terça-feira, 8 de julho de 2014

Brasil enfrenta Alemanha com Bernard na vaga de Neymar

Giancarlo Lepiani, de Belo Horizonte

Bernard durante treino da seleção brasileira na Granja Comary,em Teresópolis
Bernard durante treino da seleção brasileira na Granja Comary,em Teresópolis (Gaspar Nóbrega/VIPCOMM)
O Brasil vai apostar na velocidade na semifinal da Copa do Mundo, nesta terça-feira, no Mineirão. Sem Neymar, o técnico Luiz Felipe Scolari decidiu colocar Bernard na vaga do camisa 10, tentando explorar os pontos vulneráveis da defesa da Alemanha. O zagueiro Dante é a outra novidade na equipe titular, substituindo Thiago Silva, suspenso (David Luiz ficará com a braçadeira de capitão). Com essas mudanças, a seleção brasileira vai a campo às 17 horas (de Brasília) com a seguinte equipe: Júlio César; Maicon, Dante, David Luiz e Marcelo; Luiz Gustavo, Fernandinho e Oscar; Bernard, Hulk e Fred. A delegação chegou ao Mineirão depois do previsto, pouco mais de uma hora e meia antes do apito inicial. Na saída do hotel em que ficou hospedada em Belo Horizonte, a seleção foi aplaudida e incentivada por centenas de torcedores que aguardavam a passagem do ônibus da equipe.

Detalhe nos cílios de uma torcedora antes do jogo entre Brasil e Alemanha no Mineirão, em Belo Horizonte
Detalhe nos cílios de uma torcedora antes do jogo entre Brasil e Alemanha no Mineirão, em Belo Horizonte - Ivan Pacheco/VEJA.com
Treino da seleção da Alemanha antes do jogo contra o Brasil no Mineirão, em Belo Horizonte
Treino da seleção da Alemanha antes do jogo contra o Brasil no Mineirão, em Belo Horizonte - Ivan Pacheco/VEJA.com

O técnico Luiz Felipe Scolari durante coletiva de imprensa antes do jogo contra a Alemanha, em Belo Horizonte
O técnico Luiz Felipe Scolari durante coletiva de imprensa antes do jogo contra a Alemanha, em Belo Horizonte - Ivan Pacheco/VEJA.com

Pesquisão UOL Copa: para imprensa estrangeira, Brasil fez a melhor Copa

Do UOL, em São Paulo
  • Alexandre Loureiro/Getty Images
    O Maracanã será o palco da final da melhor Copa já vista por 38,5% dos jornalistas entrevistados
    O Maracanã será o palco da final da melhor Copa já vista por 38,5% dos jornalistas entrevistados

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Os jornalistas estrangeiros estão gostando da Copa do Mundo do Brasil. Um pesquisa feita pelo UOL Esporte com 117 profissionais constatou com o Mundial deste ano é o melhor já visto pela maioria deles.
O levantamento ouviu jornalistas na primeira fase e concluiu que 38,5% dos entrevistados consideram o Mundial brasileiro como o melhor já visto. A Copa do Mundo de 2006, que foi realizada na Alemanha, aparece na segunda posição da pesquisa, com 19,7% das respostas. Vale destacar que 16,2% dos jornalistas disseram estar cobrindo sua primeira competição.
O torneio organizado na África do Sul, em 2010, fica em terceiro lugar na lista, com 5,1%. Já o palco do tetracampeonato brasileiro em 1994, nos EUA, foi o quarto melhor mundial na opinião dos profissionais.
Aparecem na sequência Itália-1990 (3,4%), França-1998 (3,4%), Japão e Coreia-2002 (3,4%), México-1986 (1,7%), México-1970 (1,7%) e Alemanha-1974 (0,9%). Entre os entrevistados, 1,7% não respondeu a pesquisa.

SERÁ QUE OS BRASILEIROS TÊM QUE CHORAR SÓ POR CAUSA DO NEYMAR? (estou vivendo novamente 1970?)






Parece que o Neymar morreu na sexta. No sábado, esperavam apenas notícias sobre o velório.
Fiquei impressionado com a comoção de inúmeros brasileiros. Nem falar da tal da mídia. Torraram o saco.
Não acreditava que existia uma paixão avassaladora pelo sujeito.
No final de semana escutei inúmeros adjetivos sobre ele. Alguns: gênio, craque, querido, alegre, ídolo, lindo.
Cada vez me convenço mais que posso ser insensível ou muito burro. Os dois, quem sabe.
Acompanhe.
Neymar tem 22 anos. Pelo menos, se continuar no ritmo atual, tem mais duas ou três Copas.
Está sendo tratado pelos melhores médicos. Vai repousar em sua mansão no Guarujá. Foi para lá de helicóptero. Pelo jeito tem uma família legal, que o ajuda a gastar os 9 milhões de reais que ganha todo o mês. É paparicado por muita gente. Joga no melhor clube do mundo.
A fratura? Vai tirar de letra.
Fora da Copa? Pelé ficou fora da Copa de 62.
Não entendo nada de futebol, mas ele poderia aproveitar as semanas no estaleiro para aprender com Messi como se esquivar de faltas violentas. A impressão que tenho é de que o brasileiro adora receber faltas. E fazer um escândalo a cada uma delas. Logo depois da encenação sai correndo - e insistem em dizer que ele é caçado em campo.
Na sexta mesmo ouvi um médico dizer que a fratura na coluna foi um lance de muito azar. Dificílimo de acontecer. Assim como é quase impossível um jogador ser mordido numa partida. Quase.
A fratura foi um infeliz lance de jogo. Nada de "jogada criminosa". O jogador da Colômbia queria mesmo nocautear o craque, como acontece até em peladas.
-
Puxa, queria que toda esta comoção também acontecesse com as milhares de pessoas, que moram no Rio Grande do Sul, e que perderam suas casas, patrimônios de toda uma vida.
Isso, sim, fico com muita pena, comovido mesmo.
(As fotos são do Luan Zubaran, da Comunicação Social da Prefeitura de São Borja.)





E não me venham com aquela bobagem de que "uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa".
Não, senhores e senhoras!!
Me compadeço, sim, vendo estas duas últimas fotos.
A foto do Neymar?
Ora, meu Deus, ele está tendo a maior atenção do mundo!! Nem deve saber o que é SUS!!
As pessoas aqui do RS, por enquanto, podem contar apenas com promessas.
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Taí, as duas fotos do RS não geram comoção?
Tudo bem, e essa:




Em Belo Horizonte, um viaduto caiu, matou dois inocentes, destruiu o patrimônio de pessoas. Aí assisto uma chamada autoridade de BH dizendo que a obra do viaduto estava dentro da normalidade! E os chamados jornalistas colocam uma vergonha dessas na TV, como se fosse normalíssimo!!!
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Não queria entrar em mais esse assunto, mas neste final de semana postei isso no Facebook:

Fiquei impressionado com Fortaleza!!
As crianças que entraram com os jogadores, a torcida, todos, rigorosamente todos brancos, pessoas felizes e risonhas, dentição perfeita, bonitos. Este é um Nordeste que não conhecia!! O Eduardo Peninha Bueno estava completamente errado. Não tem nada de bosta!!
Eu, alienado, não sabia disso!! Um novo Brasil!!!
Exceção apenas para alguns jogadores.

E ilustrei com quatro fotos de lindas mulheres.
(Um amigo comentou que "The Guardian publicou matérias dias atrás falando exatamente nisso, na ausência de negros nos estádios.")
Só a mídia brasileira fecha os olhos para esta realidade.
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Continuo com a nítida impressão de que estou revivendo 1970.
A milicada feliz, com o sucesso da seleção na Copa e inúmeros brasileiros cantando "90 milhões em ação, pra frente Brasil...".

by   blog do Prévidi
São Paulo, sábado, 17 de julho de 2010 
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ENTREVISTA

Chega de banalizar o perfil psicopata nos "telediagnósticos"O psiquiatra forense Daniel Martins de Barros critica o uso leigo dessa definição de transtorno mental e diz: rotular suspeitos não ajuda a resolver crimes bárbaros 

Karime Xavier/Folhapress
Daniel Martins de Barros, 54

IARA BIDERMAN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA 

Crimes brutais como o caso Bruno costumam trazer à cena a caracterização do suspeito como "psicopata" . Para Daniel Martins de Barros, do núcleo de Psiquiatria Forense do Instituto de Psiquiatria da USP, "diagnosticar" transtornos psiquiátricos dessa forma é um desserviço à sociedade.
Ele diz que rotular comportamentos não ajuda a buscar soluções para o crime, e aproveita para criticar o determinismo biológico, corrente segundo a qual as causas do ato criminoso estão em configurações do cérebro ou de genes. Em entrevista à Folha, Barrros explica por que é tão difícil para a medicina lidar com a psicopatia.
Folha - Faz sentido chamar supostos autores de crimes bárbaros de psicopatas?
Daniel Martins Barros
 - A vulgarização da palavra psicopata é um desserviço para a sociedade, a psiquiatria, a justiça, todo mundo.
Por quê?Antes, nas novelas, havia o mocinho e o bandido. Hoje, é o mocinho e o psicopata. A pessoa não tem mais direito de ser bandido, é de cara rotulada de psicopata.
É o uso indevido de uma caracterização que se pretende científica. Há psicopatas de fato, e eles têm características que são um transtorno de personalidade. É uma forma disfuncional de se relacionar que é permanente, refratária a modificações.
Se você pega uma pessoa que cometeu um crime, por mais bárbaro e bizarro que seja, e fala que ela é psicopata, está dizendo que ela sempre foi assim, que desde muito cedo é fria e indiferente ao sentimento alheio, que nunca vai mudar. O pior é o telediagnóstico: você vê uma cena na TV e fala que o cara é psicopata. É tratar o diagnóstico de forma muito leviana.
Que tipo de dano isso traz?Há uma tendência de querer considerar crimes como fruto de uma alteração psíquica. A sociedade tenta buscar nas ferramentas médicas a solução para o crime.
Nós já passamos por isso na história e sempre nos demos mal. Um exemplo atual e polêmico é um diagnóstico criado no Reino Unido chamado "transtorno de personalidade grave e perigoso". Se uma pessoa tem esse diagnóstico, pode ter a liberdade cerceada para "tratamento", independentemente de ter cometido um crime.
A banalização da psicopatologia aponta para o reducionismo do crime, que tira a sua multicausalidade.
Você não pode falar: crime é fruto [apenas] da pobreza, da falta de educação, da ausência de Estado. É uma conjunção de fatores. Da mesma forma, você não pode falar que o crime é [apenas] fruto do psiquismo do indivíduo.
O que define o psicopata?A psicopatia já significou um monte de coisas na história da psiquiatria. No início, era qualquer doença mental. Depois, designou transtornos de personalidade.
Hoje, as principais correntes a definem como um subtipo de personalidade antissocial caracterizada pelo desapego às normas sociais, por certa indiferença e propensão à criminalidade.
O psicopata é o grupo mais grave desse tipo de personalidade, com características como extrema frieza, total indiferença ao outro e maior vivência criminosa. Não são necessariamente crimes violentos. O cara pode ser um político, um médico, não um criminoso comum, ele vai exercer sua frieza e sua crueldade em outros contextos.
Essas características podem se manifestar ou não?Exato. Um cara que é mais frio e não se afeta com o sofrimento alheio pode ser um bandido ou um socorrista de ambulância. Para o sujeito pegar miolo no asfalto ele não pode se afetar muito com o sofrimento alheio. A frieza não é necessariamente um defeito. Só estou querendo matizar a questão.
Mas há correntes para as quais exames de neuroimagem mostram alterações que determinam um psicopata.É um erro de interpretação científica. O sujeito está fazendo ciência, mas não está refletindo, não tem visão do todo. Faz estudo de neuroimagem e vê que, na maioria dos psicopatas, há função reduzida do córtex frontal.
Bom, tem todo o sentido, o córtex frontal é o que nos dá capacidade de autocontrole. Aí, o cara fica feliz: "encontrei a causa da psicopatia, é a função reduzida do córtex!".
Calma aí. Associação é diferente de causa. A associação entre o córtex e a personalidade psicopata pode ser a causa ou a consequência.
E se uma pessoa que não manifesta sintomas tem a imagem cerebral com essa alteração no córtex?Aí é que está. A alteração no córtex aparece em 80% dos psicopatas e em 30% dos não psicopatas. A ligação está estatisticamente provada.
Mas há 20% dos psicopatas que não têm alteração nenhuma e, pior, 30% de pessoas sem transtorno de personalidade que mostram alteração na imagem cerebral.
Quais são as outras supostas causas da psicopatia?Não sabemos. Como tudo em psiquiatria, é multifatorial. É uma conjunção como predisposição biológica, funcionamento cerebral, influência do meio etc.
Como é feito o diagnóstico?É clínico, apoiado em um questionário.
O diagnóstico de psicopatia pode mudar a pena?O psicopata não tem prejuízo do entendimento ou do autocontrole. É imputável, se for condenado, é um preso comum. Pode merecer tratamento psiquiátrico, mas não significa que tenha a responsabilidade diminuída.
Há cura para a psicopatia?Não há tratamento comprovado. Se o sujeito é mais impulsivo ou muito irritado, pode tomar remédio para diminuir essas características, mas é só sintomático. As terapias psicológicas, em alguns casos, até pioraram o quadro do transtorno.
Qual é a incidência de psicopatas na população?Cerca de 1% da população mundial e, em média, 10% da população carcerária.

BY FOLHA UOL

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