domingo, 24 de março de 2013

Indignados, eleitores desabafam e cobram CPI da Saúde nas redes sociais



Indignados com o veto de 23 dos 29 vereadores à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Saúde para investigar denúncias de desvio de verbas em hospitais de Campo Grande, eleitores recorreram às redes sociais para desabafar e cobrar medidas da Câmara Municipal.
Em rápida análise, a reportagem encontrou pelo menos seis postagens elaboradas, com centenas de compartilhamentos e comentários. Os campo-grandenses destacam a gravidade das denúncias de verba pública e questionam o parentesco de políticos com os envolvidos nas supostas irregularidades.
“Quer dizer que ao invés de criarem projetos, discutirem assuntos relevantes para a nossa cidade e fazer jus ao polpudo salário de R$ 15 mil e mais todas as benesses, os nobres edis preferem colocar em discussão e votação moção de repúdio ao prefeito Alcides Bernal (PP).Será que o caso de desvio de verba não seria mais relevante?”, questiona uma das postagens.
Além de compartilhar, os internautas recheiam de comentários as publicações. “Porque os vereadores têm medo da CPI, será que é o rabo preso?”, perguntou um deles. “Polícia Civil neles.... Vão a fundo o povo não aguenta mais tanta safadeza, é aumento de salário, é roubo na saúde, é roubou no raio que os parta... Socorro!!!!!”, postou outro eleitor.
Da mesma família de Adalberto Siufi, um dos diretores afastado do Hospital do Câncer, o vereador Paulo Siufi (PMDB), é um dos principais alvos das críticas. Ele até ganhou publicação exclusiva, com direito a foto e muitos ataques.
“Morro de vergonha desses vereadores, estão tentando tirar o foco da mídia em cima dos parentes do vereador Siufi e do ex-prefeito de Campo Grande. Vergonhoso senhor Mario César (PMDB), a única atitude digna que o senhor podia ter agora é renunciar”, comentou um internauta.
Políticos no meio
Envolvido no meio das postagens, o deputado federal Fábio Trad (PMDB) também recorreu às mídias sociais para defender sua família, que tem parentesco com o vereador Siufi.
“Ao contrário do líder do prefeito Alcides Peralta, vereador Alex do PT, que é contra a CPI da Saúde, não só sou a favor da referida CPI, mas também (simultaneamente) de mais quatro, que devem merecer profunda investigação do legislativo municipal”, escreveu o parlamentar.
Ele quer a CPI da “Lavagem de Dinheiro”, da “Gasolina”, da “Verba por Debaixo do Pano” e do “Mensalão”. “Aproveito, então, a oportunidade para exortar o líder e a base aliada do prefeito Bernal a assinarem todas as CPIs”, completou.
Além do deputado, também aderiram ao debate via mídia social pelos menos outros dois políticos: o prefeito Alcides Bernal e o presidente regional do PT, Marcus Garcia.

Mobilização

Além de criticar o veto à CPI, os internautas usam as mídias sociais para convocar a população a lotar, na próxima terça-feira (26), à Câmara Municipal para pressionar pela instalação da investigação.
“CPI da Saúde já! Vamos comparecer dia 26, terça-feira, às 9h30, na Câmara Municipal, traga seu cartaz, faixa. Chega! Vamos mostrar nossa força”, convoca uma das publicações, compartilhada, até as 15 horas deste domingo (24), por 569 internautas.
Na postagem, os comentários apelam pela presença maciça da população. “Campo Grande vai em peso na Câmara dos Vereadores para manifestar e sacudir o plenário. Tem que ter esta CPI, custe o que custar amigos do Face. Tem sujeira aí, estão querendo abafar. Vamos avante Campo Grande, vamos marchar rumo à Câmara Municipal”, escreveu outro internauta.
Dos 29 vereadores, apenas Luiza Ribeiro (PPS), Zeca do PT, Cazuza (PP), Waldecy Chocolate (PP), Paulo Pedra (PDT) e Eduardo Romero (PTdoB) assinaram em favor da criação da CPI. Para vingar, a comissão precisa de no mínimo 10 assinaturas.  

Empreiteira do escândalo que derrubou cúpula do Dnit-MS ganha licitação de R$ 8,38 milhões


05/11/2012


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Pio Redondo

A Rodocon Construções Rodoviárias Ltda já montou seu canteiro de obras na BR-267-MS, próximo à Nova Alvorada do Sul (120 km de Campo Grande), por ter ganhado o edital 538-2011-19, em 23 de agosto passado, com o valor de R$ 8,38 milhões.
A empreiteira foi classificada depois que outras duas, com preços mais baixos, foram eliminadas da licitação pela comissão julgadora do Dnit-MS.
A Rodocon vai fazer a conservação da BR-267, em trecho de 124,5 km, restaurado em 2010 e 2011 por duas outras empreiteiras também envolvidas em escândalos nacionais – a Delta, do esquema de Carlinhos Cachoeira, e a Sucesso, envolvida na Operação Lunus, da Polícia Federal, em 2006, relativa ao financiamento de campanha de Roseana Sarney.
As obras de conversação da Rodocon se situam entre Nova Alvorada e o entroncamento com a MS-134, que leva à Casa Verde.
Exatamente neste trecho, ao final de 2010, o TCU encontrou as maiores irregularidades na restauração da BR-267, como “projeto executivo deficiente ou desatualizado, fiscalização ou supervisão deficiente ou omissa, execução de serviços com qualidade deficiente e duplicidade na contratação/licitação de serviços”.
A Rodocon foi citada por se beneficiar de ‘duplicidade de licitação’, ou seja, fazer a obra de conservação ao mesmo tempo em que a Delta e a Sucesso faziam a restauração do pavimento da rodovia.
O processo relativo ao caso (014.983/2010-9) ainda está em tramitação no TCU, aguardando instruções do ministro relator José Mucio Monteiro Filho.
E enquanto o TCU não conclui a sua lenta investigação, o novo edital vencido pela Rodocon traz exigências que reafirmam os problemas surgidos na restauração da BR-267, como o Midiamaxdemonstrou em seguidas reportagens.
O edital fala em reparos como “solo melhorado com cimento para base de remendo profundo, selagem de trinca, correção de defeitos com mistura betuminosa e correção de defeitos por fresagem descontínua”, entre outros.
Neste domingo, ao percorrer os 124,5 km, a reportagem do Midiamax encontrou longos trechos remendados, asfalto fresado e trincas por corrigir.
Família de engenheiros e Rodocon responderam processo
Quem assina o projeto do edital vencido pelo Rodocon é Gustavo Rios Milhorin. O engenheiro chegou a ser citado no acordão 2959 do TCU porque, como um dos fiscais da restauração da BR-267, autorizou a ‘execução dos serviços sem a utilização da usina de solos prevista no projeto contratado’, que beneficiou a Sucesso, resultando em ‘execução de serviços com qualidade deficiente’.
Trechos da obra da Sucesso foram refeitos duas vezes, e agora, a Rodocon foi contratada pelo Dnit-MS para fazer a conservação.
Gustavo Milhorin é filho de Carlos Roberto Milhorin, exonerado em janeiro pelo ministro dos Transportes, Sérgio Passos, em caso que envolveu a Rodocon, em 2006, por “valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função pública, improbidade administrativa, lesão aos cofres públicos, dilapidação do patrimônio nacional e corrupção”.
Operação do PF em Dourados descobriu esquema
Em março de 2006, Carlos Roberto Milhorin foi investigado e processado por abrigar a Rodocon dentro da sede do Dnit de Dourados, que ele dirigia.
Notícias da época relatam que uma operação do Polícia Federal apreendeu computadores e documentos do Dnit e da Rodocon. A empreiteira Técnica Viária, de Curitiba, foi citada pelo PF como integrante do esquema.
A PF apurou que Milhorim era dono que uma usina de asfalto que fornecia massa asfáltica para as empresas contratadas pelo próprio Dnit comandado por ele dirigia.
Estes fatos resultaram em processo tocado pelo juiz federal Odilon de Oliveira, que determinou a quebra de sigilo bancário e fiscal do engenheiro.
As investigações levantaram contratos, serviços executados e medições de obras coordenadas por Milhorim. Na época, Gustavo Rios realizava cálculos de obras que foram assinados pelo pai.
Segundo informações do inquérito policial, em apenas uma das obras a planilha com o cálculo de medição aponta valor de R$ 331 mil, mas a autorização de pagamento era de quase o dobro, R$ 607 mil.
As investigações apontaram que Carlos Roberto Milhorim possuía imóveis em Dourados, Campo Grande e Uberaba (MG), e que seu patrimônio seria incompatível com sua renda salarial.

Esse caso é que culminou com a exoneração da cúpula do Dnit-MS em janeiro deste 

É possivel exumarmos ocorpo do Dr. Tancredo? by Deise


Crescem suspeitas sobre morte de Chávez; Venezuela abre inquérito

Nos dias que sucedem a morte de Hugo Chávez está sendo travada uma batalha retórica por todo o mundo em decorrência de declarações do governo venezuelano e de governos de países alinhados ao projeto “bolivariano” no sentido de que o ex-presidente pode ter sido alvo de “envenenamento” por parte de seus inimigos políticos ou, mais especificamente, dos Estados Unidos.
Do lado do governo da Venezuela e dos países aliados, a difusão da suspeita parece obedecer a um ritual bem calculado, como se existissem elementos mais do que simplesmente especulativos. Já pelo lado dos inimigos do governo Venezuelano, sobretudo por parte dos Estados Unidos, a estratégia tem sido a de tentar caracterizar como “loucura” dos adeptos do que chamam de “teoria conspiratória”.
Se for loucura, porém, está afetando gente que sabe muito bem o risco de se fazer uma acusação dessa monta sem maiores evidências. O presidente da Bolívia, Evo Morales, reiterou na última segunda-feira suas suspeitas em torno da morte de Chávez, que, segundo ele, teria sido assassinado por causa de sua oposição ao “império” e ao capitalismo.
Morales assegurou que Chávez ainda era muito jovem e, por isso, questionou: “Como pôde ter perdido tão rapidamente a vida? O império sabe como se infiltrar”, completou Morales, que lembrou que o próprio Fidel Castro já escapou de muitas tentativas de assassinato.
Apesar da tentativa do governo americano, de setores da mídia nacional e internacional e de militantes pró Estados Unidos em redes sociais da internet de ridicularizar a teoria e qualquer um que a leve a sério, os mais importantes meios de comunicação do Brasil e do mundo repercutiram, na última terça-feira, a abertura de inquérito na Venezuela para investigar a natureza do câncer que ceifou em um curto espaço de tempo a vida do líder venezuelano.
O presidente interino da Venezuela, Nicolás Maduro, disse que Chávez “Tinha a intuição desde o princípio” de que o câncer lhe fora inoculado e lembrou que os EUA “Tinham laboratórios científicos ensaiando como provocar cânceres” na década de 1940 e que “Após 70 anos, quanto não deve ter avançado esse tipo de laboratórios da maldade e da morte?”.
A teoria de que Chávez foi “envenenado”, apesar de uma campanha de desmoralização que vem sofrendo e na qual se vê uso de frases pré-elaboradas,  nas ruas de Caracas, como no Paseo de Los Próceres, onde fica a Academia Militar, local onde o corpo está sendo velado, há cartazes com dizeres como “Quem matou meu comandante?” e “Justiça”.
A ativista política estadunidense-venezuelana Eva Golinger, que vive em Nova Iorque e tem um programa de televisão num canal para a comunidade russa nos EUA, uniu-se aos adeptos da “teoria da conspiração”. Abaixo, vídeo em que, em bom espanhol, ela explica que evidências existiriam.

Já o escritor e historiador americano Willian Blum, autor de obras como Killing Hope: U.S. Military and CIA Interventions Since World War II e deRogue State: A Guide to the World’s Only Superpower , dentre outros, deu a seguinte declaração: “Pessoalmente, acredito que Hugo Chávez foi assassinado pelos Estados Unidos”.
Por telefone, fonte do governo venezuelano que não quer se identificar afirma que já existiriam “evidencias” de “inconformidades” no padrão da moléstia que matou Chávez, inclusive com laudos médicos feitos não apenas por cubanos ou venezuelanos e que afirmariam que o tumor em questão seria de um tipo “nunca visto”, com um poder de alastramento e uma resistência a tratamentos maior do que tudo que se viu até hoje.
“Teoria conspiratória” ou não, ela está hoje nos principais jornais e agências de notícias do Brasil e do mundo e os governos de Cuba e Venezuela não deram sinal algum de arrefecimento em veiculá-la. Pelo contrário, a retórica desses governos vem aumentando e ganhando adeptos entre aliados, ao ponto de ter sido aberta uma investigação formal.
Enquanto isso, em vários grandes jornais do Brasil parece ter baixado certa cautela, o que se explica pelo empenho com que o governo venezuelano e aliados têm difundido a tese. Este Blog, desde a primeira hora, com base em contatos que vem fazendo sugere aos que se apressam em negar o que antes de ser descartado precisa ser investigado, que também se acautelem.
 by blog da cidadania

Petista afirma que Comissão da Verdade investigará imprensa



Nas últimas semanas, a imprensa tem veiculado que a Comissão da Verdade, que apura o colaboracionismo de agente públicos e privados com a ditadura militar que vigeu no Brasil entre 1964 e 1985 a fim de produzir um relatório histórico, está investigando a participação de empresários e até de entidades dirigentes do futebol com aquele regime.
Todavia, até o momento a Comissão da Verdade não divulgou se irá apurar a atuação de certos agentes privados que tiveram participação preponderante para a efetivação do golpe de 1964 e para sua sustentação nos anos seguintes, até que a repressão aumentasse ao ponto de que aqueles que pediram e sustentaram a ditadura entendessem que em ditaduras só quem ganha é o ditador.
Para entender como é possível que uma Comissão que pretende apurar a verdade esteja, aparentemente, deixando de fora justamente o setor da sociedade que trabalhou com maior êxito e mais ostensivamente para a implantação do regime autoritário no Brasil dos anos 1960, o Blog da Cidadania recorreu ao presidente da Comissão Estadual da Verdade do Estado de São Paulo e da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa paulista, o deputado Adriano Diogo (PT-SP).
Leia abaixo, portanto, a entrevista que o deputado estadual em questão deu ao Blog da Cidadania nesta terça-feira, 19 de março de 2013.
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BLOG DA CIDADANIA – Deputado Adriano Diogo, bom dia. O senhor preside a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de São Paulo e a Comissão Estadual da Verdade que funciona naquela Casa, correto?
ADRIANO DIOGO – Sim, mas tenho que explicar que a Comissão Estadual da Verdade não é uma Comissão de Estado, é uma Comissão criada no âmbito da Assembleia Legislativa. Então, a partir da Assembleia Legislativa nós criamos a Comissão da Verdade do Estado de São Paulo.
Não é um projeto de lei, é um projeto de resolução. É que a Comissão adquiriu tal dimensão que as pessoas acham que é do Estado de São Paulo, mas ela não teve apoio nenhum do governo do Estado. Nós trabalhamos, só os deputados, no âmbito da Assembleia Legislativa.
BLOG DA CIDADANIA – Deputado, a imprensa tem veiculado que a Comissão Nacional da Verdade está investigando a atuação de vários setores da sociedade durante a ditadura de uma forma colaborativa.
Haveria empresariado envolvido. Fala-se claramente na Folha, hoje, sobre a FIESP e há pouco [em off] o senhor me falou da relação de entidades e pessoas do futebol com a mesma ditadura, sobretudo do futebol paulista.
Mas há um setor, deputado, que teve uma intensa correlação com a ditadura e sobre o qual, até agora, não se falou nada.
Então, muito sucintamente, gostaria que o senhor dissesse como é que fica a atuação da imprensa, da grande imprensa no âmbito do golpe, naquele momento do golpe, e na posterior sustentação daquele golpe que grande parte da imprensa, da grande imprensa teve durante a ditadura e com a ditadura.
A gente sabe que vários meios de comunicação – imprensa escrita, imprensa eletrônica – tiveram relações com a ditadura e, até agora, não se falou nada disso na Comissão da Verdade. Isso não vai ser apurado?
ADRIANO DIOGO – O golpe foi dado com apoio total da imprensa. Total. O único jornal de grande circulação que ficou contra o golpe foi o jornal Última Hora. É claro que os Bloch [revista Manchete] foram muito cautelosos… Mas, na grande imprensa, o golpe foi alardeado e bancado, principalmente nos primeiros anos [da ditadura], por muitos setores da imprensa.
O Estadão e o Jornal da Tarde,  de apoiadores da ditadura, do golpe, de apoiadores do Ademar de Barros e daMarcha da Família com Deus pela Liberdade – que era um absurdo, era o golpe –,  acabaram atingidos pela censura.
O Estadão e O Globo foram jornais importantíssimos para a decretação do golpe e a sua sustentação, o que não significa que os jornalistas dessas empresas fossem golpistas. Foram os patrões deles.
Aquele jornal Shopping News ou City News, tinha um jornalista que escrevia artigos contra o Wladimir Herzog, contra o Sindicato dos Jornalistas e contra a TV Cultura. Pedia a cabeça do Wlado e de seus companheiros todo fim de semana em São Paulo. Pedia a prisão do Wlado.
Então, a atuação da imprensa [durante a ditadura] foi uma coisa cruel.
BLOG DA CIDADANIA – Então, deputado, mas o senhor me relata a atuação da imprensa nesse período que é, mais ou menos, uma coisa que todos conhecem. Mas na Comissão da Verdade, ao menos pelo que tem noticiado a imprensa, não se fala nada sobre apurar essa atuação da imprensa.
ADRIANO DIOGO – Bom, a atuação da Comissão Nacional da Verdade agora mudou de coordenador. Agora, assumiu a Comissão Nacional o diplomata Paulo Sergio Pinheiro.  Antes, era o ex-procurador-geral da República doutor Claudio Fonteles.
Possivelmente, agora eles vão mudar a técnica de abordagem. E eu acho que, uma hora, esse capítulo terá que ser abordado – sempre lembrando que uma coisa foi a imprensa, outra coisa foram certas empresas jornalísticas que emprestaram veículos [para a ditadura transportar presos políticos], [que estimularam] a repressão e tiveram um papel direto [na ditadura]. Um papel direto!
É evidente que essas questões vão ter que ser abordadas. Senão, a verdade nã será completa. Vai ser uma comissão de meia verdade. E não existe meia verdade.
Agora, tudo é um processo. Neste ano, no dia 31 de março, o golpe vai fazer 49 anos e nada – ou muito pouco – se sabe do golpe de 64. É um assunto proibido. É muito difícil dizer a verdade no país da mentira.
BLOG DA CIDADANIA – Então, deputado: é muito difícil dizer a verdade no país da mentira. Essa é a grande questão porque, neste momento, a gente vê a grande imprensa dizer que o seu partido, o PT, estaria querendo instalar a censura no Brasil através de posições do partido favoráveis à regulamentação dos meios de comunicação eletrônicos via um novo marco regulatório.
Nesse momento, não seria muito bom que uma Comissão que diz – ao menos diz – que procura a verdade mostrasse ao país qual foi o comportamento dessas empresas de comunicação que hoje estão falando em censura e acusando o seu partido de ser um partido de censores?
Minha pergunta, portanto, é se o senhor não tem nenhuma notícia de uma intenção sequer cogitada no âmbito da Comissão da Verdade sobre uma investigação da atuação da imprensa – ou de uma parte da imprensa – durante a ditadura.
ADRIANO DIOGO – Eu não disse isso. Eu disse que, até o presente momento, não foi abordado o papel da imprensa e das empresas jornalísticas. Eu não estou dizendo, com isso, que não vai ser abordado. Eu não falei isso.
BLOG DA CIDADANIA – Mas, até o momento, não foi?
ADRIANO DIOGO – Até o momento, pelo menos, [acho que] não foi. Mas a Comissão Nacional não divulga o conteúdo do material, dos depoimentos. Isso só vai ser feito através de relatório a ser publicado [ao fim dos trabalhos da Comissão da Verdade]. Até lá, nós [da Comissão Estadual] não temos acesso.
Mas eu garanto ao senhor o seguinte: na Comissão de São Paulo, tudo que estiver ao alcance, tudo que estiver documentado será apurado e divulgado.
Comento que até hoje não se sabe se o dia 1º de abril foi um dia depois do golpe ou o dia do golpe porque até isso os militares mudaram para não caracterizar o golpe como o golpe da mentira, porque o dia 1º de abril é o Dia da Mentira.
Tudo isso vai ser esclarecido porque vão ser abertos ao público todos os arquivos do Estado de São Paulo, o que será uma contribuição nossa – da nossa Comissão, de São Paulo. Faremos com que todos os arquivos do DOPS [Departamento de Ordem Política e Social, órgão repressor da ditadura], de todos os órgãos da repressão do Estado de São Paulo, sejam  abertos ao público no [próximo] dia 1º no Arquivo do Estado.
Assim, é evidente que o papel da imprensa, que passa por certas empresas jornalísticas, vai ser apurado.
O que eu estou tentando explicar é que a Comissão da Verdade não é uma Comissão Técnica, ela é uma Comissão do povo brasileiro. (…) Ela não pertence a um grupo de especialistas.
O que estou tentando dizer, portanto, é que a Comissão da verdade é como o movimento brasileiro de Anistia. Um grande movimento popular, em todo o Brasil, nas universidades, nos sindicatos, nos órgãos associativos dos arquitetos, dos engenheiros, dos advogados – como a OAB de São Paulo – para contar essa verdade.
Esse relatório não vai ser um documento que vai ficar numa prateleira. Terá que ser divulgada a participação de todos. Da Fiesp, das empresas jornalísticas, das empresas automobilísticas… Todo aquele que contribuiu com o golpe, como aconteceu na Alemanha nazista, terá que aparecer. O nosso holocausto não pode ser contado pela metade.
BLOG DA CIDADANIA – Pelo que entendo, então, deputado, o senhor não acredita que será possível excluir a imprensa dessa investigação. É isso?
ADRIANO DIOGO – Ninguém poderá ser excluído.
by blog da Cidadania

Parceria entre Lula e empreiteiras não é novidade e confirma que o Brasil é refém de negociatas


Sem solução – Não é novidade alguma o fato de empreiteiras brasileiras, que mantêm negócios com o governo federal, custearem as viagens do messiânico Luiz Inácio da Silva pelo mundo afora. De igual modo, é mentirosa a alegação de que essas empresas abram seus cofres sem qualquer interesse.
Responsável pelo período mais corrupto da história política nacional e pela crise na economia, Lula continua recebendo altas somas para proferir palestras em que conta aquilo que não fez por conhecida incompetência.
No momento em que o Brasil enfrenta um apagão no setor de infraestrutura, o que compromete ainda mais a possibilidade de reversão da crise econômica, empreiteiras se unem ao mais mentiroso dos políticos para vender ao mundo a imagem de um país que é mera ficção. O conluio entre as empreiteiras e Lula mostra de maneira inequívoca que o ex-metalúrgico é quem manda no governo de Dilma Rousseff e faz jus ao rótulo de “presidente-adjunto”.
A realidade econômica do País é, por si só, motivo mais que suficiente para que as palestras do ex-presidente não sejam contratadas por qualquer vintém, uma vez que o Brasil cambaleia à um passo do precipício.
Lula é um mitômano incorrigível que se especializou em ufanismo como forma de garantir o avanço do projeto totalitarista de poder que tem a assinatura do Partido dos Trabalhadores. Ainda fugindo da imprensa para não ter que explicar os escândalos de corrupção em que se envolveu, direta ou indiretamente, Lula continua sem responder ao convite do editor do ucho.info para um debate, com duração acima de uma hora, sem o apoio de auxiliares e muito menos o direito a anotações.
Quisesse provar que recebeu inúmeros títulos e honrarias por merecimento, Lula já teria concordado com o debate. Covarde adepto das negativas como atalho para a desculpa, Lula é um parlapatão que levará o Brasil ao fundo do poço.
by Ucho

Subtenente fraudou alvarás de residenciais Polícia Civil, MP Corpo de Bombeiros detectaram irregularidades na liberação do habite-se de cinco residenciais





Polícia Civil, MP Corpo de Bombeiros detectaram irregularidades na liberação do habite-se de cinco residenciais

O Corpo de Bombeiros do Pará terá que realizar vistoria em todos os imóveis residenciais na capital, distrito de Icoaraci e Ananindeua, na região metropolitana. Denúncias de moradores dos empreendimentos foram investigadas pela Polícia Civil e Ministério Público e pela própria corporação dos Bombeiros, que detectaram irregularidades na liberação do habite-se de cinco residenciais – Mirante do Parque, localizado na Rodovia Augusto Montenegro, em Belém; Mirante do Lago, na Cidade Nova, em Ananindeua; Reserva Ibiapaba, localizado na rua Rodolfo Chermont, bairro Nova Marambaia em Belém; FIT 25, localizado no distrito de Icoaraci e Mistral, localizado na travessa Caripunas, em Belém.

Apesar das irregularidades, os bombeiros afirmam que não há motivo para pânicos dos atuais moradores dos empreendimentos porque não há riscos eminentes. Mas, por precaução todos os imóveis da construtora serão vistoriados, a fim de evitar problemas futuros, segundo explica o promotor militar Armando Brasil, que requereu a prisão preventiva do subtenente Alexandre de Oliveira Melo, membro do Centro de Atividades Técnicas do (CAT) do Corpo de Bombeiros, acusado de liberar o habite-se forjado para a Gafisa em troca de dinheiro.

Com a prisão decretada pela justiça, o militar já está sendo considerado desertor pela corporação. Ele teria obtido a senha de acesso dos processos e negociado com as empresas em valores que variavam entre R$ 30 mil e R$ 55 mil, cada documento de liberação dos imóveis. “O caso é gravíssimo, trata-se de falsificação de documento de vistorias de sistemas elétricos e de combate a incêndio em residenciais, onde atualmente moram milhares de pessoas”, ressalta o promotor Armando Brasil.

Ele não descarta a participação de outros militares envolvidos no esquema, inclusive, coronéis da corporação. Ontem, em coletiva aos jornalistas, juntamente com o major BM Saulo Lode Oliveira, major BM Jaime Rosa de Oliveira e o delegado da Divisão de Operações Especiais (Dioe) Neyvaldo Silva, eles explicaram como era realizada a fraude de venda dos habite-se para legalizar a ocupação dos empreendimentos construídos pela Gafisa no Pará.

Os sistemas elétrico e de combate a incêndio dos cinco residenciais foram vistoriados pelo CAT e originalmente reprovados. O subtenente é acusado de conseguir a senha dos processos, falsificar uma emissão do documento, como se a vistoria tivesse sido aprovada, e vender para a construtora.

Desta forma, no lugar de realizar os ajustes necessários para conseguir os documentos, responsáveis pela liberação da habitação dos empreendimentos, a construtora, segundo a investigação, optava em pagar pela fraude a agir de forma ilegal e irresponsável. A nova vistoria terá que ser realizada para que os residenciais possam ser adequados às regras de segurança. “Isto é um escândalo e precisa ser melhor investigado”, adianta o promotor militar.

Os oficiais bombeiros informaram que um procedimento administrativo foi instaurado na corporação para apurar as denúncias e que todas as informações investigadas foram repassadas à Polícia Civil e à Promotoria Militar, que deram base no pedido de prisão do oficial, acusado. No caso do residencial Mirante do Lago, em Ananindeua, a vistoria ainda está em andamento e com pendências, mas não compromete a segurança, assim como os quatro anteriores.

O OUTRO LADO

Em nota, a Gafisa informou que todos os seus empreendimentos no Pará são desenvolvidos em conformidade com os projetos aprovados pelos órgãos competentes. Disse ainda que eventuais exigências das autoridades locais “foram cumpridas com aprovação formal por meio de vistorias, realizadas no próprio local dos empreendimentos e alvarás competentes”.

Fonte: Diário do Pará

O Último Discurso. Charles Chaplin


"Sinto muito, mas não pretendo ser um imperador. Não é esse o meu ofício. 
Não pretendo governar ou conquistar quem quer que seja. Gostaria de ajudar - se possível - judeus, o gentio ... negros ... brancos.


Todos nós desejamos ajudar uns aos outros. Os seres humanos são assim. Desejamos viver para a felicidade do próximo - não para o seu infortúnio. Por que havemos de odiar ou desprezar uns aos outros? 

Neste mundo há espaço para todos.
A terra, que é boa e rica, pode prover todas as nossas necessidades.

O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos. 
A cobiça envenenou a alma do homem ... levantou no mundo as muralhas do ódio ... e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. 

Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, emperdenidos e cruéis.

 Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. 
Sem essas duas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido.


A aviação e o rádio aproximaram-se muito mais. A próxima natureza dessas coisas é um apelo eloqüente à bondade do homem ... um apelo à fraternidade universal ... à união de todos nós. 

Neste mesmo instante a minha voz chega a milhões de pessoas pelo mundo afora ... milhões de desesperados, homens, mulheres, criancinhas ... vítimas de um sistema que tortura seres humanos e encarcera inocentes. Aos que me podem ouvir eu digo: "Não desespereis!" 

A desgraça que tem caído sobre nós não é mais do que o produto da cobiça em agonia ... da amargura de homens que temem o avanço do progresso humano. Os homens que odeiam desaparecerão, os ditadores sucumbem e o poder que do povo arrebataram há de retornar ao povo. E assim, enquanto morrem os homens, a liberdade nunca perecerá.


Soldados! Não vos entregueis a esses brutais ... que vos desprezam ... que vos escravizam ... que arregimentam as vossas vidas ... que ditam os vossos atos, as vossas idéias e os vossos sentimentos! Que vos fazem marchar no mesmo passo, que vos submetem a uma alimentação regrada, que vos tratam como um gado humano e que vos utilizam como carne para canhão!

 Não sois máquina! 

Homens é que sois! E com o amor da humanidade em vossas almas! Não odieis! Só odeiam os que não se fazem amar ... os que não se fazem amar e os inumanos.


Soldados! 
Não batalheis pela escravidão! lutai pela liberdade!
 No décimo sétimo capítulo de São Lucas é escrito que o Reino de Deus está dentro do homem - não de um só homem ou um grupo de homens, mas dos homens todos! 
Estás em vós! Vós, o povo, tendes o poder - o poder de criar máquinas. O poder de criar felicidade! 
Vós, o povo, tendes o poder de tornar esta vida livre e bela ... de fazê-la uma aventura maravilhosa. Portanto - em nome da democracia - usemos desse poder, unamo-nos todos nós.
 Lutemos por um mundo novo ... um mundo bom que a todos assegure o ensejo de trabalho, que dê futuro à mocidade e segurança à velhice.


É pela promessa de tais coisas que desalmados têm subido ao poder.
 Mas, só mistificam!
 Não cumprem o que prometem.
 Jamais o cumprirão!
 Os ditadores liberam-se, porém escravizam o povo.
 Lutemos agora para libertar o mundo, abater as fronteiras nacionais, dar fim à ganância, ao ódio e à prepotência. 
Lutemos por um mundo de razão, um mundo em que a ciência e o progresso conduzam à ventura de todos nós. Soldados, em nome da democracia, unamo-nos.


Hannah, estás me ouvindo?
 Onde te encontres, levanta os olhos! Vês, Hannah? 
O sol vai rompendo as nuvens que se dispersam! 
Estamos saindo da treva para a luz! 
Vamos entrando num mundo novo - um mundo melhor, em que os homens estarão acima da cobiça, do ódio e da brutalidade. Ergues os olhos, Hannah! A alma do homem ganhou asas e afinal começa a voar. Voa para o arco-íris, para a luz da esperança.
 Ergue os olhos, Hannah!
 Ergue os olhos.



Vaticano é acusado de gastar R$ 58 milhões em complexo que abriga sauna gay Pelo menos 18 dos cardeais responsáveis pela escolha do Pontífice moram no local, em Roma




A basílica de São Pedro, em Roma

Um dia antes do início do conclave que irá eleger o Papa que substituirá Bento XVI, um novo escândalo sobre o Vaticano tomou conta da imprensa internacional. De acordo com o jornal “Independent”, a instituição religiosa teria gasto € 23 milhões (mais de R$ 58 milhões) em apartamentos de um prédio em Roma que abriga nada menos que a maior sauna gay da Europa.

Pelo menos 18 dos cardeais responsáveis pela escolha do Pontífice moram no local. Um deles é Ivan Dias, chefe da Congregação para Evangelização dos Povos, de 76 anos, que vive no mesmo andar onde funciona a sauna. Visto como um conservador, mesmo para os padrões atuais da Igreja, o ex-arcebispo de Bombaim teria ficado “horrorizado” com a descoberta. Uma de suas crenças é de que gays e lésbicas podem ser curados de suas “tendências não naturais através do sacramento da penitência”.

Segundo a imprensa local, o investimento no imóvel, realizado em 2008 pelo cardeal Tarcisio Bertone, foi realizado graças a generosos benefícios fiscais recebidos pela Igreja Católica durante o governo de Silvio Berlusconi. A propriedade é reconhecida como parte da Cidade Santa.

Leitores de sites gays italianos foram rápidos em fazer piadas sobre o tema.

“Se você não pode ir a uma sauna gay por medo de ser visto, o que você faz com milhões de euros roubados de italianos? Compra um bloco de apartamentos com a sauna dentro”, dizia um dos comentários do “Gay.it”.

A denúncia acontece em um momento delicado para a Igreja, que ainda se recupera de especulações a respeito da renúncia de Bento XVI. Chegou a ser dito que a saída do teólogo alemão ocorreu devido à presença de cardeais homossexuais dentro do Vaticano.
Primeiro dia de conclave termina com fumaça preta


Fumaça negra sai da chaminé instalada na Capela Sistina

Terminou com fumaça preta a primeira reunião do conclave para escolher o sucessor de Bento XVI, nesta terça-feira. Ao final de três horas de reunião, os cardeais eleitores reunidos na Capela Sistina não chegaram a um consenso, e um produto químico foi adicionado aos votos durante a queima.

A fumaça saindo pela chaminé da Capela Sistina foi observada por milhares de pessoas que aguardavam na Praça de São Pedro. Quando o novo Pontífice for escolhido, a fumaça será branca. As reuniões do conclave serão retomadas na manhã desta quarta-feira e continuarão até que haja um eleito. Já era esperado que o primeiro dia terminasse sem que um nome fosse escolhido. Especialistas acreditam que somente quarta-feira à tarde ou quinta-feira seja conhecido o nome do novo ocupante do Trono de Pedro.

Mais cedo, cantando a “Ladainha dos santos”, um canto gregoriano que pede aos mártires a inspiração, os 115 cardeais seguiram em fila no início da tarde desta terça-feira até a Capela Sistina para iniciar o conclave que escolherá o sucessor do Papa Bento XVI. O Vaticano já informou que é mínima a chance de um nome ser definido ainda na primeira votação

Uma vez na capela, os cardeais prestaram um juramento de sigilo, comprometendo-se a não divulgar qualquer informação sobre o que for tratado dentro do conclave. O religiosos estão proibidos de se comunicar com o mundo exterior, incluindo o acesso à internet e a redes sociais. O cardeal sul-africano Wilfrid Napier chegou a brincar, dizendo que já estava com síndrome de abstinência do Twitter.

A procissão obedeceu à ordem de cardinalato à qual cada um pertence. Primeiro entram os cardeais diáconos, que atuam na Cúria Romana. Atualmente são 30, entre eles o cardeal brasileiro João Braz de Aviz, que é prefeito emérito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica.

A seguir é a vez dos Cardeais presbíteros, os que estão à frente das dioceses pelo mundo. São a maioria que participam deste Conclave: 81. Entre eles, os outros quatro Cardeais brasileiros: Geraldo Majella Agnelo, Cláudio Hummes, Raymundo Damasceno Assis e Odilo

Por fim, os Cardeais bispos, aqueles que assumem dioceses suburbicárias em Roma. São somente quatro, sendo o mais idoso o Giovanni Battista Re, que é justamente o Decano do Conclave.

Após o juramento, foi proclamado o “extra omnis”, para que todos os não eleitores deixassem o recinto, e lacrada a porta da capela, dando início formalmente às deliberações para a escolha do novo Papa.

Até que a fumaça branca anuncie que o trono de Pedro tem um novo ocupante, seguem intensas as especulações. Hoje, o jornal italiano “Corriere della Serra” disse que o arcebispo de Milão, cardeal Angelo Scola, já teria 50 dos 77 votos necessários. Segundo a reportagem, o brasileiro Odilo Scherer, embora ainda um dos mais cotados, teria perdido força por conta de sua ligação com a Cúria romana, abalada por uma série de escândalos.

Missa solene teve como tema o amor e a unidade da Igreja

Pela manhã, os cardeais participaram da missa solene, celebrada pelo decano Angelo Sodano, que, por ter mais de 80 anos, não participa do conclave. Na homilia, Sodano fez diversas homenagens e Bento XVI, que renunciou ao pontificado no dia 11 de fevereiro, e pediu a Deus um novo “Bom Pastor” que lidere os cerca de 1,2 bilhão de católicos em todo o mundo.

Ao contrário do contundente discurso que Bento XVI, então ainda cardeal Josef Ratzinger, proferiu em 2005, atacando a “ditadura do relativismo”, Sodano foi conciliador em sua fala, ressaltando a importância do amor como “maior mandamento” e o trabalho de cada um pela unidade da Igreja. Segundo especialistas, o cardeal não sinalizou a preferência por qualquer um dos candidatos.

Nem tudo foi serenidade e meditação na missa. O cardeal italiano Antonio Maria Veglio passou mal e precisou ser socorrido durante a cerimônia. O Vaticano, porém, não informou a natureza do problema.

Os cardeais mudaram-se nas primeiras horas do dia para a Casa de Santa Marta, onde ficarão hospedados durante toda a duração do conclave.

Fonte: O Globo

Empresa ligada a Cachoeira vence licitação no Pará Empresa ganhou licitação de R$ 100 milhões para fornecer comida a 12 mil presos de Justiça no Pará




Empresa ganhou licitação de R$ 100 milhões para fornecer comida a 12 mil presos de Justiça no Pará

O jogo pesado de Carlinhos Cachoeira para ganhar concorrências públicas fraudulentas chegou ao Pará, onde a empresa Cial Comércio e Indústria de Alimentos, a ele ligada, acaba de abocanhar uma licitação de R$ 100 milhões. A Cial vai fornecer café da manhã, almoço e jantar aos 12 mil presos de justiça que superlotam as penitenciárias do Estado e também aos três mil policiais e agentes encarregados da segurança nas casas penais.

Para vencer a licitação aberta pela Secretaria de Segurança Pública, a empresa teve de convencer os concorrentes a desistir de enfrentá-la, oferecendo às que entrassem na disputa pequenas fatias no fornecimento da alimentação. Ela garantia que, no final, todo mundo iria se dar bem. Desde que, é claro, todos ficassem de boca fechada. Quem recusou entrar no esquema foi bater nas portas da Justiça.

Derrotada no pregão eletrônico por incrível R$ 0,1, a empresa Oliveira Alimentos, atual fornecedora da comida aos presos, denunciou a trama ao Ministério Público, anexando um DVD com duas horas de conversas entre os empresários em que eles combinavam quem iria ganhar ou perder a licitação. O DIÁRIO obteve cópia do DVD e, num dos trechos da conversa (ver ao lado), o representante da Cial afirma que o que ficasse combinado entre as empresas teria o apoio de “gente de cima” do governo estadual. O promotor Nelson Medrado ficou estarrecido com o que ouviu. E ingressou com pedido de liminar para suspender a concorrência.

O motivo alegado pelo promotor não foram as conversas nada republicanas de acerto entre os empresários que brigavam para fornecer comida aos presos- o que deve provocar um outro processo, em data oportuna -, mas a acusação de que teria havido inadequação à exigência do edital de apresentação de balanço patrimonial, tendo a Cial apresentado cópias xerografadas do livro contábil do período de 01 a 31 de julho de 2011, além de não apresentar nutricionista na relação de seu quadro profissional e também de responder a processo judicial em ação civil pública por ato de improbidade administrativa.

O juiz da 2ª Vara da Fazenda de Belém, Marco Antônio Lobo Castelo Branco, acolheu o pedido, determinando a suspensão. A decisão do juiz foi tomada em dezembro do ano passado. “A coletividade corre o risco de sofrer dano de difícil reparação, uma vez que o certame seguirá para as próximas fases culminando com a contratação de empresa possivelmente habilitada de forma irregular”, afirmou Castelo Branco no despacho. Para surpresa de Medrado, o mesmo juiz, no começo desta semana, retratou-se da decisão que havia tomado em dezembro, autorizando que a Cial de Cachoeira seja contratada, em “caráter provisório, até decisão de mérito”.

Medrado disse que está recorrendo contra a decisão de Castelo Branco, porque as irregularidades na licitação seriam graves, além dos fatos contidos nas gravações. “Eu pedi há quase três meses que a polícia mandasse para mim o inquérito, com os depoimentos dos envolvidos nessas conversas, mas até agora ela não fez isso”, conta o promotor.

Segup só vê ‘choro’. Contrato inicia amanhã

O secretário de Segurança, Luiz Fernandes, definiu como “choro de derrotado” a denúncia de irregularidades. “Quem perdeu me procurou várias vezes, uma delas questionando a documentação da vencedora. Houve recurso jurídico e ele foi indeferido”, disse Fernandes.

No caso das gravações em que as partes combinam preços e quem sairá vencedor, o secretário disse que não ouviu as gravações, mas que ao receber a denúncia mandou abrir inquérito imediatamente. Também garante que, se houve gravação, isso não interferiu na licitação. “Tudo foi feito dentro da lei, com total transparência, e o nosso setor jurídico agiu corretamente”.

Perguntado se sabia que a vencedora era ligada a Cachoeira, Fernandes respondeu que o que existe é “nota de jornal”. Mas, se há alguma ligação, emendou que a empresa não estaria impedida de concorrer. “Eu não me meto nisso”, disparou o secretário.

“LEVAR FERRO”

Ninguém da Cial ou do grupo de Carlinhos Cachoeira foi localizado em Belém e em Goiânia para falar sobre o caso. A empresa deve começar a fornecer a comida aos presos de todo o Pará a partir desta segunda-feira. O bicheiro sempre brigou pelas licitações em favor da Cial em outras capitais do País com a mesma voracidade com que um faminto avança sobre um prato de comida.

Conversas telefônicas da Polícia Federal na Operação Monte Carlo revelam a interferência de Cachoeira em uma briga na justiça da Cial para tirar da jogada uma concorrente, a Coral, com quem disputava o fornecimento de marmitas aos presos da cadeia de Aparecida de Goiânia (GO).

Na data de 9 de outubro de 2011, Cachoeira dialoga com um homem identificado pela PF como Michel. À certa altura, Michel pergunta se a Cial pertencia ao bicheiro. “Não é minha não, rapaz”, ele responde. “É de amigos. É Cial. A nossa é a Cial”. Michel, parecendo duvidar, indaga: Cial ou Coral? E Cachoeira, incisivo: “Não. É para ser a Cial. A Coral tem de levar ferro”.

AS NEGOCIATAS AO TELEFONE – EU GANHO, TU FORNECES

Em um dos trechos da gravação, feita de um aparelho celular, um homem identificado por Miro, da empresa Qualichef, que pertence ao mesmo grupo da Cial, uma das participantes da licitação, fala que queria que fizessem uma parceria em que a empresa Oliveira Alimentos – que denunciou o esquema ao MP – ganharia a licitação e ele, referindo-se a uma outra pessoa, trocaria o fornecimento da comida.

QUESTIONOU, DANÇOU

Em outra conversa, o homem identificado como Zé Antônio, o Toinho, comenta que o pessoal da Secretaria de Segurança teria praticado uma única falha por ter sido “induzido a erro”. Isso teria ocorrido, segundo Toinho, porque a Oliveira Alimentos “foi questionar a inabilitação da empresa ( Cial) quanto ao capital”. Diz ainda que, por conta disso, “ele”, sem especificar quem, “abriu o leque”. E dá a entender que existe alguém da Secretaria de Segurança envolvido no acordo. Cita como exemplo que, por conta do erro, os lotes de Marabá e Santarém da licitação foram colocados em “stand by”, ou seja, em espera.

É DE AMIGOS, É CIAL. A NOSSA É A CIAL

Na data de 9 de outubro de 2011, Cachoeira dialoga com um homem identificado pela PF como Michel. À certa altura, Michel pergunta se a Cial pertencia ao bicheiro. “Não é minha não, rapaz”, ele responde. “É de amigos. É Cial. A nossa é a Cial”. Michel, parecendo duvidar, indaga: Cial ou Coral? E Cachoeira, incisivo: “Não. É para ser a Cial. A Coral tem de levar ferro”.

UM LOTE É MEU; OUTRO, É TEU

Em uma conversa de 50 segundos, Miro fala da proposta sobre os contratos. Propõe que a empresa concorrente ceda um lote do interior, permanecendo com outro do interior e o da capital. Toinho entra na conversa lembrando que diante do que for decidido, tem-se compromisso.

Um homem conhecido por Euler pressiona em busca de uma decisão. Ele fala para o representante da Oliveira Alimentos que ele tem que escolher um dos caminhos que propõe. E continua dizendo que propõe em ficar como subcontratado da empresa Oliveira e assim acaba o problema.

ACERTO PARA FISGAR CONTRATOS

A pergunta da conversa agora é: qual será o acerto? Miro responde que ficaria em parceria com a empresa Oliveira na capital, a empresa Oliveira fica sozinha em Marabá e ele – não especifica nome – ficaria com Santarém. Toinho, entusiasmado, fala que melhor do que isso não existe. Toinho fala que não era para entrar ninguém e que era para eles jogarem – participar dos contratos – sozinhos.

Fonte: Diário do Pará

Época’: Lindbergh é acusado de ter recebido propina


O senador Lindbergh Farias, acusado de ter recebido propina quando era prefeito de Nova Iguaçu


Senador Lindenberg
Senador Lindenberg
O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) foi acusado de ter montado um esquema de recebimento de propina de empresas contratadas por Nova Iguaçu, quando ele foi prefeito do município, entre 2005 e 2010. Reportagem publicada neste sábado pela revista “Época” fez um levantamento a partir de documentos obtidos com o PMDB que fazem parte de um inquérito a que o senador petista responde no Supremo Tribunal Federal (STF).
O PMDB é contrário à pré-candidatura do senador ao governo do Rio em 2014 e defende o nome do vice-governador Luiz Fernando Pezão. As trocas de farpas entre as duas pré-campanhas ficaram mais intensas nos últimos meses, e, a partir de agora, incluem a divulgação de dossiês. Segundo a “Época”, o inquérito a que Lindbergh responde no STF contém acusações de corrupção, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro, todas relativas ao período em que o petista foi prefeito de Nova Iguaçu.
A investigação é baseada em dois depoimentos prestados em 2007 ao Ministério Público Estadual por Elza Elena Barbosa Araújo, ex-chefe de gabinete da Secretaria de Finanças de Nova Iguaçu, que até então estava sob sigilo. Segundo ela, logo no início do mandato, em 2005, Lindbergh montou um esquema de captação de propina entre empresas contratadas pela prefeitura. Os valores chegariam a até R$ 500 mil por contrato. Os recursos eram usados, segundo a acusação, para quitar despesas pessoas do então prefeito, inclusive prestações de um apartamento da mãe dele, Ana Maria, em Brasília.
Outra acusação da ex-funcionária da prefeitura atinge Carlos Frederico Farias, irmão de Lindbergh. A empresa Bougainville Urbanismo, de sua propriedade, teria recebido R$ 250 mil do esquema.
O Tribunal de Justiça do Rio autorizou a quebra de sigilos do senador, inclusive de cartão de crédito e aplicações financeiras. A revista informa que obteve cópias de duas decisões que determinaram quebra de sigilo. Segundo a “Época”, o desembargador Alexandre Varella considerou que os extratos sustentam as acusações de Elza. Varella ainda disse que o pedido do MP também foi baseado em depoimentos de outras testemunhas que teriam confirmado detalhes do esquema. A reportagem ainda cita denúncias contra empresas contratadas por Nova Iguaçu, como a 7R Comércio de Materiais de Escritório, que receberia pagamentos, mas não entregaria mercadorias. Os contratos chegariam a R$ 1,1 milhão.
À “Época”, o senador disse que não se intimidará com o dossiê e que será candidato “com tudo aberto”. Em referência indireta à casa que o governador Sérgio Cabral tem em Angra dos Reis, o senador disse não ter “mansão incompatível” com seus rendimentos. Para o petista, a “devassa” feita em sua vida não terá resultado: “Não vai aparecer nada”, disse à revista. Sobre a quebra de sigilo, o senador disse que foi “uma violência, covardia”.
Advogados do petista negaram à reportagem qualquer esquema de corrupção e afirmam que a empresa 7R prestou todos os serviços contratados. Segundo eles, o apartamento em Brasília citado por Elza foi da mãe do senador, mas, na época dos pagamentos citados, a propriedade pertencia a Francisco José de Souza, então secretário de Finanças de Nova Iguaçu.
Carlos Frederico, irmão de Lindbergh, disse que a Bouganinville jamais recebeu dinheiro público. Ele classificou a acusação como mentirosa e disse que nunca teve relação com a prefeitura de Nova Iguaçu.

Fonte: O Globo

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