domingo, 15 de julho de 2012

Por que a imagem da vagina provoca horror? Diante da origem do mundo, ela deu um grito



Eliane Brum, jornalista, escritora e documentarista. Ganhou mais de 40 prêmios nacionais e internacionais de reportagem. É autora de um romance - Uma Duas (LeYa) - e de três livros de reportagem: Coluna Prestes – O Avesso da Lenda (Artes e Ofícios), A Vida Que Ninguém Vê (Arquipélago Editorial, Prêmio Jabuti 2007) e O Olho da Rua (Globo). E codiretora de dois documentários: Uma História Severina e Gretchen Filme Estrada. elianebrum@uol.com.br
@brumelianebrum (Foto: ÉPOCA)

Muitos anos atrás, não sei precisar quantos, deparei-me com o quadro A origem do mundo (L’Origine du Monde, 1866) e me encantei. Nele, o francês Gustave Courbet pinta uma vagina. Cheguei a ela desavisada e fui tomada por uma sensação profunda de beleza. Forte o suficiente para sonhar, deste então, com a compra de uma reprodução, um plano sempre adiado. Quando passei a trabalhar em casa, há dois anos, desejei ainda mais ter o quadro na parede do meu escritório, onde reúno tudo aquilo que me apaixona em um pequeno universo perfeito e só meu. No último aniversário, em maio, meu marido me deu a reprodução de presente. Só na semana passada, porém, o quadro chegou da vidraçaria onde fez escala para receber moldura. Então, algo inusitado aconteceu.

Ouvi um grito:

- É o fim do mundo!

Eu estava no quarto e saí correndo, alarmada, para ver o que tinha acontecido. Encontrei Emilia, a mulher que limpa nossa casa uma vez por semana, com o rosto tomado por um vermelho sanguíneo, diante de A origem do mundo, que, ainda sem lugar na parede, jazia encostado em um armário.

- É o fim do mundo! – gritava ela, descontrolada. – Nunca pensei ver algo assim na minha vida! Eliane, que coisa horrível!

Meio atordoada, eu repetia: “Não é o fim do mundo, é o começo!”. E depois, sem saber mais o que fazer para acalmá-la, me saí com essa estupidez: “É arte!”. Como se, por ser “arte”, ela tivesse de ter uma reação mais controlada, quando é exatamente o oposto que se espera. Beirando o desespero diante do desespero dela que eu não conseguia aplacar, apelei: “Mas, Emilia, metade da humanidade tem vagina – e a humanidade inteira saiu de uma vagina! Por que você acha feio?”.

O fato é que, para Emilia, era o fim do mundo – e não o começo. Tentei fazer piada, mas percebi que a perturbação não viraria graça. A questão para ela era séria – e ela só não pedia demissão porque trabalha há 12 anos comigo e temos um vínculo forte. Naquele dia, Emilia despediu-se incomodada e passei a temer que talvez ela não suporte olhar para o quadro a cada quinta-feira.
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Por que Emilia, uma mulher adulta, que me conta histórias escabrosas da vida real, se horrorizou com a visão de uma vagina? Por que eu me encantei com a visão de uma vagina? Quando vivo uma experiência de transcendência, em geral eu não quero saber sobre a história da pintura que a produziu, porque temo perder aquilo que é só meu, a sensação única, pessoal e íntima que tive com aquela obra. É uma escolha possivelmente besta, mas faz sentido para mim. Por isso, eu quase nada sabia sobre “A origem do mundo”, para além do fato de que eu a adorava. Só no ano passado, ao ler um pequeno livro sobre um dos grandes nomes da história da psicanálise, o francês Jacques Lacan, soube que ele foi o último dono da pintura. Nos anos 90, sua família doou o quadro para o Museu D’Orsay, em Paris, onde está desde então.

Graças ao estranhamento de Emilia, transtornada que foi pela experiência artística quando se preparava para passar o pano no chão, fui levada a um percurso inesperado. Descobri que A origem do mundo causa escândalo desde que foi pintada. E agora quem está horrorizada sou eu, mas pela ausência de horror em mim diante do quadro. Por quê? Por que eu não sinto horror? O que há de errado comigo que não sinto horror?, cheguei a me perguntar. De repente, nossas posições, a minha e a de Emilia diante do quadro, inverteram-se. Eu, que não compreendia o horror dela, passei a suspeitar do meu não horror.

Eis uma breve trajetória da obra. A origem do mundo foi encomendada a Courbet, um pintor do realismo, por um diplomata turco chamado Khalil-Bey. Colecionador de imagens eróticas, ele pediu um nu feminino retratado de forma crua. E Courbet lhe entregou um par de coxas abertas, de onde despontava uma vagina após o ato sexual. A obra teria sido instalada no luxuoso banheiro do milionário, atrás de uma cortina que só se abria para revelar o proibido para uns poucos escolhidos. Khalil-Bey teria perdido a pintura em uma dívida de jogo, momento em que a tela passa a viver uma série de peripécias.

O quadro teve vários donos e, ao que parece, todos o escondiam atrás de uma cortina ou de uma outra pintura. Na II Guerra Mundial, algumas versões afirmam que chegou a ser confiscado pelos nazistas do aristocrata húngaro ao qual pertencia. Em seguida, passou uma temporada nas mãos do Exército Vermelho. Até que, após uma acidentada jornada, em 1954 foi comprado por Lacan e instalado na sua famosa casa de campo.

Até mesmo Lacan, um personagem pródigo em excentricidades e sempre disposto a chocar as suscetibilidades alheias, ocultava o quadro com uma outra pintura, encomendada ao pintor surrealista André Masson com esse objetivo. Como uma porta de correr, esse “véu” retratava uma vagina tão abstrata que só um olhar atento a adivinhava. Apenas visitantes especiais ganhavam o direito de desvelar e acessar a vagina “real”. Segundo Elisabeth Roudinesco, a biógrafa mais notória de Lacan, o psicanalista gostava de surpreender os amigos deslocando o painel. Anunciava então “A origem do mundo”, com a seguinte declaração: “O falo está dentro do quadro”. Boa parte dos intelectuais apresentados à tela ficava, como Emilia, bastante incomodada.

Por quê?

Que há algo perturbador no órgão sexual feminino não há dúvida. Até nomeá-lo é um problema. Vagina, como tenho usado aqui, parece excessivamente médico-científico. É como pegar a língua com luvas cirúrgicas. Boceta ou xoxota ou afins soa vulgar e, conforme o interlocutor, pejorativo. É a língua lambuzada pelo desejo sexual – e, por consequência, também pela repressão. Não há distanciamento, muito menos neutralidade possível nessa nomeação. É uma zona cinzenta, entregue a turbulências, e a palavra torna-se ainda mais insuficiente para nomear o que Courbet chamou de “A origem do mundo”. Para Lacan, “o sexo da mulher é impossível de representar, dizer e nomear” – uma das razões pelas quais teria comprado o quadro.

Em busca de respostas para o horror de Emilia, que, por oposição, revela o meu não horror, naveguei por algumas interpretações do quadro – e da perturbação gerada por ele. Jorge Coli, historiador, crítico de arte e autor de um livro sobre Courbet para a editora francesa Hazon, assim comentou sobre A origem do Mundo, em um artigo publicado em 2007: “Parece-me a radicalização do processo de transformar a mulher em um objeto orgânico, pois ele esconde a cabeça (pensante) e os braços e pernas (elementos da ação). Vemos a ponta do seio e, sobretudo, o sexo”. Coli assinala que uma das questões do século XIX era a ameaça do desejo contida no feminino. Inerte, entregue à contemplação, a mulher não ameaçaria.

Em algumas manifestações escandalizadas, o fato de Courbet ter “reduzido” a mulher a um pedaço da anatomia foi considerado uma afronta. Uma mulher sem cabeça, sem braços, sem história. A pintura chegou a ser definida pelo escritor e fotógrafo francês Maxime Du Camp como um “lixo digno de ilustrar as obras do Marquês de Sade”. Análises mais psicanalíticas explicam o horror de quem olha pela castração. Diante do espectador, entre as coxas abertas da mulher se revelaria a ferida aberta, a falta, a impossibilidade de ser completo. As mulheres se horrorizariam pela constatação da castração, os homens pelo temor a ela. Se alguns olhares produzem pistas, outros reforçam apenas o incômodo que a obra produzia.

O efeito do quadro já foi tentado em fotografias de mulheres, em geral prostitutas, colocadas na mesma posição, mas o resultado revelou-se diverso. Ao transpor para a fotografia, não é mais a imagem de Courbet, mas outra. Até que, em 1989, uma artista francesa, Orlan, fez algo marcante – e com grande potencial para gerar polêmica – a partir da obra original. Ela reproduziu a pintura trocando a vagina por um pênis – ou a boceta por um caralho. E chamou-a de A origem da guerra. Olhar para essa imagem causa um estranhamento, especialmente porque a posição, deitada de costas, é muito mais íntima da mulher do que do homem. O pênis, no caso, se oferece ereto ao olhar, mas a partir de um corpo na horizontal, entregue.

É instigante, desde que a provocação não seja reduzida a um feminismo indigente, banalizado pela crença pueril do “a mulher gera a vida, o homem a morte”. A intenção de Orlan, segundo Roudinesco, era bem mais refinada. Ela “pretendia desmascarar o que a pintura dissimulava, realizando uma fusão da ‘coisa’ irrepresentável com seu fetiche negado”. Reivindicava então a “imprecisão do gênero e da identidade” que marca o nosso tempo, anunciando, por sua vez: “Sou um homem e uma mulher”.

O que se pode afirmar é que Courbet revelou o que está sempre coberto, oculto, escondido. No Carnaval brasileiro, por exemplo, como lembra a psicanalista Maria Cristina Poli em um artigo interessante sobre o feminino, tudo é exposto – e até superexposto – do corpo da mulher, menos a vagina. Mas a força do quadro não está só no “mostrar”. Há algo de incapturável e único na forma como Courbet mostrou o “imostrável”, já que a transposição da imagem para a fotografia não causa o mesmo efeito. E o que é?

Não sei.

A vagina pintada por Courbet é peluda como não vemos mais nos dias de hoje. A depilação quase total do sexo feminino tornou-se um popular produto de exportação do Brasil. Tanto que virou um dos significados da palavra “Brazilian” no renomado Dicionário Oxford: "Estilo de depilação no qual quase todos os pelos pubianos da mulher são retirados, permanecendo apenas uma pequena faixa central”. Pelo visto, a partir dos trópicos supostamente liberados e sexualizados, a vagina depilada virou um clássico contemporâneo.

Este é um ponto interessante. Ao primeiro olhar, a extração dos pelos serviria para revelar mais a vagina, mas me parece que este é mais um daqueles casos, bem pródigos na nossa época, em que se mostra para ocultar – a superexposição que ofusca e cega. A vagina sem pelos é uma vagina flagelada – e arrancar os pelos com cera é mesmo um flagelo. É também uma vagina infantilizada pela força. E é ainda uma vagina esterilizada, já que vale a pena lembrar que no passado recente essa depilação agressiva só acontecia nos hospitais para, supostamente, facilitar o parto. “Se não depilo totalmente, me sinto suja”, disse-me uma amiga. Suja?

Em janeiro de 2000, a atriz Vera Fischer exibiu sua vagina peluda em um ensaio fotográfico da revista Playboy. Causou furor. Falou-se na “Mata Atlântica”, na “Amazônia”, na “selva” onde sempre é perigoso penetrar. Havia algo de poderoso e incontrolável na vagina em estado “natural” de Vera Fischer, e a polêmica se fez. Era uma mulher não domesticada ali. Uma mulher adulta.

Não me parece – e nunca saberemos se tenho razão – que, se Courbet tivesse pintado uma vagina careca, ela teria causado tanto o horror de Emilia quanto o êxtase em mim. A vagina pintada por Courbet é uma vagina que revela. Mas o quê?

Não sei. A maravilha da arte é que ela nos transtorna sem a menor intenção de nos dar respostas – muito menos caminhos a seguir. A arte é sempre labiríntica. Não há sentimentos “certos” ou “errados” diante da expressão artística, há sentimentos apenas. Movimentos. Que nos levam por aí, aqui. É em respeito a essa ideia que decidi não colocar nenhuma imagem do quadro aqui, nem mesmo um link – ou um atalho – para a imagem na internet. A busca da origem do mundo é pessoal e intransferível. Assim como a decisão de buscá-la.

A obra de Courbet sempre foi oculta por uma outra pintura. Ou cortina. Exceto agora, que a exibição no museu deu a ela uma espécie de salvo-conduto, por ser ali “o lugar certo”. De algum modo, até então, a vagina mais famosa da História da Arte fora coberta por um véu – além do véu representado pela própria pintura.

Decidi não cobrir minha reprodução de A origem do mundo com uma burca. Vamos ver o que acontece.

by Eliane Brum

Valéria del Cueto: Quem faz nem se sacode, mesmo quando não pode




Em cima do laço, tento manter o traço e faço de meu compasso medida para decidir. É tempo de olhar, apreciar e analisar, para DEPOIS… votar!

Sou do bem e estou de mal com quem só quer o que é mau. Rebelde e guerreira que sempre fui, achava que essa força se esvairia com o tempo. Qual o quê. Sigo implacável. Não tenho um pingo de piedade com quem não faz direito seu papel, insiste em jogar pra torcida e comete todos os tipos de jogadas proibidas achando que está abafando. Entrou em campo? Conhece as regras? Então trate de segui-las. Não apenas por obrigação, mas para mostrar sua convicção em relação ao que é certo ou errado. Isso é sinal de respeito com seus opositores e quem assiste de arquibancada a partida.

Ética, a ética. Conhece essa palavra? Sabe o que significa e implica? Se não sabe, sai da reta, pega o rumo, pica a mula ou passa longe, por que não tenho mais paciência para aguentar mentirosos e embromadores capazes de qualquer coisa por um pouco mais do mesmo cesto podre: o poder! Peguei pesado? Eu não! Eles que já botaram suas garras de fora mesmo antes do tempo regulamentar e que, quando adentraram o gramado saíram cometendo infrações a torto e a direito, sem medo de serem verdadeiramente punidos!

Fez uma, duas, três? Sai de campo, meu irmão. Está provado que não há respeito ao próprio pleito. Tá, te dou uma moral: em vez da decisão ficar restrita ao apito do juiz, vamos usar também o recurso de replay. Ele não mente jamais!

Nessa eleição a farra é nacional, mas está fragmentada: não há informações gerais, por assim dizer. Então a festa come solta! Por isso sugiro que o TSE produza um mapa nacional das irregularidades para que o país possa ver como a banda vai tocar seus vários instrumentos: de sopro, percussão e as cordas. Vai ser uma cacofonia! Com a pesquisa teríamos um ranking partidário, do quesito “quem faz mais merda” e, portanto, já demonstra sua intenção de enganar o eleitor. Sim, por que quem faz para se eleger, imagina do que é capaz depois de eleito. Imagina não. Dá muito trabalho e precisa puxar pela cabeça. Abre os jornais que está tudo lá!

Seria apenas uma questão de sistematizar as decisões na medida em que fossem saindo e jogá-las num banco de dados único para nossa gente bronzeada poder ver quem está no topo da parada dura das irregularidades eleitorais. Primeiro foram Haddad e Lula, depois Serra. Todos ainda antes de começar a campanha. Se a multa é tão ridícula e ainda pode ser paga por terceiros, vale a pena errar, inclusive desumanamente, repetidamente.

O atual prefeito do Rio de Janeiro é um que pegou a manha e está com bico para exercitar seu direito(?) de ser punido. Em poucos dias de campanha já chutou várias vezes a gol: deu a largada participando de várias inaugurações Dilmisticas, inclusive de um projeto apenas 10% concluído. Vaia neles que eles merecem! Na sequência, um final de semana, fomos brindados com gravações telefônicas pedindo votos pro cara. A compra de banco de dados é proibida. Infernizar a vida alheia não. Ele deve ter usado sua vastíssima agenda pessoal. Adentrando o gramado da apelação pura e simples, o vascaíno Eduardo Paes pegou carona na chegada ao Botafogo do jogador holandês Seedorf. O recebeu com o presidente do clube, filiado ao PMDB, no Palácio da Cidade. Cumprimentar o alcaide é praxe para todos os que aqui chegam! Tente ir lá. Ou, se for funcionário, aguarde notícias por que anexado ao contracheque de junho veio um panfleto falando dos feitos realizados. Crime eleitoral…

Enfim, se abriram as porteiras do universo da ilegalidade e pipocam irregularidades. Elas são muitas e, infelizmente, ficam voando por aí sem punição espalhadas em baixo dos tapetes processuais dos tribunais eleitorais locais, sem que possamos ter um quadro aproximado e atualizado do conjunto da obra no período em que é criada. Mais tarde, a gente sabe, Inês é morta, eles eleitos e nós? Continuaremos fazendo papel de idiotas, pelos próximos 4 anos.

*Valéria del Cueto é jornalista, cineasta e gestora de carnaval. Esta crônica faz parte da série “Ponta do Leme” do SEM FIM

UMA REPÚBLICA PARA O POVO É preciso reinventar as estruturas políticas no Brasil, porque essas estão totalmente corrompidas, não há representação efetiva e os partidos são incapazes de levar adiante um projeto para o povo. É preciso romper com a república Federativa e criar uma República Unitária. (Pedro Guilherme, sociólogo e membro do BCCI)


sexta-feira, 6 de julho de 2012

REGISTRO DESMENTE HADDAD SOBRE PEDIDO DE VERBA PARA SÃO PAULO.









Registros oficiais desmentem a versão repetida pelo candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, de que nunca foi procurado pela administração paulistana em busca de verba para a cidade quando ocupou o Ministério da Educação, entre 2005 e 2012. Em entrevista à Folha no dia 16 de junho, Haddad afirmou: "O secretário de Educação do prefeito Kassab [Alexandre Schneider] jamais me solicitou uma única audiência durante toda a sua gestão à frente de sua secretaria e durante toda a minha gestão. Nunca houve manifestação de interesse da prefeitura em estabelecer parceria com o governo federal." A agenda pública do Ministério da Educação e um e-mail da Secretaria Municipal de Educação ao gabinete do então ministro mostram que Haddad recebeu Schneider ao menos uma vez. O encontro ocorreu em 16 de fevereiro de 2011, a pedido do então secretário. Hoje, Schneider é candidato a vice na chapa do tucano José Serra, o principal adversário do PT na eleição. Folha de são Paulo.



COMENTO:

APRENDEU MENTIR COM O ÉBRIO DEFUNTUS SEBENTUS.

by Blog do Beto

quinta-feira, 5 de julho de 2012

José Dirceu chega ao Foro de São Paulo, em Caracas


Dirceu deve aproveitar o ambiente amigável para expor sua defesa no caso do mensalão


Por Duda Teixeira, de Caracas




O petista José Dirceu chega ao Foro de São Paulo, em Caracas (Alexandre Schneider)

Às vésperas de enfrentar o julgamento do Mensalão, o petista Jose Dirceu chegou na manhã desta quinta-feira ao Foro de São Paulo, o encontro anual de partidos de esquerda de todo o mundo. Realizado no hotel Alba, em Caracas, o foro se transformou em um evento da campanha chavista para as eleições presidenciais, marcadas para outubro. O PT já deu apoio total à candidatura do caudilho. Nos corredores do foro, corre o rumor de que Dirceu vai aproveitar o ambiente amigável para falar de sua defesa no caso do mensalão, cujo julgamento no STF começa em agosto.


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Boneco de Chávez fala muito e perde a bateria com facilidadeForo de São Paulo virou parte da campanha de Chávez


Será um dia cheio na capital venezuelana. De manhã, haverá uma reunião na Assembleia Nacional. A casa é dominada por deputados chavistas que, embora tenham recebido uma quantidade menor de votos na ultima eleição parlamentar, levaram a maior parte das cadeiras por meio de uma mudança nas regras eleitorais. O orador principal será o chanceler Nicolas Maduro, que foi acusado de ter incitado os militares paraguaios a dar um golpe em Assunção para evitar a queda do ex-presidente Fernando Lugo.


Em seguida, Dirceu deve acompanhar o desfile militar do Dia da Independência. As atrações deste ano são as armas russas e chinesas compradas recentemente pelas Forcas Armadas da Venezuela. Civis que receberam treinamento militar e hoje integram as milícias bolivarianas também serão destaque. Todos compartilham a missão de defender a “revolução chavista”.

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