sábado, 26 de janeiro de 2013

Resolvido. Agora ficaram mudos. by Deise


Uma operação destas, não acontece do dia para noite. Avisos não faltaram. Trouxe este assunto, após ter sido torpedeada no RS com propaganda relativa aos 90 anos do PCdoB. Começaram a abrir. Estão a cada dia mais ousados e explicitos. O socialismo/comunismo esta ai. Quem SOBREviver, verá. by Deise


26.Mar.08 

O Brasil tem guerrilha


ISTOÉ entra na base da Liga dos Camponeses Pobres, um grupo armado com 20 acampamentos em três Estados, que tem nove vezes mais combatentes que o PCdoB na Guerrilha do Araguaia e cujas ações resultaram na morte de 22 pessoas no ano passado

O barulho de dois tiros de revólver quebrou o silêncio da noite na pacata comunidade rural de Jacilândia, distante 38 quilômetros da cidade de Buritis, Estado de Rondônia. Passava pouco das 22 horas do dia 22 de fevereiro quando três homens encapuzados bloquearam a estrada de terra que liga o lugarejo ao município e friamente executaram à queima-roupa o agricultor Paulo Roberto Garcia. Aos 28 anos, ele tombou com os disparos de revólver calibre 38 na nuca. Dez horas depois do crime, o corpo de Garcia ainda permanecia no local, estirado nos braços de sua mãe, Maria Tereza de Jesus, à espera da polícia. Era o caçula de seus três filhos. Um mês depois do assassinato, o delegado da Polícia Civil de Rondônia que investiga o caso, Iramar Gonçalves, concluiu: "Ele foi assassinado pelos guerrilheiros da LCP."
A sigla a que o delegado se refere, com estranha naturalidade, quer dizer Liga dos Camponeses Pobres, uma organização radical de extrema esquerda que adotou a luta armada como estratégia para chegar ao poder no País através da "violência revolucionária". Paulo Roberto foi a mais recente vítima da LCP, que, sob a omissão das autoridades federais e o silêncio do resto do Brasil, se instalou há oito anos na região e, a cada hora, se mostra mais violenta. Apenas em 2007, as operações do grupo produziram 22 vítimas - 18 camponeses ou fazendeiros e quatro guerrilheiros. Amplamente conhecidos em Rondônia, os integrantes da LCP controlam hoje 500 mil hectares. Estão repartidos em 13 bases que se estendem de Jaru, no centro do Estado, às cercanias da capital Porto Velho, se alongando até a fronteira com a Bolívia, região onde eles acabaram de abrir uma estrada. O propósito dos guerrilheiros seria usá-la como rota de fuga, mas, enquanto não são incomodados nem pela Polícia Federal nem pelo Exército, a trilha clandestina está sendo chamada de transcocaineira - por ela, segundo a polícia local, passam drogas, contrabando e as armas da guerrilha.
ÁREA PROIBIDA
A nenhuma dessas colônias o poder público tem acesso. Sob o manto da "revolução agrária", a LCP empunha as bandeiras do combate à burguesia, ao imperialismo e ao latifúndio, enquanto seus militantes assaltam, torturam, matam e aterrorizam cidades e zonas rurais nessas profundezas do Brasil. Encapuzados, armados com metralhadoras, pistolas, granadas e fuzis AR-15, FAL e AK-47 de uso exclusivo das Forças Armadas, eles já somam quase nove vezes mais combatentes que os 60 militantes do PCdoB que se embrenharam na Floresta Amazônica no início dos anos 70 na lendária Guerrilha do Araguaia. "A Colômbia é aqui", diz o delegado Gonçalves, numa referência às Farc.
   
NO CORAÇÃO DA GUERRILHA Armado de AR-15, policial entra em território dominado pela LCP e uma barreira que proíbe o acesso ao centro de treinamento militar. "Não dá para observá-los, mas estamos sob sua mira", diz à reportagem de ISTOÉ um sargento da PM de Rondônia
A reportagem de ISTOÉ entrou nessa área proibida. No distrito de Jacinópolis, a 450 quilômetros de Porto Velho, bate o coração da guerrilha. Segundo o serviço secreto da Polícia Militar de Rondônia, é ali que está o campo de treinamento. "Nem com 50 homens armados eu tenho coragem de entrar na invasão deles", admite o delegado. Caminhar pelas hostis estradas enlameadas é como pisar em solo minado. A todo momento e com qualquer pessoa que se converse, o medo de uma emboscada é constante. Os militantes adotam as táticas de bloqueio de estradas e seqüestro das pessoas que trafegam pela área sem um salvo-conduto verbal liberado pela LCP. "É a forma de combater as forças inimigas", escreveram eles num dos panfletos que distribuíram na região. "Esses bandoleiros foram muito bem treinados pelos guerrilheiros das Farc", revela o major Enedy Dias de Araújo, ex-comandante da Polícia Militar de Jaru, cidade onde fica a sede da Liga.
Para se chegar à chamada "revolução agrária", dizem os documentos da LCP aos quais ISTOÉ teve acesso, a principal ação do grupo é pôr em prática a chamada "violência revolucionária". E, para os habitantes locais, essa tem sido uma violência fria e vingativa. No caso da sua mais recente vítima, o que a LCP fez foi uma execução sumária, após um julgamento interno suscitado pela desconfiança sobre o real propósito da presença de Paulo Roberto Garcia na região. "Eles acreditam que o rapaz era um agente infiltrado como agricultor e não tiveram dúvida em matálo", disse o delegado. Dos 22 mortos de 2007, quatro eram fazendeiros e 14 eram funcionários das fazendas, que a liga camponesa classifica como paramilitares. Na parte dos guerrilheiros, quatro foram enterrados - assassinados em circunstâncias distintas por jagunços das fazendas da região.
Além de matar, a LCP é acusada pela polícia de incendiar casas, queimar máquinas e equipamentos e devastar a Floresta Amazônica. Os moradores da comunidade onde vivia Garcia não sabem o que é luta de classe, partido revolucionário e muito menos socialismo. Mas eles sabem muito bem que, desde a chegada da LCP naquelas bandas, a morte matada está vencendo a morte morrida.
ALERTA NA SELVA
Só quem consegue transitar livremente no território da guerrilha são os caminhões dos madeireiros clandestinos, que pagam um pedágio de R$ 2 mil por dia à LCP para rodar nas estradas de terras controladas pela milícia. Em troca do pedágio, os guerrilheiros dão segurança armada aos madeireiros para que eles possam roubar árvores em propriedades privadas, áreas de conservação e terras indígenas. São terras que a LCP diz ter "tomado" - e o verbo tomar, no lugar de "invadir" ou "ocupar", como prefere o MST, não é mera semântica, mas uma revelação do caráter belicoso do grupo. "A falha é do Exército brasileiro, que deixa esses terroristas ocuparem nossa área de fronteira", acusa o major Josenildo Jacinto do Nascimento. Comandante do Batalhão de Polícia Militar Ambiental, Nascimento sente na pele o poder e a arrogância desse bando armado.
No ano passado, eles derrubaram uma base militar da Polícia Ambiental dentro de uma unidade de conservação e seqüestraram seus soldados. "A tática utilizada pela LCP para as emboscadas é certeira", admite um dos militares, mantido preso por sete horas. "Como são estradas de terras, no meio da floresta, eles derrubam árvores, que fecham o caminho. Quando as pessoas descem do carro para retirar a tora, são rendidas", diz E. S., militar da Polícia Ambiental, que recorre ao anonimato para se proteger. "Essa guerra é um câncer que está se espalhando pelo Estado", alerta Nascimento.
Assim como consta nos panfletos da Liga, os guerrilheiros postam homens em bases nos morros com binóculos e rojão para anunciar a "invasão" de sua área por "forças inimigas". Depois de sermos monitorados de perto por grupos de motoqueiros, durante os 38 quilômetros que levamos uma hora e meia para percorrer no território dominado pela LCP, ouvimos uma saraivada de rojões anunciando nossa presença. Estávamos próximos a uma base. O alerta serve também para que os homens armados se infiltrem na mata ocupando as barricadas montadas com grandes árvores nas cercanias dos acampamentos.
      
MORTE NO CAMPO
O agricultor Garcia (à dir.) foi morto com dois tiros na nuca. "Os guerrilheiros achavam que ele era um agente infiltrado na área da guerrilha", disse o delegado Iramar Gonçalves. Os líderes da LCP acusados de assassinato são Russo (à esq.) e Caco, foragido
"O fato é que não dá para observá-los, mas estamos sob sua mira", adverte o militar da Polícia Ambiental que nos acompanha. Na verdade, a PM Ambiental é a única força do Estado cuja presença ainda é tolerada pela guerrilha. A explicação é simples: com apenas oito agentes para cuidar de quase 900 mil hectares naquela região, eles não representam ameaça ao grupo. Antes, serão presas fáceis se assim os militantes o desejarem.
A BASE
Logo que o barulho dos rojões reverbera na imensidão da selva, as mulheres e crianças vestem seus capuzes e assumem a linha de frente. Quando se chega ao topo de um morro, depois de passar por uma barricada construída com o tronco de uma imensa árvore com a inscrição da Liga, avista-se uma bandeira vermelha tremular na franja de um acampamento de casas com cobertura de palha. Pouco tempo depois, outra barricada e chega-se a uma parada obrigatória. Do outro lado da porteira, transcorreu o seguinte diálogo com uma trupe maltrapilha, encapuzada e arredia.
- O que vocês vieram fazer aqui? - disse um nervoso interlocutor mascarado.
- Somos jornalistas e queremos saber o que vocês têm a dizer sobre a reforma agrária e a Liga dos Camponeses Pobres.
- Podem ir embora, não temos nada a dizer. Vocês só atrapalham.
- Quantas famílias estão nesta invasão?
- 300.
- Podemos falar com o líder de vocês?
- Aqui não existe líder, todos somos iguais.
- Por que vocês ficam mascarados?
- A máscara é nossa identidade.
- Vocês acreditam que podem fazer uma revolução?
- Não temos que dar satisfações à imprensa burguesa.
- De quem vocês recebem apoio?
- Não interessa.
- Podemos entrar no acampamento?
De forma alguma. Vão embora daqui!
Com colete à prova de balas sob a camisa, saímos da porteira do acampamento por uma questão de segurança e voltamos a percorrer de carro, numa estrada precária, mais uma hora e meia até o primeiro ponto de pedágio da LCP. "No ano passado, fomos presos por eles, éramos oito militares e eles tinham mais de 50 homens armados com metralhadoras", conta o sargento da tropa. "Não tem jeito, para resolver o problema com esse bando só com uma ação conjunta do Exército, da Polícia Federal e das forças do Estado."
    
TERROR O fazendeiro Sebastião Conte (à esq.) teve a sede, os tratores e seu plano de manejo incendiados. Os guerrilheiros não pouparam nem mesmo o posto da Polícia Ambiental, que foi destruído. Nos acampamentos, eles colocam crianças na linha de frente e usam capuzes
Ao voltar da área dominada pela LCP, fica claro, nas reservadas conversas com alguns poucos moradores dispostos a contar algo, que o terror disseminado pela guerrilha se mede pelo silêncio dos camponeses. Os revoltosos controlam a vida das pessoas, além de investigar quem é quem na região. Quem não "colabora" com eles - fornecendo dinheiro, gado ou parte da produção - vira alvo de ataques covardes. Histórias de funcionários das fazendas da região que foram colocados nus sobre formigueiros ou que apanharam até abandonar o local estão muito presentes na memória dos moradores. As torturas praticadas pelos bandoleiros contra trabalhadores rurais dificultam até contratação de mão-de-obra na região. "Ninguém quer trabalhar mais na minha fazenda", admite Sebastião Conte, proprietário de 30 mil hectares de terra. Ele teve parte de sua terra "tomada" há dois anos pela LCP, a sede da fazenda foi queimada, assim como seus tratores, alojamentos e área do manejo florestal. O fazendeiro, acusado pela Liga de ser um latifundiário, é prova de que o terror da guerrilha é igual para todos. Segundo ele, nos últimos dois anos, teve que enterrar três de seus funcionários. "Todos eles assassinados barbaramente", diz Conte. "Estou pedindo socorro. Não sei mais a quem recorrer."
Longe de lá, na cidade de Cujubim, os trabalhadores rurais empregados das fazendas não dispensam o porte de armas. "Aqui ou você anda armado ou está morto", diz M.L. O capataz da fazenda e seu filho já perderam a conta de quantas vezes trocaram chumbo com os mascarados que tentam invadir a fazenda. Tratados como paramilitares, os funcionários das fazendas são, depois dos fazendeiros, os alvos prediletos dos ataques da Liga. Nelson Elbrio, gerente da Fazenda Mutum, teve o azar de cair nas mãos da "organização". Ele foi rendido exatamente como os militares da Polícia Ambiental e ficou preso sob a mira de uma arma por seis horas. "Assim que eu fiz a curva na estrada dei de cara com uns 15 homens encapuzados e fortemente armados. Eles me tiraram do carro e a partir daí vivi um inferno", conta Elbrio. "Eles queriam que eu revelasse os segredos da fazenda: quantas pessoas trabalhavam lá, depósito de combustível, se tinha seguranças armados." O sofrimento do funcionário se estendeu até o final da tarde, quando o grupo o arrastou até a sede da fazenda, dando tiros de escopeta próximo a seu ouvido. Em seguida, o obrigaram a assisti-los incendiando a propriedade e os tratores. "Nunca mais dormi bem", diz Elbrio.
Com a morte à espreita, o medo transformou distritos inteiros em zonas despovoadas - verdadeiras vilas fantasmas - e criou uma massa de gente refugiada de sua própria terra, expulsa pela guerrilha. Em Jacilândia, das 25 casas de madeira da única rua do distrito, só oito estão habitadas. Até a igreja fechou suas portas. "O povo foi embora com medo dos guerrilheiros", conta um dos moradores, um ancião que só admite a entrevista sob o anonimato. "Aqui não podemos falar nada. Para ficar de pé tem que se aprender a viver", diz o velho agricultor. O silêncio e o abandono das terras são a mais dura tradução desse novo modo de viver. Maria, a mãe do agricultor assassinado, não esperou a missa de sétimo dia do caçula. Deixou para trás os 100 hectares, onde tinha 100 cabeças de gado e a casa recém-construída. Partiu para um lugar ignorado, sob a proteção de outro filho.
O SILÊNCIO
Naquele pedaço de terra, os poucos que, apesar de tudo, permanecem na área não têm rostos ou nomes. Quando interrogados pela polícia na apuração dos crimes, eles se tornam também cegos e surdos. "Não existe testemunha de nada", reclama o delegado Gonçalves. A razão das infrutíferas apurações policiais é que os insurgentes presos são facilmente liberados pela Justiça. "Como eles usam a tática guerrilheira do uso de máscaras em suas ações, nós ficamos de mãos atadas para puni-los. Nunca se sabe quem de fato matou", queixa-se o delegado. As únicas lideranças da LCP a enfrentar a prisão por causa de assassinatos foram Wenderson Francisco dos Santos (Russo) e Edilberto Resende da Silva (Caco), que se encontra foragido. Os dois foram acusados de participar do assassinato do trabalhador rural Antônio Martins, em 2003. Russo foi absolvido em primeira instância e os promotores recorreram da decisão ao Tribunal de Justiça.
MEDO OU CAUTELA?
"Nem com 50 homens armados eu tenho coragem de entrar nas terras deles", diz o delegado Gonçalves
A ABIN SABE
Essa tensão é o pano de fundo de uma guerra psicológica que os ideólogos da organização avaliam como a ideal para que a área seja abandonada pelos fazendeiros. "A melhor forma de desocupar a área é destruindo o latifúndio", nos disse um dos mascarados, chamado de Luiz por um colega. Na lógica da LCP, os fazendeiros têm que tomar prejuízo sempre, senão eles não abandonam a terra. À frente de 300 famílias da invasão da Fazenda Catanio, uma propriedade de 25 mil hectares, o guerrilheiro Luiz defende o confisco do gado para matar a fome dos invasores e considera que a "tomada" de terra é a forma legal de fazer uma "revolução agrária". "Se esperarmos a Justiça, ficaremos anos plantados aqui", diz ele.
A audácia dos militantes da LCP é tanta que no ano passado mais de 200 deles marcharam encapuzados pelas ruas do município de Buritis, a 450 quilômetros de Porto Velho, até parar na porta da delegacia, onde exigiram a saída do delegado Gonçalves da comarca. Motivo: ele tinha prendido um dos líderes da facção guerrilheira. Não satisfeitos, os bandoleiros bateram às portas do Ministério Público e da Justiça exigindo que os titulares dos órgãos também se afastassem. O fato foi reportado ao Ministério da Justiça, ao presidente Lula e ao governo estadual. Até agora, não houve nenhuma resposta. "Ninguém leva a sério nossas denúncias. Eles pensam que estamos brincando, que a denúncia de guerrilha é um delírio", indigna-se o delegado Gonçalves. "Isso vai acabar numa tragédia de proporções alarmantes, e aí sim vão aparecer os defensores dos direitos humanos", critica ele. É exatamente nessa desconsideração das denúncias de promotores, juízes e militares que a Liga ganha força e cresce impunemente.
Tão trágica quanto o terror que esse grupo armado impõe às comunidades rurais é o fato de os governos estadual e federal saberem da existência desse bando armado - e não fazerem nada. Segundo o Dossiê LCP, um relatório confidencial da polícia de Rondônia, com 120 páginas, encaminhado em dezembro passado à Agência Brasileira de Inteligência (Abin), ao Exército e ao Ministério da Reforma Agrária, o grupo armado, além de cometer todo tipo de barbaridade, é financiado por madeireiros ilegais. Conforme o documento, a LCP controla uma área estimada em 500 mil hectares, onde doutrina mais de quatro mil famílias de camponeses pobres espalhadas por mais de 20 assentamentos da reforma agrária distribuídos pelos Estados de Minas Gerais, Pará e Rondônia. "Eles estão na contramão do que é contemporâneo. Mas, de fato, formaram um 'Estado' paralelo", entende Oswaldo Firmo, juiz de direito da Vara especializada em Conflito Agrário do Estado de Minas Gerais.
FORÇA-TAREFA
Documentos em poder de ISTOÉ comprovam que as autoridades federais têm feito ouvidos de mercador para o problema. No dia 11 de janeiro de 2008, o ouvidor agrário do governo federal, desembargador Gercino José da Silva Filho, acusou o recebimento das denúncias encaminhadas a ele sobre as ilegalidades cometidas por integrantes da Liga dos Camponeses Pobres. Mais uma vez, nada foi feito. "Eles dizem que sabem de tudo, mas cadê a ação?", questiona o major Nascimento, comandante da Polícia Militar Ambiental de Rondônia. "Essa situação aqui só será resolvida em conjunto com outras forças militares", admite o major. Foi o que aconteceu no Estado do Pará, em novembro passado, na chamada Operação Paz no Campo, quando uma ação envolvendo o Exército, as polícias civil e militar e a Polícia Federal desocuparam um acampamento da LCP na Fazenda Fourkilha, no sul do Estado. Com dois helicópteros, 200 homens e 40 viaturas, a força-tarefa cercou o local, prendeu cerca de 150 militantes e recolheu um verdadeiro arsenal de guerra. "Precisamos da mão forte do Estado. Aqui somos tratados como cidadãos marginais", emenda o fazendeiro Sebastião Conte.
RICA
by IstoÉIndependente

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Num passado nem tão pretérito assim.... by Deise


GUERRILHA EM RONDÔNIA?


LCP fecha ponte do rio Jaru para reivindicar anulação de reintegração de posse do assentamento Canaã

Um grupo de integrantes do movimento Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia (LCP-RO) interditaram na madrugada desta segunda-feira (19)
Um grupo de integrantes do movimento Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia (LCP-RO) interditaram na madrugada desta segunda-feira (19) a ponte sobre o rio Jaru para reivindicar a anulação do mandado de Reintegração de Posse do assentamento Canaã, no município de Ariquemes. Membros da União Nacional dos Caminhoneiros do Brasil (Unicam) também aderiram ao manifesto para protestar contra as péssimas condições da rodovia federal BR-364.

A interdição teve início por volta das 4h30 horas desta segunda e os manifestantes fizeram uma espécie de barreira de pneus nas duas cabeceiras da ponte e atearam fogo. Legumes, frutas e cereais também foram utilizados na barreira como forma de mostrar que a área onde vivem cerca de 600 pessoas de 126 famílias, e que está para ser reintegrada, é produtiva.

No início nem pedestres passavam pelo local, mas depois de conversa com o Comando da Polícia Militar, o trânsito foi interditado apenas para veículos. A Polícia Rodoviária Federal também está no local.

O motivo do manifesto seria por causa de um mandado de Reintegração de Posse expedido pelo juiz José Augusto Alves Martins da Comarca de Ariquemes que determina novo despejo para os camponeses da Área Canaã, que deveria ser cumprido nesta segunda-feira. Os manifestantes alegam que moram no local desde 2001 e que quando lá chegaram só havia plantações de cacau abandonadas e carreadores de madeireiros.

Os manifestantes alegam ainda que o Incra já teria realizado vistoria na propriedade rural e comprovado que era área improdutiva e inadimplente. Desde então os membros da LCP sofreram vários despejos, mas sempre retornando ao local, onde há residências, roças e criações variadas. Segundo eles a produção de alimentos na área é grande, sendo o maior produtor de banana de Rondônia.

Os manifestantes declararam que o manifesto vem sendo realizado de forma pacífica e que só desocupam a ponte após serem ouvidos por autoridades competentes e que estão decididos, não sairão de suas terras e estão dispostos a defendê-las até as últimas consequências e que qualquer conflito que ocorrer no local será de inteira responsabilidade do juiz de Ariquemes.


Postado por CSIE - ESG

Abril de 2012


PROFESSOR DA LCP É 

ASSASSINADO EM BURITIS

POLÍCIA APREENDE MATERIAL COM TÁTICAS DE GUERRILHA

As Polícias Civil e Militar de Buritis foram acionadas na manhã de ontem (10) a comparecerem na linha 03, distrito de Jacinópolis, pois lá havia um cadáver próximo a uma ponte, ao chegarem no local os policiais identificaram a vítima por nome Renato Nathan Gonçalves Pereira, 28 anos, morto com três tiros na cabeça, e na cintura havia uma trena e um GPS de última geração, no bolso de suas vestes foi encontrado um rascunho escrito em código a pauta de uma reunião do movimento camponês LCP, nele tinha a apresentação de objetivos sendo um deles o adestramento “AD das massas”, ou seja seria um treinamento aos camponeses durante uma invasão e até mesmo como se comportar na cadeia em caso de prisão, também foi citado orientações sobre a resistência à desocupação na fazenda Canaã, em Jaru.
No próprio local foi iniciado as investigações sobre o crime, os policiais chegaram até a residência da vítima que fica na BR 421, distante 6 Km de Jacinópolis, e lá descobriram um farto material didático com instruções de táticas de guerrilha, uma farda da força aérea americana e outra do exército Boliviano, impressos e jornais da Liga dos Camponeses Pobres – LCP que incitam a invasão de terras.
Com base em todo o material apreendido a polícia conclui que Renato era um dos articuladores da LCP, tanto que tinha o apelido de “professor”, a referência segundo a polícia é que ele tinha a missão de doutrinar e organizar um suposto grupo comunista de guerrilha revolucionária inspirado nas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – FARC. Clique aqui e entenda a origem da FARC.
Através do belo trabalho integrado entre a Polícia Civil e Militar foi descoberto que vizinho ao sítio de Renato morava Sebastião Cícero Sousa e Silva, vulgo Tiãozinho que foi morto na chacina da última semana na linha C-34 em Buritis.
Somente neste ano foram registrados 22 homicídios na região de Buritis e segundo a polícia mais de 80% dos casos estão ligados à LCP, as investigações sobre este caso prossegue e prisões podem ocorrer a qualquer momento, informou o Delegado de Policia Civil de Buritis Dr. Lucas, “Onde existe a presença da LCP os índices de criminalidades são alarmantes” disse o Comandante do 7°Batalhão BPM Tenente Coronel Ênedy que também esteve em Buritis durante a apreensão do material, para o Coronel existe grande armamento na região e que a entrada dessas armas se dá pela fronteira com a Bolívia, “Isto é uma questão de perigo à segurança nacional, pois envolve fronteiras” Disse Ênedy.
Fonte: RONDONIA VIP

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by anovademocracia.com.br

Está tudo podre por trás da maquiagem petista


A estabilidade do oportunismo petista na cabeça do velho Estado semifeudal e semicolonial brasileiro está cada dia mais próxima do ocaso. E não por causa do show de denúncias de corrupção que a extrema direita e seus veículos de imprensa promovem aos borbotões, possibilitando que PT e congêneres se aproveitem para levantar a bandeira do "perigo de golpe", que ainda é capaz de mobilizar incautos.
O fato é que as incontáveis manobras marqueteiras acerca das "realizações" de Luiz Inácio e Rousseff já não dão conta de encobrir a real situação do país e do povo brasileiro, acossado pela crise geral de superprodução relativa do capital cada vez mais profunda, embora ainda não tenha se manifestado de maneira tão dramática quanto na Europa.
De acordo com a Pesquisa Industrial Mensal, do IBGE, a produção industrial recuou 0,6 % em novembro, em relação a outubro; e 1 %, se comparada a novembro de 2011. De janeiro a novembro de 2012, a produção foi reduzida em 2,6 %, voltando aos patamares de 2009, quando houve recessão.
Considerando que a previsão de crescimento do PIB para 2012 era de pífio 1% (especialistas duvidam que tenha chegado a tanto), é fácil perceber a aposta do gerenciamento oportunista nos setores extrativista e agrícola para sustentar a propaganda de crescimento, ainda que seja falsa.
Mas a situação é muito pior que essa.
Como para o oportunismo "imagem é tudo", visando dar um freio no Índice de Preços ao Consumidor-Ampliado, usado para o cálculo da inflação, Dilma mexeu os pauzinhos para que as prefeituras de Rio de Janeiro e São Paulo não autorizassem reajustes nos transportes públicos em janeiro. No Rio a passagem passaria de R$ 2,75 para 3,05, e desde novembro estudantes e trabalhadores já protestavam nas ruas. E como em toda propaganda enganosa, a letra miúda já decretou a efetivação desses aumentos para o final do primeiro semestre.
Mas mesmo sem isso a vida das massas trabalhadoras já beira o insuportável. O Dieese, em recente pesquisa, apontou que o preço da cesta básica aumentou acima da inflação em 10 capitais, sendo que em todo o país o preço subiu. Em Recife, o reajuste foi de 15,26 %.
Para sustentar a contra-propaganda do governo de que a economia vai bem e de que parte da população saiu da pobreza, os brasileiros são cada vez mais estimulados a comprar, se endividando até os cabelos e, conseqüência natural, não conseguindo pagar suas contas. Dados da empresa Serasa-Experiam, de início de janeiro de 2013, apontam que a inadimplência cresceu 15% em 2012, comparado com 2011, entre as pessoas físicas.
Na surdina, o PT e seus aliados promoveram em 2012 e certamente aprofundarão em 2013, uma contra-reforma trabalhista que retirou direitos e desregulamenta milhões de empregos, meteu a mão, mais uma vez, na previdência dos trabalhadores e diminuiu o rendimento da poupança (única alternativa para poucos que conseguem poupar), entre outros ataques.
Para "ajudar", a Confederação Nacional da Indústria entregou ao Palácio do Planalto um rol de "101 medidas para modernização trabalhista". Como era de se esperar, o documento já está redigido na forma de projetos de emenda constitucional, projetos de lei, revisões de súmulas do TST, etc., bastando ao gerenciamento petista dar início aos trâmites. Tudo visando reduzir salários, direitos e garantias, precarizar e piorar condições de trabalho, tudo tratado como "modernização", em substituição às "irracionalidades" vigentes.
A par disso, o povo brasileiro precisa viver com o aumento da violência estatal (militar e para-militar), a criminalização das suas estratégias de sobrevivência (como o comércio ambulante), o encarceramento em massa da população mais pobre, a especulação imobiliária desenfreada até mesmo nas favelas, etc.
Tudo isso conduzido por um governo que se diz dos trabalhadores e que se propõe reescrever a história com a sua versão dos fatos, secundado por centrais sindicais e "movimentos sociais" chapa branca, patrocinado por empreiteiras, bancos e demais monopólios, que viram as portas do país abertas de par em par para que extraíssem até a última gota de sangue de nosso povo.
Resulta claro que não existe democracia para o povo. Somente com duro combate dos setores mais classistas e combativos, derrotando o oportunismo e apontando o caminho democrático-revolucionário, o proletariado e as massas trabalhadoras do campo e da cidade serão capazes de libertar sua força revolucionária e destruir esse atual estado de coisas.
by anovademocracia.com.br

Meus achados.


5º Congresso da LCP de Rondônia: "Guerrilheiros" da LCP tomam as ruas de Porto Velho



Mário Lúcio de Paula | Paulo Prudêncio   

A Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia (LCP-RO) realizou nos dias 22 e 23 de agosto o seu 5º Congresso. Mil vezes atacada pelo latifúndio, odiada e temida pelas classes reacionárias, difamada pela imprensa monopolista que a acusa de "organização guerrilheira" e "subversiva", a LCP reuniu mais de 400 camponeses e apoiadores da Revolução Agrária que tomaram as ruas da capital Porto Velho em uma demonstração de vigor, massividade e disposição de luta. AND publica com exclusividade o relato deste Congresso, rompendo o silêncio sepulcral da imprensa venal de Rondônia e nacional, que preocupada em mentir e atacar a luta camponesa, se cala diante da força e organização das massas dirigidas pela LCP.

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Camponeses marcham pela principal avenida de Porto Velho
Todos que chegavam à cidade de Porto Velho no dia 22 de agosto eram recebidos por um grande painel vermelho com letras douradas: Viva a Revolução Agrária!

O 5º Congresso da Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia (LCP-RO) foi organizado com meses de antecedência através de reuniões, assembléias de áreas e encontro de delegados. Um intenso trabalho de propaganda marcou sua preparação. De acordo com a coordenação da Liga, mais de 20 mil panfletos foram distribuídos na capital Porto Velho, nas cidades de Buritis, Campo Novo, Jaru, Theobroma, Machadinho D'Oeste, Ariquemes, Cujubim, Cerejeira, Corumbiara, e demais áreas onde atua a LCP. Centenas de cartazes afixados nas ruas, escolas, universidades e locais públicos. Grandes painéis, como outdoors artesanais, foram afixados sobre cavaletes em pontos estratégicos da cidade.

Andando pelas ruas da capital Porto Velho em direção à UNIR (Universidade Federal de Rondônia) onde foi realizado o Congresso, mais de uma dezena de muros anunciavam com grandes inscrições em tinta preta: "Viva o 5º Congresso da LCP!", "A Amazônia é do povo brasileiro!", "O povo quer terra, não repressão!".

A ousadia e intrepidez da Liga dos Camponeses Pobres, que causou impacto e admiração entre o povo e apoiadores, provocou o mais intestino ódio e temor dos inimigos da luta camponesa. Às vésperas do Congresso, um bando de pistoleiros e provocadores, a mando do latifúndio, ateou fogo e fez disparos contra um dos painéis da LCP bem em frente à Universidade.

APOIO FUNDAMENTAL

O 5º Congresso da LCP foi realizado no ginásio poliesportivo da UNIR. A Universidade Federal de Rondônia é, desde 2005, palco de intensas lutas do movimento estudantil contra a "reforma" universitária. Seus últimos anos foram marcados por ocupações de reitoria, enfrentamentos e resistência contra as políticas do velho Estado que atacam a Universidade pública.

— A conquista deste espaço para a realização do 5º Congresso é resultado, não somente do amplo trabalho realizado pela LCP, do apoio dos estudantes e inclusive de professores e vários intelectuais honestos de Rondônia. O apoio e dedicação dos companheiros dos Centros Acadêmicos, do Diretório Central dos Estudantes da UNIR e do Movimento Estudantil Popular Revolucionário, que sempre divulgaram e participaram ativamente da luta dos camponeses, também foi fundamental. Eles acordam cedo, lutam, participam das panfletagens, pedem apoio aos professores e à direção da Universidade, visitam nossas áreas, trabalham e convivem com os camponeses. Esta juventude democrática e revolucionária é fundamental para a Revolução Agrária em nosso país—declarou um dos organizadores do Congresso.

AMPLIAM-SE AS FORÇAS

O 5º Congresso da LCP foi marcado pela expansão das forças que promovem e apóiam a Revolução Agrária em nosso país. A Liga dos Camponeses Pobres, que vem sendo torpedeada constantemente pelos ataques do latifúndio e seus bandos de pistoleiros, bem como pelos monopólios de comunicação financiados e orientados pelas classes reacionárias, não se rendeu ou recuou diante das pres-sões e perseguições. Uma ampla campanha contra a criminalização do movimento camponês combativo, encabeçada pela LCP, com apoio de organizações classistas, personalidades democráticas e vários setores da sociedade, tem mobilizado um número cada vez maior de pessoas que apóiam a luta pela terra.
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Bandeiras da Liga dos Camponeses Pobres encheram as ruas
A prova material da conformação desta frente em defesa da Revolução Agrária foi na plenária de abertura do Congresso, que contou com a presença marcante de várias destas organizações classistas, democráticas e de professores e outros intelectuais da região, que manifestaram sua solidariedade e apoio à luta camponesa.

FALAM OS APOIADORES

— Estamos honrados em poder receber este 5º Congresso em nossa Universidade, desejamos bons trabalhos a todos — representante da reitoria da UNIR.

— Este Congresso certamente será fundamental para impulsionar a luta pela terra. Saudações à LCP e a todos os estudantes presentes, que são também exemplos de luta— professora Jocélia, pró-reitora da UNIR.

— A Revolução Agrária faz parte de toda a revolução social necessária em nosso país. Somente através dela poderemos acabar com a grande diferença entre a cidade e o campo, destruir o capitalismo e construir o socialismo—professora Marilsa, Comitê de Defesa da Revolução Agrária.

— A vanguarda e grande protagonista da resistência camponesa em nosso país está aqui representada pela LCP. Também estão aqui presentes movimentos que conformam a frente de luta dos operários e camponeses de todo o país. As consignas de "fim do latifúndio" e do "socialismo", que hoje são tão vulgarizadas e atacadas, necessitam, de fato, desta firmeza e clareza em nossas palavras e ações para ganhar a consciência das massas —Eronildes, Consulta Popular.

— Saudações revolucionarias à LCP-RO e ao seu 5º Congresso! O movimento estudantil vem travando grandes lutas contra a "reforma" universitária, mas é necessário ir além. É necessário um Movimento Estudantil Popular e Revolucionário que sirva de fato à transformação radical da sociedade, e para isso os estudantes devem se colocar ao lado dos companheiros camponeses na construção do Poder Popular. O MEPR se coloca incondicionalmente em defesa dos camponeses pobres do país, e de todos os trabalhadores — Rodrigo, representante do MEPR.

— Estamos aqui para desenvolver o ensino ligado à luta pela terra, para servi-la. É necessário construir a Escola Popular no campo, que garanta que as crianças estudem, busquem o conhecimento. Para que os adultos possam aprender a ler e escrever, para desta forma participarem ainda melhor e mais ativamente na luta. Onde a LCP organizar a sua luta, lá estará a Escola Popular — Maria, alfabetizadora da Escola Popular.

— Os povos indígenas também organizam a sua resistência. Tivemos nossa cultura atacada, nossa língua, nossos costumes, mas continuamos firmes. A terra é para viver, e não para destruir. Mas quem destrói a terra são os grandes fazendeiros, o latifúndio. Os povos indígenas do Brasil devem defender suas terras, seus direitos. Esses governantes não sabem nada sobre direitos humanos. Eles dizem que defendem os direitos dos índios, dos camponeses, dos pobres, mas só defendem os dos ricos — Antenor Caritiana (Arrim), representante do Movimento Indígena.

— O Partido da Causa Operária [PCO], desde 1995, está ao lado dos camponeses de Rondônia. Estivemos durante um mês no estado de Rondônia apoiando e registrando a luta dos camponeses e denunciando a repressão do latifúndio. A luta dos camponeses é uma realidade concreta e não somente uma aspiração ideológica. Para levarmos adiante esta luta, precisamos construir uma sólida Aliança Operário-Camponesa-Estudantil-representante do PCO.

— O Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Belo Horizonte e Região traz uma combativa saudação aos companheiros da LCP. O nosso Sindicato, junto com a Liga Operaria, há anos decidiu romper com o eleitoralismo e construir a Aliança Operário-Camponesa para promover uma verdadeira transformação em nosso país. É necessário apoiar e desenvolver a luta pela terra como parte fundamental da construção de uma nova sociedade — Dêja, representante do STTR-BH.
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Homenagem aos companheiros tombados na luta contra o latifúndio
— O Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil de Belo Horizonte e Região também está ao lado da LCP. É necessário intensificar mais a aliança dos trabalhadores da cidade e do campo para impulsionarmos nossa luta. Há alguns dias, o nosso Sindicato enviou vários companheiros para as áreas onde a LCP atua no Norte de Minas Gerais para construirmos casas e realizarmos obras nas áreas tomadas dos latifundiários pelos camponeses. Esta é uma das formas como buscamos fortalecer e ampliar a Aliança Operário-Camponesa. Não devemos nos iludir com promessas do velho Estado e de políticos eleitoreiros, devemos nos apoiar em nossas forças e aumentar a luta—Valdez, representante do STIC Marreta.

— Saudamos todas as forças presentes nesse já vitorioso Congresso. É uma honra para o Diretório Central dos Estudantes da UNIR receber em nossa Universidade a organização mais combativa de luta pela terra do nosso país — Vinícius, representante do DCE da UNIR.

— Calorosas saudações a todos os camponeses e movimentos presentes. Esse 5º Congresso culminou em grandes debates e discussões por todo país. Ele traz para nós a confirmação de que os camponeses de Rondônia não têm nenhuma ilusão com a "reforma agrária" do governo federal e vêm seguindo corretamente o caminho de tomadas de terra e do impulsionamento da Revolução Agrária. Esse governo corrupto, que ataca a Liga, através do monopólio de imprensa, que taxa de bandidos os camponeses que lutam, pretende desfigurar a luta pela terra. Venho em nome do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e da Liga Internacional de Luta dos Povos prestar apoio à luta dos camponeses pobres de Rondônia. Essa luta é de todo o povo brasileiro, portanto, a nossa principal luta — Raquel Scarlatelii, representante do Cebraspo (Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos) e ILPS (International League of Peoples’ Struggle).

— Gostaria de saudar todos os camponeses presentes, que livraram-se da ilusão com a farsa da "reforma agrária" do velho Estado. Em nome do Núcleo dos Advogados do Povo, trago o apoio dos advogados democráticos à justa luta pela terra. O NAP atua no meio jurídico buscando utilizar as próprias leis da burguesia e do latifúndio contra eles mesmos, em benefício do povo pobre e trabalhador. Hoje, a lei é usada contra o povo. É a lei do crime e da cadeia, e que relaxa a prisão para os grandes burgueses, como fez com o latifundiário e banqueiro Daniel Dantas. Isso deixa bem claro o caráter de classe do Judiciário e do Estado. Gostaria também de saudar um companheiro Advogado do Povo e dos camponeses de Rondônia, o Dr. Ermógenes, pela sua dedicação e abnegação, pela sua persistência e que mesmo diante das perseguições e ameaças do latifúndio, continua firme na defesa da causa dos camponeses pobres de Rondônia e do Brasil— Felipe Nicolau, representante do NAP.

— Desde 1995 a luta pela fazenda Santa Elina continua. Ela só vai cessar quando tivermos conquistado todas as terras do latifúndio. No ano passado o Comitê de Defesa das Vítimas de Santa Elina esteve presente em Brasília, obteve promessas do governo Lula que não foram cumpridas. Assim como o próprio Lula veio até aqui logo após a luta de Corumbiara, prometeu terras, prometeu justiça, e também não cumpriu. Decidimos retomar aquelas terras que são nossas, e retomamos! Com nossas mãos e nossa organização! Nosso acampamento sofre perseguições e mais de 150 disparos de armas de grosso calibre por dia, somos perseguidos pelos pistoleiros e pela polícia. O INCRA não cumpre com a palavra, não corta a terra, quem corta terra é a LCP, que entrega a terra para os camponeses e constrói a Revolução Agrária. Vamos nos manter firmes e a Santa Elina será dos camponeses — representante do CODEVISE (Comitê de Defesa das Vítimas de Santa Elina).
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— A UNIR é um espaço importante para a luta do povo de Rondônia e também precisa ser tomada pelos camponeses. Gosto muito da luta de vocês, vocês representam milhões e todos nós temos o dever de lutar contra o latifúndio. É preciso unir mais camponeses nessa luta, e o espaço da Universidade deve ser mais utilizado para servir ao povo. Temos cursos de formação que servem para impulsionar isso e devemos servir a isso. Assim estaremos mais preparados para enfrentar nossos grandes desafios — Neldon, professor de Pedagogia da UNIR.

— Gostaria de ressaltar a presença das mulheres neste Congresso que, apesar das dificuldades, trouxeram seus filhos e estão presentes. São todas guerreiras. As mães aqui presentes, com seus filhos no colo, demonstram a garra e a firmeza em realizar esse Congresso. Os companheiros estão de parabéns —Julia, representante do Socorro Popular.

— Gostaria de reforçar a importância da participação da mulher na luta. As mulheres são as que mais sofrem nesta sociedade machista, pois são submetidas a uma forma de opressão a mais que os homens. A opressão da mulher só pode ser vencida com a união de todo o povo e a destruição desta velha sociedade. Somos a metade da classe e, ao lado dos companheiros, vamos ingressar na Revolução Agrária — Conceição, representante do MFP (Movimento Feminino Popular).

— Fico feliz em ver a vibração, decisão e coragem dos companheiros. No mundo hoje não existe nada tão belo como o homem e a mulher cheios de coragem, humildade e disposição. Os camponeses não têm dinheiro, casa e carro, mas têm a maior riqueza do ser humano: simplicidade, bondade e coragem. Estive presente no assentamento Flor do Amazonas. Cortou meu coração ver aquele povo que luta pela terra atacado covardemente pela polícia, que queima os barracos e maltrata o povo. Mas os camponeses reconstruíram suas casas e se mantêm na luta! Parabéns a todos vocês por este Congresso — Irmã Zezé, do CPT (Comissão Pastoral da Terra).

— A Liga Operária saúda os companheiros da LCP em nome da Aliança Operário-Camponesa. É fundamental impulsionar a Revolução Agrária como parte da Revolução de Nova Democracia em nosso país. Na cidade, além de divulgar e defender a luta dos companheiros camponeses, a Liga Operária conclama todos os trabalhadores para uma Greve Geral contra as medidas antipovo do velho Estado, que massacra e explora a classe trabalhadora. Trazemos as saudações classistas e combativas dos companheiros dos núcleos da Liga Operária em todo o país. Lutamos por fortalecer e aumentar nossa luta, para desta forma, fortalecer ainda mais a Aliança Operário-Camponesa — Natal, representante da Liga Operária.
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— A força demonstrada nesse Congresso é algo muito importante. Destaco principalmente a luta dos camponeses pela sua realização e combatividade indobrável. Em 1995 os camponeses romperam com a direção oportunista e enfrentaram uma das maiores batalhas pela terra na história do Brasil, a Batalha de Santa Elina. Mais uma vez o movimento camponês de Rondônia é atacado, através de acusações de guerrilha, e mais uma vez a questão agrária aparece como uma força de contradição antiga e forte. Os ianques querem controlar a Amazônia, eles dominam esse velho Estado semicolonial e precisam dominar a Amazônia para se manterem vivos. Mas os camponeses lutam, e eles organizam sua luta. Aqueles que falam que as massas não lutam, devem ter vergonha quando vêem a união e combatividade dos camponeses. A Revolução Agrária em nosso país é mais que necessidade; é uma força. A Comissão Nacional das Ligas de Camponeses Pobres se sente orgulhosa desta imensa luta— Nilo Ibrahin, representante da Comissão Nacional das Ligas de Camponeses Pobres.

Também estiveram presentes e apoiaram o Congresso: representantes das Ligas dos Camponeses Pobres do Norte de Minas, do Centro Oeste, do Pará e do Nordeste; Fórum Independente e Popular do Madeira; Movimento dos Atingidos por Barragens; Movimentos Camponeses Flor do Amazonas; Comissão de Justiça e Paz e o Comitê Popular de Lutas.

CAMPONESES TOMAM AS RUAS

Com a realização do 5º Congresso da LCP, a Revolução Agrária tomou as ruas de Porto Velho. Caravanas de várias regiões do estado, observadores de diversas regiões do país, operários, estudantes, professores, dirigentes sindicais e representantes de entidades democráticas estiveram presentes. Mais de 400 pessoas compareceram ao Congresso. Os olhos da capital rondoniense voltaram-se para a UNIR, onde a reconhecida protagonista da luta pela terra e contra a criminalização da luta camponesa na região realizava importantes debates. Bandeiras vermelhas, faixas e palavras de ordem povoaram a cidade, a expectativa em torno da grande manifestação, anunciada para a manhã do segundo dia, pairava pelas ruas e entre os participantes.

Às oito da manhã começou a preparação para a manifestação no centro da cidade. A comissão de agitação ensaiava as palavras de ordem. Uma creche foi organizada para cuidar das crianças menores enquanto os pais iam até o ato.

Os camponeses partiram em ônibus até o centro de Porto Velho, desembarcaram formando quatro longas colunas de bandeiras vermelhas. A combativa manifestação da LCP teve como tema o "Boicote à farsa das eleições", "Contra a corrupção", "Contra a criminalização do movimento camponês", "Em defesa da Amazônia", e percorreu toda a Avenida Sete de Setembro. Propagandistas e agitadores da LCP distribuíam panfletos, gritavam palavras de ordem e conversavam com o povo.

A população nas ruas e os comerciantes se aproximavam para ver a passeata de camponeses que, orgulhosos de sua organização, marchavam ao som do tarol e das palavras de ordem. O protesto foi uma grande demonstração de força, organização, disciplina e disposição de luta dos camponeses, que denunciaram políticos corruptos, latifundiários, os bandos de pistoleiros, a perseguição ao movimento camponês combativo e as campanhas desinformativas e difamatórias dos monopólios de comunicação.

AOS NOSSOS MÁRTIRES

Um dos momentos mais emocionantes e vibrantes do Congresso foi o reservado às homenagens aos companheiros tombados na luta.

O primeiro a ser recordado foi Francisco Pereira do Nascimento, conhecido por todos como "Zé Bentão", assassinado em uma emboscada. Um dirigente da LCP resgatou sua história de lutas pela construção da Liga e sua decisão pela Revolução Agrária. Quando ele começou a falar, até mesmo as crianças interromperam suas brincadeiras para prestar atenção. Sua viúva foi chamada à frente da plenária para receber um ramalhete de flores e um quadro com a imagem de Bentão.

Na sequência foram homenageados os camponeses "Carequinha", Oziel, José e Nélio, todos assassinados por pistoleiros.

Também foi feita uma emocionante homenagem ao líder camponês nordestino José Ricardo [ver AND nº 42, abril de 2008 — Pressão popular liberta José Ricardo Rodrigues], falecido em acidente de moto quando se dirigia ao acampamento Riachão. Um representante da Liga dos Camponeses Pobres do Nordeste falou de sua luta e resistência, da ruptura de José Ricardo com o MST e a sua luta enquanto esteve preso. José Ricardo dedicou o último período de sua vida à construção da Liga dos Camponeses Pobres do Nordeste, e trabalhava ardorosamente para o congresso de fundação da LCP em sua região marcado para outubro próximo.

A Comissão Nacional das Ligas de Camponeses Pobres recebeu um quadro com a imagem de Zé Ricardo e um dirigente da Liga ressaltou o papel do líder nordestino, que dirigiu lutas ousadas e combativas no estado de Pernambuco e foi traído pela direção oportunista do MST do estado.

— A Liga dos Camponeses Pobres o defendeu e organizou uma campanha nacional pela sua libertação, da qual participaram vários companheiros e organizações aqui presentes. Assim, sua libertação foi uma vitória da luta do povo. Após isso o companheiro voltou para a sua região e, junto com os companheiros e companheiras de Alagoas, defendeu a construção da LCP, rompeu com a direção oportunista do MST e passou a defender a Revolução Agrária—destacou emocionado o dirigente nacional da LCP que acrescentou — esses nossos companheiros tombados na luta, sua memória, nos dão a compreensão e o exemplo de que, apesar da imensa dor de perdermos companheiros, devemos prosseguir na luta e a Revolução Agrária honrará seu sangue! Como diz um ditado da luta: "o risco que corre o pau, corre o machado!".

PODER DAS MASSAS

O Congresso foi encerrado com uma Assembléia para a apresentação e aprovação da nova coordenação da LCP-RO.

A proposta de composição da nova coordenação foi apresentada, mas seus integrantes não foram para a frente da plenária por medida de segurança, devido à intensa perseguição às lideranças camponesas na região. Cada região indicou sua proposta de membros para a coordenação, e após a apresentação, vários camponeses inscreveram-se para defender a participação e até mesmo a saída de membros da coordenação. Todo o processo foi decidido pelas massas, que debateram e votaram as propostas polêmicas. Os camponeses esclareciam suas divergências. A mesa conduziu a votação e os camponeses elegeram sua nova coordenação.

Um membro da direção nacional da Liga ressaltou que um coordenador da LCP tem mandato revogável a qualquer momento. Esclareceu que a coordenação da Liga dos Camponeses Pobres é política e que cada área tem a sua própria organização, portanto é importante que em cada área se fortaleçam as Assembléias do Poder Popular para construírem o poder local.

AS RESOLUÇÕES DO 5º CONGRESSO DA LCP

O Congresso decidiu prosseguir com a campanha contra a criminalização do movimento camponês combativo e em defesa da Amazônia, condenando a ação predatória dos latifundiários, grandes empresas madeireiras e mineradoras nacionais e transnacionais, a presença insidiosa de agentes das potências estrangeiras, bem como das ações repressivas do IBAMA e outros órgãos contra os camponeses, indígenas e ribeirinhos. Além dessas decisões foram aprovadas resoluções que nortearão as lutas da Liga sob a direção de sua nova coordenação:

1Unificar todo o movimento camponês para prosseguir com as tomadas de todas as terras do latifúndio;

2Aprofundar a luta em torno da criação e funcionamento das APP (Assembléias do Poder Popular);

3Realizar um grande trabalho de agitação da Revolução Agrária com panfletagens e manifestações nas áreas, vilas e povoados;

4Apoiar a luta dos povos indígenas pela demarcação de suas terras e pelo direito a autodeterminação;

5Unificar todos os trabalhadores da Amazônia na luta pelos seus direitos.

Os trabalhos do 5º Congresso foram encerrados com um balanço político:
"Companheiros, nossa manifestação hoje foi muito vitoriosa. Demonstramos organização e firmeza. Os companheiros notaram a ausência de tropas de repressão do Estado, mas isto é porque o governo temeu reprimir, pois sabe que a polícia não seria capaz de deter os camponeses! A LCP vem desenvolvendo trabalhos nunca antes vistos no movimento camponês do Brasil.

A coordenação da Liga dos Camponeses Pobres saúda todos os acampamentos presentes. Agradecemos o importante trabalho de apoio desenvolvido pelo MEPR e pelos professores que foi fundamental para o sucesso do nosso Congresso.

O levante de massas de camponeses no país está crescendo e temos Santa Elina como um grande compromisso de honra. Foi justamente lá onde se deu a grande traição dos falsos defensores dos camponeses, o PT estava no governo do genocida Valdir Raupp, e exatamente a partir daí, os companheiros e companheiras que fundaram a Liga dos Camponeses Pobres, rompem com toda direção oportunista, com todo o eleitoralismo, e vêm trilhando o caminho da Revolução Agrária. Viva a Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia! Viva o 5º Congresso da LCP
Solenemente, todos repetiram o Juramento da Liga dos Camponeses Pobres e entoaram A Internacional.

by Nova Democracia/2008


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