quarta-feira, 9 de novembro de 2022

Rombo de R$ 400 bilhões de Bolsonaro:


Rombo de R$ 400 bilhões de Bolsonaro: economistas explicam como Lula deve agir
Fórum ouviu Marcio Pochmann, ex-presidente do Ipea, e Marco Antônio Rocha, professor da Unicamp, que expuseram o grave problema e opinaram sobre como sair da enrascada criada pelo atual governo

Créditos: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Escrito en ECONOMIA el 9/11/2022 · 18:02 hs

Toda a empáfia de Paulo Guedes sobre “responsabilidade fiscal” e o discurso vago e moralista de Jair Bolsonaro (PL) no que diz respeito a questões econômicas, ainda que o futuro ex-presidente assuma abertamente que não compreende bulhufas sobre o assunto, trouxeram como resultado o inverso do que prometiam há quatros: um cenário e equilíbrio nas contas públicas e um controle castiço com os gastos do governo federal.

A eleição passou, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceu e a bomba foi lançada no colo do presidente eleito. Um rombo astronômico inicialmente calculado em R$ 250 bilhões, mas que, segundo o ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, é na verdade de R$ 400 bilhões.

Bolsonaro violou por várias vezes o orçamento que tinha à disposição, sempre pressionando o Congresso por mais dinheiro. Sua estrepolia final e fatal foi a PEC criminosa e eleitoreira que saiu distribuindo “auxílios” a torto e a direito, muito além do necessário e indispensável Auxílio Brasil, o que terminou por explodir com as finanças públicas.

A reportagem da Fórum foi ouvir dois economistas reconhecidos, Marcio Pochmann, ex-presidente do Ipea, e Marco Antônio Rocha, professor da Unicamp, para entender melhor o que aconteceu durante o mandato do atual presidente de extrema direita que resultou no desastre fiscal atual e pediu também que os dois especialistas apontassem caminhos para que Lula consiga equacionar esse que talvez seja o maior problema que herdará de Bolsonaro.

Pochmann lembrou que Bolsonaro, Guedes e suas equipes se jactavam de uma suposta responsabilidade com as contas e que, com esse discurso, esvaziaram investimentos e programas sociais e ainda assim deixam um déficit colossal.

“Mesmo diante de toda a retórica de compromisso com o equilíbrio fiscal, o governo Bolsonaro se despede deixando um enorme déficit nas contas públicas. Um déficit, inclusive, alterado em sua trajetória, mesmo com uma política forte de restrição de gastos, especialmente nas áreas social e de ciência e tecnologia, e também pela própria política de privatização”, começou explicando.

O ex-presidente do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), de 2007 a 2012, lembrou que toda a doutrina de Guedes, de um neoliberalismo extravagante, resultou mais uma vez num caos social e na perda de controle das contas públicas.

“Mais uma vez, comprova-se quanto o receituário neoliberal consegue na prática efetuar o que propõe. O déficit estimado para o ano de 2023 começa a ser melhor expresso com as informações que chegam após o encerramento das eleições, até então vigorava o discurso emblemático de que o país era um dos poucos que crescia no mundo, que reduzia inflação e reduzia o emprego. Agora sabe-se o quanto isso era artificialidade, a partir da melhor compreensão do tamanho da desorganização das finanças públicas deixadas por esse governo”, acrescentou Pochmann.

Já Marco Antônio Rocha começou desmistificando o tão venerado teto de gastos e explicando que o tal rombo não é exatamente um problema financeiro, mas sim uma questão política que agora se transformou numa espécie de arapuca para Lula, que já recebera a faixa com o enorme pepino nas mãos.

“Antes de discutir o tamanho do tal rombo, valem algumas considerações. Primeiro de tudo temos essa falsa imagem de que há um ‘problema de caixa’, ou que não há dinheiro por conta de um rombo deixado, como agora por exemplo, pelo governo Bolsonaro. O problema aí é a série de buracos deixada no orçamento de 2023, na Lei Orçamentária de 2023, pra ser mais preciso. Verbas que deveriam ser contempladas, que deveriam estar no orçamento, e que não foram. É menos um problema de falta de dinheiro e mais um problema, digamos, de armadilha política, de uma bomba política, que o governo Bolsonaro deixou armada. Ou seja, ele deixou para o próximo governo uma obrigação de renegociar todo um orçamento porque toda a peça orçamentária de 2023 é uma piada, uma obra ficcional, porque sequer contemplava verbas de custeio. Sabendo disso, já foi deixado dessa forma para que o próximo governo chegasse tendo que renegociar toda a questão orçamentária pra contemplar despesas fundamentais. É um problema muito mais de ordem política do que de ordem financeira, e é mais uma herança deixada por Jair Bolsonaro, entre tantas outras péssimas heranças, colocando um governo que acabou de ser eleito diante de uma pesada e difícil negociação política”, explanou Rocha.

O professor da Unicamp falou sobre a desorganização de não prever gastos essenciais e fundamentais com estrepolias fiscais encampadas por Bolsonaro, que ao fim resultou na bomba que agora precisará ser desarmada pelo presidente eleito.

“Quando a gente fala desse buraco orçamentário, se formos pensar de forma bem simples, tem o pacote de medidas de auxílio eleitoreiro, assim como alguns auxílios fundamentais, como é o caso do Auxílio Brasil, que precisam ser recompostos para o ano que vem. A discussão é sobre o Auxílio Brasil e a transformação dele de volta em Bolsa Família, só que para além disso, há uma série de outros pontos não contemplados na Lei Orçamentária de 2023, muitos relacionados a custeios de atividades fundamentais, e de reestruturação de políticas sociais fundamentais, como por exemplo o sucateamento e o abandono dos órgãos de fiscalização ambiental e a Farmácia Popular, são verbas que precisam ser custeadas porque sem esses serviços há uma ameaça ao funcionamento do Estado brasileiro. Há também outras questões que estão relacionados a um conflito distributivo que o governo Bolsonaro empurra para o próximo governo, como é o caso do reajuste dos servidores públicos, que até podem nem ser contemplados na PEC que será apresentada, mas estão neste conflito distributivo, já que estão quatro ou cinco anos sem reajusto e diante de uma significativa inflação. O custeio das universidades federais também está muito comprometido, com algumas ameaçando sequer continuarem funcionando o ano que e, tudo isso, somado, é parte de um conflito político que o governo Bolsonaro deixou armado para o próximo governo. É certo que tudo isso criará um desgaste político para o próximo governo” detalhou.

Rocha aproveitou para alertar sobre as negociações que já foram iniciadas no Congresso para que, talvez, uma PEC seja usada para modificar o desastroso orçamento deixado por Bolsonaro para o próximo ano, embora a equipe econômica de Lula e o próprio presidente eleito estejam mais inclinados a achar soluções que não passe pelo parlamento, para evitar “dívidas” precoces com deputados e senadores.

“Quando falamos do valor da PEC, se ela será de R$ 200 bilhões, ou R$ 400 bilhões, isso não é o que mais importa. O que importa de fato é: o que você vai querer recompor nessa primeira negociação. Quanto mais o governo conseguir recompor isso, significa que ele terá menos conflitos com bases de apoio suas em 2023, mas ao passo que ocorrerá um conflito maior com o mercado financeiro, que quer reduzir isso o máximo possível. A gente não pode deixar de lembrar que ocorreram ações deliberadas do governo Bolsonaro para desmontar uma série de políticas públicas e por consequência desmontar certas estruturas do Estado Brasileiro, como os órgãos de fiscalização ambiental que eu já citei, as universidades federais, enfim. O custeio dessas instituições já está tão comprometido que, o que parece comprometido agora é o funcionamento delas. Eu quero chamar a atenção, de novo, para o fato de que não é só uma conta financeira, mas sim uma conta política. Quanto mais o governo conseguir empurrar o volume dessa PEC, criando assim um quadro de desgaste com o mercado financeiro, também vai significar ao longo de 2023 um desgaste político menor do futuro governo”, acrescentou o acadêmico da universidade paulista.

Voltando a Marcio Pochmann, a pergunta sobre como sair desse enrosco é respondida com um verdadeiro mantra do mundo econômico, tão real quanto indispensável para o Brasil.

“O novo governo deverá estabelecer um caminho que não passe, evidentemente, pela prevalência do neoliberalismo. É necessário compreender que parte importante da diferença entre o que o Estado brasileiro arrecada e ele gasta, está diretamente vinculada à ausência de crescimento econômico. A economia precisa ser rapidamente estimulada a voltar a crescer em bases sólidas, por que a ampliação da atividade econômica vem acompanhada de maior arrecadação, e, portanto, melhores condições para enfrentar o desequilíbrio das contas públicas no Brasil”, concluiu Pochmann.

Marco Antônio Rocha, questionado sobre uma saída para o grave problema, preferiu insistir numa composição orçamentária que efetivamente cubra os gastos com o que importa e é essencial, resgatando o país, o povo e a própria estrutura estatal do país, não sem acabar com o famigerado teto de gastos e com uma reestruturação do falido e ineficiente regime fiscal brasileiro.

“A saída agora é negociar essa composição orçamentária, cobrir todas essas questões relativas, pois é uma discussão pública, é uma discussão política porque afinal definirá o curso dessa reconstrução nacional, e que foi legitimada pelas urnas, e na mesma PEC estipular a reestruturação do regime fiscal brasileiro, até porque o teto de gastos não de certo, e isso é consensual, e outras regras que são muito impeditivas do planejamento orçamentário. Reestruturar o regime fiscal brasileiro, revogar o teto e reforçar o orçamento dentro do que necessário, do razoável tendo em vista a intenção que temos de reconstruir as funções do Estado brasileiro”, pontuou Rocha.

Gal Costa, uma das maiores cantoras do Brasil, morre aos 77 anos

Informação foi confirmada pela assessoria da cantora. Foram 57 anos de carreira e clássicos da MPB como 'Baby', 'Meu nome é Gal', 'Chuva de Prata', 'Meu bem, meu mal' e 'Barato total'.

Por g1

09/11/2022 11h11 Atualizado há 11 minutos
Adriana Spaca/Brazil Photo Press via AFP/Arquivo

Gal Costa, uma das maiores cantoras do Brasil, morreu aos 77 anos, em São Paulo, nesta quarta-feira (9). A informação foi confirmada pela assessoria da cantora. Ela havia dado uma pausa em shows, após passar por uma cirurgia para retirar um nódulo na fossa nasal direita.


Maria da Graça Costa Penna Burgos nasceu em 26 de setembro de 1945 em Salvador e foi a voz de clássicos da MPB como "Baby", "Meu nome é Gal", "Chuva de Prata", "Meu bem, meu mal", "Pérola Negra" e "Barato total".

Foram 57 anos de carreira, iniciada em 1965, quando a cantora apresentou músicas inéditas de Caetano Veloso e Gilberto Gil. Ela ainda era Maria da Graça quando lançou "Eu vim da Bahia", samba de Gil sobre a origem da cantora e do compositor.

Os músicos João Gilberto, Caetano Veloso e Gal Costa, em agosto de 1971 — Foto: Estadão Conteúdo/Arquivo

Três anos depois, veio outro clássico: "Baby", de Caetano Veloso. A canção foi feita para Maria Bethânia, mas Gal a lançou em disco e a projetou no álbum-manifesto da Tropicália. "Divino maravilhoso" (de Gil e Caetano) foi outra da fase tropicalista.
Ao longo dos anos 60 e 70, ela seguiu misturando estilos. Dedicou-se ao suingue de Jorge Ben Jor com "Que pena (Ela já não gosta mais de mim)" e foi pelo rock com "Cinema Olympia", mais uma de Caetano. "Meu nome é Gal", de Roberto e Erasmo Carlos, serviu como carta de apresentação unindo Jovem Guarda e Tropicália.

Ao gravar "Pérola negra", em 1971, ajudou a revelar o então jovem compositor Luiz Melodia (1951-2017). No mesmo ano, lançou "Vapor barato", mostrando a força dos versos de Jards Macalé e Waly Salomão.
A cantora Gal Costa durante ensaio no Rio de Janeiro em setembro de 1968 para a capa do disco 'Gal Costa', lançado em 1969, pela gravadora Philips — Foto: Estadão Conteúdo/Arquivo

Ela seguiu gravando várias músicas de Gil e Caetano, mas foi incluindo no repertório versos de outros compositores como Cazuza ("Brasil", 1998); Michael Sullivan e Paulo Massadas ("Um dia de domingo", de 1985); e Marília Mendonça ("Cuidando de longe", 2018).

Na longa carreira, Gal lançou mais de 40 álbuns entre discos de estúdio e ao vivo. "Fa-tal", "Índia" e "Profana" foram três dos principais.
Caetano Veloso e Gal Costa no programa 'Saudade não tem idade' — Foto: Acervo Grupo Globo

Ela estava em turnê com o show "As várias pontas de uma estrela", no qual revisitava grandes sucessos dos anos 80 do cancioneiro popular da MPB. "Açaí", "Nada mais", "Sorte" e "Lua de mel" eram algumas das músicas do repertório.

Bem recebido pelo público e pela crítica, esse show fez com que a agenda de Gal ficasse agitada após a pandemia. A estreia aconteceu em São Paulo, em outubro do ano passado.

Além de rodar o Brasil, Gal entrou na programação de vários festivais e ainda tinha uma turnê na Europa prevista para novembro.

A cantora Gal Costa, durante participação especial para o disco de Gilberto Gil 'Expresso 2222', gravado no estúdio da Rádio Eldorado em São Paulo em junho de 1972 — Foto: Solano José de Freitas/Estadão Conteúdo/Arquivo

Ela deixa o filho Gabriel, de 17 anos, que inspirou o último álbum de inéditas. "A pele do futuro", de 2018, foi o 40º disco da carreira. "Está vindo a geração que salvará o planeta", disse ela ao g1, quando lançou o álbum.

O último álbum lançado foi "Nenhuma Dor", em 2021, quando Gal regravou músicas como "Meu Bem, Meu Mal", "Juventude Transviada" e "Coração Vagabundo", com cantores como Seu Jorge, Tim Bernardes e Criolo.

segunda-feira, 7 de novembro de 2022

Ex-ator Guilherme de Pádua morre aos 53 anos

Informação foi transmitida pelo pastor Márcio Valadão, da Igreja Batista da Lagoinha. Guilherme de Pádua sofreu um infarto na noite deste domingo (6/11)


Ex-ator Guilherme de Pádua morreu aos 53 anos(foto: Reprodução)

Estado de Minas 06/11/2022 22:57 - atualizado 06/11/2022 23:48

O ex-ator Guilherme de Pádua, que cumpriu pena pelo assassinato da atriz Daniella Perez, morreu neste domingo (6/11) em Belo Horizonte. Ele tinha 53 anos. A informação foi transmitida pelo pastor Márcio Valadão, da Igreja Batista da Lagoinha, em vídeo publicado no Instagram. Segundo o religioso, Pádua sofreu um infarto pouco antes das 22h.

“Recebi o telefonema de uma irmã falando de um dos nossos pastores que acabou de falecer. Aquilo para mim foi um impacto muito grande, pois hoje, às 10h, eu estava dirigindo o culto, e ele estava no primeiro banco com a esposa, servindo ao Senhor, cantando, orando, louvando (...)”, disse.

Guilherme de Pádua interpretou o motorista Bira na novela De Corpo e Alma, da TV Globo, em 1992. Seu personagem fazia par romântico com Yasmin, vivida pela atriz Daniella Perez, filha da autora Glória Perez. No decorrer das gravações, Pádua assassinou Daniella com a ajuda da ex-mulher, Paula Nogueira Thomaz.

As investigações da época dão conta de que Guilherme teria ficado insatisfeito com a diminuição de seu papel na novela, enquanto Paula demonstrava ciúmes pelas cenas de Daniella com o ator.

Após armar uma emboscada para a atriz em um posto de combustíveis, o casal a levou para um matagal na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, e desferiu pelo menos 20 golpes de punhal. O crime ocorrido em 29 de novembro de 1992 chocou todo o país.

Pastor Márcio Valadão anunciou a morte de Guilherme de Pádua

“É um moço que a sociedade não compreende, porque ele praticou aquele crime tão terrível da Daniela Perez, foi preso, cumpriu a pena e se converteu. Era uma lagarta e virou borboleta. Dentro de casa, caiu e morreu. Morreu agorinha. Acabou de morrer”, lembrou Márcio Valadão.

Por ter matado Daniella Perez, Guilherme de Pádua foi condenado a 19 anos e 6 meses de prisão. Após cumprir um terço da pena, ele ganhou liberdade em 14 de outubro de 1999. Posteriormente, aderiu à Igreja Batista da Lagoinha, na qual tinha um trabalho social com ex-presidiários, segundo Valadão.

“Esse moço, Guilherme de Pádua, ficou tão conhecido. Era um artista de TV e fez aquela besteira anos atrás. Até hoje fica um estigma muito grande. Mas eu tive o privilégio de conviver com ele. Durante muitos anos, esteve conosco. Depois que saiu da prisão, cumpriu a pena, e hoje tem um trabalho de cuidar de ex-presos no ministério pastoral”.

sábado, 5 de novembro de 2022

Pompeo: Fontes do relatório do Yahoo News WikiLeaks 'todos devem ser processados'


29 de setembro de 2021· 6 minutos de leitura

O ex-diretor da CIA e ex-secretário de Estado Mike Pompeo pediu na quarta-feira o processo criminal de fontes que conversaram com o Yahoo News para uma história detalhando propostas da agência de inteligência em 2017 para sequestrar o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, e discussões dentro do governo Trump e da CIA para possivelmente até mesmo assassiná-lo.

Pompeo, que aparece no podcast de Megyn Kelly , foi convidado a responder à história do Yahoo News , baseada em entrevistas com 30 ex-funcionários de inteligência e segurança nacional dos EUA com conhecimento dos esforços do governo dos EUA contra o WikiLeaks.

“Não posso dizer muito sobre isso além das 30 pessoas que supostamente falaram com um desses repórteres [do Yahoo News] – todos deveriam ser processados ​​por falar sobre atividades classificadas dentro da Agência Central de Inteligência”, disse Pompeo.

Ao mesmo tempo, Pompeo se recusou a responder a muitos dos detalhes na conta do Yahoo News e confirmou que “partes disso são verdadeiras”, incluindo a existência de uma campanha agressiva da CIA para atacar o WikiLeaks após a publicação da organização de informações altamente documentos sensíveis do chamado Vault 7 revelando algumas das ferramentas e métodos de hacking da CIA.

“Quando bandidos roubam esses segredos, temos a responsabilidade de ir atrás deles, para evitar que isso aconteça”, disse Pompeo. “Temos absolutamente a responsabilidade de responder. ... Queríamos desesperadamente responsabilizar os indivíduos que violaram a lei dos EUA, que violaram os requisitos para proteger as informações e tentaram roubá-las. Existe um arcabouço legal profundo para isso. E tomamos ações consistentes com a lei dos EUA para tentar conseguir isso.”

O ex-secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo. (Joe Raedle/Getty Images)

Os comentários de Pompeo vieram quando alguns ativistas de direitos humanos, grupos de liberdades civis e apoiadores de Assange disseram que as revelações do Yahoo News deveriam ser investigadas e eram motivos para abandonar os esforços do Departamento de Justiça de extraditar Assange de uma prisão britânica para enfrentar acusações criminais nos EUA. por publicar segredos governamentais classificados em violação da Lei de Espionagem da Primeira Guerra Mundial, bem como por supostamente conspirar para invadir uma rede secreta do governo dos EUA.

“Agora sabemos que este caso criminal sem precedentes foi lançado em parte por causa dos planos genuinamente perigosos que a CIA estava considerando”, disse Ben Wizner, diretor do Projeto de Discurso, Privacidade e Tecnologia da União Americana das Liberdades Civis. “Isso fornece mais uma razão para o Departamento de Justiça de Biden encontrar uma maneira tranquila de encerrar este caso.”

Também pesando sobre a história do Yahoo News estava Nils Melzner, o Relator Especial das Nações Unidas sobre Tortura. “Não se trata de lei. Trata-se de intimidar o jornalismo; trata-se de suprimir a liberdade de imprensa; trata-se de proteger a imunidade para funcionários do estado”,ele disseem um vídeo que ele postou no Twitter. O caso de Assange “tornou-se impossível de ignorar”, acrescentou. “E eu encorajaria jornalistas de todos os meios de comunicação a analisarem profundamente este caso, reunir todas as evidências e expor má conduta, porque o público merece saber a verdade.”

Embora o Departamento de Justiça de dois procuradores-gerais nomeados pelo presidente Trump tenha feito acusações contra Assange, os promotores federais do procurador-geral do presidente Biden, Merrick Garland, continuam a investigar o caso. Eles entraram com apelações da decisão de um juiz britânico no início deste ano de que Assange não deveria ser entregue ao governo dos EUA porque ele representaria um risco de suicídio em uma prisão americana.

Os advogados de Assange devem apresentar na quarta-feira respostas aos argumentos do Departamento de Justiça e estão considerando ativamente maneiras de levantar questões de má conduta do governo com base em parte em muitos dos detalhes da história do Yahoo News. Entre eles está a revelação de que, após o vazamento do Vault 7, visto na época como a maior perda de dados da história da CIA, Pompeo ficou furioso e exigiu uma campanha multifacetada para desmantelar o WikiLeaks. Publicamente, ele descreveu o grupo como um “serviço de inteligência hostil não estatal”. Mas, em particular, ele pressionou por ações agressivas em reuniões com altos funcionários do governo Trump, incluindo uma operação de sequestro para sequestrar Assange da Embaixada do Equador em Londres.

Fontes disseram ao Yahoo News que na Casa Branca e na CIA também houve discussões sobre um possível assassinato, embora ex-funcionários tenham dito que a ideia de matar Assange não foi levada a sério. Mas quando os advogados da Casa Branca souberam de alguns dos planos da agência visando Assange, particularmente as propostas de rendição de Pompeo, levantaram objeções, resultando em um dos debates de inteligência mais contenciosos da presidência de Trump.

O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, em entrevista coletiva na Embaixada do Equador em Londres, agosto de 2014. (John Stillwell/Pool via Reuters)

Os comentários de Pompeo no podcast de Kelly vieram um dia depois que ele apareceu no podcast de Glenn Beck e afirmou: “Eu sou a favor de uma Primeira Emenda grande, ousada e forte”. Mas seu apelo na quarta-feira para o processo criminal de fontes que conversaram com o Yahoo News atraiu uma forte repreensão de um membro da equipe jurídica de Assange.

"Acho altamente perturbador que a reação dele seja tentar impedir que informações sobre má conduta sejam conhecidas pelo povo americano", disse Barry Pollack, advogado americano de Assange.

Wizner, o advogado da ACLU, disse que os comentários de Pompeo efetivamente “apenas verificaram a veracidade da história [do Yahoo News]. Porque a única razão para processar alguém é que eles revelaram informações confidenciais legítimas. ... Este foi o jornalismo de interesse público de primeira ordem e a questão é se o público tem o direito de saber que o governo está engajado nesse tipo de conduta.”

Quando perguntado pela primeira vez sobre a história do Yahoo News por Kelly, Pompeo respondeu: “Isso cria uma ficção muito boa”. Mas quando pressionado pelo apresentador se isso significava que ele estava negando o que o Yahoo News relatou, ele reconheceu que “há partes disso que são verdadeiras”.

“Estávamos tentando proteger as informações americanas de Julian Assange e do WikiLeaks? Absolutamente sim. Nosso Departamento de Justiça acreditava que tinha uma reivindicação válida que resultaria na extradição de Julian Assange para ser julgado? Sim. Eu apoiei esse esforço, com certeza. Alguma vez nos envolvemos em atividades incompatíveis com a lei dos EUA? Não temos permissão pela lei dos EUA para realizar assassinatos. Nós nunca agimos de uma maneira que fosse inconsistente com isso. ... Nunca realizamos planejamento para violar a lei dos EUA – nem uma vez no meu tempo.”

Ele não abordou nenhum dos detalhes sobre outras ações que a CIA estava contemplando, como o possível sequestro de Assange, ou as medidas que a inteligência dos EUA realmente tomou, incluindo a condução de vigilância de áudio e visual de Assange dentro da Embaixada do Equador ou o monitoramento das comunicações e viagens de seus associados. em toda a Europa.

Mas Pompeo discordou de uma declaração feita por Trump, que abraçou o WikiLeaks durante a campanha de 2016 depois que publicou e-mails do Partido Democrata embaraçosos para Hillary Clinton. Solicitado a comentar na história do Yahoo News, Trump disse que Assange estava sendo tratado “muito mal”.

Pressionado por Kelly se concordasse com essa avaliação, Pompeo disse: “Não. Assange tratou muito mal os EUA e seu povo”.

domingo, 30 de outubro de 2022

TRE condena Carla Zambelli por propaganda eleitoral irregular em São Paulo


Ônibus inteiro "envelopado" com adesivo de Carla Zambelli vai contra limitação do TSE, que só permite o uso de adesivos em automóveis a uma área de 0,5m²

Luana Pedra - Estado de Minas
postado em 04/09/2022 

(crédito: Agência Brasil/Reprodução)

O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) condenou a candidata à reeleição Carla Zambelli (PL) por propaganda eleitoral irregular. O motivo foi um ônibus “envelopado” com um adesivo da deputada federal, que vai contra a limitação do TSE, que só permite o uso de adesivos em automóveis a uma área de 0,5m². Nas redes sociais, Zambelli chamou o ônibus de “Expresso da Liberdade''.

O irmão da congressista, Bruno Zambelli (PL), candidato a deputado estadual, também foi condenado pela Justiça. A denúncia foi feita pelo postulante à Câmara dos Deputados, Cristiano Beraldo (União Brasil), e foi acatada pelo magistrado Regis de Castilho Barbosa Filho.

"Expresso da Liberdade", conforme era chamado por Carla Zambelli, foi o motivo pelo qual a deputada federal foi condenada(foto: Reprodução/Redes Sociais)

Os condenados têm um prazo de dois dias, contados a partir da decisão (3/9), para retirar o adesivo irregular do ônibus. Caso a ordem judicial não seja cumprida, terão de pagar uma multa diária de R$ 1.000. Até o momento, os irmãos Zambelli não se pronunciaram sobre o caso.

sábado, 29 de outubro de 2022

Carla Zambelli é alvo de ação de cassação por fake news e ataques às urnas



Ação apresentada pela coligação do ex-presidente Lula ao TSE mira cassação de parlamentares que disseminaram informações falsas nas eleições

27/10/2022 13:40 

Segundo equipe jurídica petista há um 'ecossistema de desinformação' criado por um grupo de pessoas para beneficiar Bolsonaro(foto: EVARISTO SA / AFP)SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

- A ação apresentada pela coligação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em meados deste mês coloca na mira de uma possível cassação parlamentares que disseminaram informações falsas ao longo das eleições. São citadas 81 pessoas, entre elas o presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) e a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP).

No documento de 245 páginas, a equipe jurídica petista descreve um "ecossistema de desinformação" criado por um grupo de pessoas para beneficiar Bolsonaro. Essas pessoas, por meio de perfis em redes sociais, disseminaram informações falsas e realizaram ataques contra as urnas eletrônicas, criando um ambiente de "caos informativo".

Os advogados afirmam que desde a campanha de 2018 Bolsonaro constrói uma narrativa contra o sistema eleitoral. Nessas eleições, uma rede de interação virtual tem trabalhado para "enraizar a fake news de que o sistema eleitoral é inseguro, corrompível, manipulável e não se curva à vontade popular", dizem.

A partir disso, o processo aponta abuso do poder econômico, político ou dos meios de comunicação, crimes previstos no artigo 22 da Lei Complementar nº64/90, conhecida como lei de inelegibilidade.

Atuação destacada

A atuação de Zambelli para desacreditar o processo eleitoral é destacada na ação. Reeleita com mais de 946 mil votos que a fizeram a segunda mais votada no pleito, a parlamentar foi alvo de duas ações individuais da coligação petista no primeiro turno.

Em agosto, a deputada e outros dois candidatos divulgaram um vídeo nas redes sociais dizendo que os títulos de eleitor digitais tinham um QR code que computaria o voto "Lula 13". Zambelli compartilhou a notícia falsa nos canais do Telegram e do Gettr, onde tinha à época 243.400 seguidores.

O ministro do TSE Raul Araújo determinou a remoção da publicação e esclareceu que o QR Code presente nos novos títulos é uma atualização tecnológica para fins de autenticação do eleitor. A ferramenta "não substitui a urna eletrônica, não é usada para contabilizar votos e não interfere na votação em si", disse.

No dia 6 de outubro, o ministro Paulo Sanseverino autorizou a remoção de outra fala de Zambelli sugerindo fraude das urnas pelo PT. Segundo ela, houve a manipulação de urnas em um prédio do Sinticom (Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção) sem controle de acesso ao local.

O ministro decidiu que Zambelli descontextualizou um fato para gerar desinformação. Ele esclareceu que as urnas são carregadas no sindicato desde 2014 por falta de espaço físico no cartório eleitoral de Itapeva, no interior de São Paulo.
A reportagem tentou contato com a deputada, mas não houve resposta.

Precedente

Ao pedir a punição da parlamentar, do presidente Bolsonaro e de outros influenciadores, a ação mais recente apresentada pela cogilação de Lula cita como precedente o caso do deputado estadual Fernando Francischini (União Brasil-PR).

Cassado pelo TSE em 2021, Francischini afirmou, em uma live no dia do primeiro turno das eleições de 2018, que as urnas estavam fraudadas para impedir a eleição de Bolsonaro.

Após o caso do ex-deputado, a legislação eleitoral foi detalhada. A partir destas eleições quem divulga conteúdos falsos ou descontextualizados atacando as urnas eletrônicas e a legitimidade das eleições pode ser cassado por abuso de poder e uso indevido dos meios de comunicação.

Coordenador-geral da Abradep (Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político) e doutor em direito pela UFPR, Luiz Fernando Pereira afirma que se o TSE aplicar o mesmo entendimento consolidado a partir do caso de Francischini, a cassação de Zambelli é possível. A punição, porém, deve demorar devido ao número de réus no processo.

"Uma ação com vários réus tende a ser mais complexa, porque todos precisam se manifestar. Se ela eventualmente for cassada, isso será mais à frente", afirma ele, que atuou na campanha de Lula em 2018.

"O TSE ainda vai se pronunciar sobre o direito de defesa de todas as pessoas envolvidas nas ações, mas existe a possibilidade de cassação pelo precedente do caso do Francischini, mas cada análise é individual", acrescenta a advogada Cristina Neves da Silva, do Instituto Brasileiro de Direito Eleitoral.

Ela destaca ainda que a ação da coligação vai além dos ataques às urnas e atinge pessoas que já são investigadas pelo STF (Supremo Tribunal Federal) por divulgação de fake news.

Outros processos causados por ataques às urnas foram mapeados pelo Observatório da Desinformação Online nas Eleições de 2022, parceria do CEPI (Centro de Ensino e Pesquisa em Inovação) e do Núcleo de Pesquisa em Concorrência, Políticas Públicas, Inovação e Tecnologia da FGV-SP.
Um desses processos ocorreu no início da campanha. O ministro Mauro Campbell determinou a remoção do vídeo do encontro do presidente com embaixadores, em julho, exibido na TV Brasil e em redes sociais de Bolsonaro. Na ocasião, ele repetiu ataques contra as urnas e levantou a possibilidade de fraude no sistema eleitoral.

Segundo Campbell, houve abuso de poder político no episódio, porque o presidente usou o cargo e a estrutura estatal para "disseminar fatos inverídicos e gerar incerteza acerca da lisura do processo eleitoral".

Outra decisão da Justiça Eleitoral cobrou esclarecimentos do deputado estadual Capitão Assumção (PL-ES).

Nas redes sociais, o candidato à reeleição afirmou haver na urna eletrônica um dispositivo interno capaz de alterar o voto e frraudar o resultado --o que é falso. O candidato foi notificado pelo ministro Mauro Campbell e o conteúdo, removido.

Mesmo com a remoção dos conteúdos, nada impede que o Ministério Público Eleitoral, candidatos e partidos apresentem outras ações pedindo punições mais graves, a exemplo do que aconteceu com Zambelli. 

sexta-feira, 28 de outubro de 2022

Uma massa de ar frio de muito forte intensidade para a época do ano vai ingressar na virada do mês no território brasileiro





ESTAEL SIAS 27/10/2022 - 

Anúncios Massa de ar frio muito intensa para os padrões da época do ano chegará no começo da semana com temperatura de inverno e atípica para o mês de novembro | VINNY VANONI/PMPA Frio é normal no inverno como calor é comum no verão. Às vezes, por estar numa região de transição climática entre o ar mais frio do Sul e quente dos trópicos, o Sul do Brasil tem alguns dias de temperatura baixa em plena estação quente.

Como são normais e não raro frequentes dias de temperatura ou alta em pleno inverno, sobretudo nos meses de agosto e setembro que apresentam elevação da temperatura média. Muito se tem falado desde o começo da semana sobre a massa de ar frio prevista para chegar no começo de novembro. Esta incursão de ar frio, afinal, merece tanta atenção?

Sim, vai ser um evento notável do ponto de vista da climatologia. Embora fazer frio em novembro não seja algo inédito, a intensidade desta massa de ar frio destoará muito do que é comum para o penúltimo mês do ano. Aprendemos na escola a diferença entre tempo e clima. O tempo é curto prazo, a condição momentânea da atmosfera. Como exemplo, os dias de ontem e hoje tiveram calor. Já o clima é mais longo prazo. Como hipótese, o próximo verão deve ter clima seco e quente. Por isso, a Meteorologia trabalha com médias e curvas climatológicas. Vamos olhar o caso de Porto Alegre. Em julho, considerando as médias climatológicas da série 1991-2020, a temperatura mínima média histórica na capital gaúcha é de 10,7ºC enquanto a máxima média é de 19,7ºC. 

Assim, um dia em que tiver temperatura mínima de 8ºC e máxima de 16ºC não foge muito ao normal do mês. É absolutamente comum. Já novembro em Porto Alegre tem mínima média histórica de 17,2ºC ao passo que a média das máximas no mês é de 27,7ºC. Assim, um dia que tiver 8ºC em novembro registrará temperatura mínima 9ºC abaixo da média, o que é muito. Se o mesmo dia anotar máxima de apenas 16ºC, esta ficará 11ºC abaixo da média, o que é bastante. Portanto, o que foge ao comum em novembro não necessariamente escapa ao normal que se está acostumado a enfrentar no inverno. 

Aliás, estamos mais do que acostumados com as temperaturas que se prevê para a semana que vem. Voltando à referência de Porto Alegre, se mínima abaixo de 10ºC é pouco comum em novembro, tivemos 15 dias com menos de 10ºC em junho, 6 dias em julho e 9 em agosto, logo 30 dias ou um mês inteiro com mínimas de um dígito na cidade. Uma métrica que nós meteorologistas utilizamos para identificar a intensidade de uma massa de ar frio é a temperatura no nível de 850 hPa, nível de pressão atmosférica que corresponde a 1.500 metros de altitude. Vamos comparar esta que está vindo com uma recente que todos têm na memória? Uma massa de ar polar muito intensa ou poderosa de inverno, como a do final de julho de 2021 que trouxe uma grande nevada, tem temperatura em 850 hPa tão baixa quanto -5ºC a -7ºC. Não é o tipo de massa de ar frio que se tem todos os anos. A que se prevê para o começo do mês, de acordo com os dados de hoje dos modelos, teria uma temperatura em 850 hPa em torno de -1ºC no Sul gaúcho, 0ºC em Porto Alegre e também ao redor de 0ºC entre os Aparados da Serra e Planalto Sul Catarinense. 

Massas de ar frio com 0ºC em 850 hPa são bem comuns no inverno, mas não em novembro. Então, qual o ponto? Vai fazer frio, que seria normal para o inverno, mas é incomum para o mês de novembro por ser uma época mais quente e com médias de temperatura na climatologia muito superiores às da metade do ano. Dessa forma, para a maioria esmagadora maioria das pessoas o frio da semana que vem não representa um risco maior, exceto o teste para a saúde de sair de um calorão no fim de semana para frio fora de época no começo da semana. Pode ter neve? 

Modelos indicam há vários dias, mas, por experiência, prognósticos do fenômeno somente são mais confiáveis mais perto do evento, mesmo no inverno. Em se tratando de novembro, mês que não tem um registro sequer de neve na climatologia histórica, a cautela se impõe ainda mais. O frio vai representar risco e alto é para a agricultura, afinal se espera geada e nesta época do ano, quando o fenômeno ocorre tende a se limitar mais a cidades de maior altitude, como dos Aparados e o Planalto Sul Catarinense. 

Desta vez pode gear muito tardiamente em municípios de baixa e média altitudes, o que em se tratando de novembro é pouco comum e atinge o começo da safra de verão. Se em setembro geada tardia já preocupa o campo, imagine no mês de novembro. Em 2007, ano que é análogo a 2022 nas análises de clima da MetSul, o mês de novembro teve uma poderosa massa de ar frio para os padrões de novembro na Argentina.

As zonas produtoras enfrentaram geada, em muitos locais forte, entre os dias 11 e 15 de novembro daquele ano. À época, segundo entidades ruralistas argentinas, a perda no trigo foi de 1,5 milhão de hectares ou 200 milhões de dólares em prejuízo.

quarta-feira, 26 de outubro de 2022

TSE forma maioria para absolvição da chapa Bolsonaro-Mourão

Corte eleitoral julga ações de investigação que acusam os vencedores do pleito de abuso do poder econômico por conta de disparos em massa de mensagens. Relator avaliou que não se evidenciou ilegalidade

Luana Patriolino
postado em 28/10/2021

(crédito: Isac Nóbrega/PR)

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) formou maioria contra as ações da cassação da chapa vencedora das eleições de 2018, formada pelo presidente Jair Bolsonaro e o vice, Hamilton Mourão. A Corte retomou na manhã desta quinta-feira (28/10) o julgamento que apura se os vencedores do pleito das últimas eleições cometeram abuso do poder econômico por conta de disparos em mensagens em massa.

Até o momento, o colegiado tem cinco votos contra as ações. Dois ministros ainda precisam votar. Na última terça-feira (26), o relator do julgamento, ministro Luís Felipe Salomão, se manifestou contra a cassação da chapa Bolsonaro-Mourão.

O magistrado avaliou que não se evidenciou ilegalidade pela prática durante a campanha de Bolsonaro para atacar adversários no pleito, como alegava a chapa perdedora, liderada por Fernando Haddad (PT). Para Salomão, ficou caracterizada o uso de mensagens em massa e no Whatsapp, aplicativo de conversas, mas não se apresentou dados de abuso de poder econômico.

O ministro citou a existência de uma organização criminosa para espalhar informações falsas e atacar instituições democráticas. Salomão também lembrou que os fatos são apurados em um inquérito em andamento no Supremo Tribunal Federal (STF).

Luís Felipe Salomão deixa os autos do inquérito contra Bolsonaro e Mourão para o ministro Mauro Campbell, que assumirá o cargo de corregedor-geral do TSE a partir desta sexta-feira (29).

Levando-se em conta o histórico da Corte, a absolvição da chapa Bolsonaro-Mourão não é surpresa. O TSE jamais puniu um presidente da República com a cassação da chapa e as condenações costumam alcançar, sobretudo, governadores e prefeitos — no que se refere aos representantes do Poder Executivo.

Como votou cada ministro
Luís Felipe Salomão (relator): votou contra a cassação da chapa
Mauro Campbell Marques: votou contra a cassação da chapa
Sérgio Banhos: votou contra a cassação da chapa
Carlos Horbach: votou contra a cassação da chapa
Edson Fachin: votou contra a cassação da chapa

Atenção! Contém cenas de socialismo explícito; leia por conta e risco

Atenção! Contém cenas de socialismo explícito; leia por conta e risco
O texto que segue abaixo não é indicado para capitalistas, liberais e pessoas com baixa resistência ao comunismo, informa Ricardo Kertzman


Ricardo Kertzman - Estado de Minas
postado em 28/10/2021

(crédito: Sergio Lima / AFP)

"A Petrobras é uma empresa que só serve para gerar lucro para os acionistas. Uma empresa que hoje só presta serviços para os acionistas, mais ninguém. A chance de você perder algo é zero. Você compra ação de qualquer empresa e pode perder.

Na Petrobras você não perde nunca . Essa empresa é nossa ou de alguns privilegiados?."

Quem foi que disse isso ontem, quarta-feira (28/10), caro leitor: Lula da Silva, o meliante de São Bernardo; Ciro Gomes, o coroné cabra-macho; Miriam Leitão, a ‘terrorista comunista’; ou Jair Bolsonaro, o mito liberal, que veio para nos salvar do socialismo, ao lado de Paulo Guedes, o nosso indefectível (im)posto Ipiranga ?

Antes de eu responder, me permitam o seguinte comentário: qualquer empresa que se preza visa lucro para os acionistas. A Petrobras é uma empresa de capital misto, logo, não apenas precisa, como deve... gerar lucro! Mais ainda: a petroleira é uma das maiores, senão a maior, pagadoras de impostos do país, e também empregadoras.
Calma, digo já

Outra coisa: o imbecil que disse a besteira acima também disse que: ‘precisamos quebrar o monopólio da Petrobras’. Só que tal monopólio já foi quebrado faz anos! Ou seja, além de ter ideias estúpidas sobre o papel das empresas em uma economia de mercado, o idiota sequer sabe do que está falando - para não variar, aliás.

Por fim, me permitam mais uma observação: a besta-fera ignorante também disse: ‘eu estou cansado da Petrobras, só dá trabalho’. Ele declarou que quer a privatização da empresa . É tão estúpido, mas tão estúpido, que pensa que, uma vez privatizada, a empresa começará a dar prejuízo ou irá congelar seus preços, pode?

Vamos lá: quem disse tantas besteiras foi Jair Bolsonaro, o verdugo do Planalto . Poderia ter sido qualquer político ou ideólogo de esquerda, sim. Até porque, como visto recentemente, a Petrobras quase quebrou pela política de congelamento de preços de Dilma Rousseff, nossa inesquecível e única estoquista de vento.

Bozo comunista

Como tenho dito, além de burro — muito burro! —, e mal assessorado — muito mal assessorado! —, o amigão do Queiroz mostra-se, cada vez mais, um estelionatário eleitoral, que se vendeu como antissocialista, e pratica hoje a cartilha do lulopetismo: populismo eleitoral, farra fiscal, aumento de impostos e descontrole de gastos.

O patriarca do clã das rachadinhas e das mansões milionárias - compradas e/ou alugadas a preços de barraco — está dando piti porque quer, como um bom estatizante cretino, intervir na política da Petrobras, mas não pode. Daí, como é burro de marré de si, imagina que, uma vez privatizada a estatal, o preço da gasolina cairia.

Jair Bolsonaro, o arregão que correu de um humorista de 20 anos de idade , entende tanto de economia quanto de coronavírus, cloroquina, vacinas e aids. Ou seja, nada. Por isso, recorre à velha, surrada e ineficiente propaganda socialista — o petróleo é nosso! — tentando angariar algum apoio. Porém, o máximo que consegue é passar ainda mais vergonha.

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