longa data e mesmo durante a campanha mantiveram relação amistosa. 
A expectativa é que Renata declare seu apoio formal ao tucano. Marina Silva, que assumiu a chapa do PSB, partido de Campos, após a sua morte, ainda não declarou seu voto. A ex-ministra do Meio Ambiente, que perdeu a disputa com Aécio para o segundo turno, era cogitada para participar da reunião, mas como ainda não definiu apoio, sua presença é incerta. 
Renata não antecipou a aliados se fará uma declaração formal de apoio ao tucano, mas sua aparição ao lado de Aécio tem amplo valor simbólico. Ela é hoje a figura que mais incorpora o legado de Campos. 
Depois do almoço, Aécio visitará a cidade de Sirinhaém, no interior, onde Miguel Arraes, avô de Eduardo e ícone do Nordeste, lançou o plano Chapéu de Palha que auxilia trabalhadores rurais.
A atividade será palanque para o tucano garantir que manterá e ampliará programas sociais como o Bolsa Família. O ato político foi organizado para rebater as críticas feitas pela campanha petista da presidente-candidata Dilma Rousseff (PT) que afirma que, caso eleito, o tucano governará contra os pobres e extinguirá o programa social.
by Veja

Depoimentos deixam Planalto em clima tenso

Petistas mostraram apreensão com o impacto das denúncias durante o segundo turno. Dilma determinou que ministros não comentem o caso

A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff
A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff (Reprodução)
Os depoimentos do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef à Justiça Federal levaram preocupação ao Planalto e ao comando da campanha da presidente-candidata Dilma Rousseff. Em conversas reservadas, integrantes da equipe da presidente disseram ter certeza de que os áudios dos depoimentos serão um "prato cheio" para o candidato do PSDB, Aécio Neves, usar na propaganda da TV.
Os petistas mostraram apreensão com o impacto das denúncias, principalmente porque agora se ouve a voz do delator, e acreditam que as acusações podem ter potencial tão explosivo como o mensalão. Dilma estava em Aracaju, Sergipe, quando soube dos vídeos e baixou a lei do silêncio. Na tarde de quinta-feira, coordenadores da campanha e ministros não estavam autorizados a comentar as denúncias de corrupção.
O presidente do PT, Rui Falcão, e o tesoureiro do partido, João Vaccari Neto, divulgaram notas repudiando com veemência as declarações de Costa. A candidata do PT à reeleição foi aconselhada a reagir "à altura", partindo para o confronto público com Aécio, que já chama o escândalo de "petrolão", termo usado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
A campanha do tucano, por sua vez, decidiu não abordar as novas denúncias na noite de ontem, no primeiro programa de TV do 2.º turno. Mas o tema será incluído nas próximas propagandas de dez minutos e nos comerciais diários, a partir de hoje.
(Com Estadão Conteúdo) 

Biografias inacabadas (Fernando Gabeira)

Fernando_Gabeira
Na cadeia se diz: aqui o filho chora e a mãe não ouve. Na política a expressão é outra: a situação está de vaca não reconhecer o bezerro. Ambas denotam uma crise, pela suspensão do amor materno, e revelam um certo desamparo, um mundo de ponta-cabeça.
Às vezes a atmosfera político-cultural do Brasil, neste longo período de dominação do PT, transmite essa sensação, mais evidente nas ruas, onde quase toda manifestação termina em violência, mesmo quando sua bandeira é a defesa dos animais.
Marina Silva lançou a ideia de salvar Dilma Rousseff dos políticos fisiológicos, evitando que deles se torne refém. Não ficou muito claro para mim. Passa a ideia de uma donzela imaculada assediada por experientes chantagistas, como se o governo não fosse também um fator decisivo nesse processo. Onde a proposta de Marina sugere dependência, vejo uma interdependência. Se consideramos o governo refém da fisiologia, é preciso reescrever a história do mensalão, isentando o partido do governo de sua maior responsabilidade.
Também não entendi, no front político-cultural, a defesa da autorização prévia de biografias. Tantas pessoas queridas, entre elas Caetano Veloso – a quem tenho gratidão – embarcam num equívoco por falta de um debate mais amplo.
Para começar, a importância das biografias em nossa formação. Pela trilogia de Isaac Deutscher sobre Trotsky muito se aprendeu sobre a Revolução Russa e os bolcheviques. Sem Rüdiger Safranski não teríamos uma história equilibrada da vida de Martin Heidegger, sem Robert Skidelsky não conheceríamos a vida de lorde Keynes. É um território delicado, pois sem as biografias não conheceríamos a vida de Mao Tsé-tung, nem os pecados dos nossos políticos – que certamente iriam aproveitar-se desses dois artigos inconstitucionais que determinam autorização prévia para publicação de biografias.
Os argumentos também foram defendidos de forma ambivalente. Na maioria das vezes, falava-se em defesa da privacidade. Mas, em outras, surgia a questão do dinheiro, da falsa suposição de que biografias no Brasil rendem fortunas. O artigo de Mário Magalhães contando suas dificuldades para biografar Carlos Marighella é muito mais próximo da realidade, pois revela como ele gastou dinheiro do próprio bolso para completar o seu livro.
Quando surgem de um mesmo núcleo a defesa da privacidade e demandas financeiras, cria-se a falsa impressão de que são intercambiáveis. Quanto custariam, por exemplo, os detalhes da relação com a cunhada numa biografia de Sigmund Freud?
De um ponto de vista existencial, os admiradores dos grandes artistas que participam do movimento ficam preocupados com um debate biográfico. Ainda esperamos deles tantas canções, tantos espetáculos, tantas aventuras políticas, tantos amores… Quem sabe o melhor não virá nos últimos capítulos, nos anos ainda não vividos?
Nas ruas, os black blocs de uma certa forma conseguiram propagar a violência. Isso só é possível por falta de uma certa cartilagem tecida pela política. Tudo vai direto ao osso, termina em incêndio e pancadaria.
Historicamente, essas ondas de violência levam a leis mais rígidas e mais repressão. Quem vem de longe tem o dever de lembrar isso. Mas leis mais rígidas não resolvem sozinhas. O sistema político no Brasil precisa recuperar o mínimo de credibilidade e o sistema repressivo, desenvolver o mínimo de inteligência e capacidade de análise.
No passado os políticos metiam-se no meio dos conflitos com a disposição de atenuá-los. Hoje fogem dos conflito com medo justificado de apanhar da multidão. O Congresso foi incapaz de produzir um debate sobre a violência nas ruas. A sensação é de que as raposas políticas aceitam a explosão de violência porque sabem que ela os ameaça menos que os grandes protestos de massa. Na verdade, ao inibir potenciais manifestações pacíficas os black blocs criam uma camada de proteção útil ao político que se aproveita da confusão para seguir sendo o que é.
O mundo está mesmo virado. Os black blocs consideram-se revolucionários. E no momento em que poderosos instrumentos internacionais devassam a privacidade de bilhões de pessoas, nosso tema central é a biografia de pessoas famosas.
A defesa do aumento do consumo como o único valor político moral nos levou a esse abismo. A gente não quer só comida. Os artistas têm um grande papel na superação dessas ruínas, sobretudo as de Brasília. Grandes momentos nos esperam e Chico Buarque foi bastante simples ao dizer: “Se a lei é esta, perdi”.
A lei é a Constituição. Se não for essa, teremos perdido nós. Não deixarei de lamentar uma contradição tão explícita entre a sentença e um dos seus artigos essenciais: o que prevê a ampla liberdade de expressão.
No momento, o filho chora e a mãe não ouve, a vaca não reconhece o bezerro. É a crise. Suspensa a presença materna, temos de enfrentar uma certa solidão na busca pela saída. O caminho será encontrado via diálogo, mas sem a ilusão de considerar o governo refém da picaretagem. Foi o governo, em sua estreiteza e seu materialismo vulgar, que acabou provocando essa crise: a galinha aterrissou do voo econômico e só cacareja no chão suas previsões otimistas.
Estamo-nos acostumando com as chamas urbanas. Uma pedrada aqui, um coquetel molotov ali, produzimos uma rotina burocrática, sintonizada com o pântano político. Nos fronts político, social e cultural o alarme está soando há algum tempo. Conseguimos sobreviver a uma longa ditadura militar. Será que vamos capitular diante de um governo que distribui cestas básicas e Bolsas Família?
O País foi moralmente arrasado pela experiência petista e de todos os cafajestes que o governo conseguiu alinhar. Predadores oficiais e predadores de rua se encontram nessa encruzilhada em que um profundo silêncio político se abate sobre nós, com exceção de vozes isoladas.
Precisamos reaprender a conversar, reafirmar valores políticos que não se resumem a casa e comida. Precisamos viver a vida, cuidar mais da bio que da grafia. Precisamos sair dessa maré.

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Novo HamburgoRS - Hospital do RS fecha UTI e transfere pacientes após detectar superbactéria considerada uma das mais perigosas do mundo

Acinetobacter baumannii, espécie detectada no hospital do RS, foi listada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2024 como resistente a ...

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