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sexta-feira, 29 de março de 2024

Mortificação narcisista



É diferente de ferida narcisista

Ferida narcisista é uma constante ameaça a grandeza do narcisista. São tentativas de expor seus defeitos. Críticas. E tbm descarta-los antes da fase de desvalorização. Eu citei só alguns exemplos, mas existe muitas coisas que causam feridas narcisista

Já a mortificação narcisista é diferente, é a morte ou quase morte da crença de grandeza do narcisista. É quando todas as defesas dele caem por terra. Ele não tem mais como reagir.

São 3 condições para acontecer a mortificação do narcisistaSer agredido verbalmente ou fisicamente. Ser preso.
Precisa ser em público. Num local com pessoas que ele preza. Precisa ser um ambiente que ele obtem muitos suprimentos. Local de trabalho de longo tempo. Festa entre amigos e conhecidos. Deve ser perto de pessoas que ele admira e tem como modelo de comportamento
Deve ser repentino. Inesperado

Dada as condições vc vai presenciar a mortificação do narcisista Não é uma coisa que vc vê todos os dias

Bom, a pessoa apareceu diante do Narcisista no local em que ele está com as pessoas que tem consideração, de repente a pessoa começa a expor o narcisista. As pessoas a volta param o que estão fazendo e se aglomeram ao redor, curiosos. O narcisista percebe tudo isso e não tem para onde correr. Ele está ali, sendo confrontado com a realidade.

Os olhares a volta estão dizendo que ele está encurralado. A expressão no rosto das pessoas está dizendo que ele é vulnerável, que aquilo é vergonhoso e humilhante. Esse é o instante em que ele finalmente entra em contato com a realidade. A imagem que ele internalizou de todos que estão ali, se agigantou diante dele. Ele se sente pequeno.

Nesse momento ele sente vergonha.

Vc já sentiu vergonha? Não é legal, não é? É ruim! As vezes passa, às vezes não, mas com pessoas normais sempre passa. Aliás estamos sempre lidando com a vergonha, lidamos tanto com ela que já nem afeta tanto. Mas o narcisista nunca lidou com a vergonha. É que nem o surdo que volta a ouvir. Um simples barulho é como um trovão, fazem seus tímpanos sangrarem

A primeira experiência do narcisa com a vergonha é um negócio muito cruel e paralisante.

Essa é a primeira reação dele: Paralisia. Depois ele se retira, para a sua casa ou algum lugar onde possa ficar isolado. Depois acontece a mortificação, que é a desfragmentação de todas as narrativas, memórias e imagens que sustentavam o seu delírio de grandeza

Ele se deita na cama e não tem nada, nenhum pensamento, nenhuma cena que traga de volta o senso de grandeza. Ele liga o celular e nenhum suprimento consegue juntar de novo todas as peças que foram quebradas O seu vazio agora está preenchido de vergonha e culpa.

Aquele muro chamado narcisismo, caiu. Ele tenta mentir de novo em sua cabeça, mas as peças não conseguem mais se encaixar. Para ele apagar aquela imagem de humilhação que sofreu, ele precisa justificar ela com uma narrativa que reconstrua a sua grandeza. Mas todas as defesas caíram e ele está cara a cara com o seu "eu" verdadeiro

Como um serial killer numa cadeira elétrica, sendo assombrado pelas suas vítimas em seu leito de morte. Essa fase de mortificação é muito importante para o Narcisista, ou é a morte e morte de fato, ou é o ressurgimento do grandioso narcisista

Muitos narcisistas nessa fase cometem suicídio, eles não conseguem lidar com o desconhecido. Como lidar com sentimentos que vc abandonou a 15, 20, 30 anos atrás?

O que fazer daqui pra frente?

Eu vou dar um exemplo de como é o desespero do narcisista, muitos podem achar exagero da minha parte, mas não é

O desespero que o narcisista sente na mortificação é semelhante a uma pessoa normal perder toda a sua família em uma acidente de carro, consegue imaginar? Seus pais, filhos, cônjuge. Consegue imaginar a dor e o desespero? A vida perde todo o sentido, vc se pergunta, pq eu sobrevivi? A minha vida perdeu tanto sentido, que estar vivo agora é como uma punição.

Dependendo da personalidade do narcisista e do seus estímulos internos é muito importante que ele esteja acompanhado de um terapêuta, pq as soluções em sua cabeça serão todas suicidas

Mas…Onde está, ó morte, o teu aguilhão?

Usei essa referência bíblica para apontar para vcs que nem a mortificação narcisista traria a cura para o narcisista. Pq a maioria dos narcisistas no meio dessa turbulência de confrontação com a vergonha e a culpa, eles finalmente conseguem construir narrativas para justifica-las

A ausência de dissociação permite ao narcisista criar inúmeras narrativas para justificar o ataque humilhante que sofreu, ele justifica no primeiro ato que ele mesmo causou aquele evento como uma pessoa maldosa que manipulou as outras pessoas para agredi-lo e no segundo ato ele narra que as pessoas foram maldosas com ele por ele ser tão perfeito e maravilhoso, contradizendo sua própria narrativa no primeiro ato. Sendo assim, a mortificação dura pouco tempo.

Muitos de nós não vemos esse momento tão catastrófico na vida deles. Caso resistam de tirarem a própria vida e consigam narrativas para parar a vergonha, eles vão aparecer no outro dia como se nada tivesse acontecido. Narcisistas que resistirem a mortificação não deixarão provas dela, e os que não resistirem não sobreviverão para contar

O que não é visto, não é lembrado. Não é? E o que não é dito, não é sabido.

Leandro Souza ·
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Irmão de um narcisista11 de mar.
Cuspido por Deise Brandão às 3/29/2024 03:08:00 PM Nenhum comentário:
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quinta-feira, 28 de março de 2024

O que é a triangulação narcísica e como reconhecê-la?


A triangulação é comum, frequente não apenas no narcisismo mas é uma característica central nos relacionamentos tóxicos.
A triangulação narcísica é um jogo patológico em que um manipulador usa terceiros para controlar as decisões da sua vítima.
Isso é o que acontece quando alguém usa uma terceira pessoa para exercer domínio sobre a sua vítima
Embora muitos o ignorem, é uma situação que ocorre em muitas áreas da vida. Acontece, por exemplo, quando alguém em nosso círculo social fala mal de nós para outras pessoas. O que o manipulador busca é gerar um conflito por meio de comentários negativos que causem uma má impressão nos outros.
É importante saber identificar este tipo de manipulação. Se conseguirmos reconhecer os indicadores, evitaremos cair em dinâmicas conflituosas. Uma vez detectados, o mais saudável a fazer é se distanciar dessas pessoas. Mas como fazer isso?
Contextos em que a triangulação narcísica pode ocorrer
Existem vários cenários em que um manipulador pode usar terceiros para exercer controle sobre as vítimas. A seguir, revisamos uma lista dos contextos mais frequentes em que a triangulação narcísica ocorre.

1. Relações familiares
Nas famílias, há casos em que os membros fazem comentários infundados uns sobre os outros. Isso ocorre, por exemplo, quando um irmão é responsável por colocar os pais contra os outros filhos. Frases como “Sei que não sou seu filho favorito porque você trata melhor meus irmãos” fazem parte do repertório da triangulação.
Claro, essa situação pode ocorrer com qualquer um dos outros membros de uma família. Há casos em que são os pais que fazem a manipulação. Dizer que as crianças são preguiçosas na frente de outros parentes pode parecer inofensivo.
Ou seja, a outra pessoa tem uma ideia tendenciosa do filho sobre quem ele está fazendo os comentários. Desta forma, mesmo sem conhecer alguém diretamente, podemos formar uma impressão errada dessa pessoa.
A triangulação narcísica ocorre em contextos familiares, sociais e emocionais. É preciso estar atento aos sinais.

2. Relações com um parceiro
É natural que os casais falem sobre seus relacionamentos anteriores e sobre sua vida familiar. No entanto, devemos estar atentos a como esses pontos de discussão se desdobram. Quando houver comparações constantes com parceiros anteriores, os alarmes devem soar.

A ideia de comparar o parceiro atual com alguém do passado esconde uma intenção egoísta. É o caso de comentários como “minha ex-namorada preparava o jantar todas as noites, você deveria fazer o mesmo”. O manipulador usa outra pessoa para tentar realizar seu próprio desejo .

3. Relações de amizade
Certamente já encontramos alguém que falava mal dos nossos amigos. Essa pessoa pode até nos contar coisas negativas sobre seus próprios amigos. Em geral, o objetivo desses comentários é gerar inimizades ou um distanciamento da nossa parte em relação a um determinado grupo social.

O que pode motivar a triangulação narcísica?
Essa forma de manipulação é comum em pessoas egocêntricas com baixa tolerância à frustração. O que motiva uma triangulação narcísica é a necessidade de exercer controle sobre as vítimas . Os manipuladores também procuram satisfazer seus desejos pessoais.
O ciúme do parceiro é um gatilho para esse tipo de comportamento. Vamos dizer, por exemplo, que o namorado não tolera que sua parceira tenha amigos. Quando esse tipo de situação ocorre, tem início uma campanha de difamação: “Seus amigos querem nos separar”, “Seus amigos não gostam de mim”, entre outros comentários.
Isso não é algo exclusivo de casais, já que também pode ser visto em outras situações. No caso da família, alguns pais super protetores podem usar a triangulação narcísica para tirar os filhos do seu círculo social.

Possíveis impactos da triangulação narcísica
As pessoas que são vítimas de manipuladores narcisistas são afetadas de várias maneiras. Primeiro, ocorre um processo de despersonalização. Isso significa que a vítima perde sua essência e se torna uma marionete de quem exerce o controle.
Por sua vez, o sentimento de insegurança passa a predominar e surge a dependência da aprovação do manipulador. Nesse sentido, a autoestima também é diminuída e, na esfera social, a capacidade de ter relacionamentos saudáveis é perdida.

Como agir nessa situação?
Quando identificamos que somos vítimas de triangulação por um narcisista, o mais importante é recuperar o controle. Para isso, é fundamental identificar os comentários que nos fizeram cair na triangulação.
Caso o manipulador tenha falado mal de uma terceira pessoa, o mais saudável a fazer é deixar de lado a ideia errada que criamos dessa outra pessoa . Se necessário, podemos conversar com ela para esclarecer algumas situações.
Se a terceira pessoa for você, a situação é diferente. Em outras palavras, quando identificamos que alguém está nos caluniando para manipular alguém que conhecemos, é melhor falar diretamente com a vítima e desmentir o que for necessário. Não é aconselhável questionar o manipulador, pois o ideal é evitar conflitos desnecessários.
A comunicação assertiva é a chave para lidar com situações derivadas da triangulação narcísica.

O que fazer quando a manipulação vem da família?
Nos casos em que a triangulação narcísica vem de um membro do núcleo familiar imediato, não é tão fácil se afastar. Na verdade, a distância nem sempre é a melhor opção.
O que devemos fazer é colocar limites saudáveis entre nós e aquele membro da família.
Os limites começam na forma de comunicar as coisas. Podemos usar uma linguagem assertiva para deixar claro que preferimos tomar nossas próprias decisões. Às vezes, seremos forçados a ser firmes ao afirmar nossas idéias. De qualquer forma, você deve tentar manter o respeito.

Bibliografia

Serrano Lindes, Rosario. “Vicisitudes Del Narcisismo Originario Del Niño y Fragilidad de La Triangulación Edípica: Dinámica Pulsacional y Objetal En La Organización Narcisista de Personalidad91.” Revista de psicoanálisis 56 (2009): 91–105. Revista de psicoanálisis. Web.

Kernberg, Otto. “El Paciente Narcisista Casi Intratable.” The Journal of American Psychoanalytic Association 55 (2007): 503–539. Print.

Blanco Artola, Carolina, Natasha Gómez Solorzano, and Dennis Orozco Matamoros. “Actualización de Los Trastornos de Personalidad.” Revista Medica Sinergia 5.4 (2020): e437. Revista Medica Sinergia. Web.

Sarti, Narella Paula, Bárbara Rocío Vidal, and Marcela Spinetto. “Trastorno Narcisista de La Personalidad y Esquemas Maladaptativos Tempranos En Una Población Femenina de Bajos Recursos Socioeconómicos.” Revista Argentina de Ciencias del Comportamiento 13.1 (2021): 73

–80. Revista Argentina de Ciencias del Comportamiento. Web.
Os conteúdos desta publicação foram escritos apenas para fins informativos. Em nenhum momento podem servir para facilitar ou substituir diagnósticos, tratamentos ou recomendações de um profissional. Consulte o seu especialista de confiança em caso de dúvida e peça a sua aprovação antes de iniciar qualquer procedimento.

Texto por Sergio S. Oliveira - Quora
Cuspido por Deise Brandão às 3/28/2024 09:07:00 PM Nenhum comentário:
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quarta-feira, 27 de março de 2024

AMOR FATI: A RECLAMAÇÃO É INIMIGA DA AÇÃO


Amor Fati é uma expressão do latim que pode ser traduzida para “amor ao destino” ou, trazendo para termos mais práticos, “aceitação entusiástica de tudo que possa vir a acontecer”. O Amor Fati é uma proposição para que aceitemos o que vier a acontecer conosco. Mais do que aceitar passivamente, porém, os estoicos propõem que aproveitemos verdadeiramente o que está acontecendo.
“Não queira que tudo aconteça como deseja. Deseje que tudo aconteça como deve acontecer, e terá serenidade” – Epicteto

Assim, o termo nos ensina que devemos amar o destino. Devemos amar o nosso destino como se não houvesse outro melhor! Parece loucura amar os acontecimentos que nos desfavorecem ou que nos colocam em situações desconfortáveis. A princípio talvez você pense:
“como me alegrar se fui demitido? Como sentir gratidão quando estou doente? Por que sorrir quando perco alguém que amo?”

Vamos pensar! O que é mais fácil mudar: um evento que já aconteceu (está no passado) ou a nossa opinião sobre o acontecido (está no presente e sob o nosso controle)?

Uma vez que o ocorrido está no passado, não há nada que possamos fazer para mudá-lo. Enquanto que nossas opiniões são um fenômeno do presente, portanto são elas que podemos alterar. Aceitar o que aconteceu e parar de desejar que não tivesse acontecido, é o caminho mais saudável para viver uma vida tranquila.

Os estoicos chamam essa sabedoria de “a arte da aquiescência”, que significa aceitar em vez de lutar contra. Tudo que temos é o presente e nossa capacidade de lidar com ele.
"Aceitar sem arrogância, deixar ir com indiferença" - Marco Aurélio, Meditações, 8.33


Essa ideia de aceitação daquilo que não se pode controlar não é exclusiva dos estoicos. Nietzsche cunhou o termo:

“Minha fórmula para a grandeza em um ser humano é amor fati: que ninguém queira que nada seja diferente, nem para a frente, nem para trás, nem para toda a eternidade. Não basta suportar o necessário, escondê-lo ainda menos — todo idealismo é mentira diante do necessário — mas amá-lo.”

A premissa fundamental dessa crença é a aceitação dos acontecimentos assim como eles são e não como você deseja que eles sejam e que a infelicidade é causada pela expectativa que criamos. Quando não temos expectativa quanto ao destino, você cria uma aceitação que serve como escudo para toda e qualquer decepção.

Não devemos esperar que os fatos se desenrolem de uma maneira específica. De forma contrária, devemos dar boas-vindas e abraçar o destino, seja ele qual for. Isso não precisa nos desencorajar a lutar e perseguir os nossos sonhos. Muito pelo contrário, a ideia propõe que em nossa caminhada por nossos sonhos algumas coisas não irão se sair assim como desejamos. E tudo bem!
"Devemos saber suportar com espírito forte tudo o que por lei universal nos é dado a enfrentar. É nossa obrigação suportar as condições da vida mortal e não nos perturbarmos com o que não está em nosso poder evitar" - Sêneca, Da felicidade, XV

A maioria das vezes em que nos sentimos ansiosos ou nervosos é quando nos deparamos com situações imprevisíveis. Contudo, não são as situações que perturbam nosso estado de tranquilidade, são nossos julgamentos e a forma como reagimos aos acontecimentos.
“As circunstâncias não ocorrem para atender às nossas expectativas. Os fatos acontecem como têm que acontecer. As pessoas comportam-se de acordo com o que são. Acolha as coisas que de fato conseguir" - Epicteto, A arte de viver, nova interpretação de Sharon Lebell

Lutar contra o destino é uma forma de desperdiçar tempo útil de vida. Aceitá-lo, amá-lo e transformar o que acontece da melhor forma possível é a maneira de viver uma boa vida, plena e feliz!
"Devemos saber suportar com espírito forte tudo o que por lei universal nos é dado a enfrentar. É nossa obrigação suportar as condições da vida mortal e não nos perturbarmos com o que não está em nosso poder evitar" - Sêneca, Da felicidade, XV
Como seguir o Amor Fati?

Devemos seguir dois passos:

1º passo:
Aceitemos que não controlamos nada do que acontece. Tudo o que vier a ocorrer é indiferente. Chover ou fazer sol, estar frio ou calor, não tem nada a ver com a nossa vontade. Portanto, só resta aceitar estes acontecimentos.

2º passo:
Devemos ir além da simples aceitação e temos que amar profundamente o que acontecer conosco. Se o dia começa frio, nós saímos com nossa roupa mais quente e confortável. Se esquenta no meio da tarde, tiramos o casaco e aproveitamos o vento no rosto. Se está chovendo, aproveitamos que o ar está melhor para respirar. Se está muito ensolarado, aproveitamos para produzir vitamina D. Ou seja: não importa o clima em si. Nós sempre podemos aproveitar o melhor do dia.
5 citações sobre Amor Fati

Aceitar os acontecimentos de forma integral. Amar o destino. Transformar as dificuldades em combustível para o seu desenvolvimento. São esses os ensinamentos da expressão em latim AMOR FATI.

"Devemos saber suportar com espírito forte tudo o que por lei universal nos é dado a enfrentar. É nossa obrigação suportar as condições da vida mortal e não nos perturbarmos com o que não está em nosso poder evitar" - Sêneca

"As circunstâncias não ocorrem para atender às nossas expectativas. Os fatos acontecem como têm que acontecer. As pessoas comportam-se de acordo com o que são. Acolha as coisas que de fato conseguir" - Epicteto

"O que é exclusivo do homem bom? Acolher com afeto o que é enviado pelo destino" - Marco Aurélio

"Quantas vezes o inesperado aconteceu! Quantas vezes o esperado nunca chegou a passar! E mesmo que seja destinado a ser, o que é que vale correr para encontrar seu sofrimento? Você sofrerá em breve, quando chegar a hora; então, enquanto isso, olhe para a frente, para coisas melhores" - Sêneca

"Quando algo acontece, a única coisa que está em seu poder é sua atitude com relação ao fato. Suas alternativas são a aceitação ou o ressentimento" - Epicteto


Cuspido por Deise Brandão às 3/27/2024 11:41:00 AM Nenhum comentário:
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Sociedade Interna cional de Psicanálise de São Paulo


"Aprender é a única coisa de que a mente nunca se cansa, nunca tem medo e nunca se arrepende." Leonardo da Vinci


A vida confabulada do narcisista

Confabulações são uma parte importante da vida. Eles servem para curar feridas emocionais ou para evitar que elas sejam infligidas em primeiro lugar. Eles sustentam a autoestima do confabulador, regulam seu senso de autoestima e reforçam sua autoimagem. Eles servem como princípios organizadores nas interações sociais.

Confabulações são uma parte importante da vida. Eles servem para curar feridas emocionais ou para evitar que elas sejam infligidas em primeiro lugar. Eles sustentam a autoestima do confabulador, regulam seu senso de autoestima e reforçam sua autoimagem. Eles servem como princípios organizadores nas interações sociais.

O heroísmo do pai em tempos de guerra, a boa aparência jovem da mãe, as façanhas contadas com frequência, o brilhantismo outrora alegado e a suposta irresistibilidade sexual do passado – são exemplos típicos de mentiras brancas, confusas e comoventes envoltas em um núcleo murcho de verdade.

Mas a distinção entre realidade e fantasia raramente se perde completamente. No fundo, o confabulador saudável sabe onde os fatos terminam e o desejo toma conta. O pai reconhece que não foi um herói de guerra, embora tenha lutado. Mamãe entende que ela não era uma beleza arrebatadora, embora pudesse ser atraente. O confabulador percebe que suas façanhas relatadas são exageradas, seu brilho exagerado e sua irresistibilidade sexual um mito.

Tais distinções nunca vêm à tona porque todos – tanto o confabulador quanto seu público – têm um interesse comum em manter a confabulação. Desafiar a integridade do confabulador ou a veracidade de suas confabulações é ameaçar o próprio tecido da família e da sociedade. As relações humanas são construídas em torno desses divertidos desvios da verdade.

 É aqui que o narcisista difere dos outros (das pessoas “normais”).

Seu próprio eu é uma peça de ficção inventada para afastar a mágoa e nutrir a grandiosidade do narcisista. Ele falha em seu “teste de realidade” – a capacidade de distinguir o real do imaginado. O narcisista acredita fervorosamente em sua própria infalibilidade, brilho, onipotência, heroísmo e perfeição. Ele não ousa confrontar a verdade e admiti-la nem para si mesmo.

Além disso, ele impõe sua mitologia pessoal aos seus mais próximos e queridos. Cônjuge, filhos, colegas, amigos, vizinhos – às vezes até mesmo perfeitos estranhos – devem obedecer à narrativa do narcisista ou enfrentar sua ira. O narcisista não aceita desacordo, pontos de vista alternativos ou críticas. Para ele, confabulação é realidade.

A coerência da personalidade disfuncional e precariamente equilibrada do narcisista depende da plausibilidade de suas histórias e de sua aceitação por suas Fontes de Suprimento Narcisista. O narcisista investe um tempo excessivo em fundamentar seus contos, coletando “evidências”, defendendo sua versão dos eventos e reinterpretando a realidade para se adequar ao seu cenário. Como resultado, a maioria dos narcisistas são auto iludidos, obstinados, opinativos e argumentativos.

As mentiras do narcisista não são orientadas para objetivos. É isso que torna sua desonestidade constante desconcertante e incompreensível. O narcisista está na gota de um chapéu, desnecessariamente, e quase incessantemente. Ele mente para evitar a Grandiosidade Gap – quando o abismo entre o fato e a ficção (narcisista) se torna muito escancarado para ser ignorado.

O narcisista mente para preservar as aparências, sustentar as fantasias, apoiar as histórias altas (e impossíveis) de seu falso eu e extrair o suprimento narcisista de fontes insuspeitas, que ainda não o conhecem. Para o narcisista, a confabulação não é apenas um modo de vida – mas a própria vida.

Estamos todos condicionados a deixar os outros se entregarem a ilusões de estimação e se safarem com mentiras brancas, não muito flagrantes. O narcisista faz uso de nossa socialização. Não ousamos confrontá-lo ou expô-lo, apesar da estranheza de suas afirmações, da improbabilidade de suas histórias, da implausibilidade de suas supostas realizações e conquistas. Simplesmente damos a outra face, ou desviamos os olhos docilmente, muitas vezes envergonhados.

Além disso, o narcisista deixa claro, desde o início, que é o seu caminho ou a estrada. Sua agressividade – mesmo raia violenta – está perto da superfície. Ele pode ser encantador em um primeiro encontro – mas mesmo assim há sinais reveladores de abuso reprimido. Seus interlocutores percebem essa ameaça iminente e evitam o conflito concordando com os contos de fadas do narcisista. Assim, ele impõe seu universo privado e realidade virtual em seu meio – às vezes com consequências desastrosas.

Beba Na Fonte

Cuspido por Deise Brandão às 3/27/2024 11:27:00 AM Nenhum comentário:
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segunda-feira, 25 de março de 2024

Narcisismo e conarcisismo


O que é conarcisismo?
Conarcisismo significa alimentar, sem perceber, o narcisismo do outro. Assim como um codependente que sustenta o vício de um dependente químico, o conarcisista contribui indiretamente para a manutenção dos traços narcisistas do parceiro amoroso.

É comum que uma pessoa codependente tenha comportamentos submissos para agradar e manter a pessoa amada por perto, porque sente muito medo de ficar sozinha.

Por que o narcisismo e conarcisismo se atraem?

Pessoas conarcisistas se encaixam bem com narcisistas, e vice-versa, porque suas personalidades são complementares.

Enquanto os narcisistas necessitam de admiração e prioridade, os conarcisistas estão a postos para fornecer muita atenção e elogios. Narcisistas tendem a buscar a liderança ou controle das situações. Do outro lado, o codependente é habituado a uma postura subserviente ou passiva.

A natureza do conarcisista ajusta-se perfeitamente ao estilo exigente e egoísta do narcisista. O problema é que este tipo de parceria não é mutuamente satisfatória.

O que é narcisismo?
Ter amor próprio e desejar o melhor para si são aspectos saudáveis que existem nas pessoas. Mas quando estas características são exageradas e ferem os direitos dos outros, isto se enquadra no transtorno mental da personalidade narcisista.

O Transtorno de Personalidade Narcisista, segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), se refere a alguém que apresente ao menos 5 destas características:Senso inflado da própria importância e talentos;
Fantasias ilimitadas de sucesso, poder, inteligência, beleza, status, riqueza, inteligência, etc;
Convicção de ser especial e único;
Exigência de muita atenção, admiração e adulação;
Senso de ter mais direitos;
Exploração dos outros para benefício próprio;
Falta de empatia;
Crença de que é invejado, mas costuma ser invejoso;
Postura arrogante e insolente.
A dinâmica amorosa do narcisista e do conarcisista

Geralmente o relacionamento se molda à personalidade do narcisista, havendo menos espaço para a outra pessoa, causando uma dinâmica amorosa abusiva e tóxica. Com base nos critérios diagnósticos da personalidade narcisista, será analisada de que maneira o conarcisista coopera com o narcisismo do parceiro, mesmo que inconscientemente.

Grandiosidade X Aplausos
O conarcisista poderá enaltecer a importância e os talentos da pessoa amada porque deseja agradá-lo. O problema desta atitude é colaborar para que o narcisista se sinta numa posição elevada não só na vida lá fora, mas dentro do relacionamento também.

Com isso, o narcisista pode ter a tendência a subestimar a outra pessoa da relação, como modo de garantir o seu papel superior. Através de críticas e invalidações o narcisista vai marcando seu posto de detentor do saber.

Com o parceiro conarcisista enfraquecido, alimenta-se a idéia do narcisista ser o melhor da dupla e se instala uma relação onde não há equidade, mas uma relação marcada por desigualdade, onde um é forte e o outro é fraco, um é perfeito e o outro imperfeito.

É comum que o narcisista reaja muito mal quando não é colocado no patamar mais alto. Sem perceber, o conarcisista colabora com o senso de grandiosidade do outro para evitar brigas ou retaliação.

Busca por status X Ser útil
O conarcisista tende a assessorar no êxito das realizações ilimitadas do seu par, se colocando numa posição de “secretário” ou “sócio”. Buscando se sentir mais amado, acaba por não perceber que sua permanência na relação, muitas vezes, depende deste “serviço”. Na hipótese do codependente parar de auxiliar na imagem de sucesso do parceiro, ele pode deixar de ser interessante e até ser descartado, pois é comum o narcisista valorizar o cônjuge em termos da utilidade que ele lhe concede e não pelo ser humano que ele é.

Nesta dinâmica, geralmente o casal empenha mais esforços nas aspirações do narcisista, levando o conarcisista a abafar sua identidade e seus planos individuais. Sem espaço para si na relação, sobra-lhe apenas o papel de secretariar o companheiro narcisista. Com o passar do tempo, o conarcisista chega a ficar mais especialista em perceber as necessidades do outro do que as suas, distanciando-se ainda mais do seu “eu”.

Ser especial X Medo de ficar sozinho
Se o conarcisista acredita que o parceiro é extraordinário, pode ser induzido a manter-se junto mesmo com sofrimento, pois pensa que não encontrará outra pessoa tão especial para se relacionar. O narcisista, algumas vezes, reforça isso dizendo que se o envolvimento amoroso acabar, a outra pessoa ficará sozinha para sempre ou terá experiências negativas em romances comuns que existem por aí. Ao incorporar esta ideia, o conarcisista passa a sentir que não pode perder a única fonte de afeto no mundo e aumenta o empenho para o relacionamento não terminar, se curvando ainda mais para agradar.

Necessidade de muita atenção X Sacrifício
No momento que o conarcisista passa a colocar o narcisista em primeiro lugar e fornece toda a atenção exigida, instala-se um funcionamento que não pode mais mudar. Se o narcisista não se sentir atendido ou priorizado, pode ficar furioso, se queixar, ameaçar que vai abandonar, causar ciúme, adoecer ou outras ações que levem a recuperar a atenção plena. O conarcisista pode passar a se dedicar menos a amigos, familiares e a si mesmo, levando-o a um isolamento e a um nível baixo de autocuidado. Pode acontecer do narcisista minar as relações interpessoais do companheiro a fim de garantir exclusividade no olhar. Como os codependentes confundem sacrifício com amor, acabam acreditando que estão cumprindo o papel esperado de um parceiro romântico, mesmo não recebendo a mesma dedicação.

Acreditar ter mais direitos X Lealdade
O perfil apaziguador do codependente contribui para o narcisista extrapolar os limites saudáveis ao saber que será privilegiado, compreendido ou perdoado. O conarcisista pode consentir com abusos na esperança de ser reconhecido, mostrar seu amor inabalável, ou como estratégia para inibir mais hostilidade.

O conarcisista pode chegar a se colocar em situações degradantes e ilícitas quando compactua da idéia do narcisista ser merecedor de mais direitos e ser imune da culpa pelos seus atos. Este ponto é muito delicado porque alguns codependentes não têm a percepção de que estão sendo vítimas de violações ou cúmplices de violações. Um conarcisista pode abafar crimes ou ser coautor em trapaças, concordando que o narcisista deve ser favorecido mesmo em detrimento dos direitos dos outros.

Explorar os outros X Generosidade
Sob a crença de ser um ato de amor, pode acontecer do conarcisista apoiar que o narcisista sempre se sinta beneficiado e satisfeito, agindo de modo a privilegiar os desejos dele em detrimento dos seus. Pode ceder sexualmente sob coerção, destinar dinheiro ou bens a pedido do narcisista, fornecer informações sigilosas, etc. sem se dar conta de estar sendo alvo de exploração. Ao ser usado recorrentemente, o conarcisista passa a ocupar o lugar de pessoa secundária e sem valor na relação. A fim de alcançar mais importância e afeto, cede cada vez mais às explorações do parceiro, mantendo o ciclo abusivo. O conarcisista, muitas vezes, não consegue sair deste circuito porque fica preso a um padrão de sacrifício em troca de alguma “migalha”. 

Falta de empatia X Passividade
Com o passar do tempo, o conarcisista pode chegar a naturalizar o fato de não ter seus sentimentos e vontades validados pelo cônjuge. Como o narcisista não compreende as emoções alheias, torna-se habitual que apenas os sentimentos, interesses e necessidades do narcisista sejam considerados. Se torna recorrente que o conarcisista desista de expressar o que quer ou sente porque geralmente o parceiro esquece, desvaloriza, adia ou ignora. Ao deixar de se manifestar, sem perceber, está a favorecer a negligência emocional e a falta de consideração.

Inveja X Submissão
Quando o conarcisista não percebe que o parceiro tem tendência à inveja, pode não enxergar que dificilmente recebe apoio para projetos próprios que possam ter destaque. Do mesmo modo, com frequência pode receber críticas ou indiferença a respeito de suas conquistas. E em situações mais graves, o narcisista pode sabotar os planos. Estes são comportamentos do narcisista sob o domínio da inveja, pois ele não consegue lidar com o fato de alguém ser melhor do que ele ou conquistar algo que ele não conseguiu. Mas dificilmente o parceiro narcisista irá perceber isso porque está muito concentrado em acreditar que ele é que é invejado. Se o conarcisista contribui com a idéia de que o parceiro é invejável, fazendo comparações favoráveis, apontando possíveis sinais de inveja por parte dos outros e participando desta dinâmica de cobiça, acentuará esta característica competitiva dele e favorecerá, indiretamente, que a força da inveja recaia também sobre si.

Arrogância X Devoção
Algumas vezes o conarcisista se torna um promotor da imagem pessoal de sucesso do narcisista e, sem se dar conta, coopera para que ambos se distanciem da realidade de que pessoas têm pontos fortes e pontos fracos. Neste movimento relacional, o conarcisista passa a não enxergar os pontos fracos do parceiro, alimentando a dinâmica abusiva em que se encontra por achar que seu par amoroso é “perfeito”. O comportamento continuamente desrespeitoso do narcisista, quando consentido por parte do conarcisista, coloca-o em uma armadilha de ter que aceitar o desdém e o descaso praticado tanto contra os outros, quanto consigo.

Como se pode ver, a personalidade complacente do conarcisista atende perfeitamente ao que o narcisista espera. Mas acatar as vontades alheias com tanta facilidade, distancia o conarcisista de olhar para si próprio e se apropriar da sua vida. Ao mesmo passo, ser egoísta e ofuscar o par amoroso impede que o narcisista enxergue as singularidades e o valor da pessoa que está ao seu lado.

O tratamento psicológico é um passo crucial para a quebra do ciclo insalubre instalado em uma relação romântica entre estes dois perfis. Os casais que reconhecem em si mesmos a presença de traços narcisistas ou conarcisistas podem se beneficiar tanto da psicoterapia individual, quanto da terapia de casal.

Tratar a inclinação à devoção por parte do conarcisista e a busca incessante por elogios e validação por parte do narcisista permitirá que ambos explorem outras posturas e alcancem uma convivência a dois mais equilibrada.

Se você se identificou com este artigo e deseja uma ajuda psicológica especializada, conte comigo, tanto para sessões individuais, quanto para terapia de casal.

Sobre a autora
ANA CAROLINA MAINETTI

Psicóloga e psicanalista, especialista em Psicologia Clínica, em Terapia de Casal, em Sexualidade e em Neuropsicologia, com experiência no atendimento psicológico online. Desde 2017 atua na plataforma Zenklub, ajudando brasileiros de todas as partes do país e do mundo. CRP: 08/17342

Cuspido por Deise Brandão às 3/25/2024 06:18:00 PM Nenhum comentário:
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segunda-feira, 18 de março de 2024

Transtorno dissociativo de identidade é raro e acomete 1,5% da população

O TDI está classificado dentro dos transtornos transformamentais, porque leva o indivíduo acometido pela doença a mudar seu funcionamento


Uma das causas do transtorno dissociativo de identidade está associada à ocorrência de alguma experiência traumática – Foto: Freepik

A dissociação, para a psicologia, é um conjunto de experiências que levam o indivíduo afetado a se distanciar da realidade. Esse fenômeno abarca inúmeros transtornos mentais, que apresentam essa característica como sintoma. Dentre eles, está o transtorno dissociativo de identidade (TDI), uma doença rara que acomete apenas 1,5% da população. Essa condição, como explica Antônio de Pádua, professor do Instituto de Psicologia (IP) da Universidade de São Paulo, está classificada dentro dos transtornos transformamentais, porque leva o indivíduo acometido pela doença a mudar seu funcionamento.

Uma das questões centrais do TDI está na perda de memória dos afetados, que têm suas atividades práticas prejudicadas. “Quando a pessoa se associa a uma nova identidade, ela tem dificuldade de memória, tem prejuízo de memória até das atividades que ela tinha que fazer. Então, ela pode esquecer determinadas atividades. Uma nova personalidade pode vir com habilidades distintas da anterior, e isso prejudica o andamento do dia a dia dela, relacionamentos, tudo isso”. explica Pádua.
Possíveis causas

Segundo o professor, uma das causas do TDI está associada à ocorrência de alguma experiência traumática, principalmente a históricos de violência física e abuso. Traumas são questões complexas na psicologia, porque o desenvolvimento de alguma doença depende de como esses indivíduos vivenciam determinadas situações. 

Entretanto, Pádua afirma que, no caso do TDI, não são todas as pessoas que, ao passar por um quadro de estresse ou de violência – na infância, principalmente – desenvolverão a doença. É preciso de uma série de fatores e pré-disposições no indivíduo e sua vivência para que isso aconteça.

Leila Tardivo, professora do Instituto de Psicologia da USP, comenta que alguns autores não identificam a questão do trauma como um estopim para o desenvolvimento da doença. Porém, mesmo que não haja consenso sobre o que gera o transtorno dissociativo de identidade, existe uma concordância sobre a ideia de o indivíduo passar por um sofrimento e o desejo de fuga daquela situação.
As faces do transtorno dissociativo de identidade

A manifestação das personalidades não segue um padrão e não acontece de forma igual com todos os acometidos pela doença. “Tem duas formas de essas personalidades aparecerem: uma dominando as outras e a mesma pessoa não sabe disso – não tem controle e as personalidades se conhecem –, como pode ser de uma maneira em que há uma inconsciência, de certa maneira, quando tem uma predominando e as outras não sabem” discorre Leila.

Dependendo do grau em que as trocas de personalidade acontecem, os indivíduos acometidos pela doença conseguem percebê-la. Além disso, é possível perder o controle total das personalidades, se não houver uma intervenção psicológica e psiquiátrica. De maneira geral, as pessoas manifestam novas características de funcionamento associadas ao gênero biológico. Porém, é possível que os indivíduos assumam características do gênero oposto. 

Diagnóstico e cuidados

O transtorno dissociativo de identidade não tem cura, mas a psicoterapia e alguns medicamentos – dependendo do grau da doença – conseguem ajudar no tratamento. “A terapia é muito importante, assim como um diagnóstico. Então, bons profissionais – psiquiatras, psicólogos – precisam estar muito cientes das queixas para avaliar esses aspectos e dar um segmento nesse tratamento.” Além disso, o professor acrescenta que a medicação às vezes é necessária, porque o indivíduo percebe essas mudanças e esse fluxo que gera sofrimento. Então, o transtorno pode vir acompanhado de crise de ansiedade, depressão, e as medicações vão ser mais voltadas para redução desse quadro.

Como explicam os especialistas, é difícil realizar um diagnóstico preciso, porque pode ser confundido com outras doenças que apresentam transições de personalidade, e também porque o próprio indivíduo pode não entender o que está acontecendo. “Muitas vezes, a própria pessoa demora a perceber se ela sente uma estranheza […] e isso pode começar na infância ou na adolescência. Entende-se que, muitas vezes, as crianças têm fantasias; porém, na fase adulta, essas condições começam a se identificar, como mudanças bruscas no funcionamento daquela pessoa e mudanças de atitude” pontua Pádua.
Cuspido por Deise Brandão às 3/18/2024 01:06:00 PM Nenhum comentário:
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sábado, 16 de março de 2024

Macacos Voadores: Os Capangas do Narcisista


Já passaste pela situação embaraçosa de encontrar na rua uma pessoa que é intermediária entre ti e o narcisista? A pessoa pode ser amigo comum, um familiar ou mesmo um colega de trabalho. Esta pessoa faz, consciente ou inconscientemente, o abuso e a campanha de difamação que o narcisista tem em mente para ti, mas á distância. Esta pessoa que faz o “trabalho sujo” do narcisista é chamada de Macaco Voador.

Os macacos voadores são utilizados especialmente pelo narcisista nas campanhas de difamação da tua pessoa. Os resultados práticos, emocionais e psicológicos das campanhas de difamação são horríveis e devastadoras a nível pessoal.

Tenho certeza de que há muitas pessoas que cometeram suicídio porque se sentiram pressionadas por vários macacos voadores contra elas, fazendo-as sentirem-se tão invalidadas, tão sozinhas, e duvidando delas próprias que não conseguiram encontrar uma razão para continuar. Elas não encontraram uma saída, elas nem sabiam o que estava acontecendo. As consequências das ações dos macacos voadores podem ser muito sérias.

Quem são os Macacos Voadores?

Os macacos voadores são pessoas que o narcisista enganou, levando-as a acreditar que ele é a vítima e, convencendo-as a executar as suas ordens contra ti. Os macacos voadores são também utilizados em vigilância á distância, indo contar ao narcisista informações pessoais tuas, como por exemplo, com quem te encontraste, o que fizeste, aonde foste, o que vais fazer, etc.

MACACOS VOADORES – FEITICEIRO DE OZ
O nome macacos voadores tem origem no filme Feiticeiro de Oz, onde os macacos voadores fazem “o trabalho sujo” da feiticeira.Vamos encontrar macacos voadores entre amigos, familiares, colegas de trabalho e nos próprios filhos do narcisista.

Os macacos voadores também são conhecidos como:
Capangas
Lacaios
Facilitadores
Extensões do narcisista
Gerentes de campanha

Os macacos voadores andam por aí fora a “recrutar” pessoas, um pouco na linha dos religiosos que vão de porta em porta, no intuito de tentar recrutar adeptos para a religião deles. O que no fundo eles estão a tentar fazer é recrutar-te para a religião do narcisista. A religião do narcisista é no fundo a realidade do narcisista, a visão que ele tem do mundo e das outras pessoas.
Abusam por procuração

O papel principal dos macacos voadores é, antes de mais, abuso por procuração.
O abuso por procuração é quando o narcisista faz com que outras pessoas abusem de ti. Desta forma, o narcisista pode abusar de ti através dos macacos voadores sem que ele seja directamente implicado na situação.

Os macacos voadores vão fazer com que te sintas rejeitado, que não te sintas como uma boa pessoa, eles vão te envergonhar, talvez eles até te coloquem numa situação má, e aí eles vão dizer que o louco és tu, e coisas assim. Deste modo dá a impressão que o narcisista está isento de culpa, dando a impressão que ele nem sequer está envolvido nisto..
Espalham rumores e fofocas

Os macacos voadores também são usados ​​para espalhar boatos e fofocas. Este é um dos seus papéis principais. Eles são viciados em fofoca. Geralmente estas pessoas andam por aí a espalhar rumores e as fofocas que ouvem do narcisista, sobre ti claro.

Campanha de difamação

Nas campanhas de difamação os macacos voadores fazem o trabalho do narcisista quer, que é criar uma imagem negativa de ti, do teu caracter. Culminando com ou és má pessoa ou estás louco.

O narcisista, por exemplo, quer que eles vão por aí, falem mal de ti e espalhem mentiras sobre ti, ou o narcisista quer que eles abusem de ti ou façam com que te sintas incomodado ou humilhado. Ou talvez os macacos voadores te convidem para uma situação onde eles sabem de antemão que algo horrível vai acontecer e que tu vais ficar afectado psicologicamente por isso.
Dão graxa ao narcisista

Os macacos voadores fazem o narcisista sentir-se importante e especial. Eles ajudam os narcisistas a sentirem-se grandiosos, como se tivessem status elevado, ou como se fossem famosos como uma celebridade. É exatamente isto que o narcisista quer sentir.

Os narcisistas têm em geral um grupo de capangas ou lacaios ao seu redor, um pouco na linha de celebridades que precisam de um séquito para se sentir seguras sobre elas próprias.
Dois tipos de macacos voadores

Então, quem é que pode tornar-se em macaco voador? Existem duas categorias de pessoas para isso:Os Ingénuos
Os Tóxicos

Macacos voadores ingénuos
Os ingénuos são apenas pessoas que não fazem a menor ideia do que se passa. Eles não conseguem ver nem compreender o que está a acontecer. Os ingénuos não têm experiência pessoal do abuso narcisista pois nunca passaram por algo semelhante.

Aos macacos voadores ingénuos não lhes passa pela cabeça que alguém iria inventar todas essas mentiras sobre ti e querer espalhá-las pela comunidade. Eles simplesmente não conseguem imaginar que um ser humano faria tal coisa.

Pode também acontecer que esta pessoa ingénua é do tipo de dar graxa. Este é o tipo de pessoa que quando confrontada entre o dilema de lutar ou fugir, prefere em vez disso adoptar a bajulação, fundindo-se com a personalidade forte e dominante do narcisista para se sentir segura e assim evitar ter de perceber o que realmente está a acontecer.

Até mesmo tu antes de teres acordado e tomado consciência do abuso que estava acontecendo, eras um desses macacos voadores ingénuos.
Macacos voadores tóxicos

A segunda categoria de pessoas que podem tornar-se macacos voadores são as pessoas tóxicas.

Estas pessoas não possuem limites pessoais. Eles adoram fofoca e drama. Eles são viciados neste tipo de coisas. Eles são pessoas sem integridade e em geral querem algo do narcisista. Eles também procuram status, elogios e favores. Eles estão dispostos a concordar e a fazer o que o narcisista quer porque eles também estão a ganhar algo em troca com a situação.

Como o narcisista recruta macacos voadores?
Normalmente, o que eles fazem é ir pela comunidade, falam com outros familiares ou contactam com pessoas tuas conhecidas, talvez até mesmo com colegas de trabalho ou mesmo um chefe.
O que eles dizem de ti? Dizem que tu és o mau, o abusador ou que és louco!

Eles vão espalhar a má língua que afinal quem é abusivo és tu ou que tu és simplesmente louco. Eles geralmente optam por uma das duas.

Essencialmente eles vão projetar em ti, dizendo que afinal és tu que estás a fazer todas as coisas que eles estão fazendo para abusar de ti. Talvez até contatem com membros da tua família e tentem converter-los para a realidade do narcisista ou talvez isso já esteja a acontecer na tua família.

Estes abusadores adoram chamar-te de louco especialmente quando tu descobres o que realmente está a acontecer nas tuas costas. Eles fazem isso porque precisam de te desacreditar, de te difamar. Eles espalham a ideia que tu estás louco para que as pessoas não acreditem em ti nem na tua história.

Quando o narcisista te chama de louco, isso é um forte sinal para reconheceres que ele está prestes a iniciar uma campanha de difamação da tua pessoa. O chamar de louco é a pista antecipatória para a campanha de difamação que vai acontecer através dos macacos voadores.
Fingem-se preocupados contigo

Eles também vão desempenhar o papel que eles estão “preocupados” contigo. As mulheres narcisistas fazem isso com mais frequência que os homens. Elas estão “preocupadas” com a tua saúde e revelam informações que não eram da conta de ninguém, algo que você não queria que se soubesse.

Isso aconteceu com um dos meus clientes. A esposa dele começou a contar à família e amigos comuns, que ele estava bebendo demais (o que era mentira). Ela começou a dizer que ele tinha algum tipo de problema com o álcool (o que não era verdade). Ou talvez os macacos voadores vão descobrir que estavas a tomar antidepressivos e, então, eles vão começar a espalhar essa informação a terceiros e a dizer como eles estão tão “preocupados” com contigo por tu andares tão deprimido.

É uma traição terrível quando os macacos voadores revelam algo pessoal que aconteceu contigo, ou quando eles dizem mentiras inventadas sobre ti para no fundo fingir que estão preocupados contigo e com a tua saúde.

A teia da falsa realidade do narcisista
Essencialmente, o narcisista cria essa teia de falsa realidade que depois lança sobre os macacos voadores. Os macacos voadores são “engolidos” nessa teia de falsa realidade, aderindo a ela e adoptando-a como verdadeira. Os macacos voadores ficam convencidos pelo modo emocionalmente intenso como o narcisista fala sobre o assunto.

Esta visão da realidade do narcisista pode até certo ponto parecer verdadeira, especialmente para pessoas que simplesmente não sabem o que se passa. Mas para as pessoas que aderiram e subscreveram esta falsa realidade com plena consciência (os tóxicos), é obvio que estão a ganhar algo com isso.
Por que o narcisista usa macacos voadores?

Primeiro de tudo o narcisista gosta de desacreditar a vítima. Eles gostam de te desacreditar para que não possas revelar a tua verdade ou pode também acontecer que fiques de tal modo envergonhado e/ou apavorado que não vais dizer nada e, em vez disso, engoles tudo e ficas em silêncio.

Talvez o narcisista saiba que tu tens coragem para dizer a tua verdade às pessoas nas tuas relações mais próximas, no círculo de amigos, no trabalho, em família e na comunidade, e eles não querem que isso aconteça. Para que isso não aconteça eles vão tentar desacreditar-te para que as pessoas não tenham a certeza de quem está realmente dizendo a verdade. Por vezes na ânsia de te explicares e passar a tua verdade podes dar a impressão que afinal és tu que estás mentindo.

É frequente , o narcisista arranjar macacos voadores com os quais não tens qualquer tipo de relacionamento. Por exemplo, pode acontecer que tenhas arranjado um novo emprego e um colega tenha começado a atacar-te, entrando numa competição ciumenta sobre os teus talentos, capacidades, tua posição na empresa, as tuas alianças ou algo assim. Qualquer tipo de competição invejosa pode atiçar esse tipo de situação em que o narcisista vão arranjar alguns macacos voadores ou criar macacos voadores para lutar contra ti.

O narcisista podendo recrutar todas essas pessoas para fazer o abuso por ele, e evitando assim implicar-se e sujar as suas mãos. O narcisista vai usar a pressão do grupo contra ti para que te sintas sozinho e inseguro da tua realidade.

Pode ser realmente desafiador quando te encontras numa situação de um contra um, e o narcisista está usando a técnica de “gaslighting”. Pior ainda, é quando és confrontado por um grupo de pessoas que acreditam piamente na realidade do narcisista. Aí vais sentir-te realmente sozinho. Provavelmente, até és capaz de ficar tentado a duvidar de ti próprio e da tua percepção da realidade. Neste sentido, os macacos voadores podem ser um poderoso aliado do narcisista.
Guia de sobrevivência contra Macacos Voadores

Aqui está o meu Guia de Sobrevivência Rápida para lidar com macacos voadores.

1 – Mantêm a tua compostura
É importante que mantenhas a tua compostura, porque se você se assustar, se fizer algo errado, se você abusar do narcisista ou apenas gritar e parecer que está maluco, então eles têm algo para usar contra você, especialmente se você fizer isso em frente de um grupo. de pessoas.

Os narcisistas adoram fazer isso, eles gostam de provocar você na frente de um grupo inteiro de pessoas, numa reunião de trabalho, num jantar de família, você e seu parceiro saindo com amigos em comum ou algo parecido. A pior parte é que eles vão apertas os teus botões e fazer-te reagir dando a impressão que estás louco. Depois eles vão usar isso contra ti. Mantêm a tua compostura e evita esse cenário.

2 – Escolhe sair do jogo
Definitivamente, não entre em contato com o narcisista e não entre em contato com os seus macacos voadores. Você vai querer bloqueá-los nos mídia sociais. Por quê? Para evitar que os mídia sociais sejam uma futura fonte de tortura.

O narcisista vai usar os mídias sociais e todas essas pessoas contra você. Você vai ver os posts deles e isso vai deixá-lo transtornado e afetado. Ao bloquear os macacos voadores vais evitar ver os posts deles e não cair numa espiral descendente emocional. Isto também vai evitar que te desvies dos teus projetos, da tua energia, e do teu bem estar psicológico.

3 – Não tentes convencê-los da tua verdade
As pessoas vão ver o que querem ver. Se eles acreditam no narcisista, como os ingénuos, elas simplesmente não entendem. Quando você tenta convencê-las da tua realidade, elas simplesmente não conseguem chegar lá e isso não te vai ajudar.

Os teus verdadeiros amigos vão reconhecer o teu ponto de vista e verdade, e eles vão ficar do teu lado. Eles não vão questionar-te. Vais imediatamente ter o apoio deles.

O outro grupo de pessoas, as pessoas tóxicas, é para definitivamente não tentar convencê-las da tua verdade, isto porque elas não querem ouvir a tua verdade. Elas estão ganhando algo com este relacionamento com o narcisista. 

Não tente convencê-los pois será um grande desperdício de energia e, provavelmente, o que acontecerá no final da conversa, ou da tentativa de explicar a alguém, é que vais sentir ainda mais dúvidas sobre ti próprio e sobre a tua realidade. Isto não vai ajudar você a comportar-se de modo assertivo e assumir a sua realidade.

Em certas situações não é possível ir totalmente NÃO CONTATO com os macacos voadores, pois pode ser um companheiro de quarto, alguém com quem você vive, alguém da sua comunidade, ou fazem parte da sua igreja, eles podem fazem parte da sua escola, ou eles fazem parte de um grupo de pessoas que você não pode cortar. Talvez seja alguém no seu trabalho e você não pode despedir-se por não ter outro emprego em vista.

Tenha cuidado em não compartilhar informações pessoais com os macacos voadores. Você quer ter o mínimo contato possível com os macacos voadores. Não partilhe nada pessoal, fale apenas sobre o clima, sobre desportos, ou fale sobre algo absolutamente irrevelevante.
Seja o que for que você fale, certifique-se de que o assunto não tem qualquer tipo de ligação emocional contigo ou que o assunto não revela algo pessoal sobre a tua vida. Os macacos voadores vão usar isto tudo contra você, para além do mais o narcisista irá saber de tudo o que foi falado, o que vai ter um duplo impacto sobre você.

4 – Afasta-te
E finalmente, quando possível, afasta-te. Se este é seu vizinho do lado, se for alguém em uma pequena comunidade, afaste-se de lá, saia de lá.

Se o macaco voador estiver no teu ambiente próximo, como por exemplo, se estiver numa situação de trabalho, você poderá tentar gerir isso por um certo período de tempo. Você pode aprender como desenvolver melhores limites pessoais, como definir e impor limites pessoais, como responder ou reagir ao narcisista, mas lembre que essa é uma solução temporária. Você não quer ficar lá por muito tempo. Você não quer manter esse emprego a longo prazo. Comece a procurar outro emprego, em silêncio, claro. Definitivamente, não conte a ninguém nesse escritório, nem mesmo alguém que você acha que é seu aliado que possa revelar acidentalmente essa informação para a pessoa errada.

Arranje um novo emprego rapidamente para que você possa sair desse ambiente o mais rapidamente possível. Isto porque gerir todos esses limites e ficar alerta diariamente vai drenar muita energia que você poderia estar a investir em outras áreas da sua vida.
5 – Vais conhecer os teus verdadeiros amigos

O benefício desta horrível experiência é que vais aprender quem são teus verdadeiros amigos e aliados.

Talvez não saibas quem eles realmente são. A vida tem essa maneira de revelar as pessoas com o tempo e pode não ser hoje, mas em algum ponto as pessoas vão revelar-se. No mínimo, está grato que essas pessoas se revelem como são. Os macacos voadores mostram que não são teus amigos. Agora que sabes disso, sabes também que não pode confiar mais nos macacos voadores. Para além disso ficas a saber que não precisa de te encontrar com os macacos voadores por amizade, lealdade ou confiança. Você deixou de partilhar e dar energia aos macacos voadores.

Caso, já tenhas passado ou estás a passar por uma experiência de lidar com macacos voadores, ou se algo neste artigo te ajudou, por favor partilha comigo nos comentários abaixo.
Cuspido por Deise Brandão às 3/16/2024 02:05:00 PM Nenhum comentário:
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domingo, 3 de março de 2024

O erro não é de quem confia, e sim de quem mente

Não faz sentido se vestir com uma armadura frente a todas as pessoas que o rodeiam. Basta proteger-se do traidor.

Por CONTI outra


A confiança é como uma ponte de cristal frágil e transparente que eleva as nossas vidas. É provável que você tenha levado muito tempo e muito esforço para construí-la, e por isso é tão apreciada.

Contudo, apesar de merecer tanto trabalho e trazer tanta felicidade, costuma ser destruída em apenas poucos segundos pelo nosso descuido, nossos egoísmos e nossas atitudes interessadas.

Quando um sentimento tão importante como a confiança se quebra, algo em nosso interior desfalece. Isto ocorre porque a mentira coloca em dúvida mil verdades, fazendo com que nos questionemos inclusive sobre as experiências que achávamos totalmente sinceras.

A mentira tem pernas muito curtas e os braços muito compridos
Mesmo que a mentira possa alcançar limites inesperados, a verdade sempre acaba aparecendo. Como costumamos dizer, é mais rápido pegar um mentiroso que um coxo, pois as suas palavras e os seus atos não se sustentam.

De qualquer forma, o fato de que tudo caia pelo seu próprio peso não quer dizer que a pancada não vá ser impactante e dolorosa. De fato, o normal é que ocorra precisamente o contrário e que a mentira e a traição acabem sendo um antes e um depois nas nossas vidas.
“Um pássaro pousado em uma árvore nunca tem medo de que um galho se rompa, porque a sua confiança não está no galho… E sim nas suas próprias asas…”

A responsabilidade de quem mente
É comum ouvir isso de “se traírem você uma vez é culpa do outro, mas se traírem você duas vezes, é culpa sua”. O fato é que esta afirmação tem muito de verdade em si, mas também é preciso olhá-la com cautela.

Ou seja, a ideia é que aprendamos com os nossos erros e que não os repitamos, mas em última instância, nunca deveríamos nos sentir culpados por sermos enganados.Como você vai se responsabilizar pelo que os outros fizerem? Isso é uma loucura.

Não obstante, é provável que isto tenha atormentado você mais de uma vez, fazendo se sentir estúpido por ter caído nas redes de alguém que “já estava dando na cara”. Neste sentido, é muito fácil ligar os fatos quando a casa já caiu e está fragmentada.

Não somos nem adivinhos, nem infalíveis. Além disso, os outros também não são perfeitos e em alguns casos é preciso pensar que as pessoas boas também cometem erros, de modo que também é preciso estar aberto a perdoar.

“Depois de um tempo você aprenderá que o sol queima se você se expuser demais. Aceitará inclusive que as pessoas boas possam lhe ferir alguma vez e você precisará perdoá-las. Você aprenderá que falar pode aliviar as dores da alma… descobrirá que leva anos construir a confiança e apenas alguns segundos para destruí-la e que você também poderá fazer coisas das quais se arrependerá o resto da vida”.–William Shakespeare–

A ferida emocional da traição

A ingratidão e a traição doem especialmente quando envolvem as pessoas que amamos e temos ao nosso redor, como os nossos cônjuges, nossos amigos ou as nossas famílias. Quando isto ocorre, começam a entrar em cena a raiva, a impotência e a ira, fazendo-nos sair dos nossos papéis.
Também é muito doloroso (e infelizmente muito comum) que alguém faça algo por nós esperando somente receber algo mais da nossa parte. Este tipo de traição quebra a nossa estrutura e afunda o nosso mundo emocional em um autêntico caos.
Contudo, mesmo que a traição doa profundamente no coração, não faz muito sentido mudar o seu jeito de ser por ter sido ferido, e passar a descontar em outras pessoas por vingança ou despeito.

Por incrível que pareça, esta reação é bastante comum quando a “ferida emocional” está aberta e infeccionada. Do mesmo jeito, só porque alguém fez isso com você não faz sentido se vestir com uma armadura frente a todas as pessoas que o rodeiam. Basta proteger-se do traidor.

Como superar a mentira e a traição
A segurança, a franqueza, a sinceridade e a lealdade nas nossas relações são um pilar básico para manter o nosso crescimento. Contudo, as dúvidas, a desconfiança e a falsidade só nos prejudicam, nos queimam e nos envenenam.

Portanto, embora a desconfiança crave profundos espinhos em nosso interior, todos somos capazes de superá-la. É normal que frente a estas situações a dúvida cresça e, com ela, a desconfiança, mas isto não deve representar uma oportunidade para desconfiar dos outros.
Ou seja, dado que é provável que nos encontremos nesta situação tão indesejável mais de uma vez, é preciso entender que é uma oportunidade para crescer como pessoa e escolher melhor as pessoas que nos rodeiam.

Fonte indicada: A Mente é Maravilhosa
Cuspido por Deise Brandão às 3/03/2024 07:37:00 PM Nenhum comentário:
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Macacos Voadores: Indicação de que o risco continua


por Luiz Roberto Bodstein

Não é raro que portadores de uma personalidade narcisista façam uso do que a psicologia acabou chancelando pela designação de “macacos voadores”. O termo teve origem na trama de “O Mágico de Oz”, onde os macacos voadores faziam o trabalho sujo pela bruxa malvada da ficção.

Na vida real eles podem surgir como vizinhos, irmãos, contatos da rede social, colegas de escola ou qualquer outro que tenha um vínculo pessoal com o narcisista. Tais pessoas, como já dito, acabam fazendo – voluntária ou involuntariamente – o trabalho sujo que atenda os objetivos do narcisista, mas pelo qual ele não pretende se expor.

Dessa forma ele habilmente usa os macacos voadores que também manipula, mas naquele momento não estão no foco de seu objetivo principal. Apesar disso, acabam impondo um tratamento abusivo às vítimas do narcisista por ainda acreditarem nas boas intenções dele, graças ao seu poder de convencimento.

Por esse motivo os macacos voadores se convertem em problema extra para as vítimas do narcisista, transformados que são numa extensão de seu poder e colocados à frente do processo para que ele consiga seus objetivos por via indireta. São bastante úteis no que toca à ligação do narcisista com suas vítimas, já que mais bem recebidos por elas do que ele próprio, que se tornou uma figura carimbada graças ao seu histórico de abusos.

É muito difícil convencer um macaco voador de que ele está sendo usado pelo narcisista e quais as consequências disso, já que sob influência dele por conta dos laços que se estabeleceram. Na realidade ele não entende porque se recusa a entender. Alguns mais teimosos e reincidentes escolhem permanecer cegos quanto à situação e pouco se pode fazer para que despertem, a menos que desconfiem diante de um fato gritante e busquem as informações por si mesmos.

Ainda assim não existe uma garantia de reversão, pois algumas pessoas consolidam uma imagem falsa – mas tão solidamente construída pelo narcisista –, que elas não conseguem apagá-la de sua cabeça simplesmente porque não aceitam admitir que sempre estiveram enganadas.

Uma dificuldade desse tipo leva à conclusão de que os macacos voadores também têm suas próprias razões para se comportar dessa forma. Alguns realmente o fazem por ignorância, enganados que foram durante anos pelo narcisista que os domina, mas os estudos também revelam que pessoas com tal perfil têm personalidade fraca para impor resistência a quem as coloque sob forte poder de influência, tornando-se moldáveis a quem se mostre inteligente o bastante para manipulá-las.

Muitas vezes elas até são capazes de entender sua realidade e a do narcisista que as manipula, mas falta-lhes coragem para defender o lado certo da história, visto que, como a parte mais frágil desse triângulo, acham melhor ficar do lado mais forte a virar alvo preferencial do narcisista patológico.

Tal fato pode ocorrer até pela lembrança que trazem de um passado recente em que já estiveram na situação de vítimas. Há casos, inclusive, de serem ensinadas a se aproximar dos alvos para atender os interesses do narcisista, já que ele não ignora a maior aceitação que seus macacos voadores obtêm junto às suas vítimas.

Não se pode descartar, no entanto, que se trate também de narcisistas escondendo um comportamento de que nem eles próprios ainda se deram conta. Há aquelas exceções, como a de pessoas bem-intencionadas, usadas como inocentes úteis por um narcisista esperto para transformá-las em macacos voadores involuntários. A vantagem destes é a possibilidade de serem despertados com mais facilidade por dados que lhes permitam tirar suas próprias conclusões.

Bianca Salgado de Pexels

Outro fato não tão raro é nos depararmos com vários narcisistas numa mesma família em diferentes graus de desvio. Basta que um de seus membros mais importantes traga uma personalidade narcisista e exerça influência sobre os demais para imprimir neles a mesma característica, como é o caso, por exemplo, de uma mãe narcisista que tenha ascensão sobre os próprios filhos.

Como decorrência, não é incomum que o membro da família que se perceba despertado para o fato acabe transformado em bode expiatório e alvo da ira de todos, que o verão sempre como ameaça pelo péssimo hábito de dizer a verdade e expor os múltiplos narcisistas dentre os demais. Se esse é o seu caso, o melhor a fazer é se afastar de todos, por mais que lhe doa, sem o que dificilmente terá paz, já que será sempre o culpado por tudo que dê errado nos planos deles.

Narcisistas que convivem num mesmo ambiente normalmente se unirão contra o bode expiatório enquanto permanecem competindo entre si, pois que seus objetivos são egocêntricos demais para que os compartilhem. A um observador atento essa dinâmica não irá escapar, em se tratando de uma família com vários narcisistas que atuaram ao longo de sua linha do tempo.

O bode expiatório a ser escolhido, portanto, será o membro que acordou para a triste realidade em que vivem. A partir desse momento será visto como ameaça ao segredo que os outros tentam manter longe de sua plateia. Eles não hesitarão em tratar como teoria conspiratória suas tentativas de despertá-los para o contexto que os rodeia.

Para esse membro, portanto, o sofrimento será intenso, independentemente da decisão que tome: se deixar tudo como está, se fará alvo preferencial dos outros, já que visto como ameaça permanente a que as manobras sejam descobertas, por se recusar a compactuar com elas; se decidir se afastar, vai enfrentar a perda dos narcisistas e macacos voadores ligados a ele, que precisarão ser afastados em sua busca por autopreservação.

Para qualquer lado que penda, então, sempre sairá machucado dessa história e precisará de muita determinação e resiliência para superar seu drama familiar. Entre as decisões, porém, essa última ainda será a melhor, pois com o distanciamento gradativo do foco de seus problemas ele acabará concluindo que fez a escolha mais saudável e agora poderá levar uma vida livre das sucessivas pressões e do ambiente tóxico de seu meio familiar.

O maior benefício, ao final de tudo, acontece pela constatação de que excluir pessoas que não agregam valor algum à sua vida a rigor não representa nenhuma perda, mas uma vitória. Uma vitória difícil, é verdade, pelas dores que promove, mas sempre uma vitória, pois calcada em coragem e superação.

Além do trauma da separação em si, a decisão não estará isenta de alguns efeitos colaterais, já que os narcisistas e/ou seus macacos voadores não irão se agradar dessa declaração de liberdade, principalmente quando entre eles houver um pai ou uma mãe que amamos.

Isso é usado como um trunfo pelos outros, pois que sofrerá ainda pela pressão de ser colocado como o filho ingrato, o irmão rancoroso e tudo o mais que encontrarem para despejar a culpa do rompimento sobre seus ombros, já que nunca se verão como causa da toxicidade daquele círculo vicioso com que ele precisou romper.
Natural então que entre as maiores perdas do bode expiatório apareçam alguns relacionamentos que ele não desejaria cortar, se tivesse tal opção, e isso vai doer bastante, sem dúvida; mas o tempo chega sempre como o maior remédio.

Quando colocar o antes e o depois lado a lado, assim que a poeira baixar, não terá dúvidas da real dimensão de seu ganho, principalmente no que diz respeito à sua saúde mental, ainda mais quando se tem consciência de que ela é apenas o primeiro passo antes do colapso da saúde física, que se segue após a primeira, caso nos acovardemos ante a decisão que precisa ser tomada.
Cuspido por Deise Brandão às 3/03/2024 12:08:00 PM Nenhum comentário:
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