segunda-feira, 30 de junho de 2014

Lula por ele mesmo. Entrevista na Playboy de 1979. Ou A Alma Deformada.

03/12/2009 às 4:49

TRINTA ANOS DE LULA: OS HOMENS ADMIRÁVEIS

Publiquei ontem alguns trechos da entrevista de Lula à revista Playboy em julho de 1979 e fiz uma pequena provocação intelectual: “O sindicalista é o pai do homem”. Acho que há mais trechos que os eleitores têm o direito de ler. Sacrifico-me por vocês. Como não está na Internet, tenho de digitá-los. Mas não me importo. Tudo pelo esclarecimento.

Os trechos que vocês lerão em vermelho são fortes, sim. Não fosse o Brasil, hoje, amigo de todas as ditaduras que há no planeta; não tivesse o governo Lula estendido o tapete vermelho para o um delinqüente como Mahamoud Ahmadinejad, censurado na ONU uma semana depois, com os votos de Rússia e China, mas sem o voto do Brasil; não tivesse flertado o Itaramaty, por vias oblíquas, até com o terrorismo das Farc, e a fala de Lula de 30 anos atrás não teria relevância. Mas, infelizmente, tem. Vamos lá.

(…)
Playboy – Há alguma figura de renome que tenha inspirado você? Alguém de agora ou do passado?


Lula [pensa um pouco]- Há algumas figuras que eu admiro muito, sem contar o nosso Tiradentes e outros que fizeram muito pela independência do Brasil (…). Um cara que me emociona muito é o Gandhi (…). Outro que eu admiro muito é o Che Guevara, que se dedicou inteiramente à sua causa. Essa dedicação é que me faz admirar um homem.

Playboy – A ação e a ideologia?

Lula – Não está em jogo a ideologia, o que ele pensava, mas a atitude, a dedicação. Se todo mundo desse um pouco de si como eles, as coisas não andariam como andam no mundo. (…)


Playboy – Alguém mais que você admira?

Lula [pausa, olhando as paredes] - O Mao Tse-Tung também lutou por aquilo que achava certo, lutou para transformar alguma coisa.

Playboy – Diga mais…

Lula – Por exemplo… O Hitler, mesmo errado, tinha aquilo que eu admiro num homem, o fogo de se propor a fazer alguma coisa e tentar fazer.


Playboy – Quer dizer que você admira o Adolfo?

Lula – [enfático] Não, não. O que eu admiro é a disposição, a força, a dedicação. É diferente de admirar as idéias dele, a ideologia dele.

Playboy – E entre os vivos?

Lula [pensando] – O Fidel Castro, que também se dedicou a uma causa e lutou contra tudo.
Playboy – Mais.


Lula – Khomeini. Eu não conheço muito a coisa sobre o Irã, mas a força que o Khomeini mostrou, a determinação de acabar com aquele regime do Xá foi um negócio sério.

Playboy – As pessoas que você disse que admira derrubaram ou ajudaram a derrubar governos. Mera coincidência?
Lula [rápido] – Não, não é mera coincidência, não. É que todos eles estavam ao lado dos menos favorecidos.
(…)
Playboy – No novo Irã, já foram mortas centenas de pessoas. Isso não abala a sua admiração pelo Khomeini?

Lula – É um grande erro… (…) Ninguém pode ter a pretensão de governar sem oposição. E ninguém tem o direito de matar ninguém. Nós precisamos aprender a conviver com quem é contra a gene, com quem quer derrubar a gente. (…) É preciso fazer alguma coisa para ganhar mais adeptos, não se preocupar com a minoria descontente, mas se importar com a maioria dos contentes.

Voltei

Que coisa, não? O único do grupo que não é um facínora, um assassino contumaz, um homicida frio, é Gandhi. Mas Gandhi, convenham, é a Portuguesa de Desportos das figuras ilustres da humanidade. Se a Portuguesa está em campo, e o adversário não é o nosso time, a gente torce pra quem?
Os outros… A referência a Hitler se presta a uma ironia sinistra: “O Hitler, mesmo errado, tinha aquilo que eu admiro num homem, o fogo de se propor a fazer alguma coisa e tentar fazer”. Sem dúvida, o homem era o senhor do fogo…

Lula mudou? Digamos que alguns facínoras foram acrescentados à sua galeria: Ahmadinejad, Khadafi, Omar Hassan Ahmad al-Bashir (o genocida do Sudão)… Fidel, bem…, a múmia, rejeitada até pelo diabo, continua objeto de culto…

De todas as admirações, esta que diz pouco se importar com ideologia é, sem dúvida, a mais perigosa. Afinal, 30 anos depois daquela entrevista, indagado se não se incomodava em receber Ahmadinejad, que nega o holocausto dos judeus, promovido por Hitler – aquele que “tinha o fogo de se propor a fazer alguma coisa”, Lula respondeu:

“Muito pelo contrário. Não estou preocupado com judeus nem com árabes. Estou preocupado com a relação do estado brasileiro com o estado iraniano. Temos uma relação comercial, queremos ter uma relação política”.
O sindicalista, como se vê, era mesmo o pai do presidente.
Se você ainda não leu, leia também:


02/12/2009 

LULA, O SEXO, OS ANIMAIS E AS VIÚVAS
Vocês sabem: fim de ano é hora de jogar fora papel velho, livros de auto-ajuda que lhe mandam na suposição de que você precise deles, jornais e revistas que vão ficando pelo caminho. Regra geral: “Conteúdo que já estiver na Internet vai pro lixo, excetuando-se algumas edições históricas de momentos históricos”. Há algumas coisas aqui: o fim do AI-5, os grandes comícios das diretas, afastamento de Fernando Collor, atentados de 2001, mensalão… Não jogo essas coisas, não, ainda que uma ou outra possam estar na rede. E eis que me deparo com algo tornado também histórico: a entrevista de Lula à revista Playboy em 1979. TRINTA ANOS ESTA TARDE!

Pena não ser possível digitar tudo. Sabem aquela máxima de Wordsworth que vivo citando aqui, “o menino é o pai do homem” (depois “popularizada” por Machado de Assis)? Pois é… O sindicalista era o pai do presidente. Vou brindá-los com alguns trechos que revelam o, digamos, espírito do homem por dentro daquela figura pública mítica que começava a se plasmar ali.

Lula tinha, então, 34 anos e era visto por parte da esquerda como a grande novidade da política — uma liderança genuinamente operária. Outra parte torcia o nariz e rejeitava o que lhe parecia individualismo excessivo, falta de “consciência de classe” (risos), despolitização, flerte com o populismo etc. Eu tinha 18 anos à época, militava numa organização trotskista e o considerava um verdadeiro violador dos princípios da classe operária… Bem, já contei para vocês como eu e o mito Lula nunca nos demos: antes, eu era esquerdista demais para suportá-lo; depois, acho que virei democrata demais…

Na entrevista, como não poderia deixar de ser, Lula fala sobre sexo também. Destaco um trecho:
Playboy - Com que idade você teve sua primeira experiência sexual?

Lula - Com 16 anos.

Playboy - Foi com mulher ou com homem?

Lula (surpreso) - Com mulher, claro! Mas, naquele tempo, a sacanagem era muito maior do que hoje. Um moleque, naquele tempo, com 10, 12 anos, já tinha experiência sexual com animais… A gente fazia muito mais sacanagem do que a molecada faz hoje. O mundo era mais livre…

Comento

Evito comentar. Não considero o trecho propriamente político. Apenas relevo que, dada a pergunta, a resposta-síntese é esta: “Nem com mulher nem com homem”. Vamos a outro trecho. Este, com efeito, apela a algumas instâncias um tanto mais graves da vida pública.

Referindo-se a seu passado, Lula conta que já era viúvo e costumava sair da casa de uma namorada no começo da madrugada. Andava de táxi (!!!). Sempre o mesmo. O motorista lhe contara que o filho fora assassinado ainda muito jovem e que sua nora prometera jamais se casar. Pressuroso e solidário, Lula pensava —segundo ele próprio confessa: “Qualquer dia eu vou papar a nora desse velho…”. Agora sigo com Lula, entre aspas:

“Nessa época, a Mariza apareceu no sindicato. Ela foi procurar um atestado de dependência econômica para internar o irmão. Eu tinha dito ao Luisinho, que trabalhava comigo no sindicato, que me avisasse sempre que aparecesse uma viúva bonitinha. Quando a Marisa apareceu, ele foi me chamar”.

Comento

Entendeu, leitor amigo? Era morrer um representante da “craçe trabaiadora”, Lula estava ali, preparado, para “papar” a carente mulher do defunto. Se eu fosse esquerdista, construiria aqui um raciocínio demonstrando que Lula cresceu sobre os cadáveres da classe operária. Mas eu não sou. A abordagem que me interessa é a do caráter dos indivíduos. Então afirmo que Lula abusava de sua posição institucional, política, para obter uma vantagem que era, convenham, absolutamente individual. E isso expõe a diferença entre individualismo e oportunismo.

Que outro brasileiro teria sobrevivido politicamente à confissão de que usava o sindicato para “papar” a mulher de companheiros mortos? Lula sobreviveu. E se tornou um mito. Não sei se o filme mostra todo o seu empenho em conquistar as viúvas. A turma da hagiografia vai dizer que ele fizera aquele pedido porque estava em busca de uma “esposa”. O seu pensamento enquanto o taxista contava as suas agruras diz tudo: “Qualquer dia eu vou papar a nora desse velho…”

Na vida de Lula, tudo termina em filme. A “nora do velho” que ele prometera “papar” era, o que ele só soube depois, justamente… Marisa! Não é demais? Sua antevisão se consumou. Só que, consta, ele casou primeiro e “papou” depois. Mirian Cordeiro, tornada a bruxa nacional pelos adoradores de Lula, é desse período. Ele próprio já confessou que a abandonou grávida. Papou e largou. Nem todas as filhas e mulheres da classe operária que cruzaram com Lula tiveram a mesma sorte…

Ainda comentarei por estes dias outros aspectos da entrevista. Uma coisa é certa: o mito estava em construção — e a excelente entrevista feita pela Playboy — 13 páginas — não deixa de ser parte dessa construção. Mas que se releve: embora seja simpática a Lula e o trate sempre com admiração (e alguma benevolência), revela de modo indubitável que o sindicalista era o pai do presidente. Tudo estava devidamente anunciado ali.
PS - Por favor, façam apenas comentários elevados! Por Reinaldo Azevedo
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02/12/2009 

Os petralhas estão injuriados com a transcrição de trechos da entrevista que Lula concedeu em 1979 à Playboy. Dizem que isso é “golpe baixo”. Desde quando usar as palavras do líder supremo deles, do aiatolula, é “golpe baixo”?

Nem transcrevi ainda tudo o que há lá de interessante. Lula expressou, por exemplo, um juízo sobre as mulheres e sua, como direi?, resistência. Marisa está contando que estava entre dois pretendentes - um deles era Lula:

MARISA - Um tinha boa intenção, outro, intenção ruim. E acabei conquistada pelo que tinha intenção ruim. Mas ele era gamado, viu? Vivia dependurado no telefone [gargalhada de Lula]. Eu só fugia, dizia que estava ocupada, que tinha de trabalhar, mas, no fim, acabava atendendo.

LULA - Charminho dela… O problema de mulher é você conseguir pegar na mão. Pegou na mão…
Comento

Precisa?

Por Reinaldo Azevedo

Celebridades que amavam charutos




Tradução: Silvana Siqueira

Esta é a lista de fumantes notáveis da revista Cigar Magazine, conheça um pouco mais suas peculiaridades.

Independentemente de seu status, todos na lista da Cigars Magazine dividem uma peculiaridade: o amor por um bom charuto.
Todos temos em nossas mentes a imagem de um apreciador de charutos. Uma dessas imagens é a de alguém que parece relaxado, contente com seu refinamento enquanto o charuto está pendente na boca, como um pirulito na boca de uma criança feliz.
Talvez a imagem mental seja a sua própria, ou a de algum membro da família – o tio rico baforando entre gargalhadas, a tia cujo charuto cobre porções de pelos faciais indesejados. Independente da imagem que seu cérebro traga, há grandes chances de que haja uma comparação com a figura de alguém famoso.

WINSTON CHURCHILL
Durante toda a vida Churchill sustentou a Inglaterra com sua bravura, coragem política e discurso engenhoso, e sustentou a si mesmo com as melhores comidas, bebidas e charutos que pudesse encontrar. O homem que deu nome ao modelo de charuto Churchill fumava de 8 a 10 charutos por dia, de preferência cubanos. Nem mesmo a necessidade de usar máscara de oxigênio para vôos de grandes altitudes em uma cabine não pressurizada poderia impedir Churchill de fumar. Segundo relatos, o primeiro ministro solicitou a invenção de uma máscara especial que permitia que ele fumasse enquanto voava. Obviamente a solicitação foi atendida. Certa vez, Churchill recebeu para o lanche o rei Ibn Sa’ud da Arábia Saudita, este não permitia que fumassem ou bebessem em sua presença. Ao invés de se submeter à vontade do rei, Churchill afirmou: “A regra da minha vida determina um ritual sagrado e absoluto que inclui fumar charutos e também beber álcool antes, após e, se necessário, durante todas as refeições e também nos intervalos entre elas.” O rei se convenceu.
Charuto favorito: Romeo y Julieta.
FIDEL CASTRO
Até abandonar o hábito de fumar em 1985, o homem que governou Cuba com mão de ferro por 40 anos era sinônimo de charutos. Apenas a crescente preocupação nacional com relação aos riscos do fumo para a saúde levaria Fidel a parar de fumar, mesmo quando sozinho, para dar exemplo ao povo. Mas só porque abandonou um hábito que cultivava há 44 anos não significa que ele deixou de pensar em charutos. Ocasionalmente ele sonhava que estava fumando, entretanto sempre se censurava por fazer isso: “Até em meus sonhos eu costumava pensar que estava fazendo uma coisa errada”, disse ele em uma entrevista para aficionados por charutos em 1994, “Eu tinha consciência de que não me permitia mais fumar, mas em meus sonhos eu continuava gostando.” Anos antes, quando Castro e seus companheiros tentavam derrubar o regime Batista, os únicos momentos em que ficava sem charutos era quando eles acabavam. Antecipando estas raras ocasiões Fidel costumava esconder o último charuto, acendendo apenas para comemorar uma vitória ou para se consolar diante de um recuo.
Charuto favorito: Cohiba (Lancero e Corona)
REI EDUARDO VII
“Cavalheiros, vocês podem fumar”. Com estas simples palavras, proferidas pouco depois de sua coroação em 1901, o rei da Grã-Bretanha, Eduardo VII, acabou com a intolerância ao tabaco que havia marcado o reinado da rainha Vitória. A postura pró-charutos de Eduardo não era nenhuma novidade. Em 1866, ainda Príncipe de Gales, ele abandonou seu clube de cavalheiros em Londres devido à política de não fumar (a gota d’água foi quando um funcionário o advertiu por ter acendido um charuto). Eduardo VII levou 20 por cento dos membros consigo, e em pouco tempo eles criaram um clube onde fumar era encorajado.
MARK TWAIN
O autor de “As venturas de Tom Sawyer” e “As aventuras de Huckleberry Finn” fumava pelo menos 22 charutos por dia, chegando talvez a 40. Samuel Langhorne Clemens, mais conhecido como Mark Twain, teria declarado certa vez: “Se fumar não for permitido no Paraíso, eu não irei para lá”. O interesse de Twain por charutos não significa necessariamente que ele fumava os melhores. Ele sabia que mesmo seus conhecidos mais próximos sentiam-se ultrajados por sua seleção de charutos de baixa qualidade. Uma vez, como relataria mais tarde em seu artigo  “Sobre o Tabaco”, ele furtou diversos charutos caros e finos da casa de um amigo, removeu as etiquetas, e colocou-os em uma caixa identificada por sua marca favorita. Ele então convidou o homem e outros onze amigos para o jantar e ofereceu depois um charuto a cada um. Pouco depois cada um deu uma desculpa e foi embora, na manhã seguinte Twain encontrou os charutos esparramados no quintal, com exceção de um que fora deixado no prato do homem de quem os charutos haviam sido roubados. “Ele me disse mais tarde que um dia eu levaria um tiro por oferecer às pessoas esse tipo de charuto”.
Charuto favorito: qualquer um, exceto Havanas.
JOHN F. KENNEDY
Quando o sujeito é presidente dos Estados Unidos pode conseguir praticamente tudo o que deseja. O 35º presidente americano queria no início de 1962 muitos charutos cubanos, 1000 Petit Upmanns, para ser exato. Ele deu ao secretário de imprensa, Pierre Salinger, menos de 24 horas para consegui-los. Pouco tempo para um pedido deste porte, mas JFK tinha uma razão urgente: estava prestes a assinar o embargo que proibia a entrada de qualquer produto cubano no país, incluindo seus amados charutos. O embargo derivou da disputa que os Estados Unidos estavam tendo com Cuba e do medo de que Fidel Castro representasse uma ameaça crescente à segurança americana. Mas antes que Kennedy pudesse agir, ele precisava que Salinger completasse a missão. O secretário de imprensa não o desapontou, conseguindo mais de 1200 charutos. Kennedy então assinou o embargo e o tabaco cubano ficou fora dos limites americanos.
Charuto favorito: Petit Upmann.
SIGMUND FREUD
O pai da psicanálise via símbolos fálicos em todos os lugares, mas ainda assim admitia que “às vezes um charuto é só um charuto”. Ele começou a fumar aos 24 anos, consumia em média vinte charutos por dia, e raramente era fotografado sem a companhia de seu tabaco. Freud declarou diversas vezes que não conseguiria trabalhar sem charutos e que “fumar era um de seus maiores prazeres na vida”. Eterno fumante, preferia Don Pedros, Reina Cubanas e Dutch Liliputanos.



MILTON BERLE
Muitos homens ficariam aterrorizados se suas esposas gostassem do cheiro de seus charutos. Berle deve ter ficado estático, já que todas as três esposas que teve apoiavam seu desejo por Havanas. Até Marilyn Monroe, com quem o artista teve um curto relacionamento antes dela se tornar famosa, apreciava o aroma de seus charutos, e Uncle Miltie, que sempre tentava fazer seus amigos largarem o cigarro e aderirem ao charuto, certa vez comprou uma caixa de charutos pequenos para a estonteante loira, na esperança de que ela fizesse a troca. A segunda esposa de Berle, Ruth, não apenas apoiava seu hábito, ela demonstrava certo engenho ao fazê-lo. Durante a lua-de-mel em Paris, Ruth saiu para comprar uma bolsa, experimentou modelos cada vez maiores até que encontrou uma na qual coubessem quatro dos enormes cubanos de Miltie.  Antes de voarem para Roma, Berle empacotou algo em torno de 500 Havanas, mas a alfândega informou que os visitantes poderiam levar no máximo 100 charutos. Sem pestanejar, Ruth tirou um charuto de sua bolsa e pediu para Berle acendê-lo. “Ela quase teve um ataque ao fumá-lo”, disse Berle, “Mas isso nos permitiu levar outros 100 charutos conosco”. Charuto favorito: H. Upmann.

CHE GUEVARA
Apesar de ser asmático, o argentino Che assumiu os charutos como um de seus primeiros hábitos cubanos. Enquanto era o braço direito de Fidel Castro durante a revolução cubana ele se permitia dois prazeres: livros e charutos. Mas bons tabacos eram raros nas montanhas de Cuba, portanto qualquer charuto que conseguissem era altamente apreciado. Depois de pegar sua parte, Guevara usava os charutos como incentivo aos seus soldados porque, segundo ele escreveu, “o fumo nos momentos de descanso é uma grande companhia para o soldado solitário”.

GROUCHO MARX
Os charutos às vezes metiam o comediante em encrencas. Uma vez, sua terceira esposa, Eden, reclamou de seu “velho charuto fedorento” e ordenou que ele desse um fim nisso ou arranjasse uma nova esposa. Antes disso, Marx viu um comercial de charutos que prometia “trinta minutos em Havana”, porém seu charuto durou apenas 20 minutos e ele exigiu outro. Cada charuto subsequente durava o mesmo tempo, até que depois do quinto charuto o comerciante ficou esperto e recusou o pedido de Groucho.

Fonte: http://www.cigarsmag.com

Homem morre de frio no bairro Santa Cruz, em Guarapuava

SEGURANÇA/JUSTIÇA

30/06/2014 - 16:00:00


Foto: Marcos Kasnocha
Um homem foi encontrado morto na manhã desta segunda feira (30) no Bairro Santa Cruz, em Guarapuava. A causa da morte foi constatada como hipotermia.

De acordo com informações do Instituo Médico Legal de Guarapuava (IML), o homem ainda não foi identificado. Informações de moradores da região em que o homem foi encontrado apontam que ele era andarilho.

by RedeSul

A campanha secreta de FHC pró-Lula





RESUMO Livro de Matias Spektor narra, pela primeira vez, esforços de Fernando Henrique Cardoso e Lula para convencer George W. Bush e financistas dos EUA de que a vitória do petista em 2002 não levaria o Brasil ao caos econômico. Além de garantir governabilidade frente à potência, o empenho garantiu a estabilidade do real.
*
Em junho de 2002, em pleno fragor da campanha eleitoral, George Soros, sinônimo mundial de megainvestidor (ou megaespeculador, como muitos preferem), solta o brado de guerra: o Brasil está condenado a eleger José Serra ou a mergulhar no caos, assim que um eventual governo Luiz Inácio Lula da Silva se instalar.

O caos viria, dizia Soros à Folha, por uma questão de "profecia que se autocumpre". Funcionaria assim: os mercados achavam que Lula daria o calote quando assumisse e tratavam de se prevenir, apostando contra o Brasil -ou, mais especificamente, contra o real.

A profecia do financista esteve na iminência de se cumprir. A conspiração contra o Brasil produziu os seguintes resultados:

1 - O dólar, no dia de junho em que foi publicada a reportagem com Soros, estava em R$ 2,636. Em dezembro, saltara para as imediações de R$ 3,55.
2 - O risco-país, que mede quanto um dado país tem de pagar a mais de juros sobre as taxas cobradas pelos Estados Unidos, estava nos 1.181 pontos quando Soros fez a afirmação. Em dezembro, saltara para 1.421 pontos.
3 - Os juros básicos estavam em 18,5% e foram para 25%.
4 - A inflação de maio, pelo IPCA (o índice que o governo usa para suas metas de inflação), fora de 0,21% e, no acumulado nos 12 meses até as vésperas do palpite de Soros, batera em 7,77%. Em novembro, último mês completo transcorrido desde então, o IPCA mensal foi para 3,02%, ou seja, multiplicou-se quase por 14, ao passo que o acumulado em 12 meses batia em 10,93%.

Em meio a esse quase caos, nasceu uma, digamos, conspiração do bem, tema do fascinante "18 Dias" [Objetiva, 288 págs., R$ 36,90], livro que está sendo lançado por Matias Spektor, professor adjunto de Relações Internacionais da Fundação Getúlio Vargas, colunista da Folha e um dos maiores especialistas atuais em política externa brasileira.

Trata-se de uma extraordinária e saborosa reportagem, na qual Spektor conta como se conjuraram personagens absolutamente insuspeitos de alinhamento político-ideológico, como Lula e os então presidentes Fernando Henrique Cardoso e George W. Bush, para evitar que se cumprisse a profecia do caos formulada por Soros.

OJERIZA
Se Soros falava pelos mercados, havia ainda uma conspiração política contra o presidente eleito do Brasil, ao qual a direita do Partido Republicano dos EUA "tinha ojeriza", relata o livro.

Mais que ojeriza, tinha horror, como se vê pela avaliação de Henry Hyde, então presidente da poderosa Comissão de Relações Exteriores da Câmara de Deputados, para quem havia "uma chance real de que Fidel Castro, Hugo Chávez e Lula da Silva possam constituir um eixo do mal nas Américas".

Como todo bom trabalho do gênero, o livro é um "furo" de reportagem, ao detalhar "o cuidadoso trabalho de bastidores" para desmontar as expectativas negativas.
Conta Spektor:

"Lula despachou José Dirceu [que viria a ser o chefe de sua Casa Civil] para os Estados Unidos e acionou grupos de mídia e banqueiros brasileiros que tinham negócios com a família Bush. Disciplinou as mensagens de sua tropa e abriu um canal reservado com a embaixada americana em Brasília. Lula não fez isso sozinho. Operando junto a ele estava o presidente brasileiro em função -Fernando Henrique Cardoso. FHC enviou seu ministro-chefe da Casa Civil, Pedro Parente, em missão à Casa Branca para avalizar o futuro governo petista. O presidente também instruiu seu ministro da Fazenda, Pedro Malan, a construir uma mensagem comum junto ao homem forte de Lula, Antonio Palocci.

Eles fizeram uma dobradinha para dialogar com o Tesouro dos Estados Unidos, o Fundo Monetário Internacional e Wall Street. Fernando Henrique ainda orientou Rubens Barbosa, seu embaixador nos Estados Unidos, a prestar todo o apoio a Lula."

Entender os motivos de Lula para articular esse tipo de operação é muito fácil: não podia correr o risco de começar sua gestão com uma turbulência violenta nos mercados nem podia dar-se ao luxo de enfrentar uma Casa Branca que se revelasse hostil. Mais difícil é entender os motivos de Fernando Henrique Cardoso, que, afinal, fora derrotado, estava de saída e havia sido duramente criticado pelos petistas durante a campanha.

Explica Spektor no livro:
"FHC não agiu por benevolência ou simpatia pessoal por Lula, mas por puro cálculo político. A sobrevivência do real e do programa tucano de reformas sociais dependiam da aceitação, nos mercados internacionais, de um governo brasileiro de esquerda. FHC apelou para os Estados Unidos em nome de Lula porque a economia se encontrava na berlinda, e uma transição instável poderia destroçar seu maior legado: a moeda estável".

Para tão abrangente reportagem, Spektor entrevistou, entre muitos outros, os dois presidentes que se envolveram na "conspiração do bem", o que estava no Palácio do Planalto (FHC) e o que logo ocuparia seu lugar (Lula).
No lado norte-americano, o autor não chegou a George W. Bush, mas ouviu Condoleezza Rice, assessora de segurança nacional.

AMBIGUIDADE
A lista de entrevistados incluiu ainda diplomatas, congressistas, ministros, banqueiros, marqueteiros, jornalistas, acadêmicos, colunistas, agentes de inteligência e assessores presidenciais. Esse formidável elenco permitiu reconstituir o trajeto que Bush percorreu em relação ao presidente eleito no Brasil.

No princípio, diz o livro, "Bush sabia pouco a respeito de Lula". "A imagem que tinha do petista não era melhor nem pior do que aquela desenvolvida pelo establishment norte-americano ao longo dos anos. Acima de tudo, era ambígua."
Terminou chamando o então presidente brasileiro de "amigo", o que não é pouco para quem em tese estava na outra ponta do espectro ideológico. O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, me contou, certa vez, ter ouvido de Bush: "Lula é de esquerda, mas é meu amigo".

Para Spektor, "a iniciativa conjunta de Lula e FHC teve uma consequência inesperada: levou a diplomacia norte-americana a reexaminar seu relacionamento com o Brasil e elevá-lo ao status de 'potência emergente' ainda em 2002, antes mesmo que a economia brasileira deslanchasse ou que a sigla Bric virasse moeda corrente" (a sigla ganharia um "s", o de South Africa, África do Sul, para somar-se a Brasil, Rússia, Índia e China).

O livro tem momentos de "thriller" político -como, por exemplo, quando narra o envolvimento de José Dirceu nos esforços para desmontar as desconfianças norte-americanas. Dirceu era o mais improvável dos interlocutores com os EUA: não falava inglês e, no início, não conhecia ninguém no país, como relata o livro.

Vale acrescentar que Dirceu se diz socialista, um palavrão feio para a direita republicana então no poder, fora guerrilheiro (outro anátema) e é amigo de Fidel Castro, o mais antigo inimigo dos EUA.

Ainda assim, o futuro chefe da Casa Civil de Lula "pousou nos EUA em julho de 2002" e, "em apenas quatro dias, teve encontros com bancos, empresas, agências de 'rating', a sociedade civil e o governo americano. Em Nova York, conversou com gente do JP Morgan, Citigroup, Morgan Stanley, Lehman Brothers, ABN Amro, Bear Stearns, Alcoa e Moody's. Em Washington, visitou a central sindical americana AFL-CIO, o Banco Interamericano, o Departamento de Estado, o Tesouro, o Conselho Econômico Nacional e o Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca".

Tornou-se, diz ainda o livro, "o primeiro cacique petista na história do partido a abrir caminho nos Estados Unidos". Não foi o único contato heterodoxo do líder petista. Dirceu foi também o canal para FHC "aproximar-se de Lula a partir do início de 2002, quando as pesquisas começaram a apontar sua provável vitória". 

FHC convidou Dirceu "para uma bateria de encontros privados. Dirceu entrava nos palácios presidenciais pela porta dos fundos ou no meio da noite, para não ser visto pela imprensa. Esses encontros eram ocasiões de conhecimento mútuo".
Dirceu à parte, Spektor relata que "os presidentes mantiveram controle pessoal da iniciativa, colocando homens de confiança no comando e impedindo que seus subordinados se engalfinhassem em conflitos dos quais os chefes poderiam sair perdendo".

Vistos os fatos com a distância que o tempo permite, parece hoje inacreditável que tucanos e petistas pudessem ter colaborado tão intensamente em algum momento da história recente.

CLÓVIS ROSSI, 71, é colunista da Folha.

4 cidades já buscam o que fazer com estádios após Copa. Recife tem último jogo neste domingo

PUBLICADO EM 29/06/2014 ÀS 8:32 POR  EM NOTÍCIAS

Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
Da Agência Estado
A Copa do Mundo acabou. Pelo menos para Curitiba, Cuiabá, Natal e Manaus, que não terão mais partidas do torneio. Cada uma dessas cidades recebeu quatro jogos da primeira fase do Mundial e viveu dias de efervescência. O balanço oficial feito pelos governantes é que o Mundial foi positivo e trouxe benefícios aos municípios.
O público total das 16 partidas realizadas nesses estádios foi de 634.102 torcedores, média de 39.631, número muito distante da realidade dos campeonatos regionais. Agora, de volta à rotina, os governantes buscam soluções para as arenas. A próxima cidade a se despedir da Copa é Recife, que recebe neste domingo Costa Rica x Grécia, pelas oitavas de final.
Em Curitiba, a Arena da Baixada se tornou um enorme desafio para o Atlético Paranaense. A diretoria planeja operar o estádio com média de público próxima à capacidade total, de 43 mil torcedores. As receitas de bilheteria serão decisivas para o clube conseguir honrar os empréstimos feitos durante o período das obras. “A parte mais difícil vem depois da Copa do Mundo, que é pagar a conta”, admitiu o presidente Mauro Celso Petraglia.
A previsão inicial era de que a reforma da arena custaria ao clube R$ 135 milhões, mas o valor saltou para R$ 330 milhões. O Atlético tenta dividir a conta com o governo do Estado e a prefeitura de Curitiba, mas ainda não resolveu o impasse.
Como a reforma atrasou, o estádio foi entregue incompleto à Fifa para a Copa do Mundo. Agora, o Atlético vai ter mais gastos para terminar a obra e ainda fazer os trabalhos de adaptação da arena às necessidades do clube.
EM MANAUS – O futuro da Arena Amazônia preocupa. O governo do Estado, proprietário do estádio, já contratou uma empresa que deverá apresentar nos próximos meses um estudo com as opções mais viáveis de utilização do espaço.
Atualmente há duas possibilidades: o Estado continua com o estádio e apenas repassa a operação para a iniciativa privada ou abre licitação para concessão integral durante o período de 20 anos. Um dos principais entraves da operação é o alto custo de manutenção, estimado em aproximadamente R$ 500 mil por mês.
O destino do estádio, inclusive, é motivo de muita polêmica em Manaus. O Tribunal de Justiça do Amazonas já chegou a sugerir que a arena seja transformada em um centro de triagem de presos. Há quem defenda que o estádio, que custou quase R$ 670 milhões, seja vendido.
EM NATAL – Natal já faz planos para o seu estádio depois do Mundial. Com a retirada das arquibancadas provisórias, a Arena das Dunas terá sua capacidade reduzida de 40 mil para 31 mil espectadores. A ideia é não deixar o estádio com muitos lugares vazios em dias de jogo, já que ABC e América, os dois maiores clubes do Estado, têm médias de público baixas.
No primeiro semestre, a média no estádio foi de pouco mais de 6 mil torcedores por jogo. Assim, o governo planeja levar shows de grande porte para a cidade, a fim de manter a arena ocupada. “O Rio Grande do Norte tem o cenário propício para grandes eventos internacionais, que têm força para impulsionar o desenvolvimento do turismo”, apostou o secretário de Esportes, Joacy Bastos.
Pelos próximos 20 anos, o local será administrado por uma Parceria Público Privada (PPP) entre o Estado e a concessionária responsável pela obra.
EM CUIABÁ – O secretário extraordinário da Copa no Mato Grosso, Maurício Guimarães, chegou a dizer que, se tivesse de dar uma nota para o desempenho de Cuiabá no evento, “sem dúvida seria dez”, apesar de muitas obras de mobilidade urbana não terem sido concluídas. “A Copa do Mundo no Estado de Mato Grosso passou muito longe do fracasso que todos acreditavam que seria. Não houve necessidade de um plano B”, disse.
O desafio dos mato-grossenses agora é não deixar que a Arena Pantanal se transforme em um elefante branco. Já na última quinta-feira, um dia depois do último jogo da Copa no estádio, o processo de licitação da arena para concessão à iniciativa privada foi iniciado. Também caberá ao governador Silval Barbosa (PMDB) conduzir negociações para levar jogos do Campeonato Brasileiro para Cuiabá nos próximos meses. Tudo para não deixar o estádio sem utilidade.

domingo, 29 de junho de 2014

Sucuri de mais de cinco metros é capturada por bombeiros em RO

29/06/2014 

Animal estava em um igarapé no Bairro Colina Park, em Ji-Paraná
Segundo morador, cobra matou um cachorro e o levou para um córrego.

Roger Henrique
Do G1 RO


Cobra pesava cerca de 50 kg, segundos os bombeiros (Foto: Roger Henrique/G1)Cobra pesava cerca de 50 kg, segundos os bombeiros (Foto: Roger Henrique/G1)
Uma cobra sucuri medindo mais de cinco metros e pesando cerca de 50 kg foi capturada pelo Corpo de Bombeiros Militar (CBM) no Bairro Colina Park, em Ji-Paraná (RO), na tarde da última sexta-feira (27). Um morador chamou os bombeiros após ter visto a cobra matar um cachorro e levá-lo para dentro de um córrego.
Ao G1, o sargento Reinaldo Ribeiro do CBM contou que receberam a solicitação do morador e após capturarem o réptil ele foi levado para o Batalhão do Corpo de Bombeiros onde deverá ficar por mais alguns dias até ser devolvida ao seu habitat natural. "Contamos com a ajuda da população para capturar a cobra, que é uma das maiores que já pegamos aqui. Ela ficará no batalhão para se acalmar, e depois vamos levá-la para alguma reserva ambiental", disse.
O sargento alertou todos que pescam ou tomam banho em córregos para o perigo de se deparar com um animal deste porte.  “Ela vive em locais bem pequenos, onde ninguém imagina que um animal deste poderia estar. Jamais uma pessoa deve tentar pegá-la, de maneira alguma, pois ela tem força até para levar uma pessoa adulta para dentro da água”, finalizou.
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Sucuri será levada para reserva ambiental (Foto: Roger Henrique/G1)Sucuri será levada para reserva ambiental (Foto: Roger Henrique/G1)

Brasil: Quem são os pré-candidatos que correm por fora

Eleições 2014
Correndo por fora em busca de votos, oito pré-candidatos com escasso tempo de TV sonham em vencer os favoritos

Juntos, segundo as últimas pesquisas eleitorais, eles não somam 6% das intenções de voto. Mesmo se unissem forças, ainda estariam distantes do pelotão de frente na disputa pela Presidência da República. Além de Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB), oito já se lançaram pré-candidatos a subir a rampa do Planalto. A última a entrar na briga é a ex-deputada federal Luciana Genro (PSOL-RS), que herdou a vaga do senador Randolfe Rodrigues (AP).
Com pequena ou nenhuma representação no Congresso, contarão com parcos segundos de propaganda eleitoral na TV para tentar repetir fenômenos como Enéas Carneiro (7,3% dos votos válidos em 1994, pelo Prona), Heloísa Helena (6,8% em 2006, pelo PSOL) e Marina Silva (19,3% em 2010, pelo PV).
Ao ouvir as propostas dos "nanicos" – termo que boa parte deles acha ofensivo ou injustificado –, ZH encontrou ambição, otimismo, exibicionismo, boas intenções, ampla gama ideológica e, aparentemente, só uma unanimidade: a oposição contundente ao governo Dilma.
Denise Abreu, do charuto à ecologiaCandidata do Partido Ecológico Nacional (PEN), Denise Abreu, 55 anos, se diz uma ambientalista, mas "do ambiente a serviço das pessoas, e não o contrário". A curva que levou a ferrenha defensora do agronegócio à candidatura por um partido ecológico começou em 2012. Na moda da sustentabilidade, o PEN foi criado sob medida para Marina Silva caso a Rede não vingasse. Como ela não caiu na conversa, a vaga acabou com a ex-presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) – onde ficou conhecida ao ser flagrada desfrutando de um charuto em uma festa enquanto uma greve parava os aeroportos em 2007.
"Minha candidatura supre a necessidade de dar voz a quem é de centro-direita."
Eduardo Jorge, o PV além de MarinaQuestionado sobre o legado de Marina Silva ao PV, o pré-candidato Eduardo Jorge, 64 anos, critica:
– Marina é uma pessoa com alguns pontos de vista conservadores e diferentes do que propomos.
O PV lançou 10 diretrizes programáticas. A candidatura será mantida se houver condições políticas, algo incerto. As bandeiras passam por legalizar a maconha e o aborto até fazer uma reforma política "cirúrgica, não cosmética". Mas o maior foco é garantir o segundo turno. O médico baiano é da turma que se desfiliou do PT em 2003, frustrado com Lula. Foi deputado federal e secretário da Saúde e do Meio Ambiente de São Paulo por duas vezes.
"A candidatura é para amparar quem apoia as nossas ideias e está sem representante."
Everaldo, o Feliciano lightEveraldo Dias Pereira, 58 anos, é discreto, cordato e de fala envolvente. Mas não é menos firme do que o ilustre colega de partido, deputado Marco Feliciano, em temas polêmicos. Casamento homossexual? Pastor Everaldo (PSC) diz defender a Constituição, que "fala em união entre homem e mulher". Descriminalizar o aborto? Afirma não ser "favorável ao assassinato de bebês". O foco dele é o resgate da família e a segurança pública. A candidatura é fruto da decepção e do rompimento do PSC com Dilma. Na política por influência de Brizola, já costurou apoio evangélico ao gaúcho em 1989. Agora, quer fazer o rebanho votar no próprio pastor.
"Não sou candidato de uma religião. Só defendo valores. Quem conhece, vota em mim."
Ey, Ey, EymaelCom exposição escassa, José Maria Eymael (PSDC), 74 anos, confia no sucesso do "Ey, Ey, Eymael...". Porto-alegrense radicado em São Paulo, teve a ajuda de um alfaiate que fazia bicos de compositor para compor o jingle-chiclete da campanha a prefeito paulista de 1985. A música o ajudou a se eleger deputado federal, na legislatura da Constituinte. Otimista nato, Eymael está na quarta candidatura a presidente. Acredita que as redes sociais reduziram a importância da TV na eleição e sonha com o segundo turno difundindo preceitos que misturam política e ensinamentos do Evangelho. Embalado, claro, pelo mesmo refrão.
"Hoje o jingle é apenas a moldura de uma história bonita da política."
No aerotrem de Levy FidelixNa segunda candidatura à Presidência, Levy Fidelix, 62 anos, já concorreu três vezes à prefeitura e duas ao governo de São Paulo desde 1992, quando fundou o PRTB. Apresenta-se como consultor em mobilidade urbana e defende o aerotrem para desafogar o trânsito. Defende a "independência" e nega que a sigla seja "de aluguel", mesmo abrigando Luiz Estevão, senador cassado em 2000, e Joaquim Roriz, que renunciou para evitar a cassação, em 2007. Se Roriz concorrer a deputado distrital, Levy calcula que o PRTB pode ter de cinco a seis vagas no Legislativo do Distrito Federal. Um crescimento na velocidade de aerotrem.
"Levou 20 anos para o governo perceber que entupir a rua de carro poderia dar problema."
Luciana Genro, a boa de brigaImpedida pela legislação de concorrer no Estado por ser filha do governador Tarso Genro, a ex-deputada federal Luciana Genro, 43 anos, tentou ser candidata a presidente, mas perdeu a disputa interna no PSOL para o senador Randolfe Rodrigues (AP) e virou sua vice. Na sexta-feira, Randolfe jogou a toalha, e Luciana herdou a vaga. Agora, ela vai para a campanha com um programa de governo radical, de passagem de ônibus gratuita a uma revolução tributária, com maior taxação para os ricos. Rebelde desde a adolescência, Luciana se orgulha de ter sido expulsa do PT "pelos que hoje estão presos, condenados no processo do mensalão". 
"Vou tentar vocalizar a indignação que tomou conta do Brasil em 2013."
Mauro Iasi, o comunista solitárioPré-candidato do Partido Comunista Brasileiro (PCB), Mauro Iasi, 54 anos, culpa Dilma pela "despolitização" do país ao tentar fazer um governo de consenso e critica os "partidos conservadores, de posturas mais ligadas à ditadura". Poeta, doutor em sociologia e professor da UFRJ, Iasi diz concorrer para debater temas como reforma agrária e reversão de privatizações. O PSOL ainda busca reeditar, com PCB e PSTU, a aliança que lançou Heloísa Helena em 2006, mas Iasi é pouco otimista. Para ele, a esquerda está isolada e reprimida, mas os protestos de junho com apoio dos jovens mostraram a necessidade de um "reempoderamento popular".
"Os jovens que foram às ruas mostraram querer tomar parte em temas como o transporte."
Zé Maria e o sonho operárioO slogan "contra burguês, vote 16" foi aposentado, mas o discurso socialista segue. Se eleito, Zé Maria, 56 anos, promete estatizar bancos, empresas de energia e telecomunicações e retomar o monopólio do Estado sobre o petróleo. E quer aumentar os salários. Em sua quarta candidatura à Presidência, o pré-candidato do PSTU sonha com um governo de operários. A sigla, que não aceita doação de empresas, apresenta-se como oposição à esquerda do PT. Metalúrgico e sindicalista, Zé Maria começou sua trajetória de forma similar à de Lula. Para repetir a façanha do ex-colega, confia nas redes sociais e no corpo a corpo da militância.
"Ajudei a fundar o PT, mas o partido não fez as mudanças que o país esperava."
Um "nanico" famosoEnéas Carneiro é um dos "nanicos" mais famosos. Cardiologista, fundou o Prona e concorreu três vezes à Presidência (1989, 1994 e 1998). Com 17 segundos no horário eleitoral na TV, encerrava o discurso inflamado com um bordão: "Meu nome é Enéas!" Sua maior façanha foi o terceiro lugar em 1994, com 4,6 milhões de votos. Em 2002, foi eleito deputado federal por São Paulo com a maior votação do país até hoje: 1,57 milhão de votos. Ele morreu em 2007, aos 68 anos, vítima de leucemia.
*Colaborou Guilherme Mazui

Número de pessoas atingidas pela chuva no RS chega a 11,5 mil

29/06/2014

Segundo a Defesa Civil, são 2.615 desabrigados e 8.886 desalojados.
Total de municípios afetados pelas enchentes também subiu para 62.

Do G1 RS
Exército auxilia remoção de famílias atingidas pela cheia do rio Uruguai em Sao Borja (Foto: Peterson Furlan/RBS TV)Em São Borja, na Fronteira Oeste, Exército auxilia
na remoção de famílias atingidas pela cheia do Rio
Uruguai  (Foto: Peterson Furlan/RBS TV)
O número de pessoas que tiveram de deixar suas casas em função da chuva no Rio Grande do Sul subiu para 11,5 mil na tarde deste domingo (29), de acordo com o último boletim divulgado pela Defesa Civil Estadual às 18h. O total de municípios afetados também passou para 62, três a mais do que o levantamento anterior.

De acordo com o órgão, são 2.615 pessoas desabrigadas, que tiveram de ser removidas para ginásios, centros que foram encaminhados a ginásios, centros comunitários e albergues disponibilizados pelo poder público. Já o total do número de desalojados, que estão em casas de familiares, amigos e vizinhos, chega a 8.886 pessoas.

O município mais atingido ainda é Iraí, no Norte do estado, na divisa com Santa Catarina, com 1,3 mil pessoas removidas de suas residências em função das enchentes. Porto Mauá e Porto Xavier, na fronteira com a Argentina, também somam mais de 1 mil desabrigados cada, por causa da cheia do Rio Uruguai.  
Prefeituras decretam emergência
Ao menos 13 municípios atingidos por enchentes encaminharam decretos de emergência à Defesa Civil gaúcha. A relação das prefeituras que informaram a condição inclui Alpestre, Cristal do Sul, Chiapeta, Iraí, Vicente Dutra, Barão do Cotegipe, Erval Grande, Caiçara, Cerro Grande, Crissiumal, Derrubadas, Getúlio Vargas e Tiradentes do Sul. A prefeitura de Iraí decretou situação de calamidade pública.

Neste domingo (29), a situação começou a se normalizar em alguns pontos do estado. Na Região Noroeste, em Porto Mauá, o nível do Rio Uruguai está baixando desde as 12h. No fim da tarde, estava 19,5 metros acima do nível normal. Em Porto Xavier, o rio ainda sobe, mas com menos intensidade. No total, 421 casas foram alagadas no município. 

Ramadã começa na Ásia em plena Copa do Mundo


29/06/2014

Na Indonésia, grupos radicais ameaçam bares que exibem os jogos.
Ramadã é o mês sagrado do jejum para os muçulmanos.
Da France Presse
Torcedores brasileiros assistindo ao jogo contra o Chile pelas oitavas de final da Copa em bar de Jacarta, na Indonésia, mesmo com ameaça de extremistas (Foto: Stefanus Ian/AFP Photo)



Em muitos países da Ásia, incluindo a Indonésia, os muçulmanos iniciaram neste domingo (29) o mês do Ramadã, em meio às ameaças de radicais de atacar os bares 'impuros' que transmitem os jogos da Copa do Mundo de 2014. No continente asiático, o mês de jejum para os muçulmanos também começou na Malásia, Afeganistão, Filipinas e Sri Lanka.
Na Indonésia, o maior país muçulmano, com 225 milhões de fiéis de uma população total de 250 milhões, grupos islamitas radicais ameaçaram atacar os bares que continuarem a vender álcool - cujo consumo é proibido pela lei islâmica - ou que permanecerem abertos até tarde durante o Ramadã.
O líder da Frente dos Defensores do Islã na capital indonésia, Jacarta, Salim Alatas, anunciou que seu grupo "vigiará toda atividade imoral durante o Ramadã". "Se os representantes da ordem pública não fizeram nada contra as atividades imorais, faremos o possível para eliminá-las com os nossos próprios métodos", disse ele.
Mas essas ameaças têm pouco impacto neste país muçulmano moderado, onde o futebol é muito popular. Os praticantes e torcedores, indonésios e estrangeiros, têm lotado os bares de Jacarta. Eram muitos os que estavam animados na frente das telas que transmitiam os jogos das oitavas de finais da Copa do Mundo no Brasil na madrugada deste domingo, apesar da hora tardia, constatou a AFP.
"O jejum não afeta realmente o meu entusiasmo pela Copa do Mundo", declarou Intania Permata, um estudante de 22 anos, que olhava fixamente para a partida cheia de suspense entre Brasil e Chile em um bar-restaurante de Jacarta.
Setiadi Putra, de 27 anos, considerou que, com a aproximação da final, a febre da Copa do Mundo vai atrair muitos torcedores para os bares durante o mês de Ramadã.
O dilema religião-futebol
O Ramadã é um dilema para os muçulmanos praticantes e amantes de futebol quando coincidem, como aconteceu em 1982, com a Copa do Mundo na Espanha.
Os torcedores precisam ver se são capazes de observar o jejum durante a Copa do Mundo no Brasil, que terminará em 13 de julho. A questão é mais premente nos países de maioria muçulmana que participam na competição, como a Argélia, que na segunda-feira vai disputar pela primeira vez em sua história as oitavas de finais contra a Alemanha.
Muitos indonésios também observaram o início do Ramadã em família e participaram de orações, como em Jacarta, onde milhares de fiéis foram sábado à noite à mesquita de Istiqlal, a maior do sudeste asiático.
No Afeganistão, a política interferiu nas celebrações do início do Ramadã. Durante o 'iftar' - a refeição tomada todas as noites durante o mês de jejum muçulmano - só o que se falava era dos resultados da contestada eleição presidencial, que devem ser anunciados nos próximos dias, depois de alegações de fraude.
Os muçulmanos do Sri Lanka, país predominantemente budista, poderão, por sua vez, seguir o Ramadã moderadamente após a recente onda de violência interreligiosa.
Nas Filipinas, onde os católicos são a maioria, os muçulmanos começaram a celebrar o primeiro Ramadã desde a assinatura de um acordo de paz entre o governo e o mais importante grupo de rebeldes islâmicos, após décadas de conflito armado e de dezenas de milhares de mortos.
Fora da Ásia, a maioria dos outros países muçulmanos, incluindo a Arábia Saudita, o Ramadã começa neste domingo. Alguns, como o Iêmen, iniciaram no sábado. O calendário muçulmano é lunar, e o Ramadã deve começar após a lua nova.
Fiéis oram em mesquita que fica em Nantes, oeste da França, na véspera do Ramadã, o mês sagrado muçulmano do jejum (Foto: Jean-Sebastien Evrard/AFP)Fiéis oram em mesquita que fica em Nantes, oeste da França, na véspera do Ramadã, o mês sagrado muçulmano do jejum (Foto: Jean-Sebastien Evrard/AFP)

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