terça-feira, 26 de março de 2013

REcapitulando: Bombeiro que deu o alvará à boate Kiss diz ter feito "tudo dentro das normas"


Tragédia em Santa Maria

Na época da abertura da casa, o então major Daniel da Silva Adriano considerou o local seguro


Bombeiro que deu o alvará à boate Kiss diz ter feito "tudo dentro das normas" Lauro Alves/Agencia RBS
Coronel da reserva garante que boate tinha plano de prevenção a incêndioFoto: Lauro Alves / Agencia RBS
A boate Kiss só foi aberta em 2010 porque o então major Daniel da Silva Adriano considerou o local seguro para o público. Mesmo sem um Plano de Prevenção e Combate a Incêndio — fato que ele nega —, o oficial assinou o alvará do Corpo de Bombeiros, permitindo que a casa noturna fosse autorizada a funcionar pela prefeitura. Conhecido na sociedade santa-mariense, Adriano, que chegou a ser chefe regional da Defesa Civil, agora é coronel da reserva.
Em entrevista ao Diário de Santa Maria e Zero Hora (veja abaixo) afirmou ter feito "tudo dentro das normas" ao assinar o alvará que chancela segurança na Kiss — palco da maior tragédia da história gaúcha, que vitimou, até agora, 237 jovens. Outros personagens, citados no fim desta página, ajudam a entender o papel de cada órgão e servidor na concessão do alvará de funcionamento da boate.
Em nenhum momento da conversa, que durou 21 minutos, o oficial alterou a voz. Alternou momentos de aparente boa memória com outros em que não soube precisar informações básicas sobre o alvará que assinou. Questionado sobre a ausência de um responsável técnico nos documentos que teriam subsidiado a concessão do alvará, foi enfático: "havia planta e havia um responsável técnico".
Além de chefiar a Seção de Prevenção de Incêndio do 4º CRB, Adriano assumiu, em algumas vezes, o comando regional dos bombeiros. Confira ao lado, trechos da entrevista.
*Colaboraram Caio Cigana e Juliana Bublitz

ENTREVISTA: Daniel da Silva Adriano, 47 anos coronel da reserva do Corpo de Bombeiros
O senhor analisou o Plano de Prevenção e Combate a Incêndio (PPCI) completo da boate Kiss em 2009 antes de emitir o alvará?
Daniel da Silva Adriano — Sim.
Se esse plano existe, onde ele está? Por que os bombeiros não o entregaram à Polícia Civil?
Adriano — Não sei. Estou afastado há mais de dois anos.
O senhor teme ser responsabilizado de alguma forma por ter assinado o primeiro alvará dos bombeiros para a boate?
Adriano — Não. Eu fiz tudo dentro das normas. Mas só posso discutir com alguém com o plano na frente porque não tenho memória fotográfica.
Havia algum responsável pelo plano?
Adriano — Sim. Isso sempre tem de ter.
O senhor lembra o nome?
Adriano — Não lembro.
Se não tivesse responsável técnico, o senhor não teria assinado o alvará?
Adriano — Claro que não.
Por que os bombeiros entregaram à polícia uma versão simplificada do PPCI?
Adriano — Não sei. Todos os PPCIs têm um número que fica nos bombeiros.
O senhor sabe se bombeiros costumam abrir empresas da área para assessorar empresários?
Adriano — É proibido por lei militar da ativa ter empresas comerciais. Não é proibido ter empresa quando está na reserva. Agora, se isso é antiético ou é ético, cada um que faça sua avaliação. No período em que estive frente à Seção de Prevenção de Incêndio nunca houve nenhum benefício para qualquer bombeiro, estando ele na ativa ou na reserva. Sequer chegou aos meus ouvidos.
Em 2009, a boate cumpria as exigências de segurança?
Adriano — Naquela época tinha toda a documentação e é certo que tinha todos os itens mínimos de segurança, como extintores, sinalização. A Kiss era aberta, simples, era uma boate para 691 pessoas. Não tinha chapelaria, área vip, grades, nada. Não tinha tratamento acústico. Não tinha como fazer saída de emergência. Mas sei que o prédio teve modificações internas.
Como o senhor acha que a boate conseguiu renovar os alvarás?
Adriano — A Kiss que eu aprovei não é essa Kiss que está aí. Essa de hoje não tem alvará. Essas reformas todas foram depois de agosto de 2011. Bombeiros não voltaram mais para ver isso.
Como o senhor encara esta situação?
Adriano — Nossa missão sempre foi preservação do patrimônio é da vida. Não é possível alguém querer acusar o Corpo de Bombeiros de negligência.


Sistema dribla regras da corporação
Criado para agilizar a emissão do Plano de Prevenção de Combate a Incêndio (PPCI) para locais de baixo risco, o sistema digital SIG-PI, adotado pelos Bombeiros, falhou no caso da boate Kiss, concluiu a comissão especial do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-RS).
Por apresentarem maior risco, boates necessitam de um projeto completo elaborado por engenheiro ou arquiteto com Anotação de Responsabilidade Técnica (ART).
Para o Crea, a falha no sistema permitiu gerar um documento apresentado como plano de prevenção sem que fossem cumpridas todas as exigências legais.
— Não foi uma fatalidade, mas uma sucessão de erros que culminou com a morte de 237 jovens até agora — define o presidente do Crea, Luiz Capoani.
 O QUE É O SIG-PI
O Sistema Integrado de Gestão da Prevenção de Incêndio (SIG-PI) foi criado para agilizar alvarás de prevenção e proteção contra incêndios. É utilizado para imóveis considerados de baixo risco de incêndio e com área inferior a de 750 metros quadrados.
Onde é aceito
- No Interior. Em Porto Alegre é preciso um PPCI completo.
O que não fornece
- O sistema não especifica, por exemplo, a disposição de extintores, a localização das saídas de emergências e a sinalização de acordo com as características do imóvel. Não diz como fazer nem onde
O que está errado no caso da Kiss
- Embora tenha área inferior a 750 metros quadrados, o tipo de uso do local (boate) determina que precise de um PPCI completo, elaborado por engenheiro ou arquiteto com Anotação de Reponsabilidade Técnica (ART).
 O QUE É O PPCI?
- O Plano de Prevenção Contra Incêndio (PPCI) é obrigatório para prédios com instalações comerciais, industriais, de diversões públicas e edifícios residenciais. Realizado por uma empresa privada, o plano precisa ser aprovado pelos Bombeiros.
- Se o documento estiver em de acordo a legislação, é emitido o certificado de conformidade. Após as instalações concluídas, o proprietário chama os bombeiros para inspeção e teste. Se estiver ok, recebe o alvará, que deve ser atualizado uma vez por ano. Ao que tudo indica, o alvará da Kiss foi aprovado sem que um plano de prevenção fosse apresentado.
 O QUE CONSTA NUM PPCI
Contempla informações detalhadas sobre medidas de segurança e prevenção tais como:
Saídas de emergência
- Análise da necessidade da existência de portas de emergência e o número de pessoas, com que dimensões e onde devem estar localizadas.
Iluminação de emergência
- Localização das luzes de emergência e indicar as rotas de saída, que tipo de sinalização é adequada e um sistema de alimentação de energia independente da rede principal.
Extintores
- Quantidade e tipo de extintores, capacidade e onde serão colocados.
Alarmes
- Análise da necessidade de alarme de incêndio.
Hidráulica de combate a incêndio
- Verificação da necessidade de sprinklers (chuveiros automáticos contra incêndio) e hidrantes.
Materiais adequados
- Verificação dos tipos de materiais utilizados.
 O álvara e seus personagens
Donos da Kiss — Mauro Hoffmann, 47 anos, e Elissandro Spohr, o Kiko, 29 anos, são suspeitos de manter a boate em funcionamento sem saídas de incêndio adequadas, com extintores vazios, iluminação de emergência deficiente e superlotação. Eles apresentaram um suposto Plano de Prevenção e Combate a Incêndio (PPCI) sem responsável técnico, colocando em risco a vida dos frequentadores.
Major Adriano — Em 28 de agosto de 2009, o então major Daniel da Silva Adriano, na época chefe da Seção de Prevenção a Incêndio (SPI) do Corpo de Bombeiros, assinou o primeiro alvará de prevenção e proteção contra incêndio da boate Kiss, válido por um ano. No documento, consta que o estabelecimento "foi inspecionado e aprovado, de acordo com a legislação vigente". Hoje Adriano é coronel da reserva.
Marcus Vinicius Biermann — Como chefe da equipe de Fiscalização de Imobiliário e Mobiliário da Secretaria de Finanças de Santa Maria, foi quem assinou o alvará de localização concedido à boate Kiss pela prefeitura. O documento é uma espécie de certidão de nascimento e de operação do empreendimento e estabelece 14 de abril de 2010 como data de início das atividades da casa noturna. Biermann estaria agora na Gerência Municipal de Trânsito, mas não foi localizado. Segundo informações da prefeitura, está em férias.
Capitão Camillo — Em 11 de agosto de 2011, o alvará de prevenção e proteção contra incêndio da Kiss foi renovado por mais um ano. Quem assinou o documento na ocasião foi o capitão Alex da Rocha Camillo, então chefe da SPI. Mais uma vez, ficou registrado que o local "foi inspecionado e aprovado, de acordo com a legislação vigente". Em janeiro deste ano, Camillo trabalhou na Operação Golfinho, em Xangri-lá.
Coronel Guido — Comandante-geral do Corpo de Bombeiros, o coronel Guido Pedroso Melo é o chefe de Camillo e de Adriano. Em última instância, é responsável pelos atos de seus subordinados. Tem mais de 30 anos de carreira na corporação. Desde domingo, Zero Hora tenta contato com o coronel, mas ele se nega a falar sobre o caso.
Antonio Carlos Freitas Vale de Lemos — Era o secretário de Finanças de Santa Maria quando o então chefe da Equipe de Fiscalização Marcus Vinicius Biermann, um de seus subordinados, assinou o alvará de localização da Kiss. Lemos diz que a liberação não passava por ele. Hoje, é secretário de Gestão da prefeitura.
Empresa Hidramix — Investigada pelo Ministério Público desde 2011, a empresa executou reparos na área de prevenção a incêndio da boate Kiss. Entre seus sócios, está o bombeiro Roberto Flavio da Silveira e Souza. A Hidramix também é investigada pela Polícia Civil.

Clique na imagem e confira o perfil das 237 vítimas
Como aconteceu
O incêndio na boate Kiss, no centro de Santa Maria, começou entre 2h e 3h da madrugada de domingo, quando a banda Gurizada Fandangueira, uma das atrações da noite, teria usado efeitos pirotécnicos durante a apresentação. O fogo teria iniciado na espuma do isolamento acústico, no teto da casa noturna. 

Sem conseguir sair do estabelecimento, pelo menos 237 jovens morreram e outros 100 ficaram feridos. Sobreviventes dizem que seguranças pediram comanda para liberar a saída, e portas teriam sido bloqueadas por alguns minutos por funcionários.

A tragédia, que teve repercussão internacional, é considerada a maior da história do Rio Grande do Sul e o maior número de mortos nos últimos 50 anos no Brasil. 

Em gráfico, entenda os eventos que originaram o fogo:

Veja também
Confira imagens do local onde aconteceu a tragédiaVeja como foi o velório das vítimas
Nove pontos que devem permear as investigações sobre incêndio

A boate
Localizada na Rua Andradas, no centro da cidade de Santa Maria, a boate Kiss costumava sediar festas e shows para o público universitário da região. A casa noturna é distribuída em três ambientes - além da área principal, onde ficava o palco, tinha uma pista de dança e uma área vip. De acordo com a Polícia Civil, a danceteria estava com oplano de prevenção de incêndios vencido desde agosto de 2012.

Clique na imagem abaixo para ver o antes e o depois da danceteria:


A festa
Chamada de "Agromerados", a festa voltada para estudantes da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) começou às 23h de sábado. O evento era de acadêmicos dos cursos de Agronomia, Medicina Veterinária, Tecnologia de Alimentos, Zootecnia, Tecnologia em Agronegócio e Pedagogia.

Segundo informações do site da casa noturna, os ingressos custavam R$ 15 e as atrações eram as bandas "Gurizadas Fandangueira", "Pimenta e seus Comparsas", além dos DJs Bolinha, Sandro Cidade e Juliano Paim.
by Zero Hora

241o Aniversário de Porto Alegre;




Grupo afirma querer uma comissão que represente todo o país





Uma Comissão de Direitos Humanos que seja para todos e não apenas para um segmento da igreja evangélica. Esse é o mote de um ato que ocorre na noite de hoje (25) na Associação Brasileira de Imprensa (ABI) contra a permanência do deputado federal Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) na presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados.

O Ato por uma Comissão de Direitos Humanos de Todos é promovido pela Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) e pelo Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (Ceap) e reúne artistas, políticos e ativistas dos direitos humanos.

O interlocutor da Ceap, o babalawo Ivanir dos Santos, disse que o ato tem o objetivo de protestar contra um projeto político de intolerância. “[Queremos] alertar a sociedade para a necessidade de que se tenha na Comissão de Direitos Humanos da Câmara uma pessoa que de fato represente todas as diversidades e as minorias descriminadas. A comissão, como ela está hoje, não só não representa como é contrária a essas minorias e às suas principais reivindicações”, disse.

Leia mais notícias em Política

Na avaliação de dos Santos, o que se tem hoje é uma comissão que caminha na contramão daquilo que a originou. “O nosso objetivo é mobilizar e sensibilizar a sociedade, os partidos políticos e o Congresso Nacional para que reveja a composição dessa comissão, que tem à frente o Feliciano e suas ideias segregacionistas”.

Para o representante da Ceap, o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara tem que ter “sensibilidade nas relações com as minorias, com os movimentos sociais, com os ideais que esta comissão representa, como os movimentos negros - o homem [Feliciano] não gosta de negros porque são, segundo ele, amaldiçoados -, das mulheres, dos quilombolas e que combata a intolerância religiosa e a homofobia”.

Santos disse que o Ceap parte do pressuposto de que o ato não é contra Marco Feliciano, em si, mas contra as “suas ideias fascistas” manifestadas em entrevistas anteriores. “Ele tem todo um histórico que vai de encontro às minorias, qualquer que sejam elas. O que ele tem dito, e que é de conhecimento de todos, é exatamente contrário a todas as reivindicações das minorias”, disse.

Para o deputado Marcelo Freixo, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alerj, a presidência de Feliciano representa um grande retrocesso na política de direitos humanos. “Assistimos estarrecidos e com grande preocupação um imenso retrocesso na Câmara Federal com a indicação do deputado federal Marco Feliciano para a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias daquela instituição”.

Para Freixo as declarações racista e homofóbica do pastor Feliciano não são condizentes para com os que lutam por uma sociedade mais justa e igualitária. “A Comissão de Direitos Humanos tem que representar uma outra política, que não é a representada por Feliciano, acusado de fazer declarações preconceituosas sobre africanos, homossexuais e mulheres. A Comissão de Direitos Humanos é um lugar de luta contra os preconceitos e as minorias. E ele não representa essa luta”, disse.

No próximo dia 7, haverá outro ato, também da Comissão de Direitos Humanos da Alerj e do Ceap, às 10 h na Praia de Copacabana, também contra a atual diretoria da Comissão de Direitos Humanos da Câmara. O evento terá apoio de diversos setores da sociedade civil organizada, como a Comissão de Combate à Intolerância Religiosa, da Justiça Global, da Comissão de Direitos Humanos da OAB, da Comissão da Liberdade de Imprensa e Direitos Humanos da ABI, da Rede Fé e Política – RJ, dos deputados federais e membros da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos Humanos, Chico Alencar e Jean Wyllys, entre outros, para, segundo os organizadores, “mostrar que todas as crenças religiosas estão unidas contra esse projeto político representado pelo deputado Marco Feliciano”.

segunda-feira, 25 de março de 2013

nistia Internacional apela pela troca de Feliciano


25.03.2013

0aa16e8999db9c46964b8dd261575cee.jpg
Pastor e deputado Marco Feliciano é acusado de ser racista e homofóbico
Foto: Agência Brasil


A pressão pela saída do pastor e deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) da presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara aumentou nesta segunda-feira (25) com o apelo da Anistia Internacional pela substituição dele. Em nota, a entidade disse ser "inaceitável" a escolha de Feliciano para o cargo, diante das "posições discriminatórias em relação à população negra, LGBT e mulheres".

A Anistia destaca ainda que "é grave que (Feliciano) tenha sido alçado ao posto a despeito de intensa mobilização da sociedade em repúdio a seu nome". Destaca a importância de que os integrantes da comissão "sejam pessoas comprometidas com os direitos humanos e possuam trajetórias públicas reconhecidas pelo compromisso com a luta contra discriminações e violações". A entidade internacional criticou o motivo da nomeação de Feliciano para o cargo, alegando que "direitos fundamentais não devem ser objeto de barganha política ou sacrificados em acordos partidários".

Artistas, políticos, líderes religiosos e movimentos sociais contrários à permanência de Feliciano na presidência da comissão programaram um ato, na noite desta segunda-feira, na Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no centro do Rio, em defesa da "Comissão de Direitos Humanos para tod@s" e contra o "projeto político de intolerância que a presidência do pastor Marco Feliciano representa para o Congresso e para os brasileiros".

O deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), um dos organizadores do evento disse que o silêncio dos potenciais candidatos à presidente na eleição de 2014 "é muito significativo". "Eles sabem o quanto a temática em torno das minorias é estratégica. Não querem se comprometer. Ignorar esse movimento é inadmissível", criticou.

O deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), disse que "assistimos estarrecidos e com grande preocupação a um imenso retrocesso na Câmara Federal com a indicação do deputado federal Marco Feliciano (PSC) para a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias." Estava prevista a presença do cantor Caetano Veloso, do ator Wagner Moura, da atriz Leandra Leal, entre outros artistas no ato na ABI.
Fonte: Agência Estado


SEGUNDA, 25/03/2013

Ato contra Marco Feliciano reúne 600 na Associação Brasileira de Imprensa

Participaram do protesto artistas como Caetano Veloso, Preta Gil e Wagner Moura.
Ato contra Marco Feliciano reúne 600 na Associação Brasileira de Imprensa (Crédito: Andrea Ferreira / CBN)Ato contra Marco Feliciano reúne 600 na Associação Brasileira de Imprensa
(Crédito: Andrea Ferreira / CBN)





Artistas, políticos e ativistas fazem ato em defesa da CDH da CâmaraGrupo afirma querer uma comissão que represente todo o país

Publicação: 25/03/2013 20:32 Atualização:
Uma Comissão de Direitos Humanos que seja para todos e não apenas para um segmento da igreja evangélica. Esse é o mote de um ato que ocorre na noite de hoje (25) na Associação Brasileira de Imprensa (ABI) contra a permanência do deputado federal Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) na presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados.

O Ato por uma Comissão de Direitos Humanos de Todos é promovido pela Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) e pelo Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (Ceap) e reúne artistas, políticos e ativistas dos direitos humanos.

O interlocutor da Ceap, o babalawo Ivanir dos Santos, disse que o ato tem o objetivo de protestar contra um projeto político de intolerância. “[Queremos] alertar a sociedade para a necessidade de que se tenha na Comissão de Direitos Humanos da Câmara uma pessoa que de fato represente todas as diversidades e as minorias descriminadas. A comissão, como ela está hoje, não só não representa como é contrária a essas minorias e às suas principais reivindicações”, disse.

Leia mais notícias em Política

Na avaliação de dos Santos, o que se tem hoje é uma comissão que caminha na contramão daquilo que a originou. “O nosso objetivo é mobilizar e sensibilizar a sociedade, os partidos políticos e o Congresso Nacional para que reveja a composição dessa comissão, que tem à frente o Feliciano e suas ideias segregacionistas”.

Para o representante da Ceap, o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara tem que ter “sensibilidade nas relações com as minorias, com os movimentos sociais, com os ideais que esta comissão representa, como os movimentos negros - o homem [Feliciano] não gosta de negros porque são, segundo ele, amaldiçoados -, das mulheres, dos quilombolas e que combata a intolerância religiosa e a homofobia”.

Santos disse que o Ceap parte do pressuposto de que o ato não é contra Marco Feliciano, em si, mas contra as “suas ideias fascistas” manifestadas em entrevistas anteriores. “Ele tem todo um histórico que vai de encontro às minorias, qualquer que sejam elas. O que ele tem dito, e que é de conhecimento de todos, é exatamente contrário a todas as reivindicações das minorias”, disse.

Para o deputado Marcelo Freixo, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alerj, a presidência de Feliciano representa um grande retrocesso na política de direitos humanos. “Assistimos estarrecidos e com grande preocupação um imenso retrocesso na Câmara Federal com a indicação do deputado federal Marco Feliciano para a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias daquela instituição”.

Para Freixo as declarações racista e homofóbica do pastor Feliciano não são condizentes para com os que lutam por uma sociedade mais justa e igualitária. “A Comissão de Direitos Humanos tem que representar uma outra política, que não é a representada por Feliciano, acusado de fazer declarações preconceituosas sobre africanos, homossexuais e mulheres. A Comissão de Direitos Humanos é um lugar de luta contra os preconceitos e as minorias. E ele não representa essa luta”, disse.

No próximo dia 7, haverá outro ato, também da Comissão de Direitos Humanos da Alerj e do Ceap, às 10 h na Praia de Copacabana, também contra a atual diretoria da Comissão de Direitos Humanos da Câmara. O evento terá apoio de diversos setores da sociedade civil organizada, como a Comissão de Combate à Intolerância Religiosa, da Justiça Global, da Comissão de Direitos Humanos da OAB, da Comissão da Liberdade de Imprensa e Direitos Humanos da ABI, da Rede Fé e Política – RJ, dos deputados federais e membros da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos Humanos, Chico Alencar e Jean Wyllys, entre outros, para, segundo os organizadores, “mostrar que todas as crenças religiosas estão unidas contra esse projeto político representado pelo deputado Marco Feliciano”.

by Correio Brazilense

Semana de Porto Alegre terá mais de 50 atrações gratuitas






O prefeito José Fortunati lançou nesta terça-feira, 12, a 54ª Semana de Porto Alegre. Serão 11 dias de atividades artísticas, culturais, esportivas, de lazer e entretenimento espalhadas por 37 locais em 28 bairros da cidade. A programação inicia no próximo sábado, 16, e termina no dia do aniversário da Capital, no dia 26 de março. “Vamos ter vários dias de celebração na nossa cidade. Uma celebração ativa, intensa, descentralizada e gratuita. Estaremos em todas as regiões de Porto Alegre para que todos tenham acesso e tenham a oportunidade de conferir as atrações e comemorar conosco o aniversário da Capital”, disse o prefeito.

Serão 29 horas de shows, 11 horas de teatro e dança, 6 grandes festas, exposições, lançamentos de livros, serestas, eventos esportivos, ações sociais, oficinas e palestras. Entre as principais atrações, o esperado Baile da Cidade muda de local. Será realizado na Prainha da Usina do Gasômetro, no dia 23, à partir das 20h. A animação fica por conta dos shows de Kleiton e Kledir, Banda Municipal, Cia Show 4, Zumbira e os Palmares e do som do DJ Claudinho Pereira. 
Fonte Relacionada: PMPA - SMC 

Policiais e traficantes: Rede Globo descobre o que os nativos sabem desde Pedro Álvares Cabral


Sensacionalismo descabido – O dominical Fantástico, enfadonho folhetim eletrônico da Rede Globo, mais uma vez descobriu a pólvora. O programa que foi ao ar no domingo (24) noticiou que policiais que deveriam combater o tráfico de drogas em São Paulo agem, na verdade, como traficantes. É preciso saber da direção de jornalismo da Vênus Platinada onde está o ineditismo da notícia.
Informar que policiais sequestram traficantes é requentar notícia. Há anos, oucho.info informou que um policial paulista do setor de combate ao tráfico mantinha em cárcere privado, em um motel da Grande São Paulo, um traficante colombiano, de cuja família exigia R$ 400 mil de resgate. Não é preciso nenhuma dose extra de raciocínio para perceber que o estilo de vida de muitos policiais em todo o País não coaduna com os valores dos respectivos contracheques.
No período em que ministrou cursos na extinta penitenciária feminina do Tatuapé, na Zona Leste da capital paulista, o editor do site ouviu o relato de muitas detentas, em sua maioria presas por tráfico internacional de drogas. Nove entre dez das internas disseram que o volume de drogas apreendido era sempre maior do que o registrado no inquérito policial.
O caso mais polêmico dessa prática criminosa por parte dos policiais veio a público com a prisão do traficante colombiano Juan Carlos Ramírez Abadía, conhecido como “Chupeta”, preso na Grande São Paulo em 2007 e que em apenas uma década movimentou no Brasil US$ 10 bilhões. Ninguém movimenta tanto dinheiro proveniente do crime sem ser incomodado pela polícia. Então herdeiro do cartel de Calí, Abadía, que também viveu em três outros estados brasileiros (Paraná, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul), só caiu nas mãos da Polícia Federal porque em dado momento deixou de pagar o pedágio cobrado por alguns policiais, se é que assim podem ser chamados.
Não é a primeira vez que policiais que deveriam combater o tráfico de drogas são presos por atuarem como traficantes. Para quem não se recorda ou desconhece, a Operação Pan Am, que levou para a cadeia figuras proeminentes e conhecidas na noite paulistana, além de um então delegado da Polícia Federal. O esquema criminoso enviava mensalmente aos Estados Unidos 100 quilos de cocaína através da companhia aérea que batizou a operação policial e foi uma das vedetes da aviação internacional.

by Ucho

Se é meu Adeus...

         Notícias não confirmadas sobre agravamento da

   saúde de Lula só ajudam o lobista fugitivo a se safar


Dando uma mãozinha – Para fazer oposição ao PT ou a qualquer outro partido, dependendo da ideologia do opositor, é preciso inteligência, perspicácia e ter o alvo na mira. Do contrário é melhor nem se arvorar a opositor.
Luiz Inácio da Silva, o fugitivo que foi flagrado fazendo lobby para as empreiteiras que financiaram suas recentes viagens ao exterior, nos últimos dias tornou-se alvo de uma notícia não confirmada até agora. De que estaria enfrentando a metástase do câncer que teve na laringe e que a doença atingira os pulmões.
O ucho.info recebeu inúmeros telefonemas e mensagens de leitores interessados em confirmar a veracidade da informação que começou a circular na rede mundial de computadores, mas de acordo com destacados médicos do Hospital Sírio-Libanês a informação é improcedente. Sem duvidar das informações repassadas pelos médicos do hospital, consultamos pessoas muito próximas à Presidência da República, que também negaram o fato que se espalhou pela internet.
Ainda fugindo da imprensa e agora acusado de ser o presidente-adjunto e de fazer lobby para empreiteiras que costumeiramente despejam fortunas em campanhas eleitorais, Lula deve estar adorando essa notícia que tem circulado. Fazer-se de vítima é o que ele mais gostaria no momento. Sem contar que essa ação destrambelhada dos opositores só ajuda a incensá-lo ainda.
É sempre importante lembrar que no momento em que Lula adoecer gravemente, o Brasil enfrentará o mesmo cenário degradante que tomou conta da Venezuela nos últimos quatro meses. E por lá o cadáver de Hugo Chávez elegerá Nicolás Maduro como seu sucessor.
Lula precisa ser dura e inteligentemente criticado pelos erros que cometeu durante seus dois governos, os quais arrastaram o Brasil para uma crise econômica preocupante. Além disso, seu projeto totalitarista de poder merece ser atacado diuturnamente.
Contudo, ao contrário do que muitos imaginam, lançar pelos ares notícias que não correspondem à realidade ou que não foram comprovadas, pelo menos por enquanto, só ajuda o ex-presidente a reforçar o seu discurso matreiro e repetitivo da elite golpista. Por essa razão até agora nenhum dos seus aduladores desmentiu a informação.
by Ucho

FHC afirma: “Eles tinham duas grandes metas, uma ligada ao socialismo e outra ligada à ética. De socialismo nunca mais ninguém falou. E de ética? Meu Deus, não sou eu quem vai falar a respeito do que está acontecendo”.

26 de fevereiro de 2013


Prosélitos de São Serapião,

Nosso Pharol e Genial Guia, incorporado mediunicamente e materializado em sessão solene num terreiro tucano em Béulzonte, com o ectoplasma de fórmula química orgânica F-H-C, pronunciou umalerta à nação quanto a usurpação que tantas e tantas vezes foi denunciada nesse sítio de bons homens de bens e benzs.
Sempre em boa companhia nosso Pharol destila sabedoria

      O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso chamou ontem de “ingrata” a presidente petista Dilma Rousseff, disse que ela “cospe no prato que comeu” e acusou o PT de ter “usurpado” propostas tucanas após chegar ao poder em 2003.  Exclamou F-H-C: “O que é que a gente pode fazer quando a pessoa é ingrata? Nada. Cospe no prato que comeu. Meu Deus”.     
    “Quem não tem projeto é quem está no governo, porque eles pegaram o nosso. O que aconteceu no Brasil foi uma usurpaçãode projeto.”  
   “Eles tinham duas grandes metas, uma ligada ao socialismo e outra ligada à ética.  De socialismo nunca mais ninguém falou. E de ética? Meu Deus, não sou eu quem vai falar a respeito do que está acontecendo”
Com seu partido campeão da ética e da honestidade, F-H-C sabe o que diz
AQUI mais exemplos da irreprochável conducta thucana.

F-H-C sabe do que se trata, uma simples comparação entre os desempenhos do excelente governo dos bons, honestos e competentes demothucanos e os desgovernos lamentáveis do apedeuta e da búlgara, prósperos em corrupção e sem resulthados a apresenctar, é desastroso para os petralhas, que hoje se apresentam como meio pophulistas, meio comunistas, meio bolivarianos, enganar a gentalha ignorante e tentar se perpetuar no phoder a qualquer custo é o que importa a eles.

Uma comparação que demonstra a clara e acachapante superioridade thucana
Que certamente se refletiu na maior aprovação – de longe – do governo demothucano

Os poucos resultados obtidos pelos desgovernos petralhas foram de programas e ações usurpadas do PSDB, como bem afirmou o phantasma grande filho da pátria e intelectual PhD.  Todas as variáveis e resultados comparativos demonstram a superioridade de quem é superior, de quem voa alto, dos bons pássaros de rica e cheirosa plumagem sobre a rataiada suja e fétida e suas infestações marxistas leninistas, é só uma questão de comparar resultados.  F-H-C só não menciona tais números,  inphormações e dados porque é modestho, porque isto é coisa de criança.




by Hariovaldo Almeida Prado

domingo, 24 de março de 2013

Novo procurador quer banir todo conteúdo que, em sua avaliação, represente calúnia, injúria ou difamação a colegas. No 1º semestre de 2012, órgãos públicos tentaram remoção de 2.310 conteúdos nas plataformas do Google


Câmara dos Deputados flerta com a censura na web

Laryssa Borges e Renata Honorato

Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil
Câmara dos Deputados (Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil)
Recém-empossado no cargo de procurador da Câmara dos Deputados, o deputado Cláudio Cajado (DEM-BA) flerta com a censura na web. Ele pretende banir da internet todo conteúdo que, em sua avaliação, represente calúnia, injúria ou difamação a congressistas. Sob o argumento de ser “responsável pela defesa da honra e da imagem da instituição e de seus parlamentares”, o parlamentar quer fechar um acordo com o Google para facilitar a retirada de vídeos do YouTube e textos do Blogger, ambas plataformas da empresa, sem necessidade de notificação judicial.
A ideia do deputado é tornar sistemáticas iniciativas ocorridas nas eleições de 2012, quando candidatos a prefeito e vereador pleitearam a retirada do ar de conteúdos que não lhes eram simpáticos, sendo em muitos casos atendidos pela Justiça Eleitoral. Na época, a Polícia Federal chegou a deter o diretor-geral do Google no Brasil, Fábio Coelho, porque a empresa, que ainda recorria de uma decisão judicial, não havia banido vídeos desfavoráveis a Alcides Bernal (PP), um dos candidatos a prefeito de Campo Grande (MS).
Segundo relatório do Google, entre janeiro e junho de 2012, órgãos das diferentes esferas do poder público (federal, estadual e municipal) solicitaram a remoção de 2.310 conteúdos publicados em suas plataformas — Picasa, YouTube, Orkut e Blogger, além do próprio serviço de buscas. Metade dos pedidos (1.231, ou 53%) alegava que o material não passava de pura difamação. A Procuradoria da Câmara trabalha para aumentar as estatísticas. Atualmente, o órgão tenta negociar com a companhia dois casos de remoção de conteúdo considerado impróprio pelos deputados envolvidos e também pelo procurador Cajado.
O levantamento do Google não filtra as solicitações vindas a partir dos deputados federais, mas a empresa garante que o volume de pedidos a cada semestre é de pouco mais de uma centena. "Nos períodos eleitorais, esse número dobra ou triplica", explica Felix Ximenes, diretor de comunicação do Google Brasil. A companhia reitera ainda ainda que sua posição é de defesa do direito de acesso à informação e da liberdade de expressão. "Informação geralmente significa mais escolhas, mais poder, melhores oportunidades econômicas e mais liberdade para as pessoas", disse publicamente o presidente da companhia, Fábio Coelho, na ocasião de suadetenção, no ano passado.
Cajado é contra esse "excesso de liberdade" na internet e não se acanha ao expor a intenção de facilitar a remoção de conteúdo envolvendo congressistas. "Temos que estabelecer essa discussão sobre as ofensas em vídeos e textos independentemente da Justiça, pelo bom senso das pessoas", justificou o deputado ao site de VEJA. Logo após assumir o posto de procurador da Câmara, ele procurou o Google. Argumentou que a retirada imediata de vídeos considerados ofensivos seria uma reposta à uma "violação ao espírito democrático que deve prevalecer nas relações entre Poder Legislativo e meios de comunicação".
Saulo Cruz/Agência Câmara
Veja

O Pesadelo de Hitler: Hitler era descendente de negros e judeus, diz teste de DNA



23 de agosto de 2010  15h40 
 atualizado em 27 de agosto de 2010 
Adolf Hitler é visto ao lado de um carro após ser solto da prisão de Landsberg, em 1924. Foto: AFP

Exames de DNA realizados com parentes do ex-líder nazista Adolf Hitler revelaram que ele era descendente de pelo menos dois "grupos" que desprezava: judeus e negros. Segundo a revista belgaKnack, o jornalista Jean-Paul Mulders pegou um guardanapo usado por um sobrinho-neto de Hitler que vive em Long Island, nos Estados Unidos, e mandou o material para testes. As informações são do jornalDaily Mail.

A análise da amostra levou Mulders até a Áustria, onde ele descobriu que um agricultor identificado como Norbert H. era primo do ditador. O jornalista, junto com o historiador Marc Vermeeren, encontrou também outros 39 parentes distantes de Hitler no país. Norbert H. concordou em fornecer material genético para os exames.

Utilizando as duas amostras, especialistas chegaram à forma particular do DNA, Haplopgroup E1b1b - que é rara na Alemanha e em toda a Europa Ocidental. "É mais comumente encontrado no Marrocos, na Argélia, Líbia e Tunísia", disse Jean-Paul Mulders. Especialistas suspeitam que o grupo genético seja o mesmo ao qual pertencem uma das maiores linhagens de famílias judaicas. "Pode-se dizer, a partir desta premissa, que Hitler era parente de pessoas que ele desprezava", afirmou o jornalista na revista

by Uol

TCU encontra falhas no controle de licitações do HU dias antes de Operação da PF


Diana Gaúna


O TCU (Tribunal de Contas da União) detectou falhas no controle interno da área de licitações e contratos de seis Hospitais Universitários, entre eles o da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). De acordo com o Tribunal, foram feitas uma série de determinações e recomendações especificas, no sentido de corrigir as falhas e fragilidades apontadas pelo processo. A divulgação das irregularidades detectadas pelo TCU ocorreu um dia antes da Polícia Federal deflagrar a Operação Sangue Frio.

As auditorias foram realizadas nos hospitais das universidades federais do Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Rio do Janeiro e Triângulo Mineiro. Foi constatado que a maioria deles não conta com servidores estatutários para as atividades relacionadas à área de licitação e contratos.


Em função disso, o trabalho é realizado por estagiários, comissionados ou profissionais terceirizados contratados sem critério objetivo e que não possuem vínculo estável com a administração, o que aumenta significativamente o risco de fraudes.
O TCU constatou ainda a ausência de treinamento especifico para funcionários que lidam com as contratações. Em muitos casos, sequer havia manuais com os procedimentos de rotina que devem ser obrigatoriamente observados na condução das licitações.
HU/UFMS
No NHU (Núcleo de Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian), o Tribunal identificou a falta de monitoramento das atividades e do desempenho da área de suprimentos e aquisições, bem como a ausência de canais para recebimento de denúncias e a indefinição de critérios para seleção de servidores com a função de pregoeiro.
O relator do processo, ministro José Jorge, pontuou que a fiscalização iniciou após reportagem televisiva revelar esquema de fraudes nas licitações realizadas no Hospital Pediátrico da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), o que mostrou para a sociedade a participação ativa de empresas privadas nessa má conduta.
Entre as determinações e recomendações feitas pelo TCU, destacam-se a instituição de regras para a contratação de servidores voltados às atividades de licitações e contratos - de modo a garantir que se pautem pelos critérios da competência e da integridade - e a instituição de cursos e treinamentos de capacitação.
As auditorias fazem parte de um trabalho que o TCU realiza em 24 hospitais, distribuídos por 19 estados. O TCU informa que a população pode reclamar sobre uso irregular de recursos públicos federais, por meio da Ouvidoria do TCU e pelo telefone 0800-6441500 .
Polícia Federal
A Polícia Federal deflagrou no ultimo dia 19 de março a Operação Sangue Frio que culminou com o afastamento do diretor geral do HU, José Carlos Dorsa e outras três pessoas, de seus cargos, por decisão judicial. A chefe da CGU, Janaína Faria, aponta que a investigação detectou desvio de recursos do SUS que somam, inicialmente, R$ 3 milhões em reformas no HU.
Segundo o superintendente da PF, Edgar Marcon, a investigação tem como foco o desvio de recursos público federais e os envolvidos são suspeitos dos crimes de formação de quadrilha, corrupção passiva, fraude em licitações e desvio de recursos públicos.
As investigações têm cerca de um ano. A reportagem conseguiu apurar que o juiz negou o mandado de prisão solicitado pela PF. O Ministério Público teria entendido que havia indícios suficientes para decretar a prisão, assim como a Polícia Federal, que fez o pedido à Justiça. Também teria havido um parecer favorável do Procurador da República pelas prisões. Entretanto, o juiz não teria visto indício para tal, determinando o afastamento dos envolvidos.
Além de Dorsa, o servidor do HU, administrador Alceu Edison Torres e outros dois funcionários terceirizados também estão afastados por ordem Judicial.
A reportagem entrou em contato com o HU, mas a assessoria de restringiu a informar apenas que ‘a universidade acolheu as determinações da Justiça e está aguardando o desenrolar do caso. Caso haja novas determinações, serão cumpridas prontamente’.
MPF
O MPF abriu - entre agosto e outubro de 2012 - mais de 20 inquéritos civis públicos contra a UFMS. Uma série de possíveis improbidades administrativas que vão desde nomeação irregular, acúmulo de cargos e concessão irregular de bolsas até fraude em pregões eletrônicos, desvio de verbas, superfaturamento e emissão de nota em nome da Universidade em favor de empresa terceirizada.
Mesmo respondendo a dezenas de processos por improbidade administrativa, a reitora da UFMS, Célia Maria Silva Correa Oliveira, foi reconduzida ao cargo, conforme publicação no diário oficial da União de 30 de outubro de 2012. A eleição na qual Célia sagrou-se vencedora foi marcada por decisões conturbadas e protestos de acadêmicos e técnicos.
Confira abaixo a lista dos inquéritos abertos a partir do mês de agosto:
1. Apurar legalidade do procedimento de seleção de candidatos para preenchimento de vagas em curso de mestrado no Campus Pantanal.Data : 27 de agosto de 2012.
2. Apurar possível contratação de empresa Douracer Prestadora da Serviço de Limpeza e Conservação Ltda, sem procedimento licitatório pelo HU. Data: 07 de agosto de 2012.
3. Apurar possível concessão irregular de aposentadoria a servidor da Hospital Universitário, que seria funcionário apto do Hospital Regional, bem como empregado público na ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, no cargo de médico pleno. Data: 07 de agosto de 2012.
4. Apurar irregularidades na UFMS, consistentes em cessão de espaço no campus pra instalação da empresa Condor Turismo Ltda, sem licitação, bem como superfaturamento em serviço de locação de veículos prestados à UFMS pela Condor, que terceira as locações a outras empresas com notas fiscais emitidas pela UFMS, diretamente em favor das terceirizadas. Data: 22 de agosto de 2012.
5. Apurar possíveis irregularidades nas UFMS, consistentes em eventuais concessões fraudulentas de bolsas de estudo nos cursos de Educação à Distância. Data: 31 de agosto de 2012.
6. Apurar possíveis irregularidades na UFMS, consistentes em eventuais desvios de verbas de projetos do Departamento de Engenharia Elétrica da UFMS. Data: 31 de agosto de 2012.
7. Apurar possível irregularidade por parte de assessor jurídico da Reitoria e professor do curso de direito, ocupante de cargo de dedicação exclusiva, tendo apartecido como advogado de parte, em causa particular de professora da UFMS, perante juizado especial criminal da comarca de Campo Grande. Data: 31 de agosto de 2012.
8. Apurar possível irregularidade de servidor que estaria se ausentando de seu serviço na UFMS, para ministrar aulas em cidades do interior em cursos da própria universidade, acumulando funções incompatíveis e fazendo uso de veículo oficial em interesse particular e se apropriando de mobiliários públicos. Data: 31 de agosto.
9. Apurar possíveis irregularidades da administração de pessoal da UFMS consistente em pagamento indevido de diárias a servidores, de várias localidades do campus de Naviraí. Data 03 de setembro de 2012.
10. Apurar possíveis irregularidades perpetradas pela Reitora Célia Maria, de nomeação de diretores de campus e faculdades, com possíveis acúmulos indevidos de cargos públicos. Data: 03 de setembro.
11. Apurar possível irregularidade em gestão de bens pertencentes à UFMS, consistente a acondicionamento de mobiliário, em lugar inadequado, expostos a ação do tempo. Data: 04 de setembro de 2012.
12. Apurar prejuízo patrimonial da União decorrente de aplicação inadequada de valores de projetos de pesquisa, financiados pelo CNPq, conforme acórdãos do TCU (Triubunal de Contas da União). Data: 04 de setembro de 2012.
13. Apurar irregularidades na contratação da empresa Transamérica para realização de serviços de segurança no campus e no HU, consistentes na execução de serviços prestados e pagos e desacordo com o contratado. Data: 04 de setembro.
14. Apurar possível terceirização irregular e serviços pela UFMS, consistente na contratação indevida de empresas prestadoras de serviços, no período de 2008 e 2012. Data: 05 de setembro.
15. Apurar possível ocorrência de fraude em quatro pregões eletrônicos realizados no HU, para aquisição de bomba para infusão, no qual teria havido direcionamento da equipe de licitação da Universidade em favor da empresa Laboratórios Braun S.A, com exigências ilegais, desclassificação das outras licitantes de maneira irregular, anulando certame e publicando novo edital, indicando prática de sobrepreço. Data: 06 de setembro.
16. Apurar possível fraude no pregão eletrônico realizados no HU em favorecimento/direcionamento de modo a beneficiar a empresa Med-Care Equipamentos Hospitalares, que se sagrou vencedora do certame exatamento como denunciado em representação anterior a realização da própria licitação. Data: 06 de setembro.
17. Apurar possível irregularidade perpetrada pela administração central da UFMS, consistente em politização do procedimento de concessão e implantação à servidores, de adicional de insalubridade. Data: 10 de setembro de 2012.
18. Apurar possível concessão fraudulenta de bolsa permanência e auxilio alimentação em 2011 a acadêmico do campus de Aquidauana, então servidor do TJ-MS. Data: 10 de setembro.
19. Apurar possíveis irregularidades referentes à utilização indevida de bens e serviços públicos pela Fapec, consistente na utilização de laboratório em favor da empresa Águas de Guariroba, dentre outras entidades públicas e privadas, tendo a Fapec inclusive recebido os valores pelo serviço prestado, ao que parece sem as formalidades consistentes. Data11 de setembro de 2012.
20. Apurar possível favorecimento a ex-acadêmico do curso de História da UFMS, contratado por empresa terceirizada para prestar serviços de auxilio a Reitora Célia Maria Oliveira, à época pró-reitora de ensino e graduação, e recebendo inúmeras bolsas, prestado concurso sem sucesso, mas ocupante de cargo público.
21. Apurar irregularidade em cessão de servidor pela UFMS à Procuradoria Federal de MS, bem com a nomeação do mesmo no conselho de curadores da Fadems, com fins de fomentar interesse particular da Reitora Célia Maria Oliveira.
22. Apurar possíveis irregularidades perpetradas por professores do departamento de história, sobre a não prestação de contas de simpósio promovido em 2009, bem como participação de professor afastado por licença médica, ter participado de banca examinadora, de presidente e orientador de mestrado.
23. Apurar estrutura de oncologia no Estado, diante da negativa do HU/UFMS em receber novos aparelhos do Ministério da Saúde e detalhar a responsabilidade de cada envolvido.

(Matéria editada para acréscimo de informações às 15h49)
by midia max

Em Alta

Rio Grande do Sul: Sobe para dez o número de feminicídios durante o feriadão

O caso mais recente aconteceu no início da tarde desta segunda-feira, em Pelotas, na região Sul do Estado Casos ocorreram entre sexta e segu...

Mais Lidas